UMA VIAGEM AO IMAGINÁRIO
BIBLIOTECA VIRTUAL de Derecho, Economía y Ciencias Sociales

 

DEBATE E DISCUSSÖES

Luiz Gonzaga de Sousa

 

 

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UMA VIAGEM AO IMAGINÁRIO

Os seres humanos, ao saírem do mundo animal, iniciam um processo de uso da mente, mesmo que embrionário, do raciocínio, tateando sobre tudo que está ao seu derredor, numa constante busca de compreensão e de descoberta, caracterizando-se a questão do ser hominal, que inventa, que movimenta, que labuta, e de forma freqüente dá nome a tudo que consegue utilizar no seu dia a dia de sobrevivência. Com isto, o homem descobre a forma de comer mais racional quando está com fome, de cooperar com a companheira, ao sentir a necessidade do sexo, de se agasalhar quando o frio começa lhe torturar, quando a energia do ambiente lhe for incompatível, e tentando enxergar o desconhecido que, até então, sua mente não conhecia de forma alguma. Assim, o ser pensante começa armazenar em seu consciente os primeiros pontos que lhe vão proporcionar condições de descobrir novidades para o seu uso no presente, bem como os guardar para usufruto em uma amanhã que não se sabe se um dia vai chegar com saúde, que não compreende, e com mais coragem de desvendar o mistério do provir.

Nesta introdução, o homem no processo de comunicação mais efetivo, dá nome as coisas, caracterizando tudo que lhe aparece, conseqüentemente criando imagem de tudo que acontece, efetivamente, ou em forma de sonho, porque o sonho nada mais é do que a inter-relação de imagens que são repassadas na mente numa hora de sono, que dizem ser hora de descanso do corpo físico depois de um dia de labuta intensiva. Assim, a vida proporciona muitos aprendizados, desde os trabalhos escolares até às leituras desinteressadas, juntamente com as experiências do cotidiano, que vão se armazenando na mente do ser humano criando imagens ou ficções, que ficam difíceis de ser apagadas, cujas gerações vindouras não conseguem entender de outra maneira, senão daquela forma como foi concebida. Desta feita, o homem entrou nesta dinâmica de formação de imagens, que tem até certo ponto, dificultado o raciocinar de muitos outros, que necessitam se desvencilhar de tais alegorias para compreender melhor novas formas de enxergar a realidade da vida real, que não é somente uma encarnação; mas, a composição de múltiplas vidas, ou palingenia, que muitos querem desconhecê-la, que é uma pura verdade secular e histórica.

A humanidade moderna tem adentrado bastante dento de um ilusionismo, vivendo e revivendo imagens retrógradas deturpadas que muitas vezes causavam medo, pavor, e até mesmo uma certa ojeriza, quando não se fecha na clausura de seu interior, vendo o imaginário sem ter condições de sua auto-libertação, tendo em vista que já se criaram princípios, que fundamentam costumes, que caracterizam um tradicionalismo. Em verdade, a formação de imagens foi e é fundamental; no entanto, deve perdurar por algum pouco tempo, ao considerar que são símbolos, que existem nas palavras e coordenam poesias, poemas, crônicas, e toda uma realidade, que é apenas criação mental, cujo convenção as pessoas não conseguem se desvencilhar com muita, nem pouca facilidade. O mundo não pode parar, nem tão pouco retroagir, mas perpassar sempre num convívio de avanço, de transformação e de busca de um amanhã que traga mais novidades do que já se tem hoje, e a imaginação traga novos hábitos de sobrevivência numa liberação das figuras que serviram de aprendizado para um passado, e que hoje não vale mais estarem presentes.

O processo de imaginação tanto serviu para a comunicação entre os seres humanos, como para criar alegorias nas formações religiosas, trazendo muito mais prejuízo para a humanidade, quando não se consegue se auto-conduzir, isto significa dizer compreender melhor o seu amanhã, que é muito mais uma construção mental, do que uma realidade concreta que o homem pesa, mede, e pode assim quantificar. E por falar em religião, que é praticamente a maior fonte de imaginação e alegorias, verifica-se a criação de um tal paraíso celestial, um inferno queimante, os fantasmas que aparecem nas noites de escuridão, o aparecimento de Deus comandante do mundo, e com diversos súditos; e, do outro lado aparece Satanás, que tem a mesmo função de um Deus poderoso. Essas alegorias fizeram surgir o medo, o pavor de uma forma tal que os seguidores de Deus, acompanham-no devido à opressão da intimidação, da subjugação, sem direito a raciocinar; entretanto, se o pensar existisse esse trono seria desvendado e Deus perderia tal poder, cedendo lugar a outra força bastante competente, e de grande liberdade.

