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INFRA-ESTRUTURAS EM ENERGIA E TRANSPORTES E CRESCIMENTO ECONÔMICO NA CHINA

Elias Marco Khalil Jabbour



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II.6.3 – Últimas descobertas viabilizam opção

Apesar de a partir da década de 1950 o gás natural já ser utilizado na China para a eletrificação das indústrias químicas situadas em Sichuan, a “corrida” para a exploração em larga escala na China é muito recente. Inclusive o desenvolvimento de projetos para construção de gasodutos que, anteriormente, estavam limitados à área de Chongqing (onde se encontravam até então as maiores reservas chinesas) – somente sendo retomado com a descoberta de novos campos situados em Xinjiang e na Mongólia Interior.

Abaixo, seguem os maiores campos descobertos:

Na Bacia Tarim (noroeste da China), foi descoberto em julho de 2001 um campo que se convencionou chamar de El Kara II, ocupando 47 km2, que se converterá no maior provedor de gás do projeto de construção do gasoduto. O total de suas reservas pode chegar a 30 trilhões de m3. Deixamos claro que nos últimos 12 anos, 12 campos de gás foram descobertos na Bacia do Tarim.

Na Mongólia Interior, em junho de 2002, foi descoberta a maior reserva de gás natural fora da Bacia do Tarim – suas reservas verificadas giram em torno de 600 bilhões de m3. Ela poderá proporcionar energia suficiente para abastecer Pequim, Tanquim e as províncias e cidades das regiões norte, centro e leste do país.

Outras fontes de gás são os campos descobertos no mar da China Oriental – 20 deles nos últimos 10 anos. No final de 2002, suas reservas potenciais alcançaram 200 bilhões de m3.

II.6.4 – Falando rapidamente sobre o fator controle de preços do produto na China

A aceleração do processo de construção de uma economia de mercado coloca para o governo chinês o desafio de buscar a eficiência energética, vital para a maximização da economia do país como um todo. Para tanto, no caso do gás natural, fonte de energia cuja utilização em grande escala foi recém-instituída, reformas no sentido de criar um mercado consumidor e políticas de investimento são necessárias. E o 10° Plano Qüinqüenal, ao aprovar a construção de gasodutos como o oeste-leste, e os entendimentos com o governo russo para a construção de um gasoduto ligando os dois países (com origem na Rússia) demonstram a mudança de atitude do governo chinês com relação a essa fonte primária de energia, da qual – como descrevemos anteriormente – a demanda vem crescendo em todo o mundo.

Um dos fatores a levarmos em consideração é a questão dos preços. O cuidado para esta a análise é devido, pois grande parte dos estudos voltados para a questão na China é encomendada por agências estrangeiras que, sem preconceito de nossa parte, acabam por – na visão corporativa dos mesmos –, colocar em relevo a participação do Estado como regulador dos preços, redundando em baixísssimos preços para a indústria e os camponeses. A questão é que a China, com sua entrada na OMC, comprometeu-se em deixar o mercado regular os preços do gás no país; porém, no estágio em que nela se encontra a utilização do gás natural, é indispensável a manutenção de baixos preços para a formação de um mercado consumidor do mesmo.

Segundo estudo realizado entre a Agência Norte-Americana de Meio-Ambiente e a Universidade do Petróleo de Pequim intitulado de Expanding Natural Gas Use in China, o baixo preço do gás natural na China tem sido um sério obstáculo para sua expansão. Não acreditamos ser proibitivo, num primeiro momento, pois se relacionarmos outras determinações – como a imensa reserva de mercado no setor elétrico e as reservas descobertas no país –, chegaremos à conclusão de que o gás natural, como mercado potencial na China, tem alta liquidez no futuro e que o baixo preço de imediato é fator positivo para a fomentação de um mercado consumidor. E mais: a demanda futura por gás na China acabará equilibrando os preços no país em relação ao restante do mundo.

II.6.5 – Gasoduto oeste-leste: segunda maior obra em andamento da China

Após 5 anos de estudos, ficou pronto o projeto, que consiste num grande gasoduto para ligar os ricos campos de Xinjiang a Xangai, num trajeto de 4.221 km que atravessaria os rio Huang-ho por três vezes e as montanhas de Luliang, Taiye e Taihang. Abaixo segue mapa com a descrição do trajeto desse gasoduto:

Esse é o maior projeto de gasoduto – que começou a ser construído em 2002 terminará em 2005 –, depois de Três Gargantas, em todos os sentidos, desde a fundação da República Popular.

A obra tem dois movimentos contínuos: a ligação do gasoduto entre as cidades de Lunnan (Xinjiang) e Jingbian (Shaanxi), e a ligação da cidade de Xangai e a já referida cidade de Jingbian (Shaanxi). Compreende a prospecção e a exploração dos recursos de gás, a construção de gasodutos, além de todos os aspectos relacionados com a utilização industrial do combustível. A primeira vantagem econômica está no preço do m3 de gás natural importado: US$ 0,20 – enquanto para o consumo interno o gás natural de Tarim terá um custo de US$ 0,15. Esse preço, por ser aceitável para os consumidores, permite garantir benefícios de 12% para o projeto, e outros 12% para impostos em transporte. Segundo estimativas, os lucros surgirão quando o volume de gás transportado chegar a 8,4 bilhões de m3 – previsto para 2006 131.

O custo avaliado para o projeto é de US$ 22 bilhões, com a perspectiva de que sejam empregados milhões de toneladas de aço laminado. Dada a incapacidade tecnológica do país para produção de tubos de aço, imagens sísmicas de 4 dimensões, processamento de dados, entre outras técnicas que possam baraterar o custo do gás para consumo, capital e tecnologia estrangeiros são necessários. Para isso, tornou-se sem efeito a antiga norma que não permitia a nenhuma empresa estrangeira participar de todos os níveis de um projeto da ordem desse gasoduto. Para tanto, foi firmado um acordo para a constituição da maior joint-venture da história do processo de reforma e abertura 132. Isso ocorreu em julho de 2002, com 55% de capital chinês (Sinopec, PetroChina e Hong-Kong China Gás) e 45% estrangeiro, representado pela Rússia’s Gasprom (15%), a anglo-holandesa Royal/Dutch Shell (15%) e a ExxonMobil (15%). Os lucros são aguardados para 2006.

Acerca das perspectivas de mercado, esperamos que o projeto acelere o reajuste da estrutura econômica, da produção e da tecnologia das indústrias relacionadas. Até então, várias cidades litorâneas e do entorno do delta do rio Yang-tsé firmaram cartas e contratos com a finalidade de concretizar projetos de engenharia para obras públicas e de renovação energética de suas indústrias.

Segundo cálculos, para cada m3 de gás é preciso investir de 1 a 2 dólares em obras de engenharia. O projeto visa transportar 12 bilhões de m3, sendo 10 bilhões para o delta do rio Yang-tsé, implicando para isso a necessidade de investir cerca de US$ 10 bilhões em elementos de construção nos mercados consumidores da matéria-prima.

Tais investimentos serão executados sob provimento das próprias províncias beneficiadas com o gasoduto e, para isso, foram implantados departamentos provinciais que gerenciarão a utilização de gás e seus respectivos preços, além de créditos bancários e investimentos estrangeiros diretos 133.

A estabilidade do mercado depende também da velocidade em que será feita a reestruturação energética das caldeiras industriais abastecidas por carvão e petróleo, tendo em vista que 50% do gás natural utilizado na China têm como finalidade prover energia elétrica.


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