MERCADOS: DA ABSTRAÇÃO À DESIGUALDADE SOCIAL
Luiz Gonzaga de Sousa
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Classificação dos mercados
A rede dos mercados compreende várias situações em que se encontra um determinado produto, ou um grupo de bens disponíveis para a população. O produto pode estar só no mercado; pode sofrer influência de outros produtos em suas negociações, pode participar de um conjunto muito vasto de produtos dispostos à venda; e, pode estar no mercado com poucos produtos participando efetivamente do processo de troca, competindo bravamente com os pequenos, ou com os que tentarem interagir no processo mercadológico (TISDEL: 1978; pp. 82-85).
A classificação efetiva da estrutura de mercado pode ser vista por quatro óticas principais: a) concorrência perfeita; e, b) monopólio puro, como mercados abstratos; c) concorrência monopolística; e, d) oligopólio, como mercados reais ou efetivos, devido serem os que funcionam na realidade do sistema (HENDERSON & QUANDT: 1976; p. 102).
Para um mercado abstrato, a concorrência perfeita está fundamentada sobre quatro hipóteses de grande significado, quais sejam: a) existem muitas empresas vendendo determinado produto, isto quer dizer que cada firma controla pequena parte do produto total, causando pouco ou nenhum efeito sobre os preços do mercado; b) os produtos são homogêneos, valendo salientar que todas as empresas que devem ser conhecidas pelos compradores dos produtos que são iguais em todos os sentidos; c) existe livre entrada e saída das empresas, das mercadorias, dos serviços no mercado, cujos consumidores podem comprar onde quiser, sem qualquer interferência do Estado; e, d) há pleno conhecimento no mercado, entre todos os atores sociais (SIMONSEN: 1969; pp. 3-4).
Já para o monopólio puro, a hipótese funcional é a de que há uma estrutura onde existe um só vendedor, não há substituto próximo, não há concorrência direta, e o vendedor é o dono absoluto do mercado (LEFTWICH: 1974; p. 210).
O monopólio puro, apesar de não existir concorrente direto, existe o indireto e o potencial, onde no primeiro caso, existem bens substitutos imperfeitos, e a luta pelo cruzeiro do consumidor, e no segundo caso, são as empresas capacitadas a concorrer com um monopolista que não jogou todo seu potencial de ação no mercado, caso se possa participar neste mercado (FERGUSON: 1974; pp. 313-314).
Entre os mercados reais, ou efetivos, observa-se a presença da concorrência monopolista que está caracterizada pela diferenciação do produto, procurando a qualquer custo mostrar que o seu produto é melhor do que o do seu concorrente, isto processado na marca, na composição de manufatura, na patente, na embalagem, e em muitas outras formas de diferenciar um produto do outro.
Este tipo de mercado surgiu da união da concorrência perfeita com o monopólio puro, sendo mais próximo da concorrência perfeita, com a restrição da homogeneidade, pois ele só existe efetivamente no longo prazo.
Por fim, aparece a estrutura oligopolista onde uma indústria com pequeno número de grandes empresas produz um certo volume de produto. Nesta rede mercadológica, o que bem diferencia da concorrência monopolista é a quantidade de empresas atuando no mercado (HEILBRONER: 1973; pp. 150-151).
Uma estrutura oligopolista procura sacrificar o seu vizinho com propagandas e promoções frente às relações sociais para tirarem os concorrentes de seu caminho. Um outro fator que caracteriza um oligopólio, é o sistema de coalizão, ou cartel, que origina os famosos grupos internacionais de mercado (LABINI: 1980; pp. 89-91).