
			Revista académica de economía  
con 
el Número Internacional Normalizado de 
Publicaciones Seriadas ISSN 
1696-8352
  
  
  
  Leticia Ferreira Taborda   (CV)
  
  Cristiane Krüger   (CV)
   leticiaftaborda@gmail.com
Universidade da Região da Campanha
  
  
  
Resumo 
No presente artigo é  demonstrado que, atualmente, o Brasil além de ser um país altamente burocrático  é um dos países com a carga tributária mais elevada do mundo. Em virtude disso,  a administração tributária na intenção de uniformizar e modernizar o seu  sistema tributário, e ao mesmo tempo diminuir os ilícitos tributários, consequentemente  obtendo maior arrecadação de tributos, vem buscando métodos para acompanhar os  seus contribuintes em tempo real, dificultando mais ainda as sonegações  fiscais. Foi a partir da alteração da nossa Constituição Federal que ficou  aberto o caminho para a modernização e otimização dos sistemas tributários  brasileiros. Nesse contexto, surgiu o projeto do Sistema Público de  Escrituração Digital (SPED), através do Decreto de nº 6.022, de 22 de janeiro  de 2007, objetivando a unificação das obrigações acessórias, a aproximação do  fisco com os seus contribuintes, e principalmente, uma presença fiscal mais  constante nas organizações. Neste contexto, o SPED também representa uma  mudança de cultura com uso de novas tecnologias da informação. A metodologia foi desenvolvida através de uma pesquisa  descritiva bibliográfica, tendo como instrumentos de coleta de dados,  questionários e entrevistas. A análise dos dados foi feita através do método  descritivo, fundamentado em bibliografias e obras consagradas. Concluiu-se  que até o momento, não houve uma substancial redução das obrigações tributárias  acessórias, muito pelo contrário, em muitos Estados, o SPED veio a ser apenas  mais uma. 
Palavras-Chave: Sistema Tributário. Tributos. Contribuintes. SPED. Obrigações Acessórias.
Abstract
In this paper we show that, currently, Brazil and is a highly bureaucratic country is one of the countries with the highest tax burden in the world. As a result, the tax administration in an attempt to standardize and modernize its tax system, while reducing the illegal tax, thus achieving higher tax collection, has been seeking methods to track their taxpayers in real time, further complicating the sonegações tax. It was from the amendment of our Constitution left open the way for the modernization and optimization of the Brazilian tax system. In this context, emerged the design of the Public System of Digital Bookkeeping (SPED), through Decree No. 6022 of 22 January 2007, aiming at the unification of ancillary obligations, the approach of the tax authorities with their taxpayers, and especially a fiscal steadier presence in organizations. In this context, the SPED also represents a culture change with the use of new information technologies. The methodology was developed through a descriptive bibliography, as instruments for data collection, questionnaires and interviews. Data analysis was performed using the descriptive method, based on established works and bibliographies. We conclude that to date, there has been a substantial reduction in accessory tax obligations, quite the contrary, in many states, the SPED became just one more.
Keywords: Tax System. Taxes. Taxpayers. SPED. Ancillary Obligations.Para ver el artículo completo en formato pdf pulse aquí
Ferreira Taborda, L. y Krüger, C.: "Sistema público de escrituração digital (SPED) – Uma futura simplificação das obrigações tributárias acessórias", en Observatorio de la Economía Latinoamericana, Número 187, 2013. Texto completo en http://www.eumed.net/cursecon/ecolat/br/13/tributos.hmtl
INTRODUÇÃO
          Diante da evolução tecnológica  constante e do aumento no volume de operações pelas maiores empresas, a  fiscalização foi obrigada a se modernizar tecnologicamente e através da  utilização dos recursos de informática criou o SPED – Sistema Público de  Escrituração Digital, com o objetivo de permitir ao fisco maior agilidade nos  processos de fiscalização das empresas, e como conseqüência fazendo com que as  empresas brasileiras através dos seus contadores que são os responsáveis pelo  envio/fonte dessas informações se adaptem para o cumprimento dessa nova obrigação,  quando, no entanto, essa evolução tecnológica tem transformado em aprendizes os  profissionais da área contábil que devem seguir esse progresso buscando  aprendizado contínuo e permanente para acompanhar a tecnologia. 
