BIBLIOTECA VIRTUAL de Derecho, Economía y Ciencias Sociales


INFRA-ESTRUTURAS EM ENERGIA E TRANSPORTES E CRESCIMENTO ECONÔMICO NA CHINA

Elias Marco Khalil Jabbour



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II.3 – ENERGIA HIDRELÉTRICA: GRANDES PROJETOS E TRANSFERÊNCIA DO OESTE PARA O LESTE

A questão energética é o grande problema a ser enfrentado pela China nos próximos anos.

O ritmo de crescimento econômico e conseqüente aumento do consumo de energia tem sido observado e relatado em todos os órgãos de imprensa no mundo e a questão dos “limites do crescimento chinês” está em voga com os constantes black-outs a que tem sido submetido o litoral do país.

Pois bem, existe um problema concreto e algumas perguntas devem ser feitas:

1. Quais as possibilidades chinesas de enfrentamento desse problema em curto prazo? 2. Se existem tais possibilidades, onde elas se encontram? 3. O Estado chinês está empenhado, ou seja, está agindo na solução de tal problema? 4. Como será financiada a ampliação energética do país? 5. Como relacionar expansão energética, crescimento econômico e proteção ecológica? No nosso entender, são essas as perguntas a serem respondidas para uma análise mais isenta dessa questão.

Para esta seção, acreditamos ser importante demonstrar que a China, no que concerne à capacidade hidrelétrica não-instalada, tem condições de enfrentar esse problema. E mais: é interessante observarmos também como o país enfrenta a questão tecnológica, para a instalação de novas plantas hidrelétricas, como enfrenta a questão do financiamento. E, para tanto, esmiuçar os casos de Ertan e Três Gargantas é muito emblemático.

Por fim, entrelaçar a questão energética com o desenvolvimento regional e a tese de construção de uma economia continental a partir da transferência de energia do oeste para o leste, é um passo primordial para entendermos o processo de institucionalização do território econômico chinês.

II.3.1 – Ênfase na reestruturação e ampliação

Antes de adentrarmos aos tópicos específicos deste e dos demais temas concernentes à energia, faremos uma breve incursão no que se tornou um desafio para a China e seu desenvolvimento futuro: a reestruturação e ampliação energéticas.

Os novos recursos e fontes renováveis de energia se converteram na chave do desenvolvimento do 10º Plano Qüinqüenal. De acordo com ele, a China importará mais tecnologia avançada do exterior para localizar e industrializar a produção de unidades geradoras de energia eólica e solar, principalmente para o Tibet.

Para o ano de 2005, a proporção de carvão no consumo de energia cairá em 3,8%, em relação a 2000, e a energia não-contaminante, como o gás natural e a energia hidrelétrica, aumentará em 5,6%.

Até 2005, a China terá um aumento médio de crescimento anual de 13,2% na produção de gás natural, 8,3% na energia hidrelétrica e 29,6% em energia nuclear. Conforme decisão da Comissão Estatal de Planificação e Desenvolvimento, para o Plano já em execução será desenvolvida a prática de preços preferenciais para fontes não-contaminantes e de sistemas de cotas para fontes renováveis de energia.

A China tem realizado mais esforços para estabelecer uma base de produção de petróleo e gás natural nas porções ocidentais do país e começou um projeto – que descreveremos a seguir –, de transporte de gás natural do oeste ao leste.

Estão estabelecidos projetos-modelo para aplicação de tecnologias avançadas de limpeza de carvão e metano de carvão, com a construção de 40 usinas de limpeza de carvão com capacidade total de limpar 100 milhões de toneladas por ano do mineral.

A capacidade total de energia do país chegará a 370 milhões de kw em 2005 e a produção energética crescerá a 1,7 bilhões de kw/h. As estações energéticas estarão completamente transformadas em 2005, quando se prevê o início da queda dos preços da eletricidade por conta da concorrência entre estatais do setor.

Desde 1949 a indústria energética vem obtendo notáveis êxitos: naquele ano, a capacidade instalada era de 1,85 milhões de kw; em 1994, alcançou 192 milhões de kw; no final de 2001, 302 milhões de kw; e a previsão é de que chegue à marca de 370 milhões de kw, que colocará a China, no ano de 2005, como a segunda maior capacidade hidrelétrica instalada no mundo, ficando atrás somente dos EUA. A China é o país com o maior número de usinas hidrelétricas em construção, ao mesmo tempo em que se converteu no maior mercado de projeto desse tipo.

A imprensa tem dispensado especial atenção às “Três Gargantas do Rio Yang-tsé”, por se tratar do maior projeto do gênero no mundo. Chama-nos a atenção que, de um modo geral, os programas hidrelétricos estão na ordem do dia. Percebemos isso ao analisarmos projeto por projeto. Nessa análise, verificamos que, em 1999, registram-se 58 usinas hidrelétricas de médio e grande porte em construção, sendo 19 com capacidade de instalação superior a 1 milhão de kw. Nada menos que 10 serão super-usinas hidrelétricas: Três Gargantas, Ertan, Ljiaxia, Lianhua, Tianhuangping, Guangxu, Tianshengqiao, Xiaolangdi e Wanjiazhai e Xiaowan.

Para o 10o Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Econômico e Social, está previsto, como parte da estratégia central, transmitir energia elétrica do oeste, rico em capacidade hidráulica, para o leste, pobre em capacidade elétrica; porém, altamente necessitado de energia em geral, com a construção de duas grandes usinas com capacidade combinada de 18,6 milhões de kw – 0,4 kw a mais que a de Três Gargantas.

Todas essas obras contribuem sobremaneira para o controle das grandes enchentes que vitimam a China há séculos: além de força produtiva essencial para o desenvolvimento da nação, as obras hidrelétricas têm ajudado também no controle das cheias do Yang-tsé.

Quanto ao financiamento desses projetos, os dados são os seguintes: entre 1998 e 2001, foram investidos US$ 17,5 bilhões – 5 vezes mais do que entre 1991 e 1997. Deles, US$ 9 bilhões em forma de investimentos estatais; US$ 4 bilhões provenientes de bônus do tesouro; US$ 2 bilhões em investimentos estrangeiros diretos; e US$ 2,5 bilhões em empréstimos obtidos junto a organismos internacionais. Entre 2001 e 2005 (10o Plano Qüinqüenal), os investimentos previstos são da ordem de US$ 58,18 bilhões 97.


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