O ESPIRITISMO NÃO É CIÊNCIA
BIBLIOTECA VIRTUAL de Derecho, Economía y Ciencias Sociales

 

DEBATE E DISCUSSÖES

Luiz Gonzaga de Sousa

 

 

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O ESPIRITISMO NÃO É CIÊNCIA

No mundo materialista, quando se discute qualquer assunto polêmico, exigem-se provas, para verificar se esta questão é verdadeira, ou não; é o imperativo do teste de São Thomé. Assim sendo, não se acredita em nada, que não seja provado concretamente; é o ver e medir para crer o que aparece em primeiro plano, e a ciência é o credo formal; onde, qualquer fato sendo científico é verdadeiro, cuja apresentação real nem sempre procede. Assim, tem-se que a ciência, às vezes, parte de princípios falsos, culminando com conclusões aceitas como verdades; pois, não existindo fato novo, que prove a sua incoerência, é verdade, mesmo que relativa. A verdade absoluta não precisa mais de prova; não traz polêmica, portanto, passa a ser lei, que é imutável, e é eterna por um longo tempo.

Para FONTANA (1964) em seu livro de filosofia, o termo ciência vem do latim scire, que etmologicamente significa conhecimento, saber. Ao apresentar este conceito, verifica-se que ciência é simplesmente lógica, coerência; é conhecimento sistematizado; é o saber sintético e justificado. Já ARISTÓTELES (384 - 322 a.C.) , considerado o Pai da ciência, legou à humanidade que, ciência é conhecimento das coisas por suas causas. Com isto, ele quer explicar que não se conhece nada da atualidade se a pessoa não entende a origem; no entanto, uma origem consciente, justificável, pode-se até dizer: certa. E, quais seriam as causas fundamentais que se podem listar sobre um fato? Lista-se como sendo a material, a formal, a eficiente, e a final; pois, conhecer estas causas é fundamental para se desvendar o mundo real.

Muita gente quer participar da ciência somente com idéias soltas, com conhecimento vulgar, simplório, sem nenhuma base, com nenhuma causa, e fala com uma propriedade que muitas vezes leva alguém a acreditar que tal fato é verdadeiro. A este tipo de coisa, pode-se chamar de senso comum, ou até mesmo de informações necessárias às conversas entre amigos, ou mesmo comunicações informais entre os seres vivos; todavia, nunca pode ser denominado de parlatório científico, quer dizer, diálogo com base na ciência, no questionável. A verdade é científica, porém, nem toda ciência tem resultados verdadeiros, ao se considerarem suas hipóteses, os seus objetivos, ou até mesmo as suas premissas iniciais, no entanto, as falácias aparecem para desnortearem os seus resultados divulgados.

Desta feita, é imprescindível a explicação de HUSSERL (1898), em seus estudos fenomenológicos, ao deixar claro que a

ciência é um sistema de conhecimentos certos e prováveis, baseados em princípios sistematicamente ordenados e, no sentido demonstrativo, agrupados doutrinariamente .

Assim, o conceito deste pensador é de fundamental importância, não obstante, não considerar um fator necessário a todo trabalho científico, isto é, não deixa claro o elemento metodológico, e nem tão pouco, como se conseguem resultados novos que irão participar da ciência. O trabalho da ciência é organizar os fatos, classificá-los para um melhor entendimento da realidade, bem como, na medida do possível, extrair conclusões verdadeiras sobre a realidade, cujo desiderato ainda é uma verdade relativa, onde a discussão perdura.

Com este pequeno intróito, verifica-se que fazer ciência é buscar as verdades, mesmo que sejam verdades relativas, porque a ciência significa polêmica, discussão, não uma verdade absoluta, indiscutível, imutável e eterna, pois, se assim fosse seria lei. E por falar em verdade, observa-se que, o entendimento da palavra verdade parte de um questionamento que vem desde os filósofos antigos como ARISTÓTELES (384 - 322 a. C.) que concluiu que a verdade é dizer que o que é, é, e o que não é, não é . Trazendo aos dias atuais, tem-se o que FONTANA disse: a verdade é uma relação de conformidade entre o conhecimento e a coisa conhecida . Pois, não se pode fazer ciência, sem conhecer a verdade, o significado de verdade e, sobretudo, se essa verdade é real, mesmo que seja polêmica.

No século XIX prevaleceu o materialismo, as teorias do positivismo eram a coqueluche do momento, e a ciência caminhou por outras estradas, em cujo princípio se consolidava aquilo que deveria ser comprovado, e ser provado concretamente, sem que a lógica filosófica também participasse deste processo de conhecimento. August COMTE (1854) foi o primeiro a estruturar o positivismo, justamente no momento em que as simulações kardecistas estavam sendo elaboradas entre estudiosos esotéricos, desvendadores do mundo espiritual, e atuação dos espíritos, quanto ao relacionamento humano, e a existência depois da morte. Naquele momento, o trabalho espiritual, ou a elaboração do “Livro dos Espíritos” (KARDEC; 1857), passou pelo crivo de se saber a firmeza das verdades que estavam naquele compêndio.

