Observatorio Economía Latinoamericana. ISSN: 1696-8352
Brasil


ANÁLISE COMPARATIVA DOS INDICADORES FINANCEIROS DE UMA EMPRESA PRESTADORA DE SERVIÇOS DE LIMPEZA EM GERAL, SITUADA NA CIDADE DE BAGÉ/RS

Autores e infomación del artículo

Marianne Freitas de Freitas*

Vanderlei Soares Marques **

Eduardo Mauch Palmeira ***

IDEAU, Brasil

mariiannefreitas@hotmail.com

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RESUMO: Este trabalho trata-se de um estudo de caso, realizado na empresa de prestação de serviços, localizada na cidade de Bagé/RS, e teve como objetivo demonstrar a importância da contabilidade gerencial no processo de tomada de decisão, através da análise dos indicadores financeiros. Para tanto, o estudo foi realizado por meio da análise com base no Balanço Patrimonial e Demonstração de Resultados do Exercício dos períodos de 2014 e 2013. Através destas demonstrações, foram analisados os indicadores financeiros, Estrutura de Capital, Liquidez e Rentabilidade. Conclui-se que em 2013 a empresa não teve uma boa situação financeira, por outro lado, no período de 2014, ela superou as dificuldades e obteve melhores resultados, evidenciando, assim que a análise dos indicadores contribuiu para demonstrar a saúde financeira da empresa, servindo como ferramenta indispensável para a tomada de decisão.

Palavras- chave: Contabilidade Gerencial. Demonstrações Financeiras. Índices. Situação Econômico-Financeira.

 

ABSTRACT: This paper is a case study carried out in a service company located in the city of Bagé-RS, and aimed to show the importance of the management accounting in the process of decision making, by means of analysis of financial indicators. To do so, the study was done by means of an analysis based on the Balance Sheet and the Profit and Loss Statement in the periods of 2014 and 2013. By such statements, the financial indicators were analyzed, as well as Capital Structure, Liquidity and Profitability. It was deduced that in 2013 the company had a good financial status but, on the other hand, in the period of 2014 it overcame the difficulties and achieved better results, thus outlining that the indicators analysis contributed to show the financial health of the company, acting as an indispensable tool for decision making.

Keywords: Management accounting. Financial statements. Indices. Economic and financial situation.

 


Para citar este artículo puede uitlizar el siguiente formato:

Marianne Freitas de Freitas, Vanderlei Soares Marques y Eduardo Mauch Palmeira (2017): “Análise comparativa dos indicadores financeiros de uma empresa prestadora de serviços de limpeza em geral, situada na cidade de Bagé/rs”, Revista Observatorio de la Economía Latinoamericana, Brasil, (octubre 2017). En línea:
http://www.eumed.net/cursecon/ecolat/br/17/indicadores-financeiros-empresa.html
http://hdl.handle.net/20.500.11763/br17indicadores-financeiros-empresa


