ECONOMIA, POLÍTICA E SOCIEDADE CONSIDERAÇÕES FINAIS
BIBLIOTECA VIRTUAL de Derecho, Economía y Ciencias Sociales

 

ECONOMIA, POLÍTICA E SOCIEDADE

Luiz Gonzaga de Sousa

 

 

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Este trabalho teve como objetivo investigar a economia, a formação social e sindical e política de Campina Grande, assim como, sua circunvizinhança. Com isto, conseguiu-se algum resultado muito importante no conhecimento do que aconteceu em Campina Grande, desde o seu nascedouro até os anos da década de 1980. Nestes levantamentos, muitas informações foram levantadas, e conseguidos alguns esclarecimentos sobre a realidade da formação política da população dessa cidade, isto é, a formação dos sindicatos, das sociedades de amigos de bairro, a sua confederação e alguns outros movimentos que levaram a uma conscientização desse povo. Também, é claro, os partidos políticos tiveram participação nesses movimentos quando, inclusive, esses movimentos estavam tolhidos de se pronunciar a favor da população.

Sobre os movimentos comunitários no município, observou-se que foi um movimento importado, mas, que contribuiu muito para a formação política, não somente de Campina Grande e circunvizinhança, porém, todo Brasil participou desse trabalho. Foi com os conhecimentos de princípios revolucionários que o país conheceu a democracia e com a democracia, veio o clarear dos direitos do cidadão, como político e como amigo de bairro. Importante, também, frisar que muitos políticos partidários usufruíram desses ensinamentos e participando do processo de formação, muitas das vezes se debelando contra todo esse movimento. São os chamados demagogos que usam a filosofia dos movimentos comunitários, na verdade, são agentes do sistema que buscam sempre se locupletar com as benesses do poder, em cuja capa vestem-se de comunitários, ou de revolucionários

Os movimentos comunitários são, até certo ponto, ingênuos e bem intencionados, quando tem por meta fundamental, o bem-estar (well-fare) de seus irmãos e companheiros de batalha; são os chamados idealistas que desejam um mundo melhor para todos. Estes movimentos não são de hoje, isto é, do século XX, ou de alguns iniciadores de movimentos de base, ou de comunidades sofridas que precisam de ajuda, mas de toda uma conjuntura que necessita conhecer-se. Entretanto, sabedores de que os movimentos comunitários se sensibilizam com qualquer discurso de ajuda mútua; de solidariedade; é que muitos políticos têm tirado proveitos desta situação e depois dão as costas. Têm outros políticos que nascem no movimento comunitário e depois de conseguido seu intento, fazem como querem e entendem, deixando o trabalho comunitário ao deus dará e o que passou, passou.

No caso de Campina Grande, levantaram-se alguns fatos interessantes que devem ser levados em consideração, isto significa dizer que, os trabalhos comunitários sortiram alguns efeitos importantes para o processo de desenvolvimento do município. Muitas reivindicações que são feitas na cidade sobre questões de bairro têm se levando em consideração, tendo em vista que, precariamente, mas, são atendidas, pois, existem os famosos amigos pessoais do prefeito, ou governador que têm certos privilégios. É uma lástima, mas, inegavelmente, é um ponto importante que deve ser levado em consideração e isto tem trazido algum trauma aos bairros que seus representantes participem de outros esquemas de grupos políticos, pois, isto é degradante, tanto para as autoridades da administração municipal, como para o próprio prefeito que se deixa levar por este tipo de política mesquinha.

É fácil recordar que muitos políticos mais direitistas, ou menos radicais, tinham medo de que o governo popular e socialista, pelo menos em princípios, fosse tornar Campina Grande numa soviétes existente no coração da Paraíba. Era fácil ver nas conversas de política o temor de o município ser dirigido por comitês de bairro, em cuja filosofia não era bem entendida pelos seus partícipes municipais. Constatou-se que boa vontade o governo até que teve, mas, as situações que cercavam e a própria índole do dirigente maior não ser a de um trabalho comunitário, essas idéias morreram e Campina Grande não teve o prazer de trabalhar comunitariamente. Voltou-se ao passado de um governo ditatorial, um rei absoluto, em cujo movimento de base, ou comunitário era somente faixada, ou cabide de emprego para cabo eleitoral que participasse do esquema.