Ao utilizar o método de perguntas e respostas (Maiêutica), o prof. RIVAIL (KARDEC; 1857) escreveu o "Livro dos Espíritos", onde usou todos os ângulos de seu pensamento, ou cruzamento de perguntas sobre o que acontecia com o mundo extra-corpóreo; as origens do ser humano; a formação dos mundos e das coisas; em fim, tentou conhecer a realidade verdadeira do cosmo. Tudo isto começou com esse autor, porque os efeitos mediúnicos aconteciam, as pessoas não queriam conhecer tal realidade, e procuravam ridicularizá-los, considerando-os como brincadeira e, até mesmo, quando reconheciam a veracidade de tais acontecimentos, mantinham-nos com objetivos de ganhar a vida em apresentações ao público; pois, os espíritos vieram mostrar a realidade e estava chagada a hora de que o povo precisava conhecer a verdade absoluta entre os dois mundos.

Na verdade, o prof. RIVAIL (KARDEC; 1857) utilizou um método, fez um trabalho de investigação, observou bem os fenômenos para poder tirar as suas conclusões sobre aquele problema que estava sendo averiguado; quer dizer, utilizou-se de uma atividade científica para as conclusões, que se tiram de uma atualidade. No entanto, no tempo do prof. RIVAIL (1857), a dialética marxista estava em voga, e o positivismo de COMTE (1854) era a vanguarda da ciência daquele momento, pois, a sociedade materialista daquele instante só aceitaria aqueles resultados espiritualistas se fossem científicos. E isto o prof. RIVAIL (1857) fez com muita propriedade, isto significa dizer, os trabalhos desse professor obedeceram todos os critérios da ciência daquele momento, sendo assim, aceito e divulgado que o espiritismo poderia utilizar a ciência para justificar seus fatos.

Entrementes, é difícil encarar o espiritismo como uma ciência, tendo em vista que, ciência é verdade relativa e espiritismo é verdade absoluta. Verdades relativas são mutáveis, ou se baseiam em hipóteses e suposições, frente aos fatos, para as devidas provas de uma realidade discutível. Verdades absolutas são verdades incontestáveis, imutáveis, eternas; é apenas verificar a atuação da lei universal no viver do dia a dia das pessoas, coisas e animais, que se acoplam plenamente no conceito de leis. Com isto, não se quer dizer que o conhecimento sobre o espiritismo deva ser cego, sem questionamentos; mas, os homens, é que têm que pensar sobre o sistema epistemológico que se lhes apresenta, para dar mais consistência aos dados reais que chegam, para que se possa entender a realidade dos mundos.

Os seres humanos, é que, têm que conhecer as leis divinas para que possam trilhar por caminhos certos e, só assim, estarão sempre dentro das leis da natureza, das leis de Deus, e das leis cósmicas. As imperfeições do ser humano fazem com que não consigam enxergar a realidade da vida e busquem sempre as provas materiais para conseguir entender a existência de Deus e de suas criaturas. Infelizmente, o mundo espiritual teve que mostrar provas para que o homem pudesse ver e sentir a realidade de sua ignorância, de sua limitação, apegando-se ao teste de São Thomé, para mostrar à humanidade que o espiritismo é científico. Isto significa dizer que os habitantes do mundo só acreditam num grupo de abnegados que, com base em hipóteses falsas, muitas vezes, extraíssem verdades de uma realidade que é concreta e eterna.

A ciência é a descoberta do mundo material por excelência. O espiritismo é uma ajuda, que a irmandade do astral superior traz a este mundo, para que os cientistas e as pessoas possam caminhar mais depressa no processo evolutivo da humanidade de todos os tempos. Aceitar os fatos pela aprovação das ciências da terra é uma prova cabal da ignorância em que o ser humano está submetido e não consegue com suas próprias mãos, dar um passo se quer, rumo a sua capacidade de pensar e agir, de acordo com o seu livre arbítrio. Os resultados científicos do planeta terra têm, em sua maioria se baseado em princípios falaciosos, que durante longos tempos, obstruíram o avanço da humanidade, ao longo da história, enquanto o espiritismo é verdade essencial, em todas as instâncias.

Em síntese, o espiritismo não é ciência, porque não precisa provar nada, é a realidade nua e crua; é a aceitação da verdade absoluta; é o entendimento pelo bom senso e pela razão e se não fosse assim, Deus não teria criado o ser humano, dotado de inteligência. A inteligência é a capacidade de discernir o que é bom, e o que é mau ou ruim; é uma faculdade que todos possuem indistintamente de ser pobre, ou rico, de ser intelectual, ou analfabeto e, sobretudo, de poder usar a razão em todo processo de decisão. O espiritismo se sobrepõe a ciência, porque veio mostrar a realidade de Deus, já que o ser humano não quis ver o mundo de fora da matéria, do que é palpável e concreto, pois, ciência é o conhecimento limitado pelas condições do corpo físico, em cuja visão é muito pequena e amalgamável ao conhecimento e evolução do homem.

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