            Destaca-se ainda que, o projeto SPED  implantado pelo fisco foi desenvolvido com o objetivo de unificar, em uma  grande base de dados, todas as informações fiscais, tributárias e operacionais  dos contribuintes, visando facilitar o controle da aplicação da legislação por  parte das empresas, combatendo também a sonegação fiscal,  já que o uso intensivo da tecnologia da informação, através do cruzamento de  informações nos bancos de dados disponíveis, promete identificar mais  rapidamente indícios de problemas nas informações enviadas. Diante desta mudança,  surge a questão que norteará esta pesquisa: verificar se os profissionais da área  contábil estão adaptados a esta nova realidade, e se concordam com o fisco que  realmente haverá uma unificação/simplificação das obrigações tributárias acessórias  ou esta será apenas mais uma dentre as existentes que as empresas estão  sujeitas a cumprir? Para responder essa questão de pesquisa, o objetivo geral  consiste em identificar e analisar o andamento do trabalho que está sendo  desenvolvido atualmente pelos profissionais contábeis na cidade de Bagé.
                            Tendo  como subsídio para o objetivo geral, os seguintes objetivos específicos: (1) identificar  o que é obrigação acessória e em que consiste o projeto SPED por meio de  referencial teórico; (2) levantar os impactos e as contribuições do SPED na  gestão das informações contábeis; (3) apontar as necessidades e dificuldades  encontradas pelos profissionais contábeis para com toda a informação a ser  fornecida e possíveis benefícios obtidos com a implantação deste projeto.
            Entende-se  que o presente estudo seja de grande utilidade para os profissionais da área  contábil, os quais já estão enfrentando a nova realidade, para que adicionem  mais conhecimento sobre assunto e que possivelmente possam ter uma melhor visão  sobre o SPED, não somente de exigências fiscais. 
            Assim, no  capítulo seguinte, são descritos os principais fundamentos teóricos e  posteriormente apresenta-se a metodologia deste estudo, em seguida os  principais resultados, por fim as considerações finais e as referências que  basearam esta pesquisa.
          O custo desse projeto é estimado em  cento e vinte e sete milhões de reais e espera-se que seja feito mais cinco  milhões de reais em investimentos pelas esferas do governo (ODA, 2009).
            Segundo Azevedo e Mariano (2012), o  novo sistema atende às necessidades do fisco de reunir as informações em um  único banco de dados compartilhado entre as esferas do governo, possibilitando  a diminuição de obrigações a ser entregues pelo contribuintes e cruzando dados  padronizados e uniformes.
      Formalmente, o Sistema Público de Escrituração Digital - SPED, foi  instituído por meio do Decreto nº  6.022, de 22 de janeiro de 2007, consiste num programa implantado pelo governo  federal, no âmbito da Receita Federal, com o intuito de modernizar a  sistemática atual do cumprimento de obrigações acessórias, impostas aos  contribuintes pelas Administrações Tributárias e órgãos fiscalizadores,  "utilizando-se da certificação digital para fins de assinatura dos  documentos eletrônicos, garantindo assim a validade jurídica dos mesmos apenas  na sua forma digital" (BRASIL, 2012). Isso quer dizer que as informações  anteriormente prestadas pelo contribuinte aos órgãos fiscais e juntas  comerciais por meio de livros impressos, passarão a ser prestadas no formato  eletrônico, no layout estabelecido pela legislação. 3  
           
      Para  Duarte (2009) com o SPED a sociedade presencia uma nova Era do Conhecimento,  onde serão importantes as habilidades humanas, para que se usufrua das  informações da melhor maneira possível na entidade. Estruturado sobre três  pilares, Nota Fiscal Eletrônica, SPED Fiscal e SPED Contábil, este projeto visa  alterar e modernizar a cultura organizacional da empresas. 
      Complementa  Duarte (2009) que, essa nova modernização trará muitos impactos para as  empresas e os contadores, pois, as informações requeridas pela Receita Federal,  mediante o SPED, obrigam as organizações a terem um softwarede qualidade e bons profissionais que entendam  do assunto.
            
           Com a implantação dos SPED, respeitadas  as restrições constitucionais e legais, as esferas de governo, poderão  consultar numa única fonte todas as informações necessárias, dentro de um  leiaute estruturado e capaz de fazer cruzamentos que apontam mais rapidamente  inconsistências e o contribuinte         poderá  gerando um arquivo padronizado cumprir suas obrigações acessórias (AZEVEDO;  MARIANO, 2012). 
