Observatorio de la Economía Latinoamericana


Revista académica de economía
con el Número Internacional Normalizado de
Publicaciones Seriadas ISSN 1696-8352

ECONOMÍA DO BRASIL

EXPORTAÇÃO DE ARROZ DO RIO GRANDE DO SUL – UM ESTUDO SOBRE O AUMENTO DO VOLUME DE PRODUTOS COM VALOR AGREGADO E NÚMERO DE PAÍSES COMPRADORES





Victor Manuel da Costa Moreira (CV)
victormcmoreira@hotmail.com
Cristiane Hoffmann Moreira (CV)
cristiane.moreira@aedu.com





Resumo

Esse artigo tem por objetivo demonstrar os efeitos obtidos pela utilização dos mecanismos de subvenção econômica Prêmio de Escoamento de Produto – PEP e do Prêmio Equalizador Pago ao Produtor – PEPRO da Companhia Nacional de Abastecimento - CONAB no aumento das exportações de arroz do Rio Grande do Sul tanto para produtos com valor agregado como também no aumento dos países de destino destas exportações. Serão utilizados dados estatísticos relativos aos volumes de exportação de arroz do Rio Grande do Sul dos últimos quatro anos safra o que vai nos permitir demonstrar ao final deste artigo que a utilização dos mecanismos cumpriu o efeito de retirar o excedente da produção de arroz de nosso estado, bem como aumentar os volumes desta exportação tanto nos produtos com valor agregado como no aumento dos países destinatários destas exportações.
Palavras-Chave: Mecanismos de Subvenção Econômica. CONAB. PEP. PEPRO. Exportação de arroz.


Abstract

This paper has the objective of demonstrate the effects acquired by the use of the CONAB’s PEP (Prêmio de Escoamento de Produto – Product Exit Prize) and PEPRO (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor – Equalizer Prize Paid to the Productor) economic support actions to improve the exportation of rice produced in Rio Grande do Sul to products with added value and to increase the number of countries to export this products. Statistic data related to the volumes of rice exportation in Rio Grande do Sul in the last four years of harvest will be utilized to allow the demonstration of the exit of rice production excess and the increase in the volume of the exportation in products with added value and on the importing countries, caused by the economic support actions  in the State.
Keywords: Economic Support Actions. CONAB. PEP. PEPRO. Rice Exportation.

Para ver el artículo completo en formato pdf pulse aquí


Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato:

da Costa Moreira, V. y Hoffmann Moreira, C.: "Exportação de arroz do rio Grande do Sul – um estudo sobre o aumento do vo-lume de produtos com valor agregado e número de países compradores", en Observatorio de la Economía Latinoamericana, Número 181, 2013. Texto completo en http://www.eumed.net/cursecon/ecolat/br/13/exportazao-arroz-rio-grande-sul


Introdução

O trabalho aqui desenvolvido serve para demonstrar a importância da utilização dos mecanismos de PEP e PEPRO por parte da CONAB para a retirada do excedente da produção de arroz do Rio Grande do Sul no ano safra 2011/2012 comparativamente os outros três anos safras de 2008/2009, 2009/2010 e 2010/2011. Este artigo demonstrará como foi acertado a utilização dos referidos mecanismos para a retirada de excedentes da produção de arroz do Rio Grande do Sul, permitindo assim, a regularização da curva de oferta e procura no mercado interno, permitindo a recuperação dos preços pagos aos produtores desse estado.
O presente trabalho tem por objetivo: Analisar a exportação de arroz no Rio Grande do Sul, bem como o aumento do volume de produtos com valor agregado e número de países compradores.

DEFINIÇÃO DOS MECANISMOS DE SUBVENÇÃO

Os mecanismos de subvenção econômica segundo a CONAB, são todos os mecanismos que podem ser utilizados quando houver a comercialização dos produtos agrícolas abaixo do preço mínimo estipulado para a safra vigente. Estes mecanismos quando utilizados tem por finalidade principal a retirada de excedentes de produtos agrícolas de uma região para outra, que pode ser tanto no mercado interno como externo, por um determinado período, tendo como objetivo principal regular a oferta e demanda da região permitindo com isto a retomadas das cotações que atendam as necessidades dos produtores agrícolas na comercialização do restante da sua produção.