Movimento comunitário, significa democracia, significa participação do povo, não o povo no sentido lato, isto é população, mas, o povo no sentido da representação em que todos participam, com discussões, debates, participações e exigências. Sob este slogan defragou-se a "Revolução de 1964", em cujo princípio não há como entender um movimento democrático que prende quem fala, que mata quem lidera e tortura aquele que trabalha pelo bem-estar (well fare) da população de qualquer parte do mundo. A fundamentação democrática se dar de maneira contrária, isto é, conversação, ouvir os movimentos de base, selecionar as melhores idéias, estas que façam desenvolver a comunidade e tentar aplicá-las no dia a dia dos comunitários. E aí vive a democracia e a participação de todos na luta pela melhora de quem quer um mundo melhor, cooperativo e associativista.

É dentro desta filosofia que neste trabalho vão algumas idéias sobre como se viver democraticamente, socialmente e cooperativamente, sem rechaçar os princípios capitalistas que podem viver conjuntamente dentro da ordem e do progresso. Sendo assim, propõe-se uma economia comunitária que nada mais é, do que um capitalismo humano, em cujos recursos gerados deverão servir para todos os seus participantes e nunca grupos familiares, ou de oligarquia exploradora. Ainda mais, propõe-se uma SETRABES (Secretaria de Trabalho e Bem-Estar Social) diferente, que não viva de doar caixões de defunto, ou feirinhas a pedintes, ou remédios a doentes pobres mas uma Secretaria que procure melhorar a situação social do ser humano. Isto se faz na cooperação com os industriais, os comerciantes e até mesmo latifundiários, na busca de tentar minorar as desigualdades sociais existentes no município, como as favelas e os bairros pobres.

Na secção desses trabalhos, procurou-se mostrar alguns movimentos de ação no mundo da política, em especial, de um partido que viveu muito tempo sendo oposição que, de repente, acha-se no poder. Tem-se que a oposição no poder, só conseguiu devido conchavos e barganhas para que se obtivesse, na verdade, as condições de se chegar à dominação do ambiente político. Desta feita, a oposição no momento, chega ao poder porém, os ideais de tantas lutas que se travaram ao longo de tanto trabalho de conscientização, foram deixados de lado e a única opção que restou foi emprestar a sigla a um forasteiro e o próprio partido ficar de fora. Esta é a contradição entre política e poder, ao considerar que política é administração; é congregar idéias; é buscar progresso e é, sobretudo, o gerenciamento dos contrários, pois, só assim, é que se conseguirá dar bem-estar a uma sociedade.

Depois destes estudos sobre política e movimento comunitário, é que, investigou-se a situação da formação da economia campinense, desde os inícios da formação de sua economia até os dias atuais ao se trabalhar com a economia industrial dos calçados. Quanto ã economia campinense, conseguiram-se muitas informações importantes sobre as suas origens, isto é, as descobertas que aconteceram quando Campina Grande nascia para o progresso. Os tropeiros, a produção do algodão, as feiras livres foram os marcos do nascimento da cidade, todavia, de lá para cá houve alguns progressos, que culminaram com o nascedouro das fabricas de transformação. Nestes estudos limitou-se a estudar a economia dos calçados, mas algumas outras atividades também surgiram ao mesmo tempo que a economia campinense se organizava para o seu crescimento, apogeu e surgimento de derivados, ou outros setores que necessitasse.

Os estudos prosseguiram levantando pontos importantes quanto  ã economia do forródromo, que foi uma idéia de Ronaldo Cunha Lima, em tornar o ambiente do parque do açude novo, não numa palhoça de festas juninas, mas, num marco de festas de São João/São Pedro que são próprias do Nordeste brasileiro. Foi desta forma que surgiu o Forródromo e é muito importante para a economia, tendo em vista que esquentou a economia informal do município e deu condições de sobrevivência a uma grande parte de famílias pobres, é claro que não resolveu o problema do desemprego, mas, é um paliativo forte na sua minoração. A efervercência do forró serviu não somente para Campina Grande, mas, toda a região do Nordeste pode se beneficiar com a ativação do São João/São Pedro e o mais importante, é que acordou este tipo de festividade nas cidades da redondeza que a muito tempo não atuava.