              
      A mudança se tornou necessária quando chegamos num ponto  em que a continuidade da utilização do papel dificultaria tanto o contribuinte  em cumprir as obrigações quanto o Estado em fiscalizar, em razão da redundância  de informações, enorme quantidade de papel armazenada e o tempo perdido, para  cumprimento e fiscalização dos procedimentos de controle (AZEVEDO; MARIANO,  2012).
      Azevedo e Mariano (2012), explica que o SPED é mais que  uma alteração da forma de cumprimento das obrigações, é a alteração da “cultura  do papel”, pela utilização de arquivos digitais.
      Com essa situação o  contribuinte terá uma simplificação de suas obrigações acessórias facilitando e  racionalizando suas informações, porém, deve essa simplificação não será uma  diminuição das informações solicitadas, mas somente a diminuição da quantidade  de declarações entregues. Afirmando também, que esse ponto deve ficar claro ao  contribuinte, pois a União, os Estados, Municípios e o Distrito Federal  continuam exigindo as mesmas informações ou até mesmo aumentando, o que mudará  será a forma de entrega, porque o contribuinte passará a enviar todas as informações  para essas esferas de forma centralizada, cabendo à União (por intermédio do  Serpro), armazenar os dados enviados e possibilitar o acesso para os  interessados. Dessa forma devemos entender a simplificação não como diminuição  da quantidade de informações prestadas, mas apenas a diminuição da quantidade  de declarações enviadas (AZEVEDO; MARIANO,2012). 
      De  modo geral, para Azevedo e Mariano (2012), a ação realizada através de checagem  eletrônica, não necessitando de ação humana, torna mais transparente os  ilícitos dificultando em muito a possibilidade de sonegação fiscal. Porém, não  deixando de considerar exceções, como eventuais operações em trânsito, os dados  devem sempre ser coerentes, sob pena de fiscalização em tempo quase real  identificar irregularidades e lavrar autos de infração de forma muito mais  célere.
Para o desenvolvimento de um trabalho científico é  necessário usar uma metodologia que trata as formas de se fazer ciência,  responsável dos procedimentos, das ferramentas e dos caminhos (SILVA, 2003). A  seguir será apresentado como se desenvolveu a estrutura da pesquisa e os  procedimentos metodológicos empregados em busca de resultados.
                Leva-se  em conta os objetivos deste estudo, pode-se considerar que trata-se de uma pesquisa  exploratória, pois proporciona maior familiaridade com o problema, com intuito  de construir hipóteses, aprimoramento das idéias ou descobertas de intuições  (GIL, 2002), visto que foi feito um levantamento bibliográfico e aplicado com pessoas  que têm experiência com o assunto SPED e, posteriormente, análises e conclusões  do problema levantado. Desta forma, foi realizada uma pesquisa de campo, que  segundo Gil (2002) enfatiza a importância de o pesquisador ter contato direto  com a situação estudada.
            Neste  estudo foram utilizadas as abordagens quali-quantitativa, qualitativa, pois a pesquisa  foi em busca de entender algum fenômeno específico, descrevendo os fatos e quantitativa,  já que os resultados encontrados foram, inicialmente, tabulados em planilha de Excel  e posteriormente analisados através de gráficos e da estatística descritiva  básica, mediante média móvel ponderada para facilitar assim a comparação e a  compreensão dos mesmos (DUARTE, 2009).
            Para a  coleta de dados foi aplicado um questionário de vinte e três (23) perguntas a vinte  (20) profissionais da área contábil, devidamente filiados ao sindicato de  Contabilidade da cidade de Bagé-RS, no período de 15/10/2012 à 15/11/2012.  Sendo que não foi possível chegar a um número concreto de quantos destes profissionais  (73) utilizam o SPED, no entanto todos os questionários aplicados foram direcionados  ao responsável pelo assunto e que atua diretamente no setor. Destaca-se que o  questionário é um conjunto de questões, que forneça subsídios para a geração de  informações para alcançar os objetivos de um estudo (CHAGAS, 2000).
            Ressalta-se  que esta amostra foi extraída com base na relação dos profissionais da área  contábil individuais em dia e devidamente inscritos no Sindicato dos  Contabilistas de Bagé. A referida lista é composta por todos os profissionais  da área contábil que são associados ao sindicato, destes destaca-se que a  população de profissionais da cidade de Bagé compreende setenta e três (73)  indivíduos, este número foi identificado através dos endereços dos profissionais  e em contato com a diretoria do sindicato, sendo assim a amostra entrevistada representa  aproximadamente 27 % da população de profissionais da área contábil da cidade de  Bagé. 