1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
No Brasil a maioria dos negócios em funcionamento é constituída de micro e pequenas empresas e por isso são de vital importância para a economia do país, entretanto a maioria das empresas fecham antes de atingirem 3 anos, conforme dados de estudo divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), com informações de 2010. Este estudo justifica-se em demonstrar aos gestores as informações obtidas através dos indicadores financeiros e sua importância na tomada de decisão, e também, atender ao pré-requisito exigido pela Faculdade para a obtenção do Título de Bacharel em Ciências Contábeis.
O Serviço de apoio à micro e pequena empresa (Sebrae), destaca que entre as principais razões para a mortalidade precoce das empresas estão a falta de planejamento e o descontrole na gestão, diante desta problemática, buscou-se a necessidade de abordar a importância da Contabilidade Gerencial para a gestão da empresa Limpa mais através da aplicação de indicadores financeiros.
Nesse contexto, o objetivo geral do trabalho é demonstrar a importância da contabilidade gerencial no processo de tomada de decisão, demonstrando a melhor forma de analisar as demonstrações contábeis, para extrair informações relevantes no processo de tomada de decisões, delimitando-se a comparar os indicadores financeiros e suas vantagens para a contabilidade gerencial da empresa, através de pesquisa bibliográfica e interpretar o desempenho financeiro da mesma através da análise dos indicadores de Liquidez, Estrutura de Capital e de Rentabilidade, demonstrando sua relevância através das informações levantadas.
O estudo será realizado por meio da análise das demonstrações contábeis com base no Balanço Patrimonial (BP) e Demonstrativo de Resultado (DR) da empresa nos períodos de 2013 e 2014. A fim de preservar dados da empresa objeto do estudo, denominaremos a empresa com o nome fictício de empresa LIMPA MAIS.
A empresa LIMPA MAIS está localizada na cidade de Bagé/RS, atua na prestação de serviços, limpeza em geral, instalações hidráulicas, pinturas e reparos entre outros. Teve o início de suas atividades em 2011, hoje conta com 32 funcionários e 2 sócios.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Contabilidade Gerencial: As ferramentas utilizadas e a importância para empresas de pequeno porte
A Contabilidade Gerencial pode ser considerada como um sistema de informação destinado a auxiliar seus usuários no processo de tomada de decisões.
Atkinson (2000) diz que a Contabilidade Gerencial possui diversas funções dentro de uma organização, sendo algumas: Controle Operacional - Fornece informações sobre a eficiência e a qualidade das tarefas executadas; Custeio do Produto e do Cliente - Mensura os custos dos recursos para se produzir, vender e entregar um produto ou serviço aos clientes; Controle Administrativo - Fornece informação sobre o desempenho de gerentes e de unidades operacionais e o Controle Estratégico - Fornece informações sobre o desempenho financeiro e competitivo de longo prazo, condições de mercado, preferências dos clientes e inovações tecnológicas.
Padoveze (2008) e Lacerda (2006) citam como ferramentas utilizadas pela Contabilidade Gerencial: Orçamento, Fluxo de Caixa, Técnicas de Análise de Investimentos, Análise das Demonstrações Contábeis, Planejamento e Controle. Porém como já citado o foco delimita-se aos Indicadores Financeiros extraídos das demonstrações contábeis, os quais serão abordados no decorrer do trabalho.
A Contabilidade Gerencial é voltada essencialmente aos usuários internos, como apoio na tomada de decisão, no entanto conforme Resnik (1991), muitos proprietários gerentes consideram os dados e a função da contabilidade como "um mal necessário". E o autor afirma, ainda que para que este entendimento aconteça o contador precisa ser experiente, e que deve haver uma relação de confiança com o dirigente da empresa para subsidiar o contador em uma consultoria eficiente que vai ocorrer somente se houver: contato regular com a empresa.
Na opinião entre os autores que se dedicaram ao estudo da pequena empresa de que se não for estabelecido um sistema eficaz de contabilidade gerencial e este não for utilizado conscientemente como ferramenta básica de administração, esta negligência penalizará as empresas.

2.3 Demonstrações Contábeis
Na definição de Silva (2009), os demonstrativos contábeis são peças contábeis elaboradas com base em técnicas próprias, evidenciando a posição da empresa em determinado momento. São peças fundamentais capazes de levar informações a quem necessita sobre aspectos financeiros e econômicos da organização.
Segundo a Lei nº 6.404/1976 (Lei das Sociedades por Ações), ao fim de cada exercício social, a diretoria deverá elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, os demonstrativos contábeis, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações no exercício.
Os demonstrativos contábeis exigidos são: Balanço Patrimonial (BP); Demonstração do Resultado (DR); Demonstração do Resultado Abrangente (DRA); Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados (DLPA); Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC); Demonstração do Valor Adicionado (DVA); Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) e Notas Explicativas (NE).
Com as alterações introduzidas pela Lei nº 11.638/2007, pela MP nº 449/2008 e pela Lei nº 11.941/2009, a partir de janeiro de 2008, as demonstrações de origens e aplicações de recursos deixaram de ser obrigatórias e passaram a fazer parte do rol dos demonstrativos contábeis exigidos, a demonstração do fluxo de caixa - DFC e a demonstração do valor adicionado - DVA, sendo que esta última somente para as companhias abertas.
A análise dos demonstrativos contábeis, conforme Iudícibus (2013) pode ser caracterizada como a arte de saber extrair relações úteis, para o objetivo econômico que tivermos em mente, dos relatórios contábeis tradicionais e de suas extensões e detalhamento, se for o caso.
Iudícibus (2013) aponta que a contabilidade, com os dois relatórios, o balanço patrimonial e a demonstração de resultado, um complementando a informação do outro, atinge a finalidade de mostrar a situação patrimonial e econômico-financeira da empresa. Com os dois relatórios, qualquer pessoa interessada nos negócios da empresa tem condições de obter informações, fazer análise, estimar variações, tirar conclusões de ordem patrimonial e econômico-financeira e traçar novos rumos para futuras transações.

