BIBLIOTECA VIRTUAL de Derecho, Economía y Ciencias Sociales


NOVAS TRAJETÓRIAS ENERGÉTICAS

Sinclair Mallet Guy Guerra y Mariana Pedrosa Gonzalez



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A UTILIZAÇÃO MUNDIAL DE BIOMASSA

Outras fontes de bioenergia nos outros países ou são projetos laboratório ou com pouca maturação. Importante destacar que a geração de etanol nos EUA é a partir do milho e na Europa existe uma mescla, predominando pela produção da beterraba.

O gráfico 4 evidência este fato. Apesar de alguns focos de produção de etanol da cana de açúcar na Europa, os números mais significativos de produção estão relacionados à beterraba. Nos EUA está produção é restrita aos grãos, com maior predominância pela geração do milho. O gráfico 5 mostra uma previsão da produção de etanol da biomassa para o ano de 2013.

O uso da biomassa para geração de energia nos EUA e na Europa ainda é recente. Diferentemente dos resultados obtidos pelo Brasil, nestes países, seu uso ainda não atingiu uma maturação econômica (produção, geração, distribuição e uso final) e tecnológica. Além disso, existem controvérsias ambientais relacionadas à exploração dos resíduos das plantações. Tais controvérsias também se aplicam ao caso brasileiro.

Nos EUA, como mostram os gráficos 4 e 5, a produção de etanol, por exemplo, é realizada a partir dos resíduos das plantações de grãos, particularmente de milho. O gráfico 6 (a) mostra comparativamente as vantagens econômicas e tecnológicas obtidas pela produção de etanol da cana de açúcar, especialmente no Brasil. Observe que no primeiro gráfico, existe uma relação custo (US$ cents / litro). No caso brasileiro ele é nitidamente mais vantajoso, dado o processo de maturação econômica e tecnológica na produção, geração, distribuição e uso final. Com uma densa e complexa cadeia consolidada. Ainda para este gráfico, observe que na França, o etanol é produzido a partir da beterraba e é ligeiramente menos vantajoso economicamente se comparado com os EUA e bem menos vantajoso se comparado com a realidade brasileira.

Já o gráfico 6 (b), mostra a relação da quantidade de energia necessária para produzir o etanol com a quantidade de etanol produzido (output/input). Os melhores resultados são obtidos no caso brasileiro. Comparado com os EUA o caso brasileiro é quase 8 vezes mais eficiente e se estendermos esta comparação para o caso da França ele é praticamente 6 vezes mais eficiente. Importante ressaltar que na Europa, um dos principais produtores de etanol a partir da Biomassa é a França (etanol da beterraba).

Uma das grandes preocupações na produção de energia oriunda da biomassa nos EUA, bem como na Europa, é justamente o aproveitamento dos resíduos das plantações. Estudos realizados mostram que apenas uma fração destes resíduos pode ser retirada do solo, sob pena de empobrecimento do solo, erosão, a manutenção inadequada da estrutura do solo, a não moderação da mistura do solo e seus regimes de temperatura, dentre outros.

Muitas pesquisas foram realizadas para determinar a quantidade ideal de resíduos a ser retirada do solo sem provocar erosão e ou prejudicar a manutenção do ciclo natural. Este número está relacionado com diversos fatores. Segundo R. Lal (2005), estes fatores dependem da “soil erodibility, rainfall erosivity, terrain characteristics, land use, farming system, tillage methods and other soil/crop management practices”.

No caso do etanol produzido do milho, como é utilizado nos EUA, estudos apontam que a taxa de retirada dos resíduos das colheitas de milho estão entre 20-40% (2005, Lal), dependendo dos fatores acima citados. Este valor é restrito somente para os casos onde se deseja apenas não promover a erosão do solo. Para os outros casos, este número seria ainda menor.

Mesmo mantendo a porcentagem da retirada de resíduos do solo constante e limitada, ainda assim, a manutenção do ciclo natural é comprometida. A manutenção do SOM (soil organic matter) não ocorre adequadamente quando são retirados do solo os resíduos da colheita, mesmo que esta respeite o limite definido para evitar a erosão.

Os resíduos da colheita são fontes de macro e micro nutrientes, necessários para o crescimento das plantações e humificação dos resíduos. Os resíduos das colheitas são sempre uma fundamental fonte de energia para todos os processos microbianos no solo. Além disso, são responsáveis pelas formações de nascimento das plantações e reciclagem de nutrientes. Também contribuem para o seqüestro de carbono na atmosfera.

O que parece ser mais viável na geração de energia a partir da biomassa é a produção específica de uma determinada espécie vegetal para este fim. Muitas incertezas estão associadas ao se aproveitar resíduos de plantações que não tenham fins energéticos. A possibilidade de degradação do solo é evidente e perigosa. Agora, se plantações específicas de grãos ou afins, com finalidade específica energética, receberem manutenção adequada, com reposição de nutrientes no solo, com pesquisas aliadas com o intuito de mitigar os impactos relativos, o uso da biomassa para fins energéticos é possível e de grande valia.

Na Europa, atualmente, cerca de 6% da energia primária vem de fontes renováveis. Desta porcentagem, 3,7% vem da biomassa. A Comissão Européia (European Commission´s White Paper on Renewables) propôs uma meta de dobrar este valor até 2010, ou seja, a energia primária deveria corresponder a 12% de fontes renováveis. Estima-se que um terço deste valor venha da biomassa, principalmente dos resíduos agrícolas e florestais. Em termos de medida energética este valor se aproxima de 1.85 EJ/ano, evitando a emissão de 50 milhões de toneladas de carbono de carvão por ano ou 28 milhões de toneladas de carbono de gás por ano (2006, Tuck, et ali).

Nos EUA, tanto o ex-presidente Clinton (1999), bem como o ex-presidente Bush, traçaram metas para a redução das emissões de gases que provocam o efeito estufa. O primeiro propôs um incremento de 6 quads (6. 10 BTU) até o ano de 2030 de energia proveniente de fontes renováveis. Em 2003, o segundo traçou uma meta de redução de 18% das emissões de gases que provocam o efeito estufa. Ambas as metas só podem ser alcançadas com a participação da biomassa. A biomassa tem uma valor calorífico de aproximadamente 3x10 kcal/Mg (2005, Lal). Isto corresponde a 50% do poder calorífico do carvão e 33% do diesel. O valor de combustível de 1 Mg de biomassa está estimado em 18.6 x 10 J, equivalente a 2 barris (bbl) de diesel, 3 x 10 kcal ou 16 x 10 BTU (Lal, 2005). A tabela 3 mostra a produção de biomassa nos EUA e no mundo em 2001.

Em suma, a biomassa é uma importante e fundamental fonte de energia primária. Por ser renovável e apresentar baixas emissões de poluentes pode contribuir com as metas estabelecidas tanto para os EUA, bem como para a Europa. Contudo, pesquisas associadas ao incremento de biomassa na matriz energética destes países são de fundamental importância. Principalmente no que concerne aos impactos ambientais e sociais às populações submetidas. Faz se necessárias plantações específicas para fins de bioenergia, respeitando assim a utilização de resíduos das colheitas em plantações com outras finalidades (comida). Mesmo nestas específicas fazendas de bioenergia, a qualidade do solo das áreas de plantio e seus manejos são de fundamental importância, devendo sempre se respeitar a taxa de retirada de resíduos da plantação para evitar a erosão do solo.


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