CAPÍTULO IV Estudos Empíricos Realizados
Pode-se observar que ao longo dos anos já foram realizados estudos a respeito das funções exportação e importação e, em alguns destes, também, tinham como variáveis exógenas o Produto Interno Bruto (PIB) e a Taxa de Câmbio Real (TCR).
Para LORENZONI Fº (1998)
Descobre-se que a Taxa de Câmbio influi nas exportações, mas não determina as mesmas. Para as exportações totais, um dos fatores primordiais, é a existência de uma demanda externa. Ou seja, se há um aumento de demanda externa, isto implica que o exportador se sentirá estimulado a exportar mais.
Em seu estudo Lorenzoni F° relatou sobre o câmbio e exportações durante o Plano Real, período este compreendido desde o primeiro trimestre de 1994 até o primeiro trimestre de 1998.
Segundo CARVALHO e DE NEGRI (2000)
As estimações das exportações são muito afetadas pelo nível de atividade mundial e pouco afetada pelo câmbio real e, as importações dependem das alterações no câmbio real..
Neste trabalho, os autores estimaram equações trimestrais para os quanta de produtos agropecuários importados e exportados pelo Brasil.
Estimação de equações de importação e exportação de produtos agropecuários para o Brasil (1977/1998)
Para as exportações, o período considerado vai de 1977 a 1998, enquanto, para as importações, o período das estimações inicia-se em 1978, devido à disponibilidade das séries históricas.
Os vetores de co-integração são estimados via procedimento uniequacional, a partir de uma regressão com defasagens distribuídas, e, no caso das exportações, começa-se com o procedimento de Johansen, para, em seguida, testar-se a presença de exogeneidade fraca.
Para as importações, assumiu-se, a priori, a exogeneidade fraca das variáveis explicativas, em parte baseando-se na hipótese de que o Brasil é um pequeno país importador.
As relações de longo e de curto prazo foram sintetizadas em um mecanismo de correção de erros.
As importações de produtos agropecuários mostraram-se muito dependentes da taxa de câmbio real e da taxa de utilização da capacidade doméstica instalada.
Nesse último caso, o sinal positivo da elasticidade de longo prazo indica o comportamento pró-cíclico das importações do setor.
As exportações brasileiras desses produtos são influenciadas basicamente pelo nível de atividade mundial e, em menor grau, pela taxa de câmbio real.
Segundo KUME e PIANI (2000)
Confirma a importância dos vários tipos de acordos regionais de livre comércio para a criação de um nível extraordinário de trocas comerciais entre países membros, independente de serem compostos por países desenvolvidos ou não.
O objetivo deste trabalho é avaliar a evolução dos fluxos bilaterais de comércio internacional entre 44 países e, em particular, os efeitos de acordos preferenciais de seis blocos econômicos, no período 1986/97.
Para tal, foi estimada equação de um modelo gravitacional, pela qual é possível comparar o peso da influência de preferências comerciais com o de outros determinantes do comércio, como a proximidade geográfica entre os países, seus níveis de renda absoluta e per capita, adjacência e idiomas comuns.
Em adição, foi introduzida uma variável distância relativa, que permite evitar que o comércio mais intenso realizado por países isolados dos mais importantes centros econômicos seja captado pela dummy representativa do bloco regional, superestimando-a, e o contrário, no caso de países muito próximos daqueles centros.
A análise é posteriormente segmentada em quatro subperíodos 1986/88, 1989/91, 1992/94 e 1995/97 , para que possam ser examinados os impactos resultantes de acordos mais recentes, como o NAFTAe o MERCOSUL.
Para HORTA e de SOUZA (2000)
apesar das expressivas taxas médias de crescimento das exportações registradas, não se verificou, de maneira geral, um aumento do market-share17 brasileiro no mercado mundial.(...)
Apontou-se como exceção a essa regra o desempenho das exportações brasileiras no mercado latino-americano nos anos 90, sugerindo a existência de um padrão de intercâmbio diferenciado nas transações do país com a região, quando comparado com o resto do mundo. 18
Este trabalho procura avaliar a evolução das exportações brasileiras entre 1980 e 1996.
A capacidade de inserção dos produtos brasileiros, desagregados em 19 setores industriais, em 10 mercados-destinos é comparada em três subperíodos (1980/84, 1984/90 e 1990/96), tendo-se como referências os setores em que o país detinha vantagens comparativas reveladas (VCR) e o ritmo das importações setoriais totais de cada mercado.
O texto procura demonstrar que existe uma reduzida capacidade de orientação das exportações do Brasil aos nichos de produtos e mercados mais aquecidos do comércio mundial, bem como que os maiores ganhos de mercado observados concentraram-se em setores efetivamente de baixo dinamismo, nos quais o país tradicionalmente detém VCR.