Voltando aos movimentos comunitários, é bom salientar, a sua atuação em diversas atuações do governo municipal e os limites impostos pêlos movimentos, feitos pelas sociedades de amigos de bairro e o governo teve algumas vezes que retroceder. É o caso dos transportes coletivos urbanos que numa constante subida de preços, o governo municipal teve que organizar melhor a sua estrutura e partir para estipular tarifas de coletivos urbanos dentro de uma certa limitação. Foi um ganho dos movimentos de base que conseguiram impor a sua força para o bem da coletividade, mesmo no princípio desse certo e depois, com esse movimento comprometido, as forças comunitárias esvaíram-se, deixando tudo nas mãos do titular do município. Tudo isto foi constatado nas pesquisas que foram feitas para se conhecer a situação política das comunidades campinenses e o que fazem para conseguir benefícios para os bairros.

Além destes trabalhos já citados, não poderia deixar de incluir uma investigação que foi feita nas favelas campinenses, que constitui hoje em dia um problema social muito grande, não somente nas cidades pequenas e pobres, mas, também, nos grandes centros onde a miséria campeia. Ao se observar as favelas e fazer as devidas simulações sobre seu nível de renda e de educação, verificou-se o que se comprovou em diversos estudos de pesquisadores já consagrados. A falta de higiene; a prostituição; a falta de educação escolar; as habitações sem de condições de vivência e a promiscuidade existente são pontos nevrálgicos das moradias na favela. Este estudo deixou clara esta situação de pobreza e miséria em que vive o homem favelado, vindo do campo, ou pessoas que querem formar uma família e não tem condições de organizar uma casa residencial para uma vivência tranqüila e feliz.

Este leque de estudos também pode dar condições de que se investigasse a vida e história de Boqueirão, cidade interiorana que participa direta e indiretamente do cotidiano de Campina Grande, tendo em vista que as indústrias e a vida deste município está na dependência direta do açude Epitácio Pessoa. O potencial deste açude abastece Campina Grande a algumas cidades de sua circunvizinhança, todavia, sem a participação da água na vida econômica da região, talvez não tivesse condições de Campina Grande conseguir algum progresso sócio-econômico. É desta forma que Boqueirão participa da economia de Campina Grande e de maneira muito mais forte que é a influência de seu açude na economia regional, pois, são os açudes, questões soluções para a Nordeste e que têm trazido grande polêmica quanto às secas existentes e que sua situação não foi revertida.

Vale salientar que os açudes produzem peixes de diversos tipos e que podem ser tratados como elementos econômicos de fundamental importância para os habitantes de suas margens e daqueles que vivem da pesca de peixes de água doce. Poder-se-ia fazer um trabalho de cooperativas, onde os trabalhadores poderiam melhor racionar esta atividade e tê-la mais lucrativa, pois, somente uma cooperativa seria a solução para muitas famílias que vivem da pesca. Neste mesmo sentido, pode-se encarar a questão da pequena produção, que constitui muitas dificuldades para as autoridades governamentais, que não sabem tomar decisões cabíveis para eliminar ou diminuir este problema. A pequena produção industrial, ou rural deve ser bem estudada para que haja um direcionamento da atividade produtiva da região que precisa ser melhor estruturada dentro daquilo que ela já vive cotidianamente.

Finalmente, os estudos levantados dizem que não é preciso, de maneira tão radical uma reforma agrária, mas uma estruturação que deixe o homem do campo viver no campo, proporcionando-lhe condições de trabalho mesmo que ele tenha que pagar os recursos adquiridos. Foi feito um estudo sobre reforma agrária e se constatou a necessidade de que o homem do campo fosse melhor visto pelas autoridades que relegaram o campo a um plano bem inferior daquele que ele na verdade merece. O Nordeste, a Paraíba e Campina Grande estão dentro do semi-árido, região seca e com pouca produtividade e dentro dos princípios de reforma agrária que se poderia chamar de outro nome, poderia ser melhor estudada a questão das secas, da pequena produção e da possibilidade de formação de cooperativas que dessem condições de um progresso do povo interiorano e sobretudo, das zonas semi-áridas que necessitam de apoio e recursos.

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