BIBLIOTECA VIRTUAL de Derecho, Economía y Ciencias Sociales


NOVAS TRAJETÓRIAS ENERGÉTICAS

Sinclair Mallet Guy Guerra y Mariana Pedrosa Gonzalez



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SEGURANÇA ENERGÉTICA

Alguns países possuem grande parte da sua matriz energética baseada em carvão. De acordo com o Relatório do IAC, a previsão é de que as reservas de petróleo e gás natural durem entre 40 e 60 anos enquanto para as reservas de carvão, a previsão é de 150 anos. O crescimento da economia se alia ao aumento da demanda por energia, e esta é buscada em todas as fontes possíveis, levando-se em conta disponibilidade e custos como principais fatores.

Apresentam-se dados sobre a disponibilidade e uso do carvão na atualidade fazendo um paralelo com a questão da segurança energética. Entende-se por segurança energética, a garantia de disponibilidade de energia para o país de forma a assegurar sua demanda atual e os incrementos futuros, garantindo também, desta forma, energia para seu crescimento.

A Figura 2 contém informações sobre as reservas comprovadas de carvão no final de 2007, por região, sendo estas, Meio Oeste, América Central e do Sul, África, América do Norte, Ásia Pacífico, Europa e Eurásia.

Figura 2 – Reservas comprovadas de carvão - final de 2007 (bilhões de toneladas)

(BP, 2008)

Nas regiões da América do Norte, Ásia Pacífico e Europa e Eurásia, as reservas estão muito próximas, em números, possuindo a primeira 272,2 bilhões de toneladas, a segunda 257,5 bilhões de toneladas e a terceira 250,5 bilhões de toneladas. A África contém uma pequena participação no total mundial com 49.6 bilhões de toneladas, seguida pela América do Sul e Central com 16.3 bilhões de toneladas e o Oriente Médio com 1.4 bilhões de toneladas.

O Gráfico 1 contém dados de produção e consumo de carvão no ano de 1997 e no ano de 2007.

O Gráfico 1 mostra que em 10 anos a produção e consumo de carvão se manteve praticamente a mesma em todas as regiões, exceto pela Ásia Pacífico que subiu em 800 tEP tanto a produção quanto o consumo, sendo este o pico no qual a China está inserida.

A Tabela 1 apresenta os maiores produtores mundiais de carvão em ordem crescente. A produção é dada em milhões de toneladas anuais.

A Tabela 1 apresenta a China como maior produtor de carvão mineral do mundo, sendo sua produção de 1.2 bilhões de toneladas anuais; em seguida vêm os USA com 899 milhões de toneladas anuais; em terceiro a Índia com a produção de 310 milhões de toneladas anuais, sendo este o patamar no qual está inserido esse país.

Devido ao carvão ser uma fonte abundante nos países mencionados, este é considerado importante para a manutenção e aumento na geração de energia elétrica, contribuindo desta forma para a segurança energética do país. Nestes casos, a idéia de substituição ou redução do uso desta fonte, com vista à redução das emissões, pode ser vista com aversão.

Para se estabelecer uma comparação entre a reserva e consumo, vale algumas informações mundiais de geração e dados dos países já apresentados como principais produtores. O Quadro 1 apresenta dados sobre o consumo de energia mundial. A primeira coluna contém os anos de obtenção dos dados, sendo estes 2004, 2005 e 2006. As demais colunas descrevem os respectivos consumos de diferentes fontes energéticas, sendo elas Petróleo e derivados, gás natural, carvão, nuclear e hidráulica. A última coluna apresenta o total de todas as fontes nesses anos.

O carvão está em segundo lugar entre as fontes de energia mais consumidas no mundo, tendo representado 27,2% do consumo total mundial em 2004, 27,8% em 2005 e 28,4% em 2006. O carvão possui uma das participações mais expressivas junto a petróleo e derivados e gás natural, sendo que o primeiro lidera o consumo, com 35,8% do total em 2006 e o gás natural está em terceiro lugar com 23,7%; hidráulica e nuclear participam com 6,3% e 5,8%, respectivamente. O crescimento no consumo do carvão de 2004 para 2005 foi de 5,4% e de 2005 para 2006, foi de 4,5%, sendo estes os crescimentos mais expressivos quando comparados aos dados das outras fontes.

