BIBLIOTECA VIRTUAL de Derecho, Economía y Ciencias Sociales

A UTOPIA NEGATIVA: LEITURAS DE SOCIOLOGIA DA LITERATURA

Jacob J. Lumier




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Sociologia, Literatura e Fantasia: O problema das Relações com a Sociologia do Conhecimento.

O Sobre os critérios do fato literário e as condi-ções de uma sociologia da literatura.

O escritor é um fabulador: não diz a verdade e é sempre a verdade que ele diz..., à sua maneira.

As dificuldades antepostas a uma sociologia da literatu-ra ligam-se à orientação intelectual do chamado espírito burguês, como afirmando a independência total da cultura e da arte em relação às formas sociais, de tal sorte que a interpretação da arte não estaria contida na vida social.

Daí surge o obstáculo da interdição pela sociedade.

O receio de um efeito literalmente ameaçador da or-dem torna o fato literário negado na sua significação, combatido como pura fantasia. Distingue-se uma espécie de respeito ao fato literário envolvendo-o em certo misté-rio.

Dessa atitude provêm duas representações desfavorá-veis à sociologia da literatura, seguintes: (a) – uma, a chamada teoria do gênio, que interpreta a figura do autor em termos do inexplicável e inesperado no concerto das paixões e dos pensamentos humanos; (b) – outra, referi-da à elaboração da obra, é a teoria romântica da inspira-ção, do mistério da criação, etc. Além disso, o espírito burguês pode levar os escritores a não gostarem de se ver integrados pela sociologia .

Podem-se observar algumas tentativas de pesquisa que, não obstante o pensamento objetivo, pouco favore-ceram a sociologia da literatura. Umas porque mantive-ram a opacidade intocável do fato literário; outras porque acentuaram a sua redução. No primeiro caso, resume-se a tentativa mais conhecida que foi a de Taine, incluindo os seus colaboradores. No segundo caso, nota-se a ten-tativa marxista e a psicanalítica.

Comenta-se que Taine esperava fundamentar uma ci-ência positivista e determinista da literatura tomando co-mo motivos de explicação (a) – a descoberta em cada es-critor de uma faculdade mestra; (b) – a gênese dessa fa-culdade mestra a partir das suas três famosas condições: a raça, o meio e o momento.

Como se sabe, o dogmatismo de Taine é flagrante na analogia com as ciências naturais. No prefácio de sua o-bra “La Fontaine et ses Fables”, o ponto de vista natura-lista vem a ser aplicado ao homem, tomando-o como um animal de espécie superior que produz as filosofias e os poemas pouco mais ou menos como os bichos da seda tecem os seus casulos e as abelhas elaboram os favos .

Quanto aos seus continuadores, se repele o simplismo na aplicação do dogmatismo de Taine, questionando-se, sobretudo a abordagem analítica redutiva na qual a obra literária, tida como mistério inefável e impenetrável, vem a ser reportada a um fator mais ou menos arbitrariamente escolhido.

→Em relação à tentativa marxista, por sua vez, se lhe reconhece o mérito sociológico de empreender a inter-relação do espírito e das suas produções com os quadros sociais. O primeiro critério de análise marxista da obra li-terária é a fidelidade à realidade social.

Nada obstante, a tentativa marxista de reduzir a litera-tura a um fato de conhecimento, mediante a tipologia das visões de mundo atribuída a Georges Lukacs, é censura-da por ameaçar a especificidade do fato literário. Ao tra-çar um método comum a todas as obras de pensamento tornou-se inevitável por conseqüência desprezar o que distingue precisamente o fato literário dos outros fatos .

Censura idêntica se aplica à tentativa psicanalítica, em cuja abordagem necessariamente se tem de partir sempre de uma redução implicando uma negação da especifici-dade. Por contra, as condições de uma sociologia da lite-ratura implicam a distinção entre fato literário e fato de conhecimento.


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