Luiz Gonzaga de Sousa
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CRISTIANISMO (NÃO CRISTO) VERSUS ESPIRITISMO
Desde que os seres humanos começaram a raciocinar têm aparecido os místicos que dizem fazer milagres, serem enviados de Deus, como diziam o Messias, finalmente o Criador de tudo que existe no planeta, ou tudo que observa, sente, pega, ou até mesmo se imagina, na grande criatividade do ser humano ao longo dos séculos, no processo de aprendizado, de experiências e de observação nesta intensa labuta ao infinito. Isto aconteceu com Moisés (séc. XIII a C.), como um dos primeiros que se têm notícias de que seria um designado pelo Pai para libertar seus irmãos do cativeiro da Babilônia, depois surgiu JESUS com pensamentos diferentes, indicando a maneira do bom viver entre os povos de sua época, que reflete até hoje nos círculos de religiosidade. Já, no século XIX apareceu o professor RIVAIL, com a sua codificação espírita, ao considerar que ele foi mero copista e organizador das mensagens espirituais que foram enviadas para ajudar no processo de compreensão do ser humano quanto a sua participação no planeta em que vive, contribuindo para o progresso de toda humanidade na sua libertação espiritual.
Dizem que o espiritismo tem como referencial a mensagem de CRISTO, confundindo com o pensamento cristão ou do cristianismo, que são coisas diferentes, pois as idéias de CRISTO seriam seus próprios escritos trazidos pelos séculos e o cristianismo os comentários sobre a passagem deste ser de suma importância para a humanidade de todos os tempos, como um trabalho de suma grandeza para as gerações vindouras. O cristianismo foi adaptado a uma estrutura generalizada, conhecida como catolicismo, por imposição das autoridades dominantes que sentiram ameaçadas e enxergaram a possibilidade de uma hegemonia maior de seu comando pela força e foi o que aconteceu, ao adaptar a filosofia de alguns fanáticos ao pensamento do sistema que perdura até na modernidade. Com isto, surgiu o medo do inferno, dos castigos, cuja subserviência foi implantada, tolhendo o raciocínio de todos aqueles que não acreditam num Deus vingativo, colérico, raivoso e que persegue seus filhos em tudo que fazem e pensam, como uma ditadura divina a quem não pode reagir, criando grande terrorismo que já dura séculos, sem resultado positivo.
Todavia, apegando-se no pensamento do cristianismo, verifica-se que este está pautado no amar a Deus sobre todas as coisas; amar ao próximo como a si mesmo; nos milagres que segundo a história, JESUS fazia; na fé como excesso de confiança no sobrenatural e sem justificativa; na ressurreição de JESUS como indo ao céu de corpo e alma; na justiça cristã de um Deus, impondo do alto sua ditadura; na salvação dos mortos pelo simples arrependimento do que fez indo para o céu; da condenação daqueles que se enveredaram pelo caminho da perdição e são se arrependeram, indo para o inferno viver eternamente; viver de fraternidade dando tudo que tem para preguiçosos e incapacitados de ter um trabalho digno e que as preces e as orações seriam a terapia para se livrar do fogo do inferno e conseguir uma vivência depois de morto de ociosidade, de contemplação e de lazer, como pregam os cristãos, que ainda não se libertou de uma subjugação aos conhecimentos alheios, esquecendo que todas as pessoas devem ter idéias próprias, no conhecimento de seu eu verdadeiro e seu livre arbítrio para independência .
Segundo o cristianismo, JESUS tinha contato com Deus, para não dizer que Ele estava sempre em contato com a espiritualidade, sem dúvida com espíritos de altíssimo nível evolutivo, que ajudavam naquele trabalho que Ele estava desempenhando aqui na terra, na ajuda de tantos que se encontravam na idade da animalidade, necessitando crescer para aprimorar a consciência, conseqüentemente, a sua sabedoria. Sendo assim, tem-se a Bíblia como um compêndio de livros que mostram claramente que o contato com a espiritualidade era uma constante no dia a dia de JESUS, que foi nomeado como o Messias prometido, para auxiliar todos aqueles que questionavam a atuação de Deus no planeta de tantos problemas e ainda saindo dos conhecimentos quase zero. Sem dúvida, vive-se com a mente voltada para duas situações, em primeiro lugar absorvendo as coisas da matéria, como sobrevivência e ganância e isto acontece ao ser criada, em segundo lugar, voltada para o mundo espiritual, isto é o contato com Deus que é seu interior, o seu lado mais puro e perfeito que deve ser expandido e conseguir a sua plenitude.