China e Índia são os dois gigantes da economia emergente mundial e são centros de consumo de energia. Os índices de crescimento da economia da China e Índia vêm acompanhados por uma demanda crescente de energia. O aumento no consumo de fontes fósseis tem sérias implicações para o meio ambiente, tanto na poluição local como no aumento das emissões de gases do efeito estufa (WEO, 2007).

A Figura 3 apresenta a parcela da China e Índia, no crescimento da demanda por energia, importação de petróleo e emissões de CO2.

A demanda por energia primária na China representou mais de 50% do aumento mundial; a Índia foi responsável por aproximadamente 6%. Quanto ao crescimento na demanda por carvão, a China participa com quase 80% do total mundial e a Índia com aproximadamente 9%, sendo assim, o restante do mundo corresponde a pouco mais de 10% no aumento da demanda. Com relação às emissões de CO2, os números são expressivos: a China contribui com quase 60% das emissões mundiais e a Índia com aproximadamente 5%. Levando estes dados em consideração, a redução da emissão de CO2 nestes países teria um impacto notável perante as emissões mundiais, visto que a matriz energética da China é composta em grande parte por carvão, este pode ser visto como um gargalo frente à redução nas emissões.

O Gráfico 2 apresenta as variações no consumo e no preço da energia no ano de 2006. Sendo os valores expostos em dois gráficos lado a lado.

Através do Gráfico 2 pode-se perceber que o preço do carvão teve um leve crescimento em 2005 e uma queda no ano de 2006, fator este que caminha em paralelo com o crescimento do consumo do carvão no ano de 2006, sendo este de aproximadamente 4,5%. Os dados apresentados sugerem que o fator “custo” é extremamente interligado ao fator consumo; esta lógica pode ser encarada de forma negativa quando se avalia que existem outros pontos relevantes (como visão ambiental e social) que deveriam ser amplamente considerados e que por vezes são relegados em segundo plano.

O Quadro 2 apresenta a geração total de energia elétrica nos Estados Unidos nos anos de 2006 e 2007 e a porcentagem de aumento entre estes dois anos.

O total de energia elétrica gerada entre os anos 2006 e 2007 foi de quase 4 GWh sendo quase 2 GWh gerados a partir de carvão. O aumento na geração do ano de 2006 para o ano de 2007 foi de 2,5% sendo que só o aumento na geração a partir de carvão representou 1,5%.

O Gráfico 3 apresenta a geração de eletricidade nos Estados Unidos por fonte no ano de 2000.

A geração a partir de carvão representou mais da metade da energia gerada, ou seja, 52%, seguido pela nuclear, com 20%, Petróleo, Gás Natural e outros gases, com 19%, hidroeletricidade com 7% e outras renováveis com 2%.

O Gráfico 4 apresenta o aumento na demanda primária de energia no período de 1980 a 2005 e de 2005 projetado para o ano de 2030.

O uso do carvão até 2005 se equiparava ao uso do gás, sendo os dois as principais demandas encontradas, seguidos pelo petróleo, nuclear, biomassa, hídrica e, por fim, outras renováveis. A projeção prevê que o carvão será a maior demanda encontrada até o ano de 2030. O cenário de projeção leva em conta as políticas já adotadas até o ano de 2007 e são levados em conta os pressupostos de crescimento econômico, populacional, preços da energia e as tecnologias se nada mais for feito pelos governos para alterar as tendências atuais da energia.

Pretendeu-se fornecer informações para que se tenha a real dimensão da presença e uso do carvão na atualidade. É possível reduzir ou abandonar o uso do carvão? A partir dos dados apresentados pode-se concluir que não é uma alternativa fácil de alcançar.

A grande disponibilidade deste recurso torna importante o investimento em tecnologias que façam do carvão uma fonte menos poluente em seu uso. As questões que ficam para reflexão são: estas tecnologias serão suficientes para mitigar os problemas ambientais enfrentados hoje? A seguir serão fornecidos subsídios para esta discussão.


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