O céu e o inferno são imaginações de seres humanos, cujas imagens que lhes foram aparecendo, foram designando o certo e o errado, o bem e o mal e isto são configurações que as pessoas fixaram na mente, que foram abraçadas pelas religiões, que hoje em dia fica muito difícil de se libertar, porque daí vem o medo pelo castigo que pode advir quem discordar de que foi Deus que criou a tudo isto e que ninguém pode questionar. O próprio termo Deus ninguém questiona, a não ser algum psicopata que não aceita a ditadura das imagens que a humanidade criou e que não almeja sair delas, como se fosse um feitiço de encantamento que qualquer bom escritor pode impingir na mente de um leitor despreparado, que acredita em tudo, sem verificar se é real ou não. Nesta técnica de inventar, o imaginário surge com os anjos e arcanjos caracterizando uma hierarquia de prepostos de um Deus com autoridade suficiente para praticarem atos de terrorismos, proporcionando castigos para os pretensos subordinados, que devem seguir as palavras de Deus, que por ser energia não fala, e nem tem forma de ser humano.

O mais engraçado em tudo isto é que Deus, imaginando-se inteligência suprema do universo tenha criado Satanás, ou Diabo, como muitos denominam por aí a fora, como um competidor, ou comandante de igual desenvoltura, conseguindo adeptos, criando exércitos e designando atividades que arrebatassem cada vez mais seguidores para o seu apogeu de liderança substituta da luz que ilumina os que vivem no bem. O Satanás que se fala é invenção mental do ser humano, cuja inferioridade não se libertou e que continua no planeta depois de desencarnado a praticarem todo tipo de iniqüidade, demonstrando-se Deus do mal, cuja nomenclatura não é verídica; mas, apenas espíritos que adquiriram alguma evolução intelectual, achando-se com poderes e que não quer abrir mão. Com isto se arrebatam aqueles que não conheceram a verdade cósmica, vivem sob o signo de imagens inverídicas, com a mente embotada de criações humanas nas suas parcas invenções do que é concreto e do que é ilusório, cujo intelecto viaja aos conhecimentos do passado, sempre ratificando a impossibilidade de conseguir substituição para novas informações.

Da mesma forma, que ao longo os tempos foram surgindo o céu e o inferno, a figura de um Deus, de um Satanás, de Anjos, Arcanjos, de paraíso, também surgiram as formas de enganar as crianças, como o Saci Pererê; o Boitatáz; a Cumade Fulosinha; a Branca de Neve; Os Sete Anões; A Bela e a Fera; um carro pomposo que leva ao céu; a Fada; a Bruxa e muitas outras formas de imaginação que o homem criou. Tudo isto tomou espaço no mente do ser humano, acreditando que seriam alegorias; no entanto, aqui e acolá, apareciam dúvidas de que aquelas imagens seriam criações ou refletiriam a realidade que muitos acreditam, serem verdadeiras, onde os homens em alguns instantes chegam a ver tais imagens como sendo verídicas e daí a confusão mental. Na verdade, o ser humano tem capacidade mental de materializar determinado objeto, com a ectosplasmia que consegue oferecer para conseguir tal intento, e daí a formação de tais figuras que tomam estrutura de verdadeiras, conseguindo enganar a imaginação de quem consegue obter tal desígnio na manipulação de coisas que mais uma vez consegue determinada cognominação.

Viajar pela mente é uma coisa muito complicada, tendo em vista que não se conhece muito ou quase nada desse instrumento que rege a vida dos seres humanos, como num processo de manipulação das informações que vão chegando, agregadas com as que já se conseguiu em outras vidas, se consegue inventar imagens que o dia a dia das pessoas ainda não obteve pelas técnicas que o cotidiano proporciona em sua fragilidade. Quando já existe um passado cheio de informações inventadas ou não, elas se projetam em sonhos ou até mesmo em alucinações, que o ser humano possa ter, criando novas imagens que a pessoa não entende de onde vem, nem tão pouco o que significa, misturando-se realidade com ficção ou simulação mental que não há justificativa tão plausível no cotidiano. Os sonhos também levantam uma série de hipóteses sobre a sua realidade ou não, visto que em alguns casos dão certo, em outros não e para dar mais realismo ao imaginativo aparecem os adivinhos, os que lêem sonhos, não se diria como uma forma de enganar; mas, uma maneira de por em realidade uma fantasia que gera ganhos espúrios ou não.