2.3.1 Balanço Patrimonial
Nas palavras de Crepaldi (1999) o balanço patrimonial é um demonstrativo contábil, que em dado momento, apresenta de forma sintética e ordenada as contas patrimoniais agrupadas de acordo com a natureza dos bens, direitos ou obrigações que representam e tem finalidade apresentar quantitativa e qualitativamente a situação patrimonial em dado momento.
De acordo com a Lei 6.404/76 o Balanço Patrimonial é constituído pelo Ativo, pelo Passivo e pelo Patrimônio Líquido, onde no Art 178, menciona que as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e análise da situação financeira da companhia.
Segundo Franco (1991), “a estática patrimonial é demonstrada no Balanço Patrimonial, que é a representação dos bens, direitos e obrigações do patrimônio, pondo em evidência a igualdade entre os valores ativos e passivos”.
No quadro 3 a seguir demonstra a estrutura do Balanço Patrimonial conforme as modificações introduzidas pela Lei nº 11.638/2007 e pela Lei nº 11.941/2009, art. 37.
Quadro 3 – Composição do Ativo e Passivo

2.3.2 Demonstração do Resultado
A DR na visão de Braga (1999) evidencia a composição do resultado gerado em determinado período pelas operações da empresa, observando o princípio de competência, a formação das sobras ou prejuízos de exercício social. Analisar os demonstrativos contábeis de uma empresa é uma forma importante de analisar seu desempenho, no entanto é através da análise de índices financeiros, calculados a partir dos dados disponíveis nos demonstrativos que os analistas obtêm uma fotografia da situação e desempenho recente das empresas.
O artigo 187 da Lei nº 6.404/76 instituiu a Demonstração do Resultado, que tem como objetivo principal apresentar de forma vertical resumida o resultado (Receitas, Despesas, Custos) apurado em relação ao conjunto de operações realizadas num determinado período, normalmente, de doze meses.

2.4 Indicadores Financeiros
Os indicadores econômico-financeiros estão relacionados ao contexto quantitativo, tendo nas demonstrações contábeis sua principal fonte de informações.
Matarazzo (2003) comenta como os índices financeiros são divididos, conforme demonstra o quadro a seguir.

 

A principal finalidade do uso de índices conforme Gitman (2010) é definida por permitir ao analista verificar tendências e compará-los com padrões preestabelecidos. Os índices, além de tratar o que aconteceu no passado, fornecem bases para o que poderá acontecer no futuro.
Sobre a questão de importância da análise, Iudícibus (2013, p. 67) alerta:
É muito mais útil calcular certo número selecionado de índices e quocientes, de forma consistente, de período para período, e compará-los com padrões preestabelecidos e tentar, a partir daí, tirar uma idéia de quais problemas merecem uma investigação maior, do que apurar dezenas e dezenas de índices, sem correlação entre si, sem comparações e, ainda, pretender dar um enfoque e uma significação absolutos a tais índices e quocientes.

Cada empresa apresenta sua particularidade, logo, o número e a definição de quais quocientes serão utilizados deverão ser estipulados pela gerência, segundo as necessidades de respostas.
Para Padoveze (2010), os indicadores econômico-financeiros são os elementos que tradicionalmente representam o conceito de análise de balanço e tem como objetivo básico evidenciar a posição atual da empresa.
A análise das demonstrações financeiras envolve a seleção cuidadosa dos dados nelas apresentados, visando a utilização desses dados para fins da tomada de decisão. E então apos a definição dos objetivos da análise será necessária a obtenção das demonstrações financeiras a serem analisadas.

2.4.1 Análise das Demonstrações Financeiras
A análise das demonstrações financeiras pode subdividir-se em análise da situação financeira e análise da situação econômica. Primeiramente, analisa-se a situação financeira da empresa e após a situação econômica. Por último, juntam-se as informações dessas duas análises. Assim, os índices dividem-se em índices para análise financeira, que englobam os Índices de Estrutura de Capital e os Índices de Liquidez. Como referência de Matarazzo (2010) para avaliar a situação econômica de uma empresa, têm-se os Índices de Rentabilidade.
No quadro 5, apresenta-se um resumo dos índices financeiros e econômicos considerados nesta pesquisa.
O quadro 5 acima demonstra os índices utilizados para realizar a análise dos demonstrativos financeiros. Na sequência, tem-se a apresentação de cada índice, sua definição e seus objetivos.