Os povos da época de JESUS não compreendiam muitas coisas que aconteciam ao seu derredor, isto é, a questão da cegueira, das pessoas aleijadas, das arbitrariedades institucionais, de pessoas que se transformavam em agressividades momentâneas e injustificáveis e muitas outras maneiras que a ciência da terra (psicologia) não explicaria de modo algum, devido aparecer dados que não se conhece sua origem. Pois, segundo a história, JESUS tinha autoridade suficiente para sanar estes tipos de problemas que surgiam e utilizavam com grande superioridade que as pessoas não entendiam, ficando com muita dúvida como aquilo poderia acontecer, por causa da ignorância que os homens ainda alimentavam das coisas da pureza infinita, que seria o encontro com Deus. Neste espaço de tempo que Ele passou como encarnado, são visíveis os milagres que Ele praticava, mesmo não existindo provas materiais de tais acontecimentos, para quem desconhecia as leis divinas, no entanto, isto nada mais é do que conhecimento de como se rege a mecânica da criatividade de Deus, pela consciência que já tinha de tudo que existe.
Como se sabe, JESUS disse que não viria destruir as leis, mas pô-la em prática, cuja verdade os povos entendiam com se fossem as leis de Moisés, no entanto, Ele falava da arquitetura divina, pois são imutáveis e todos têm que se ajustar a Elas quer queira, quer não, porque o aprendizado é que vai fazer compreender a perfeição divina em todo o processo que os seres pensantes estão envolvidos neste constante aprendizado. Em uma observação mais apurada, verifica-se que JESUS nunca disse que seria Deus e nem tão pouco fazia milagres, todavia, indicava que todos teriam condições de fazê-los, ao conhecer o potencial que existe dentro de cada um, na conscientização que se processa no transcorrer das vidas sucessivas para entender o que seja Deus. Inegavelmente, Não obstante JESUS, indiretamente destruiu a lei mosaica, explicando com muita habilidade as relações que existem entre as pessoas, mas sem ferir a ignorância que ainda pairava na mente daqueles que só conheciam o imediatismo, a fortuna, a desobediência e a luxúria propagada pelo poder que alimentava a ambição de ordem material aqui no planeta.
Depois de muito tempo de transformação dos ensinamentos de JESUS CRISTO, os comandantes do espaço, não se contiveram com tanta lentidão no processo de aprendizado dos seres humanos, sendo assim escolheram a RIVAIL (séc. XIII d C.) para ser o novo emissário das mensagens de evolução que todos têm que aprender por si ou forçado, dependendo das condições de percepção de sua situação evolutiva. Mesmo que o professor RIVAIL não estivesse tão interessado pelo assunto que agora batia na sua mente, a espiritualidade fez com que ele pudesse se entusiasmar, tornando os ensinamentos que para muitos religiosos pudessem ser vistos pelo lado científico como indicava a moda da época em que o positivismo era a coqueluche do momento em termos de ciência. E RIVAIL, com seu jeito carrancudo de ser, abraçou a causa, entregando-se de corpo e alma à conversa com os espírito, avançando noite a dentro, na formulação de perguntas e com paciência ouvia as respostas para num confronto, verificar a veracidade que aos poucos iam surgindo, na explicação de tudo que existe no mundo, cuja ciência não proporcionou respostas suficientes para entender a realidade e poder transformá-la.
Com certeza, pode-se colocar que não houve nenhum referencial teórico, claramente da forma científica, dos ensinamentos de JESUS, nem tão pouco de Moisés para direcionar os princípios que o professor RIVAIL aos pouco recebia pelos médiuns inconscientes, denotando o verdadeiro comportamento que todos deveriam seguir, tais como: o amor altruísta deve ser básico; a fé sendo consciência e sabedoria; a busca da pureza infinita; a hierarquia espiritual; o constante evoluir de todos indistintamente; as curas como sendo oportunidade de compreensão do seu verdadeiro eu; a reencarnação (palingenesia) como um meio de poder se lembrar de sua situação e poder se melhorar; a comunicação com os mortes ser uma verdade inquestionável; os fatos mediúnicos serem uma forma de tomada de consciência, cujo aprendizado fará descobrir o amanhã e que Deus é a inteligência primeira do universo, a força maior que rege a todos e que ninguém tem a mínima noção de como surgiu, como foi feito e onde se encontra esse alguém ou algo que criou a tudo numa perfeição que ninguém sabe aquilatar tal magnitude.
Não se pode negar que o professor RIVAIL questiona tal como fez JESUS alguns conceitos do cristianismo, que depois se tornou catolicismo, e não de JESUS, o CRISTO, quanto à questão do conceito de Deus, de fé, dos milagres, da comunicação com os mortos e da morte propriamente dita, já que não se aceita a reencarnação (palingenesia), crendo que a pessoa só vive num corpo físico uma só vez, que é um absurdo dos grandes. O trabalho do professor RIVAIL não é doutrina de JESUS, o CRISTO encarnado, é da espiritualidade pura que teve o apoio, ou quem sabe até mesmo a coordenação desse grande Irmão que veio ajudar a todos deste planeta, e não foi compreendido por ninguém, sem exceção, mesmo dos seus apóstolos e seguidores de sua época, como fanáticos lépidos. O livro dos espíritos está aí para que todos tenham alguns princípios para melhor direcionar sua conduta, numa libertação constante, mesmo que seja lenta, das inferioridades que ainda existem no interior de cada um, proporcionada pela sublimidade do uso correto do livre arbítrio na busca da pureza infinita, do conhecimento das coisas celestiais.