PEP – Prêmio para Escoamento de Produto

De acordo com a CONAB é por este mecanismo que o Governo Federal concede uma subvenção econômica (prêmio) para aqueles segmentos definidos no Aviso Específico de Venda e que se disponham em adquirir o produto (arroz em casca) diretamente do produtor rural e/ou sua cooperativa no mínimo pelo valor do preço mínimo fixado para aquela safra, devendo o produto ser escoado para regiões previamente definidas. Este mecanismo pode ser lançado quando o preço de mercado do produto (arroz em casca) apurado pelo preço médio do índice Centro de Pesquisas Econômicas Aplicadas – Escola Superior de Agricultura Luis de Queiroz - CEPEA/ESALQ estiver abaixo do valor do preço mínimo de arroz fixado pela CONAB referente a safra agrícola vigente. Os valores de preços mínimos são determinados pelo custo de produção da cultura nos vários estados do Brasil levando em conta também a paridade de importação o que tecnicamente determina qual o valor  a ser utilizado na Política de Garantia de Preços Mínimos - PGPM.
O índice CEPEA/ESALQ reflete a média de preço do mercado de arroz do RS e é formado pela coleta diária de preço das principais regiões de arroz do RS (Fronteira Oeste, Campanha, Depressão Central, Litoral Sul e Planície Costeira Interna) sendo que estes valores são apurados pela média dos negócios de cada região tendo como base para a informação os preços fornecidos pelas indústrias e/ou comerciantes, produtores e corretores previamente cadastrados em cada região. Esta coleta de preços é feita pela área de pesquisa estatística da ESALQ e pode ser acessada diariamente na sua página web.

    1. PEPRO – Prêmio Equalizador Pago ao Produtor
  1. Por este mecanismo o Governo Federal concede uma subvenção econômica (prêmio) para o produtor rural e/ou sua cooperativa que se disponha em vender o produto (arroz em casca) para aqueles segmentos definidos no Aviso Específico de Venda no mínimo pela diferença entre o valor do preço mínimo fixado para safra vigente e o do valor do prêmio de equalizador arrematado devendo o produto ser escoado para regiões previamente definidas segundo a CONAB.
  2. O prêmio equalizador poderá ser fixo ou ajustado com as oscilações de mercado e baseado no preço médio do índice CEPEA/ESALQ, exonerando o Governo Federal e/ou a CONAB da obrigação de adquirir ou dar outra sustentação de preço ao produto vinculado a operação que deverá ser comercializado pelos setores previamente definidos no Aviso de Venda. Este mecanismo pode ser lançado quando o preço de mercado do produto (arroz em casca) apurado pelo preço médio do índice CEPEA/ESALQ estiver abaixo do valor do preço mínimo de arroz fixado pela CONAB referente à safra agrícola vigente. Os valores de preços mínimos são determinados pelo custo de produção da cultura nos vários estados do Brasil levando em conta também a paridade de importação o que tecnicamente determina qual o valor a ser utilizado na Política de Garantia de Preços Mínimos – PGPM.
  3. O índice CEPEA/ESALQ reflete a média de preço do mercado de arroz do RS e é formado pela coleta diária de preço das principais regiões de arroz do RS (Fronteira Oeste, Campanha, Depressão Central, Litoral Sul e Planície Costeira Interna) sendo que estes valores são apurados pela média dos negócios de cada região tendo como base para a informação os preços fornecidos pelas indústrias e/ou comerciantes, produtores e corretores previamente cadastrados em cada região. Esta coleta de preços é feita pela área de pesquisa estatística da ESALQ e pode ser acessada diariamente na sua página web.
  4. METODOLOGIA
  5. Nesse artigo será utilizado como metodologia o estudo de caso com o objetivo de demonstrar através da verificação de dados da Companhia Nacional de Abastecimento - CONAB e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior / Secretária de Comércio Exterior – Sistema Alice Web - MDIC/SECEX ALICE WEB o resultado atingido no aumento do número de países de destino das exportações de arroz do rio grande do sul e também do percentual de produto com valor agregado nos últimos quatro anos agrícolas considerados no período de março até fevereiro (2011/2012, 2010/2011, 2009/2010, 2008/2009).
  6. Será demonstrada a importância da utilização dos mecanismos de Prêmio de Escoamento de Produto – PEP e do Prêmio Equalizador Pago ao Produtor - PEPRO para o incremento das exportações de arroz do Rio Grande do Sul - RS tanto no aumento do número de países bem como da participação do produto com valor agregado.
  7. A pergunta de pesquisa é: Os mecanismos de subvenção econômica concedidos por parte da CONAB escoaram uma parcela importante da produção de arroz do Rio Grande do Sul – RS, em produtos com valor agregado e aumentando o número de países importadores principalmente da safra 2011/2012?  Sendo que essa safra obteve uma produção de 8.904,2 milhões de toneladas no RS e de 13.613.1 milhões de toneladas no Brasil. Estaremos neste artigo fazendo um estudo dos dados disponibilizados pela CONAB e pelo MDIC-SECEX.
  8. Para chegar ao objetivo proposto a metodologia utilizada foi o estudo de caso, onde foi necessário elaborar a compilação de planilhas com os dados da exportação de arroz base casca pelo Rio Grande do Sul fornecidos pelo MDIC-SECEX e selecionando estes dados por tipo de produto e países de destino para que ao final possamos demonstrar que os mecanismos de subvenção de PEP e PEPRO utilizados pela CONAB na safra 2011/2012 cumpriram o objetivo de retirar o excedente de arroz do mercado do Rio Grande do Sul, permitindo a melhora da exportação de produto com valor agregado bem como a maior pulverização de destinos desta mesma exportação.
  9. LEILÕES DE PEP E PEPRO REALIZADOS POR ANO AGRÍCOLA

