CARLOS GOMES
OUTRAS ACTIVIDADES PRODUTIVAS - OLARIA, CERÂMICA
Os recipientes tradicionais eram, antes do aparecimento da olaria, construídos em madeira, pedra, pele, vime ou cabaças ocas. O conhecimento do facto de o barro endurecer com o fogo deu lugar ao aparecimento de novos receptáculos que numa fase inicial se limitaram a imitar a forma e a decoração dos que os precederam.
A olaria aparece na altura em que as espécies plantadas ou cultivadas começam a predominar sobre as selvagens. Porém, entre algumas populações de caçadores e recolectores, mais ou menos sedentários, a olaria já era conhecida. A sua expansão acompanha o desenvolvimento das forças produtivas e a utilização da terra como meio de trabalho humano. Os utensílios em barro ao permitirem armazenar e cozinhar os alimentos, facilitaram a substituição parcial duma dieta à base de carne por outra à base de cereais e outras plantas.
O fabrico de vasos cerâmicos exige já o conhecimento de técnicas destinadas a purificar o barro, misturá-lo com pequenos fragmentos, temperá-lo, modelar o vaso e cozê-lo a elevada temperatura numa cova ou forno. Os primeiros artesãos produziram cerâmica feita à mão, portanto, sem roda de oleiro, mas já utilizavam uma grande variedade de minerais como pigmentos para decoração. Os primeiros recipientes de cerâmica, até agora encontrados, foram produzidos no Japão há cerca de doze mil anos.
A produção generalizada de
recipientes de cerâmica para fins funcionais, vasos e tigelas, só era útil
para grupos de pessoas que permanecessem num local durante períodos de
tempo prolongados, ou seja, que tenham adoptado um modo de vida
relativamente sedentário, seja numa economia agrícola ou numa economia de
caça e recolecção altamente produtiva.