BIBLIOTECA VIRTUAL de Derecho, Economía y Ciencias Sociales


NOVAS TRAJETÓRIAS ENERGÉTICAS

Sinclair Mallet Guy Guerra y Mariana Pedrosa Gonzalez



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PROBLEMAS AMBIENTAIS

Apesar de o carvão ser visto com bons olhos quando se trata de segurança energética, também devem ser considerados aspectos como problemas ambientais e sociais, inerentes à extração e ao uso de carvão mineral como combustível.

Os problemas ambientais decorrentes do processo de mineração do carvão envolvem desde contaminação hídrica, atmosférica, do solo, subsolo e da paisagem.

Poluição atmosférica

Os principais poluentes emitidos pela mineração e queima do carvão mineral se dividem em: material particulado (MP); metano (CH4); dióxido de enxofre (SO2); óxidos de nitrogênio (NOX); monóxido de carbono (CO) e dióxido de carbono (CO2) (IPCC, 2006). Todos eles prejudiciais, em maior ou menor grau, ao meio ambiente, poluindo a atmosfera e conseqüentemente à saúde humana, afetando, por exemplo, o sistema respiratório.

O relatório ‘Carvão: O combustível de ontem’ mostra através de um estudo realizado no Rio Grande do Sul em 1989 uma estreita relação entre exploração e uso de carvão mineral e má qualidade de vida. Segundo o estudo, a população que vive próxima às termoelétricas sofre com tosse crônica, doenças de pele, lacrimejamento e prurido nasal e ocular. Outros estudos apontam até mesmo a ocorrência de enfisema pulmonar e pneumoconiose nas cidades de Siderópolis e Criciúma, regiões exploradoras de carvão mineral (NAT, 2004).

São notáveis os efeitos prejudiciais do carvão mineral. Na medida em que aumenta a concentração de gases na atmosfera, são causados impactos duplamente prejudiciais: favorecimento do aquecimento global e danos a saúde humana. Talvez seja esse o impacto mais contraditório com os propósitos do protocolo de Kyoto, e também o mais desafiador. Serão as novas tecnologias capazes de reduzir de forma considerável todos esses poluentes?

Poluição hídrica

Em pesquisa realizada no estado de Santa Catarina é diagnosticado que o modelo extrativo adotado concentra seus esforços no rendimento econômico, sem considerar os custos sociais e ambientais inerentes, fazendo com que estes atinjam proporções alarmantes. Avalia-se que dois terços dos recursos hídricos superficiais estão hoje comprometidos, com os rios assoreados e praticamente mortos devido à mineração (POSSAMAI, et al., 2007).

Um problema bastante constante e de difícil solução, segundo Hinrichs et al. (2008) é a ‘drenagem ácida’ que consiste na combinação de carvão, vapor de água e oxigênio formando o ácido sulfúrico (H2SO4) ou nítrico (HNO3), responsável por danos à vegetação e à vida aquática, sendo comum encontrar rios com baixa qualidade de água a jusante de zonas de lavras. Além do problema da poluição dos recursos hídricos, a mineração coloca em risco também sua disponibilidade uma vez que utiliza enormes quantidades de água para remover impurezas contidas no carvão.

Solo

A mineração de superfície nos Estados Unidos causou fortes problemas ambientais no passado. Grandes extensões de terra foram abandonadas sem os necessários cuidados como a reposição da vegetação, causando dessa forma a erosão do solo. É por esse motivo que em vários países foram criadas legislações obrigando as mineradoras a recuperarem as áreas degradadas. Se as exigências forem cumpridas, é possível recuperar o solo e seguir com o reflorestamento ou até mesmo torná-lo próprio para a agricultura (NAT, 2004). Dessa forma se recupera também a paisagem, outrora afetada pela monotonia cinza.

Mas esta recuperação nem sempre acontece. Em muitos casos a região é abandonada sem os devidos cuidados. Como exemplo disso, conforme cita GOMES et al. (1998) em grande parte da região sul-catarinense permanece com passivo de épocas anteriores, com grandes áreas e cursos d’água fortemente degradados. Esta informação é confirmada também por POSSAMAI et al. (2007) em seu estudo sobre os problemas ambientais e de saúde pública dos lixões inativos nas regiões carboníferas de Santa Catarina.

Mudanças climáticas

É inegável a representatividade dos combustíveis fósseis no aumento da temperatura global. A Organização das Nações Unidas (ONU apud NAT, 2004) consideram que estes serão os grandes responsáveis pela concentração de CO2 na atmosfera neste século. A queima de carvão mineral emite enormes quantidades desse poluente, o que é bastante preocupante uma vez que sua alta disponibilidade e seu baixo custo apóiam os investimentos em novas plantas a fim de garantir a oferta energética mundial. A China é um dos países que mais cresce atualmente, sendo o carvão sua principal fonte de energia. Não obstante, é também um dos maiores emissores de gases de efeito estufa.

Diante do atual cenário de preocupações ambientais e, considerando as conseqüências das mudanças climáticas, o carvão mineral tem sido alvo de críticas acirradas devido aos seus efeitos nocivos ao meio ambiente, desde a mineração até a queima do combustível na geração de eletricidade. Novas tecnologias têm sido criadas desde então para garantir sua participação na oferta mundial de energia.


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