Ano Safra 2008/2009 (De 01 de Março de 2008 até 28 de Fevereiro de 2009) - Sem operações de leilões públicos de PEP e PEPRO realizados pela CONAB no período.

Ano Safra 2009/2010 (De 01 de Março de 2009 até 28 de Fevereiro de 2010) - Sem operações de leilões públicos de PEP e PEPRO realizados pela CONAB no período

DADOS DE EXPORTAÇÃO DE ARROZ COM SAÍDA PELO RIO GRANDE DO SUL PELO MDIC/SECEX – SISTEMA ALICE WEB

Os dados informados pelo sistema MDIC/SECEX – Sistema Alice Web podem ser  fornecidos em vários tipos de seleção. Neste artigo utilizaremos como critério de seleção o Rio Grande do Sul como estado em embarque da exportação, o país de destino da exportação e a Nomenclatura Comum Mercosul - NCM - Sistema Harmonizado de designação e codificação de mercadorias MERCOSUL com 8 dígitos (SH8). (APEX-BRASIL)
Na seleção efetuada no sistema Alice WEB teremos a quantidade em tonelada por tipo de arroz exportado conforme codificação da NCM. Para que possa se fazer a comparação dos volumes exportados com a produção de arroz do Rio Grande do Sul será necessário que as quantidades em toneladas exportadas de arroz beneficiado, arroz esbramado e quebrados de arroz sejam convertidas para base casca por coeficientes que serão detalhados a seguir. Com relação ao arroz em casca a quantidade em toneladas exportada não precisa ser convertida estando já na unidade base casca de comparação.
Para facilitar a comparação neste trabalho com base na codificação NCM SH8  utilizaremos a codificação NC SH6 que utiliza somente os 6 primeiros números da codificação com a finalidade de unificar todos os tipos de arroz em casca semente, natural ou parboilizado 1006.10 (nesta codificação englobaremos as NCMs 1006.1010 e 1006.1092), arroz cargo ou esbramado branco ou parboilizado 1006.20 (nesta codificação englobaremos as NCMs 1006.2010 e 1006.2020), arroz semibranqueado polido branco ou parboilizado 1006.30 (nesta codificação englobaremos as NCMs 1006.3011, 1006.3019, 1006.3021 e 1006.3029) e arroz quebrado 1006.40 (nesta codificação está somente a NCMs 1006.4000).
Para facilitar o entendimento do que foi descrito acima demonstramos abaixo como funciona o sistema de codificação NCM – SH 8 e NC – SH6