2.4.2 Estrutura de Capital
Os indicadores de estrutura são obtidos relacionando-se os valores do capital (próprio e de terceiros) em relação ao montante de recursos aplicados (Ativo). Para fins de análise e tomada de decisões sobre estruturas de capital, são considerados somente os fundos permanentes e de longo prazo.

2.4.2.1 Participação de Capital de Terceiros
Indica qual a “dependência” dos negócios em relação a recursos de terceiros (Ex.: bancos, fornecedores, recursos trabalhistas e tributários).
Uma participação próxima a 1 denota insolvência e extrema dependência de terceiros, o ideal é que esta participação seja igual ou inferior a 0,6.

 

2.4.2.2 Composição de Endividamento
Indica qual o percentual da composição das obrigações em curto prazo em relação às obrigações totais.

 

2.4.2.3 Imobilização do PL
Reflete o “engessamento” dos recursos próprios, pois quanto maior o índice, maior a dependência de terceiros para atender compromissos financeiros.
Um índice menor que 0,5 é recomendável.

 

2.4.2.4 Imobilização Sobre Recursos Não Correntes
Uma variante do índice anterior avalia qual o nível de imobilização em relação aos recursos próprios e de terceiros de longo prazo. Quanto maior o índice, maior a imobilização.

 

2.4.3. Liquidez
Os indicadores de liquidez para Marion (2005) são utilizados para avaliar a capacidade de pagamento da empresa, isto é, constituem uma apreciação sobre se a empresa tem capacidade para saldar seus compromissos. Essa capacidade de pagamento pode ser avaliada, considerando: longo prazo, curto prazo ou prazo imediato.

2.4.3.1 Liquidez Geral
Considera todos os valores recebíveis, tanto de curto prazo quanto de longo prazo.

 

2.4.3.2 Liquidez Corrente
Para Padoveze (2004), identifica a capacidade de pagamento da empresa dos valores de curto prazo. Geralmente consideram-se como bons índices aqueles acima de 1,00, pois abaixo deste valor pode-se dizer que a empresa não tem capacidade de saldar seus compromissos de curto prazo.

 

2.4.3.3 Liquidez Seca
Representa a capacidade de pagamento de curto prazo excluindo-se os estoques. A exclusão dos estoques do ativo circulante transforma esta parcela do ativo apenas em valores recebíveis (Padoveze, 2004), pois para o estoque tornar-se recebível deve, primeiramente, ser vendido.
Segundo Padoveze e Benedicto (2007, p. 147)
É importante ressaltar que na análise deste índice deve ser levado em conta o tipo da empresa. Em empresas comerciais os estoques realizam-se mais facilmente do que nas empresas industriais, pelo fato de que nas indústrias existem três tipos de estoque: estoques de matéria-prima, estoques de produtos em elaboração e estoques de produtos acabados.

O autor ainda menciona que geralmente para as empresas industriais é considerado bom indicador acima de 0,70 e para o comércio 0,50 desde que o índice de liquidez corrente seja acima de 1,00.

 

2.4.3.4 Liquidez Imediata
Índice conservador considera apenas caixa, saldos bancários e aplicações financeiras de liquidez imediata para quitar as obrigações. Excluindo-se além dos estoques as contas e valores a receber. Um índice de grande importância para análise da situação a curto-prazo da empresa.

 

2.4.4 Rentabilidade
Para Savytzky (2008) índice de rentabilidade refere-se ao lucro gerado pela empresa e é de interesse de seus sócios, que por ele verificam a remuneração do capital aplicado e de terceiros. A empresa que apresenta baixa rentabilidade compromete sua capacidade de pagamento e a tendência é de seu definhamento.
Portanto, este indicador é resultante das operações da empresa e tem por objetivo avaliar o rendimento que se obteve em determinado momento e, pode ser medido em relação às vendas, ativos, patrimônio líquido e ao valor da ação, sendo que este último não será abordado neste trabalho.

