ONDE ESTÃO NOSSOS ECONOMISTAS
BIBLIOTECA VIRTUAL de Derecho, Economía y Ciencias Sociales

 

ECONOMIA, POLÍTICA E SOCIEDADE

Luiz Gonzaga de Sousa

 

 

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ONDE ESTÃO NOSSOS ECONOMISTAS?

 

Em mil novecentos e sessenta, nascia a idéia de se ter em Campina Grande, o Curso de Economia. Não se sabe precisamente o principal inventor desta iniciativa, mas tem-se como arquiteto, um grupo de intelectuais que sentou ao redor de uma mesa e estudou a possibilidade de se iniciar o curso de economia. Nesta mesa estavam Agassiz Almeida, William Arruda, Edvaldo do Ó, Lopes de Andrade e outros. Pelo Parecer de número 525 do Conselho Nacional de Educação, aprovado em 04 de novembro de 1960, nascia o Curso de Economia da Escola Técnica de Comércio Municipal de Campina Grande. Esta Escola de nível Superior funcionava na Av. Getúlio Vargas, 44, no Centro da Cidade, onde hoje está a Faculdade de Administração e Contabilidade da Universidade Regional do Nordeste.

Entre os muitos objetivos que pretendia esse grupo de lutadores da causa de Campina, estava o de que o Curso de Economia iria prestar grande colaboração ao desenvolvimento da atividade econômica do Município e do Estado. Esses objetivos foram concretizados porque já existem, nos mais diversos recantos do Estado, economistas formados pela Faculdade de Economia de Campina Grande - FACE, prestando os mais inestimados serviços à economia regional. Coloca-se em termos de FACE, porque a primeira turma de concluintes em Economia de Campina Grande, formou-se em 1964 e já funcionava em Bodocongó, na famigerada Faculdade de Ciências Econômicas, na oportunidade colaram grau 12 concluintes, sendo 10 homens e 2 mulheres.

Naquela época, o Curso de economia era um refúgio para os reprovados dos vestibulares de Engenharia e de Medicina, ou daqueles, que sentiam deficiências em Matemática, Química, Física e/ou Biologia. Isto significa dizer que esses alunos que criaram certos temores em relação a estas disciplinas recorriam ao chamado Curso Clássico ou supletivo (também chamado - de 99) e, segundo imaginação individual, a única opção que lhes restava seria cursar o Curso de Economia. Numa olhadela a uma pequena estatística histórica sobre os egressos do curso de Economia, nota-se que entre 1964 e 1971, o número de formandos era mais do sexo masculino. Por outro lado, especialmente, no período de 1977 a 1982 as mulheres têm tomado a liderança dos concluintes de Economia e numa porcentagem bastante alta.

            Em 1986, existiram mais ou menos 752 formados pela Escola de Economia de Campina Grande, incluindo a ex-FACE, o CCT e agora o Departamento de Economia e Finanças, do Centro de Humanidades. Frente a isto, resta uma pergunta: onde estão todos os economistas formados por Campina Grande? E com esta pergunta surge outra: Será que eles estão exercendo a profissão realmente de economistas ou fizeram um outro curso para sobreviverem como profissionais de nível superior? Vale a pena dar uma parada para uma discussão com os velhos companheiros que tiveram como formação o Curso de Economia e procurar um direcionamento ao profissional, sustentáculo do país. O importante é que não se deixem levar pelo egoísmo de uma profissão de aparente sucesso, mas que se realizem como profissionais.

Na antiguidade, formava-se um profissional em Economia para ser um profissional liberal, com seu escritório, prestando seus serviços à comunidade, tanto patronal como trabalhadora e, muitas vezes, ao governo a serviço da população. Nos últimos anos, a coisa mudou e o economista só serve para calcular custos, fazer algumas projeções estatísticas e preparar relatórios para apresentar ao gerente/administrador. Uma atividade mais comum do economista era fazer projeto de implantação ou expansão industrial, mas os bancos padronizaram esses projetos com formulários próprios e não há necessidade de economistas perderem seu tempo com tal coisa que os bancos já fazem. E aí o economista sobra.

Além destas dificuldades que os economistas enfrentam hoje, verifica-se uma grande invasão de profissionais de outras áreas na atividade do economista, como por exemplo: os administradores, os contabilistas, os advogados e muitos outros que enveredaram pelo caminho dos economistas, desempregando-os. Precisa-se congregar todos os economistas, não só de Campina Grande, mas do Brasil, em busca de um posicionamento sobre a situação de sua categoria na sociedade brasileira. Neste sentido, surge uma indagação muito importante, o que é que faz o economista? Qual a sua real função nas empresas e na sociedade? Frente a isto, é necessário responder a estas perguntas, para se entender melhor a situação do economista.