Capítulo – 10 - Os dois dígitos se referem a cereais.
Posição – 06 - Os dois dígitos se referem a  arroz.
Sub posição – 10, 20, 30 e 40 - Os dois dígitos se referem a casca,  cargo ou esbramado, semibranqueado polido e quebrados.
Item e Sub Item - Os dois dígitos se referem a divisões de codificação para controle estatístico no Mercosul que segmentam as sub-posições da NC. 
Os fatores de conversão para base casca a serem utilizados para o arroz cargo ou esbramado branco e parboilizado será a divisão pelo fator 0,80 (base 100% para arroz em casca menos 20% referente à quantidade de casca retirada do arroz natural do processo de beneficiamento) e para o arroz semibranqueado polido branco e parboilizado será a divisão pelo fator 0,68 (base 100% para arroz em casca natural menos 20% referente a quantidade de casca e menos 12% referente a quantidade de farelo retirada do processo de beneficiamento). Com relação ao arroz em casca natural o fator de conversão será 1, ou seja, a quantidade de arroz em casca exportada em toneladas será a mesma quantidade em toneladas base casca.
Para seleção no sistema MDIC/SECEX – Sistema Alice Web – foram utilizados como parâmetros de busca as NCMs relativas a todos os tipos de arroz de código 1006.1000 até o código 1006.9000. Nesta NCMS estão todos os tipos de arroz que são comercializados no mercado interno e externo no MERCOSUL. Como já comentado para facilitar as comparações a serem feitas neste artigo englobaremos os tipos de arroz pela nomenclatura comum SH6 que nos permite ter os quatro grandes grupos de arroz exportado (arroz em casca, arroz cargo ou esbramado, arroz semibranqueado polido e arroz quebrado).
Para o cálculo do total base casca será utilizada planilha com os dados informados pelo MDIC/SECEX e com os fatores de conversão para o arroz cargo ou esbramado e semibranqueado polido e quebrados beneficiado descrito anteriormente. As planilhas selecionadas e calculadas serão transportadas para o trabalho como tabelas para que possam ser efetuadas as devidas análises e comparações.
Para consulta dos dados de exportação foram utilizados os seguintes parâmetros de consulta:
Mercadoria: Arroz (1006.1000 a 1006.9000)
UF: 45 – Rio Grande do Sul
1º Detalhamento: País
2º Detalhamento: Mercadoria NCM
Período 1:   03/2008 a 02/2009
                    03/2009 a 02/2010
                    03/2010 a 02/2011
                    03/2011 a 02/2012
As tabelas serão informadas por ano agrícola de 01 de Março até 28 e/ou 29 de Fevereiro, por total exportado em toneladas por NC SH6 e por total exportado em toneladas para os 10 maiores países.
Cada ano agrícola terá duas tabelas para que possa ser feita a comparação entre os quatro últimos anos agrícolas do que ocorreu na exportação de arroz e o efeito das operações de PEP e PEPRO nos anos agrícolas que foram disponibilizadas para a melhora da qualidade dos negócios com arroz com valor agregado bem como na maior pulverização desta exportação para outros países.  Os dados serão informados por ano agrícola  de 01 de Março até 28 e/ou 29 de Fevereiro.

COMPARATIVO ENTRE AS TABELAS DOS DADOS DE EXPORTAÇÃO DE ARROZ COM SAÍDA PELO RIO GRANDE DO SUL PELO MDIC/SECEX – SISTEMA ALICE WEB POR NCM SH8 E REsUMIDO PARA NC SH6

