BIBLIOTECA VIRTUAL de Derecho, Economía y Ciencias Sociales


NOVAS TRAJETÓRIAS ENERGÉTICAS

Sinclair Mallet Guy Guerra y Mariana Pedrosa Gonzalez



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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Estas recomendações, apesar de apontarem para uma redução gradativa das emissões de CO2 de origem energética, são insuficientes diante dos cenários apresentados. É importante lembrar que algumas questões fundamentais permanecem ausentes neste tipo de abordagem e que é necessário vincular o crescente agravamento das questões ambientais ao predomínio de um sistema em busca de expansão constante, sem levar em consideração, contudo, o fato de estar circunscrito em um planeta com recursos limitados. “Hoje, mais que nunca, a verdade está no todo...” (HÉMERY, DEBEIR & DELÉAGE,1993).

Deve ser considerada a análise de Altvater (apud ROMERO, 1997) de que “a exacerbação dos problemas ambientais é inerente ao processo de desenvolvimento capitalista e conduz, inexoravelmente, como duas faces da mesma moeda, a uma polarização entre, de um lado, uma minoria de países com alto nível de consumo de recursos naturais, e de outro, os demais países excluídos destes benefícios, fadados a servirem como reserva destes recursos ou receptáculos da poluição passível de externalização por parte dos primeiros (como depósitos de resíduos perigosos ou como produtores de bens cujos processos produtivos são altamente poluentes)”.

A necessária aceleração da substituição dos combustíveis fósseis por renováveis não ocorrerá em ritmo suficiente se deixada aos desígnios do mercado. O papel dos governos é crucial e pode manifestar-se na implantação direta de projetos ou na fixação de metas a serem cumpridas pelas empresas do setor energético. O caráter concentrador do processo de crescimento baseado em recursos fósseis extraídos em diversas partes do mundo para abastecer os países considerados desenvolvidos, manifesta-se também na exclusão de grande parcela da população mundial que permanece sem acesso a eletricidade.

Neste contexto, a noção de eficiência não pode ficar restrita à viabilização tecnológica de, por exemplo, veículos mais econômicos. Precisam ser questionados os sistemas de transportes que estimulam o individualismo e de maneira mais ampla, os estilos de vida e consumo na participação dos ganhos com eficiência.

Qual é a eficiência que se deseja atingir? A eficiência do mercado, que tem demonstrado os mais diversos problemas de recuperação a cada nova crise (que inclusive são cada vez mais constantes)? Ou uma eficiência social, onde cada indivíduo exerce sua cidadania e tem direitos iguais a qualquer custo? Ou ambiental, na qual a eficiência se dá através dos resultados do impacto ecológico que se manifesta com clareza somente no longo prazo – fora do horizonte de análise de escolas econômicas, que resistem em reconhecer os limites da atividade antrópica.

Enfim, a questão energética precisa ser analisada como parte fundamental de um sistema que identifica a natureza apenas como recurso a ser dominado e utilizado em seu processo de reprodução, e que manifesta de maneira cada vez mais acentuada sua inviabilidade ambiental e social.

“...A transição (substituição energética) não pode reduzir-se a simples aperfeiçoamentos técnicos ou ao desenvolvimento de novas linhas energéticas: ela implica necessariamente, a mutação completa das sociedades, na escala do mundo. Quaisquer que possam ser sua duração e seu ritmo, esta mutação será global. Nenhuma revolução, até hoje, questionou realmente ou duradouramente as bases materiais da organização social, as quais não poderiam, aliás, ser modificadas por decreto. No entanto, nenhuma alternativa social será concebível, de agora em diante, se não implicar o estabelecimento de um novo sistema energético.” (HÉMERY, DEBEIR & DELÉAGE,1993)


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