Respondendo a estas perguntas que foram formuladas acima, é interessante que se tenha em mente que a função do economista é de um homem engajado politicamente dentro da sociedade, tendo em vista que a economia é a superestrutura na escala social de uma nação. O economista aloca ou propõe que se aloquem os recursos escassos da sociedade, de maneira a satisfazerem os desejos de todas as classes sociais. Os economistas devem lutar por uma melhor distribuição de renda no país, por um melhor nível de bem-estar à a toda a sociedade, por uma dívida externa que não comprometa a soberania nacional e, finalmente, por eliminar de uma vez por todas o nível de desemprego no país. Isto não é fácil, mas não é impossível, é só lutar num nível de conscientização que atinja a todos.

Os economistas formados por Campina Grande estão em todas as partes do país. Alguns com bons empregos, outros não, mas o importante é que os empregados estão contribuindo para o desenvolvimento da nação brasileira. Por outro lado, alguns desempregados são mulheres que não quiseram ingressar no mercado de trabalho, conseguindo facilmente um casamento, onde os afazeres domésticos impossibilitaram um emprego fora do lar, porém existem outros que involuntariamente não conseguiram emprego, especificamente nos últimos cinco anos. Para este tipo de desempregado só existem duas hipóteses, ou o mercado de trabalho está saturado (hipótese improvável) ou o nível de ensino não habilita os estudantes a assumirem uma profissão de um nível desejado por um bom profissional (hipótese mais favorável).

Em 1972 foi implantado o sistema de créditos, isto quer dizer que o estudante paga determinados créditos por semestre a o invés de ser anual. Isto funciona da seguinte maneira: uma determinada disciplina teria duração de um ano e se estudaria em todos os detalhes relativos àquela disciplina e se estabeleceria uma certa coerência seqüencial no curso. O sistema de crédito dá direitos ao aluno de cursar a disciplina num semestre, ou mais especificamente, mais ou menos dois meses e, neste tempo, não existem condições de se aprender algo neste curto espaço de tempo, além do mais, não existe uma obediência ao sistema de pré requisitos pré estabelecidos. A verdade é que o aluno quer terminar seu curso de qualquer maneira, não importa o nível de seu curso, entretanto, no mercado de trabalho começam os problemas de qualidade da mão-de-obra empregada.

Nos dias atuais, constata-se a explosão dos mestrados em todos os recantos do país. Buscam-se doutores dentro e fora da nação e os privilégios começam a dirigir-se aos alunos de pós-graduação ou mestrado, deixando de lado a base de toda a formação de um profissional, o curso de graduação. Os doutores e mestres contratados como professores das universidades, retraem-se aos cursos que lhes dão status, ou lhes facultam tempo ao seu repouso pessoal nas praias, ou onde lhes convier, abandonando o curso de graduação, onde poderiam oferecer aos alunos um bom preparo intelectual teórico ou experimental, mas isto não acontece. Os alunos de graduação são rechaçados a um terceiro plano, sem nenhuma orientação e apreço.

As prioridades dadas aos cursos de pós-graduação, especificamente os mestrados, têm posto em dificuldade os cursos de graduação existentes no país. Um exemplo disto, é que uma universidade quer ter um curso de mestrado, faz-se um projeto; sendo aprovado, começa-se o processo de contratação dos profissionais que irão atuar neste campo de trabalho, muitas vezes são profissionais de outras áreas de domínio intelectual, sem a mínima condição de participar daquele trabalho, mas têm mestrado, este serve, embora não entendam daquela atividade. Isto aconteceu com o mestrado em Economia de Campina Grande que contratou professores e mais professores, os chamados "mestres" e na hora de trabalhar no curso de graduação em economia, eles não conheciam de teoria econômica.

Concluindo, os mestrados sucatearam os cursos de graduação em todo o país e não foi somente o curso de Economia, mas todos os cursos tiveram uma preocupação com os mestrados e esqueceram do melhoramento do curso de graduação e o resultado é a degradação da primeira formação superior. As experiências com os "mestrados" e "doutorados" não devem valer a pena esquecer os trabalhos com a formação acadêmica (graduação), ao considerar que as universidades formam e especializavam profissionais e aqueles que têm alguma coisa no intelecto vão para a iniciativa privada, entretanto, os incapacitados e com doutorado mal feito no exterior (salvo exceção) não contribuem bem para a formação dos profissionais de dentro do país.

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