ESTUDO DO ÍNDICE DE EXCLUSÃO SOCIAL NO BRASIL: CASO TOCANTINS

ESTUDO DO ?NDICE DE EXCLUS?O SOCIAL NO BRASIL: CASO TOCANTINS

Yolanda Vieira de Abreu

Volver al índice

 

 

4.3 Políticas de combate a desigualdade Social

Para o enfrentamento da pobreza como insuficiência de desenvolvimento, são necessárias políticas universais na área social, no entanto, há a necessidade de adotar políticas sociais locais voltadas ao desenvolvimento, pois, para desenvolver é preciso crescer de maneira sustentável. Quando se fala aqui em desenvolvimento, fala-se em desenvolvimento socioeconômico, melhoria de vida para a sociedade como um todo, em especial para a sociedade menos favorecida economicamente.

Muitos outros fatores são colocados como de fundamental importância para que se chegue a uma sociedade mais justa e solidária. No entanto, a má formulação de algumas políticas leva a maiores desigualdades e concentrações, realidade essa enfrentada fortemente pelos países de terceiro mundo.

As políticas de exportações de produtos agrícolas são comprovadamente responsáveis por grande parte da pobreza e exclusão social, em especial nas zonas rurais, pois, conforme demonstra Strahn (1992), a prática de exportação desses produtos agrava frequentemente o abastecimento da população local, tendo também outro agravante, os produtores são extremamente mal remunerados pela sua produção.

Um exemplo importante citado por Strahn (1992) foi o da cultura de soja para a exportação, que em 1982 em 8,2 milhões de hectares de terra era produzido soja suficiente para a produção de forragem para a engorda de 40 milhões de porcos, se nesta mesma área fosse cultivado feijão, seria suficiente para a alimentação de 35 milhões de brasileiros ou com a produção de milho cobriria as necessidades de 59 milhões de brasileiros.

Observando o exposto acima, verifica-se que o aumento da produção de alimentos não é suficiente para reduzir a pobreza e a fome, para que isso aconteça é necessário que o diferencial de renda existente seja melhor distribuído, ou seja, os pobres e excluídos precisam ter emprego e renda suficientes para sua sobrevivência, pois a fome não é simplesmente uma conseqüência da falta de alimentos e sim de poder aquisitivo, o que afligi com mais freqüência os moradores de favelas, desempregados e camponeses sem terra. (Strahn, 1992).

As favelas e periferias das grandes metrópoles vivem de perto esse problema econômico devido a dependência econômica dessas, pois fornecem mão-de-obra barata para as metrópoles, e em contrapartida compram produtos caros. Devido ao baixo poder aquisitivo dessa população, em relação à população das grandes cidades, são gerados outros problemas como a criminalidade, que envolve em maior número a população jovem devido ao fato de não se conformarem com as desigualdades enfrentadas.

O êxodo rural é também um dos grandes problemas que os países subdesenvolvidos tem enfrentado, pois, o número de empregos nas cidades não cresce em proporções iguais ao crescimento do êxodo rural, e devido a isso se formam os “exércitos indústrias de reserva,” que vem a contribuir para a diminuição dos salários e, conseqüentemente, para o aumento da pobreza e exclusão social.

Para a correção dos problemas relacionados acima, decorrentes da exclusão social que grande parte da população brasileira enfrenta, verifica-se então a necessidade de intervenção do Governo por meio de políticas distributivas. Conforme Franco (2000), para maior eficiência das políticas e programas sociais, numa democracia, como é o caso do Brasil, uma das principais questões a se colocar é uma maior participação da sociedade, pois, o papel de uma sociedade informada e atuante não é o de esperar tudo do Estado, pois o Estado e a sociedade não podem ser considerados como compartimentos estanques, sendo importante a participação da sociedade principalmente na área de fiscalização.

Conforme consta Franco (2000), o tempo político dos dirigentes das instituições não coincide com o tempo social necessário para que surjam os resultados de sua atuação. Para tanto, é importante que se possa contar com a participação da sociedade na forma de agentes preparados, além dos governantes de turno para que, quando se passar de um turno para outro, não haja encerramento ou mudança de planos, com prejuízo para a sociedade.