2.4.4.1 Giro do Ativo Total
Indica a eficiência com a qual a empresa usa seus ativos para gerar vendas. Quanto maior o giro, maior a eficiência. Possibilitando assim, incrementar a rentabilidade da empresa.

 

2.4.4.2 Margem Líquida
Representa a porcentagem proveniente das vendas, que restam após todos os custos e despesas, ou seja, é o que sobra para a empresa antes da distribuição de lucros.

2.4.4.3 Rentabilidade do Ativo
Este indicador mede quanto a empresa obtém de lucro para cada R$ 100,00 de investimento total. Para Matarazzo (1995), este quociente representa uma medida da capacidade da empresa em gerar lucro líquido e assim poder capitalizar se. É ainda uma medida do desempenho comparativo da empresa ano a ano.
2.4.4.4 Rentabilidade o Patrimônio Líquido
Se este índice for inferior a taxa de aplicação financeira (líquida de impostos) no período, significa um desempenho insatisfatório. Espera-se que qualquer negócio tenha um desempenho mínimo de 50% superior a taxa de aplicação financeira. Desta forma, se a taxa (líquida de impostos) de aplicação, ao ano, corresponde a 14%, então se espera um retorno mínimo sobre o PL de 21

3 METODOLOGIA
O presente estudo foi realizado na empresa LIMPA MAIS, a mesma atua como prestadora de serviços no ramo de limpeza em geral, instalações hidráulicas, pinturas entre outros. Encontra-se inserida no mercado de Bagé, RS, há 4 anos. Teve o início de suas atividades em 2011, hoje conta com 32 funcionários e 2 sócios administradores, seu contrato social está devidamente registrado na Junta Comercial do Estado do Rio Grande do Sul.
O presente trabalho classifica-se como um estudo de caso.
Um estudo de caso pode ser caracterizado como um estudo de uma entidade bem definida como um programa, uma instituição, um sistema educativo, uma pessoa, ou uma unidade social. Visa conhecer em profundidade o como e o porquê de uma determinada situação que se supõe ser única em muitos aspectos, procurando descobrir o que há nela de mais essencial e característico. O pesquisador não pretende intervir sobre o objeto a ser estudado, mas revelá-lo tal como ele o percebe. (FONSECA, 2002, p.33).

Sobre a pesquisa descritiva, exige do investigador uma série de informações sobre o que deseja pesquisar. Para Triviños (1987), esse tipo de estudo pretende descrever os fatos e fenômenos de determinada realidade.
A metodologia aplicada, também fundamenta-se na pesquisa bibliográfica, pois de acordo com (FONSECA, 2002, p. 32):
A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites. Qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto.

Ainda o mesmo autor menciona que, pesquisas científicas que se baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica, procurando referências teóricas publicadas com o objetivo de recolher informações ou conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual se procura a resposta.
A pesquisa utilizou como fontes para embasamento teórico artigos e livros acerca do conteúdo abordado, elaborada em cima de conceitos já divulgados por outros autores. Também foi realizada pesquisa documental no Balanço Patrimonial (BP) e no Demonstrativo de Resultado (DR) da empresa, nos exercícios sociais considerados na análise, ambas utilizadas estão de acordo com as exigências Conselho de Contabilidade.
Para a coleta de dados, Barros e Lehfeld (2004), sustentam que nas pesquisas bibliográficas e documentais procura-se adquirir conhecimentos sobre um objeto de pesquisa a partir da busca de informações advindas de material gráfico, sonoro e informatizado.

  1. RESULTADOS E ANÁLISE

Neste estudo pretende-se demonstrar através da análise de indicadores financeiros nas demonstrações contábeis e Demonstrativo do resultado a rentabilidade, liquidez e endividamento da empresa Prestadora de Serviços de Limpeza em Geral, localizada na cidade de Bagé, RS.

4.1 Balanço Patrimonial (BP)
O balanço patrimonial utilizado para a execução do presente trabalho, referente aos anos de 2013 e 2014 (valores expressos em milhões de reais). O Balanço Patrimonial apresentado está de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, em observância as disposições contidas da Lei das Sociedades por Ações, e incorporam mudanças introduzidas por intermédio das Leis 11.638/07 e 11.941/09.