Ao se dar uma volta nos livros, muitos alimentam essa fantasia, essa viagem à imaginação, quando os antigos dizem ver anjos nos céus, uma grande festa no espaço, soldados tocando trombetas, dragões engolindo gentes, cobras com línguas de fogo, gentes com chifres, bacanais em orgia infernal, e muitas outras alegorias que as pessoas imaginam ou não para impressionar ou paralisar o processo evolutivo. Autores famosos colocaram em seus trabalhos estas inventividades que foram passadas para as pessoas como verdadeiras e até mesmo juntando à prática dos religiosos como sendo intervenção de Deus no planeta criando um pânico nas pessoas ficando subalternas aos ditames de quem almeja mantê-las sem raciocinar, e extremamente subjugadas ao alheio. Com a participação de desenhistas criativos se consegue ir além da imaginação humana, buscar nos seus mais longínquos pensamentos, idéias que sua consciência ainda não imaginou conceber como forma esteriotipada de algo que causa medo e dificuldade em raciocinar para descobrir o seu amanhã verdadeiro, cuja inteligência lentamente computa.

Como se pode ver tudo que existe tem um símbolo, como por exemplo: um carro com determinado design é uma invenção porque seu modelo caracteriza algo que a mente de seus criadores captaram para formar tal coisa, e o mesmo acontece com as outras coisas que têm uma alegoria em termos de nome para que se possa conhecer mentalmente aquele objeto, sem tal imagem não se sabe do que está se falando. O nome das pessoas passa pela mesma configuração, pois um ser humano é apenas um ser humano, cujo nome é um símbolo para especificar alguém de alguma forma e isto significa uma viagem à imaginação, à criatividade, pois desta maneira se tem uma adulteração das imagens com formação de outras que criam problemas místicos em um futuro próximo ou não. Enfim, com a criação de uma imagem aparecem outras que vão se justapondo, aumentando o processo de religiosidade, de cientificismo e de historicismo que culmina com os tropeços que os dogmas criaram, dificultando uma melhor utilização da mente humana, trazendo prejuízos profundos para o processo evolutivo de todos os cidadãos do mundo e do espaço.

As imagens estão em todos os lugares, como no Apocalipse da Bíblia, em Livro dos antigos, mesmo aqueles que não são de cunho religioso, e isto tem dificultado um raciocínio próprio de cada ser humano, sem condições de auto libertação, inclusive inventando castigas de Deus à suas criaturas, como o caso das pragas que estão no Velho Testamento, a força divina dada a Sansão, e muitas outras alegorias existentes. Cada vez que o tempo passa, a mente humana busca em seu passado algum tipo de arquivo que tenha imagem para retomar toda uma configuração de medo, de pavor, levantando sentimento, cuja raiva e ódio criam novas idéias, ou novas maneiras de ver as coisas, alimentando severamente esse sentimento de inferioridade e mentalização. Para melhor confirmar isto, existem livros e mais livros que mostram a história real, contada com grande fantasia, são os chamados contos, que enfeitam bastante para emocionar os leitores, e isto passa para as pessoas tipos de imagens que não existem, que mesmo se sabendo que não sejam reais, são inculcadas de maneira que o subconsciente retoma como verdadeira.

Por isto é que se deve ter muito cuidado com a atuação da mente, porque ela é enganosa e perigosa, não porque ela engana diretamente; mas, é porque o acervo de aprendizado direto ou indireto foi muito largo ao longo das diversas encarnações, cuja vivência atual não compreende facilmente o que acontece, muitas vezes sendo levados pelas fantasias que fazem parte de um contexto de vidas sucessivas refletindo no presente. Esses instantes do passado exercem efeitos a todo instante nos momentos atuais, causando até novas imagens que a atualidade não compreende; porém, ao longo das vidas futuras a mente deverá se libertar dessas alegorias que devem ser substituídas por realidades que devem ser puras, concretas, de independência, e auto-confiança consigo próprio. Finalmente, o espiritismo explica claramente todo este processo; todavia, sem fazer uso dessas alegorias, que infelizmente muitos têm alimentado, sem nenhuma margem de libertação para um ser que ainda está muito ligado à matéria; mas com certeza, o tempo dirá que todos vão se esquivar das imagens do passado, e ver a todos pensando livremente, no sentido evolutivo, vivendo com as suas próprias idéias e ajudando aqueles que não conseguiram se auto libertar de suas inferioridades.

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