            De posse  dos resultados, iniciou-se a fase de tabulação dos dados, do Software Excel, posteriormente foi  realizada a análise mediante a demonstração dos resultados nos gráficos. Destaca-se  que neste artigo serão apresentados os principais resultados e não a totalidade  deles, corroborando ou não com o que preconiza a literatura.
          No que se refere ao  perfil da amostra realizada destaca-se que na cidade de Bagé, 60% dos questionados  declararam possuir graduação em Ciências Contábeis contra 25% que possui apenas  o curso técnico em Contabilidade e 15% da amostra possui formação em outras  áreas. Destaca-se que, de acordo com a Lei nº 12.249, de 11/06/2010, os  técnicos em Contabilidade já registrados em Conselho Regional de Contabilidade  estão assegurados a exercerem sua profissão até junho de 2015. Desta forma, os  profissionais que não possuem graduação em Ciências Contábeis terão que rever a  sua formação, caso queiram continuar nesta área. 4  
                Neste  sentido, é importante enfatizar que apesar da maioria da amostra possuir  formação técnica competente para o exercício das atividades contábeis, é importante  que os profissionais fiquem atentos a constante capacitação e qualificação da  sua formação não só como uma forma de se manter no mercado de trabalho, mas  também, atrair novos clientes.
                        Dos respondentes 48%  afirmaram ter conhecimento do projeto somente no ano de 2008, conforme Oda  (2009) o funcionamento efetivo do SPED começou em 2006, quando algumas das  maiores organizações do país, participantes do projeto-piloto, passaram a  emitir a Nota Fiscal Eletrônica nas comercializações com outras pessoas  jurídicas.
              Dos  respondentes 55% afirmaram que para que os profissionais da área contábil  consigam cumprir esse papel devem investir em cursos específicos, e não menos  importante 45% dos questionados consideram investir em sistemas de informação  peça fundamental. Neste novo cenário, percebe-se a valorização do profissional  contábil, conforme Duarte (2009) identificou em seu estudo. Ainda vale destacar  que para Francisco, Ronchi e Mecheln (2008) com o referido projeto, o profissional  contábil se torna mais importante, pois a contabilidade deixa de ter o foco exclusivamente  fiscal, e passa a ser uma ferramenta digital, de extrema importância à tomada  de decisão, sendo assim o profissional contábil deve acompanhar esta evolução  de forma que seu trabalho não fique para trás e se torne obsoleto, tornando-se  um parceiro ao gestor das empresas. 
            No  que se refere aos principais impactos apontados a maioria dos questionados  concorda que o SPED influenciará de forma positiva as organizações, trazendo  maior riqueza na informação gerada por estas e aumentando o poder de auxílio na  tomada de decisão.
              Ainda  no raciocínio acima, o SPED é visto por vários profissionais da área contábil  como uma contribuição para a melhoria dos serviços contábeis e fiscais. Maciel  (2009) constatou que todos são unânimes em reconhecer os ganhos obtidos, uma  vez que a modalidade atende não só ao interesse do fisco, como também das  próprias empresas. 
            Na  pesquisa 20% dos questionados consideram que o novo projeto está modernizando o  sistema de cumprimento de obrigações acessórias, uniformizando-as, evitando  redundâncias de informações. Já 10% afirmaram que o SPED aperfeiçoou os  serviços de escrituração, evitando retrabalhos, simplificou e acelerou o acesso  às informações. Porém, 45% salientam que o benefício maior do SPED seria a  diminuição de fraudes.
            Com os  novos sistemas de controles fiscais, em cinco anos o Brasil terá o menor índice  de sonegação empresarial da América Latina e em 10 anos índice comparado ao dos  países desenvolvidos (AMARAL G.; OLENIKE; AMARAL L.; STEINBRUCH, 2009).  Reduzindo-se a sonegação e a informalidade, por conseguinte, aumentar-se-á a  arrecadação pelos cofres públicos, sem que haja elevação na carga tributária do  país, que já é extremamente alta. (CASTRO, 2008).          
            É de suma  relevância destacar que alguns profissionais alegaram que, apesar do SPED ter  acelerado o acesso das informações, este não simplificou as obrigações  tradicionais, exigindo ainda mais conhecimentos em legislações fiscais que anteriormente.  Contudo, ressalta-se que esta limitação foi descrita pelos respondentes, tendo  em vista que o projeto ainda é muito recente, entretanto entende-se que se  trata apenas de uma barreira que será muito breve superada por estes  profissionais a partir de suas práticas diárias, bem como sua capacidade de  qualificação. 