4.2 Demonstração de Resultados (DR)
A DR da empresa utilizada para a execução do presente trabalho, referente aos anos de 2013 e 2014 (valores expressos em milhões de reais). A DR em questão está de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, em observância às disposições contidas na Lei das Sociedades por Ações, e incorporam as mudanças introduzidas por intermédio das Leis 11.638/07 e 11.941/09.

4.3 Análise dos Demonstrativos Financeiros da empresa LIMPA MAIS
A seguir, apresentam-se os resultados das análises das demonstrações financeiras BP e DR, através dos cálculos dos índices de Estrutura de Capital, Liquidez e Rentabilidade.

4.3.1 Análise por meio dos índices de Estrutura de Capital
Foi realizada a análise do BP nos períodos de 2013 e 2014. Seguem, na tabela 1, os resultados da análise por meio dos índices de participação de capital de terceiros e composição do endividamento. Não foi possível realizar a análise dos indicadores Imobilização do PL e Imobilização dos recursos não corrente em função da empresa Limpa Mais, não possuir imobilizado.

Participação de Capital de Terceiros: A empresa tomou em 2014 R$ 62,22 de capital de terceiros para cada R$ 100,00 de PL e em 2013 utilizou R$ 125,14 a mais para cada R$ 100,00 de PL. Este índice deve ser quanto menor, melhor, neste caso, a empresa está muito dependente dos recursos de terceiros.
Em 2013 se destacam os recursos que foram emprestados pelo sócio da empresa e em 2014 houve uma melhora, no qual foi pago estes empréstimos, porém em 2014 o destaque está nos recursos trabalhistas, tributários e no banco, resumindo, o índice continua alto.
Composição do Endividamento: Em 2014 as obrigações são todas de curto prazo (Trabalhistas e Tributárias) e em 2013, 6,70% delas são de curto prazo, o restante é o empréstimo que a empresa fez com o sócio, que seria de longo prazo, mas a empresa conseguiu quitar antes do esperado.
Auxiliando na compreensão no gráfico 1, demonstra-se a variação

Conforme os resultados do gráfico 1, a empresa não conseguiu cumprir com seus compromissos financeiros dentro do período analisado no ano de 2013, já em 2014 teve uma grande melhora, o percentual de capital de terceiros continua um pouco alto, porém, a composição de endividamento é toda de curto prazo, o que pode fazer com que a empresa venha a melhorar nos próximos anos.

4.3.2 Análise por meio dos Índices de Liquidez
Foi realizada a análise do BP nos períodos de 2013 e 2014. Segue na tabela 2, os resultados da análise por meio dos índices liquidez geral, liquidez corrente, liquidez seca e liquidez imediata.

Liquidez Geral: Em 2014 a empresa está com um índice considerável, pois os saldos de caixa e bancos são mais do que o dobro de suas dívidas. Para cada R$ 1,00 de dívida a empresa tem R$ 2,61 disponível. Em 2013 a situação da empresa era bem diferente, pois possuía apenas R$ 0,20 para cada R$1,00 de dívida.
Os saldos de caixa e banco estavam baixos e a empresa não conseguiria cumprir com seus compromissos financeiros se não tivesse feito um empréstimo.
Liquidez Corrente: Neste índice a empresa em ambos os períodos apresentou resultados aceitáveis, em 2014 ela tinha R$ 2,61 disponível para cada R$ 1,00 de dividas de curto prazo e em 2013, apresentava R$ 3,00 disponível para cada R$ 1,00 de dívidas de curto prazo.
Liquidez Seca: Nos dois períodos a empresa apresentou resultados aceitáveis, levando em conta este índice, pois apresentava em 2014, R$ 2,61 em saldos de caixa e banco para cada 1,00 de dívidas de curto prazo, e em 2013, R$ 3,00 para cada R$ 1,00.
Liquidez Imediata: Em 2014 a empresa tinha R$ 2,61 em seus saldos de caixa e banco para cada R$ 1,00 de obrigações a pagar e em 2013, R$ 1,64 para cada R$ 1,00 em ambos os períodos a empresa, apresentou bons resultados.
Gráfico 2- Índices de Liquidez
Conforme os resultados do gráfico 2, a empresa conseguiu cumprir com seus compromissos financeiros dentro do período analisado, embora os índices de LC e LS, apresentarem uma redução em 2014 com relação a 2013. O ano de 2014 foi melhor para a empresa nesta análise.

