EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA MOEDA


Yolanda Vieira de Abreu
Sanay Bertelle Coelho

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A EVOLUÇÃO DA MOEDA

No alvorecer dos tempos, os primeiros agrupamentos humanos não utilizavam qualquer forma de moeda. Esses grupos sobreviveram de uma forma simples de atividade econômica. Realizavam trocas diretas em espécie denominadas escambo. Segundo Rossetti (1998), suas atividades se baseavam na exploração da natureza, através da caça, pesca, coleta de frutos selvagens, utilização de cavernas e peles de animais. Em um estágio mais avançado de cultura econômica, as trocas começaram a se realizar dentro do próprio grupo ou com outros grupos que passavam a manter contatos. Neste ambiente, os indivíduos dispunham de excedentes de determinados produtos desejados por outros indivíduos, cujos excedentes não eram coincidentes. O que era coincidente era a necessidade e o desejo de trocas diretas. O indivíduo (ou grupo) A dispunha de excedentes desejados por B; e o indivíduo (ou grupo) B dispunha dos excedentes desejados por A. Assim, a troca se realizava diretamente em espécie.

Ainda segundo Rossetti (1998), estas formas bem rudimentares de relacionamento econômico foram profundamente alteradas a partir da primeira evolução agrícola, que era a fixação de certos grupos em determinadas áreas, onde começaram a praticar a agricultura organizada. Em conseqüência, a vida social passa a ser mais complexa. A produção e a divisão social do trabalho diversificam-se, ainda que em estágio primitivo, e a especialização começa a se manifestar.

Segundo Adam Smith (1996), uma vez estabelecida a divisão do trabalho, é bastante pequena a parcela das necessidades humanas que pode ser atendida pela produção individual do próprio trabalhador. A maioria de suas necessidades é satisfeita, permutando a parcela do produto do próprio trabalho que ultrapassa o seu consumo, por aquelas parcelas da produção alheia de que precisar. Daí a necessidade de trocar uma coisa pela outra, ou seja, a propensão a intercambiar.

Muitas foram as mercadorias a serem cogitadas e também utilizadas para esse fim. Por muito tempo o comércio sobreviveu dessas simples trocas e séculos se passaram até que um meio representativo do valor fosse inventado. Como relata Duram (1926), os primeiros instrumentos de troca foram aqueles aceitos por todos em pagamento: tâmaras, sal, peles, couros, ornamentos, instrumentos, armas, feijão, anzóis, pérolas, chá, pimenta e, por último, carneiros, porcos, vacas e escravos. Entre os caçadores e criadores, o gado era um bom padrão de valor e cômodo meio de troca.

As moedas que eram representadas por mercadorias, segundo Gastaldi (1995), variavam conforme o ambiente, os recursos naturais e mesmo com o gênero de trabalho predominante nas diferentes regiões. Eram mercadorias que de fato facilitavam a troca direta ou o escambo, permitiam a simplificação de cálculos efetuados pelas partes. E, de acordo com Hugon (1972), essas mercadorias deveriam apresentar as qualidades de utilidade de um bem econômico: ser rara para ter valor, corresponder a uma necessidade para ser desejada, procurada e aceita.

Ainda neste processo de troca persistiam certos inconvenientes existentes nas mercadorias-moeda. As mesmas não possuíam valor constante, suas formas eram indivisíveis e inúmeras mercadorias eram perecíveis. As mercadorias-moeda, portanto, funcionavam como intermediárias de trocas e medida de valores, mas não tinham uma terceira função que era a de reserva de valores.

Sempre sob a pressão do desenvolvimento da atividade econômica, a evolução monetária prossegue a fim de eliminar esses inconvenientes e conduzindo todas as sociedades a escolherem os metais preciosos como instrumento monetário.

Essa mudança, de acordo com Duram (1926), veio já no decurso das civilizações históricas, facilitando a troca dos excessos, aumentando a riqueza e o conforto dos homens.

A aceitação generalizada dos metais preciosos como moeda “deriva do fato de estes metais terem um valor intrínseco, são um meio monetário conveniente, uma vez que são portáteis e não estão sujeitos à deterioração” (Stanlake, 1989, p.132).

Como relata Weber (1968), os metais preciosos são inoxidáveis, pois não se alteram com facilidade, além disso, sua raridade contribui para que possuam uma valorização específica e, por fim, podem ser divididos mais facilmente.

Segundo Say (1986), não é de surpreender, portanto, que quase todas as nações tenham escolhido os metais para lhes servir de moeda. Assim, bastou-se que as nações mais industrializadas e mais comerciantes fizessem essa escolha para que as outras adotassem o mesmo.

Diferentes foram os metais utilizados pelas diversas nações. O ferro era o instrumento comum de comércio entre os espartanos; entre os antigos romanos era o cobre; o ouro e a prata eram os instrumentos de comércio de todas as nações ricas e comerciantes. Em geral se deu preferência ao ouro e à prata.


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