            Maciel  (2009) em sua pesquisa constatou que umas das contribuições é a melhoria de  cumprimento de obrigações acessórias, já que no Brasil, conforme Britto (2008)  há mais de cento e setenta (170) obrigações acessórias, que variam conforme o  ramo de atividade da empresa. Neste contexto, é importante ressaltar que Faria  (2010) em seu estudo constatou que nesse inicio de implantação do SPED, as  obrigações acessórias aumentaram, tendo em vista que a entrega do EFD e ECD  somou-se às anteriores, contudo é uma fase de transição que em breve deverá ser  superada pelo fisco e pela empresa.
      Um dos pilares de implantação do SPED é a busca pelo  fisco da redução da sonegação fiscal, a partir desta questão foi questionado  aos respondentes sobre a postura ética perante esta situação, no entanto, foi  constatado que 50% dos entrevistados acreditam que com o SPED o cruzamento de  dados ficará mais rigoroso, e os clientes já estão sendo orientados sobre o  assunto; 45% afirmam que não altera nada, pois mesmo antes do SPED os clientes  sempre foram orientados da maneira correta de informação para o fisco; e 5%  destacam que mesmo com o SPED a maioria das empresas continuará não agindo  corretamente e o governo não terá como fiscalizar todas. 
            Para  Duarte (2008) sempre há uma maneira de burlar o sistema. Existe aquele que não  lança os dados corretos, por exemplo. Por isso, a carga tributária no Brasil só  poderá ser reduzida se tivermos uma reforma tributária. Duarte observa que a  arrecadação tem aumentado por causa da eficiência do sistema e afirma que isso  pode ser uma evidência, mas não é possível realizar estudos precisos quanto a  isso já que a possibilidade de erro é muito grande, explica.
            Ainda  sobre a sonegação fiscal e reforma tributária, Girotto (2008), afirma que, no  entanto, só o SPED não resolve. Para a eliminação de fraudes e da sonegação  fiscal de uma forma mais abrangente, o professor sugere que o governo pense em  uma reforma tributária e crie melhores condições para as micro, pequenas e médias  empresas, que são a maioria no Brasil e empregam a maior parte dos trabalhadores.  “Dessa forma, viabilizaria a formalização de muitos empregos, aumentaria a  arrecadação fiscal e, em última instância, estimularia a não sonegação”.
            No entanto  em uma visão global deste projeto, os profissionais da área contábil  constataram que ainda faltam profissionais qualificados e com conhecimentos  sólidos em SPED, falta de suporte adequado por parte das instituições de  governo para facilitar a implantação e falta de adequação plena da escrituração  fiscal das empresas. 
            Foi  avaliado que o principal temor das empresas quanto à implantação do projeto  seria o aumento do número de multas aplicadas pelo governo onde o valor da  multa pela não entrega do SPED é de R$ 5.000,00 por mês (o Art. 57 da MP nº  2.158-35/2001, que dispõe sobre a multa de R$ 5.000,00 nas obrigações  acessórias, não prevê a redução desta, e o art. 10 da IN RFB nº 787/2007 também  não faz nenhuma menção sobre a redução de 50% da multa quando da entrega em atraso).   
            Outra  questão que deve-se ressaltar é que 68% dos entrevistados afirmaram que houve  aumento geral de custos e nenhuma redução; 23% notou diminuição de custos com  aquisição de papel; e 9% assume que fez cortes em recursos humanos. Um dado interessante informado por Oda (2009), é que,  mil duzentos e cinqüenta árvores deixarão de ser abatidas anualmente,  minimizando os danos ao meio ambiente.
REFERÊNCIAS
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2 Código Tributário Nacional, Lei nº 5.172 de Outubro de 1996, Art. 113, § 3º.
3 BRASIL. Receita Federal do Brasil. Sistema Público de Escrituração Digital. Disponível em: <http://www1.receita.fazenda.gov.br/sobre-o-projeto/apresentacao.htm>.
4 Lei nº 12.249, de 2010. Art. 12. § 2º Os técnicos em contabilidade já registrados em Conselho Regional de Contabilidade e os que venham a fazê-lo até 1º de junho de 2015 têm assegurado o seu direito ao exercício da profissão.