Neste comparativo analisaremos a exportações de quebrados de arroz tanto para alimentação humana (quebrados padrão áfrica) como animal (animal feed) que são englobados na mesma nomenclatura de NCM (1006.4000). Este produto tem mantida a demanda de exportação, pois independe de políticas de subvenção por parte da CONAB, pois nos mecanismos analisados de PEP e PEPRO não é permitida para comprovação do escoamento a utilização de arroz abaixo padrão e de quebrados de arroz.
Os quebrados de arroz já foram os grandes volumes exportados em anos anteriores, pois se trata de um produto que tem pouca utilização na indústria de arroz no Brasil sendo utilizado como matéria prima para a industrialização de farinha de arroz sendo que o excedente não tem absorção no mercado interno e em virtude disto antes da exportação acabava sendo um problema para as indústrias pois gerava custos de armazenagem sem perspectivas de mercado.
Hoje principalmente às grandes indústrias de arroz do Rio Grande do Sul mantém contratos regulares de fornecimento para as Tradings sendo que o produto gerado do beneficiamento não precisa mais ser armazenado sendo carregado de acordo com a sua geração na industrialização do arroz. Também a qualidade do quebrado de arroz originado no Rio Grande do Sul acabou criando uma demanda externa que hoje paga um sobrepreço para estes subprodutos de arroz em relação ao preço internacional deste produto. Também pela criação desta demanda externa houve um balizamento dos preços para o mercado interno remunerando em valores mais altos estes subprodutos destinados para as indústrias de ração e/ou farinha de arroz.
Após a explicação relativa à exportação de quebrados de arroz iremos  nos concentrar nos comparativos dos últimos quatro anos safra na exportação de arroz com valor agregado em relação à exportação de quebrados de arroz.

Após a introdução será feita a análise dos dados que se encontram no gráfico 1 relativamente ao volume exportado por produtos em toneladas bem como dos dados que se encontram no gráfico 2 relativos aos percentuais exportados entre os dois produtos. 
Pode-se verificar que nos anos safra 2008/2009 e 2009/2010 os percentuais ficaram entre 36,30% (tabela 4) o que corresponde a 269.523 toneladas base casca (tabela 4) e 38,68% (tabela 6) o que corresponde a 321.067 toneladas base casca (tabela 6) respectivamente. Já no ano safra 2010/2011 o percentual de exportação de quebrados de arroz ficou em 66,93% (tabela 8) o que corresponde a 397.499 toneladas base casca (tabela 8) sendo que este aumento no percentual da exportação de quebrados com relação ao produto de arroz com valor agregado se deu basicamente pela falta de competitividade destes produtos com relação ao mercado internacional principalmente pela questão cambial que apreciou o REAL frete ao DÓLAR o que também causou problemas para outros setores da economia nacional.
Para finalizar vamos analisar o ano safra 2011/2012 onde houve os efeitos dos mecanismos de subvenção de PEP e PEPRO na exportação de arroz com valor agregado. Neste ano safra 2011/2012 o percentual de exportação de quebrados de arroz ficou em 25,63% (tabela 10) o que corresponde a 507.125 toneladas base casca (tabela 10). Se for analisado o percentual de exportação de quebrados de arroz indicado para o ano safra 2011/2012 este foi o menor dos últimos quatro anos safra sendo mesmo assim o de maior quantidade em toneladas base casca num total de 507.125 toneladas. Desta forma como a exportação total de arroz realizada pelo Rio Grande do Sul no ano safra 2011/2012 foi de 1.978.275 toneladas base casca houve a exportação de um percentual de 74,37% (100% - 25,63%) (tabela 10) o que corresponde a 1.471.150 toneladas base casca (1.978.275 toneladas – 507.125 toneladas) (tabela 11)de arroz de valor agregado.
Com base nestes comparativos podemos afirmar a CONAB ao utilizar os mecanismos de subvenção econômica de PEP e PEPRO no ano safra de 2011/2012 acabou retirando do mercado interno excedentes da produção de arroz do Rio Grande do Sul o que permitiu a partir da sua implementação uma melhora nas cotações do produto vendido pelos produtores de arroz de nosso estado. Os mecanismos atingiram o objetivo da CONAB que foi de retirada do excedente da produção do Rio Grande do Sul no ano safra onde houve um recorde de produção de arroz com 8.904,20 toneladas base casca, sendo que se estes mecanismos não fossem utilizados teríamos tido problemas de comercialização que não teriam como ser resolvidos pela falta de unidades armazenadoras para implementação dos programas de compras de arroz para estoques estratégicos por parte da CONAB.