4.3.3 Análise por meio dos índices de Rentabilidade
Foi realizada a análise do BP nos períodos de 2013 e 2014. Seguem, na tabela 3, os resultados da análise por meio do giro do ativo, margem líquida, rentabilidade do ativo e rentabilidade do patrimônio líquido.

Giro do Ativo: Em 2013 a empresa apresentou uma rentabilidade considerável, sendo para cada R$ 1,00 investido, R$ 20,63 de retorno e em 2014, a rentabilidade apresentou uma queda, porém, ainda considerado um bom resultado, obtendo ainda, para cada R$ 1,00 de investimento, um retorno de R$ 3,11.
Marguem Liquida: Em 2013, após deduzir seus custos e despesas das receitas seu resultado foi negativo, a empresa teve prejuízos. Já em 2014, sobraram 26,53% das receitas após, deduzido os custos e as despesas que a empresa teve no ano.
Rentabilidade do Ativo: Este índice foi abaixo do esperado em ambos os períodos analisados, em 2013, a empresa não obteve retorno algum sobre o ativo, já em 2014, apresentou uma melhora, pois para cada R$ 100,00 investidos, obteve apenas, um retorno de R$ 82,60, o que ainda, está abaixo do adequado.
Rentabilidade do PL: No ano de 2013 a empresa não obteve rentabilidade no PL, não conseguindo gerar lucro através do seu capital próprio, nem pagar suas obrigações, tendo que pedir empréstimo para um de seus sócios. Já em 2014, apresentou uma evolução, para cada R$ 1,00 de Patrimônio Líquido R$ 134,01 de retorno.

 

Conforme os resultados do gráfico 3, a empresa no ano de 2013 apresentou índices desfavoráveis para sua saúde financeira, no entanto, em 2014, conseguiu se recuperar.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante a elaboração deste trabalho procurou-se realizar uma ampla revisão teórica, onde foram abordados os principais conceitos de contabilidade e também dos índices financeiros de liquidez, estrutura de capital e rentabilidade, que servem para nos dar uma análise mais precisa de como andam a saúde financeira da empresa.
Para analisar a empresa, foram realizadas análises de Índices com base em informações contidas nos demonstrativos contábeis, contudo, os resultados apresentados revelam que através da análise das demonstrações é possível extrair importantes indicadores financeiros, e dessa forma, contribuir para uma melhor tomada de decisão dentro da organização.
No que tange a estrutura de capital a empresa deve tomar cuidado com o capital de terceiro, mesmo apresentando melhora considerável é sempre importante manter sob controle a dependência perante terceiros.
A composição de endividamento demonstra que a totalidade do endividamento são vencíveis em curto prazo, o que traz para empresa uma série de dificuldades por não ter tempo suficiente para gerar recursos e liquidar as obrigações.
Os índices de liquidez mostram a situação financeira da empresa, procurando medir o quanto ela é solida ou não. Uma empresa com bons índices de liquidez tem condição de ter boa capacidade de pagar suas dívidas, nesse caso observa-se que a empresa está apresentando uma situação favorável em relação a sua liquidez.
A rentabilidade de uma empresa reflete sua capacidade de autofinanciamento e as políticas adotadas, mesmo não estando muito favorável, observa-se que a empresa vem tomando medidas para reverter a situação.
Por fim, os objetivos foram alcançados, tendo em vista o conhecimento adquirido sobre o assunto. Neste sentido, esta pesquisa será útil para a empresa, e também servirá de fonte para os acadêmicos interessados no assunto, sendo o mesmo de grande contribuição, já que se trata de um estudo real, permitindo que o pesquisador aplicasse os conhecimentos adquiridos ao longo do curso.

 

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*Egresso do Curso de Ciências Contábeis 2015/2 - Faculdades IDEAU – Bagé/RS mariiannefreitas@hotmail.com

** Docente do Curso de Ciências Contábeis - Faculdades IDEAU – Bagé/RS. vanderleismarques@hotmail.com

*** Mestre em Gestão de Organizações Públicas (UFSM); Mestre em Integração Econômica Global e Regional - Universidad Internacional de Andalucía (UNIA-ES). Economista da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) e Professor da Faculdade IDEAU de Bagé. profpalmeira@gmail.com


Recibido: 12/09/2017 Aceptado: 25/10/2017 Publicado: Octubre de 2017

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