Diante do “Livro dos Espíritos” (séc. XVII d C.), que é um dos Consoladores prometidos, como foram Moisés (séc. XIII a C.) e o próprio JESUS, o CRISTO (marco zero), isto é, o ponto marcador entre duas etapas históricas neste planeta; que foi formado por um grupo de fanáticos, veneradores de uma figura humana, esquecendo de seu real sentido que seria transformar a humanidade de todos os tempos, e de todos os recantos. Não há como negar que JESUS deixou o seu legado, mesmo que seus seguidores e algumas outras pessoas não compreendessem o objetivo de seu trabalho frente aos povos, todavia, o que ensinou a todos, tocou-os, nem que fosse no fundo de seu mais profundo inconsciente, portanto não sendo percebido pelos sentidos humanos, que de vagar vai se liberando. Da mesma forma, o espiritismo que tem consolado a tantos, também é alvo de incompreensão e falta de consciência no que diz respeito ao seu real trabalho de doutrinação, de ajuda e de construção de um mundo melhor para todos que ainda permanecem neste planeta de muita dor, sofrimento e incompreensão por aqueles que não querem saber a vida.
Nem Moisés, nem JESUS, nem tão pouco os espíritos, que através de médiuns que trabalharam com o professor RIVAIL, trouxeram tão grandes ensinamentos comportamentais para que todos pudessem se auto conhecer, numa prática constante do altruísmo, como se aqui já fosse o reino celestial, como quiseram os fanatismos e excesso de confiança que sempre foram comuns nos que se apegam a determinada filosofia. Os ensinamentos devem ser naturais, sem discriminação, sem grupismo e sem condenação aos irmãos que ainda não compreenderam as mensagens do crescimento espiritual, pois tudo acontece no seu tempo, não como determinação divina, mas como necessidade de cada um participativo de seu processo de compreensão no complexo geral. Sendo assim, não se deve encarar o espiritismo como um local de louvação a Deus que está num altar ou apogeu, cujos súditos estão prostrados pedindo ajuda e a prepotência do Pai fica escolhendo quem tem direito ou não a certas dádivas divinas de maneira protecionista, pois a justiça divina não acontece desta forma discriminatória e unilateral.
O espiritismo, neste sentido avançou muito, frente ao que se prega no cristianismo ou catolicismo, mesmo reconhecendo que existem os fanáticos ou radicais que não entenderam e não entendem o trabalho da espiritualidade, ao sentir o prazer que estava ou estar lhes faltando e as energias belas que se aprochegaram, achando que está tudo resolvido, não sendo necessária a transformação ao longo dos tempos. Ledo engano que esses irmãos têm na cabeça, pois como dizem que falou o próprio JESUS a quem mais for dado, mais será exigido e é aí onde mora a responsabilidade de quem já se aproximou do lado bom da vida, que é um pouco de consciência dos ensinamentos espirituais, cujos irmãos somente ajudaram na dinâmica, mas cabe a cada um o esforço para tal. Mesmo que o professor RIVAIL não tenha o referencial direto de JESUS, é sempre bom que fique claro que esses dois ilustres filhos da pureza, ensinaram e ensinam como progredir, como amar ao próximo como a si mesmo, pois JESUS é o maior exemplo que se pode ter na terra como disseram os espíritos e continuam a exemplificar com esta imagem.
Ao considerar alguns pontos finais, observa-se que, do mesmo modo que o cristianismo não é mosaico, o espiritismo não é cristão, ao considerar que cada etapa tem vida própria, surge quando precisa de um reforço para auxiliar aqueles que não estão compreendendo o processo de descoberta da vida, pois os encarregados desta tarefa anunciam mais um missionário que é independente, mas se completa. No entanto, todo este trabalho a espiritualidade ajusta-o a uma situação compatível entre conhecimento que vai receber e a prática do grau dos seres viventes que não enxergam além daquele nível em que eles estão submetidos, devido a assimilação que não ter condições de concretizar as informações que vão aparecendo a cada instante da caminhada. Finalmente, assim foram os ensinamentos de Moisés, de JESUS CRISTO e da mesma forma dos espíritos que trabalharam com o professor RIVAIL a melhor forma de ajudar aos irmãos que necessitavam adiantar um pouco mais nas premissas da lógica das leis divinas, como processo de crescimento espiritual, e co-participante da construção do mundo.