CARLOS GOMES
PRODUÇÃO DE INSTRUMENTOS DE TRABALHO - OUTROS ARTEFACTOS
Cedo o homem reconheceu a utilidade do uso de recipientes como receptores
de líquidos, como meio de transporte e até de preservação de alimentos.
Com esse fim aproveitaram cabaças ocas, a pele dos animais, cestos feitos
de vime, cascas de tartaruga ou de ovos de avestruz. Por vezes, estes
recipientes surgem decorados.
Antes do desenvolvimento da olaria, os primeiros recipientes tinham formas
toscas e eram feitos de barro não cozido e seco ao Sol ou duma louça
branca que consistia numa mistura de cal e cinzas moldadas à volta dum
cesto, retirado antes da cozedura.
A expansão da argila e a descoberta do endurecimento do barro em contacto com o fogo facilitaram o aparecimento da olaria e dos primeiros vasos a usar como utensílios para o transporte, guarda e cozimento dos alimentos. A argila mantem a forma depois de seca, especialmente se for cozida.
As fibras vegetais serviram para
confeccionar corda e fio, após a invenção da técnica de torção de fibras.
Foi possível confeccionar as primeiras redes, esteiras e cestos.
Para formar peças de vestuário, os nossos antepassados conseguiram curtir
o couro e cose-lo com tendões com o auxilio de pontas de osso.
Até coisas simples, como seixos do mar ou do rio eram lascados dum lado ou em toda a sua superfície para ficarem com as arestas cortantes e serem usados para uma vasta gama de tarefas, incluindo talhar a carne dos animais.
Alguns materiais e utensílios eram
utilizados não apenas para fins práticos mas também para obter objectos
decorativos, gravuras artísticas ou pequenas esculturas. Por exemplo, a
obsidiana foi utilizada para o fabrico de recipientes e também de pérolas.