COMPARATIVO ENTRE AS TABELAS DOS DADOS DE EXPORTAÇÃO DE ARROZ COM SAÍDA PELO RIO GRANDE DO SUL PELO MDIC/SECEX – SISTEMA ALICE WEB CONSIDERADOS A EXPORTAÇÃO PARA OS 10 MAIORES PAÍSES

Neste comparativo analisaremos o total das exportações de arroz base casca por países de destino. Para esta análise será verificado o volume total exportado tanto de produto com valor agregado como também de quebrados de arroz para os dez maiores destinos da exportação de arroz do Rio Grande do Sul e a verificação do aumento do número de países de destino da exportação de arroz no ano safra 2011/2012 como reflexo da implementação dos mecanismos de subvenção de PEP e PEPRO por parte da CONAB.
Também será verificado que a implementação dos mecanismos da CONAB permitiram uma maior participação da exportação de arroz do Rio Grande do Sul na safra 2011/2012 comparativamente com as safras 2008/2009, 2009/2010 e 2010/2011 o que permitiu um aumento do número de países e uma diminuição do percentual dos dez maiores países da exportação de arroz do Rio Grande do Sul.

Após a introdução foi feita a análise dos dados que se encontram no gráfico 4 relativos aos percentuais exportados por países considerando os dez maiores destinos da exportação de arroz do Rio grande do Sul, bem como os dados que se encontram no gráfico 3 relativamente ao volume exportado em toneladas para estes países.
Pode-se verificar que nos anos safra 2008/2009, 2009/2010 e 2010/2011 os percentuais de exportação para os dez maiores destinos ficaram muito próximos entre 84%e 90% demonstrando uma grande concentração nesta exportação. No ano safra 2008/2009 o percentual ficou em 83,47% (tabela 5) o que corresponde a 619.745 toneladas base casca (tabela 5), no ano safra 2009/2010 o percentual ficou em 88,98% (tabela 7) o que corresponde a 738.668 toneladas base casca (tabela 7) e no ano safra 2010/2011 o percentual ficou em 89,46% (tabela 9) o que corresponde a 531.282 toneladas base casca (tabela 9). Já no ano safra 2011/2012 onde houve a utilização dos mecanismos de subvenção de PEP e PEPRO por parte da CONAB o percentual ficou em 70,12% (tabela 11) o que corresponde a 1.387.122 toneladas base casca (tabela 11). Pelos dados apresentados e como forma de verificação da pulverização de destinos da exportação de arroz o Rio Grande do Sul teve exportado para outros países excluídos os dez maiores no ano safra 2008/2009 o percentual de 16,53% (tabela 5) o que corresponde a 122.754 toneladas base casca (tabela 5) tendo 38 países como destino, na safra 2009/2010 o percentual de 11,02% (tabela 7) o que corresponde a 91.437 toneladas base casca (tabela 7) tendo 57 países como destino, ano safra 2010/2011 o percentual de 10,54% (tabela 9) o que corresponde a 62.623 toneladas base casca (tabela 9) tendo 47 países como destino o que foi certamente comprometido nesta pulverização pelos fatores já relatados da apreciação do REAL frente ao DÓLAR.
Para finalizar vai ser analisado o ano safra 2011/2012 onde houve os efeitos dos mecanismos de subvenção de PEP e PEPRO por parte da CONAB. Neste ano safra o percentual de exportação para outros países foi de 29,88% (tabela 11) o que corresponde a 591.153 toneladas base casca (tabela 11) tendo 65 países como destino final da exportação do arroz do Rio Grande do Sul.
Com base nestes comparativos pode-se afirmar que a CONAB ao utilizar os mecanismos de subvenção econômica de PEP e PEPRO no ano safra 2011/2012 além de retirar o produto excedente da produção do Rio Grande do Sul que já comentamos no item anterior permitiu com a utilização dos referidos mecanismos uma maior pulverização desta exportação para novos mercados de destino que não importavam arroz do Rio Grande do Sul. Com isto fica consolidada a busca de novos mercados para o nosso arroz e também a busca de consolidação destes mercados que necessitam ter um mecanismo que permita que as paridades do mercado internacional sejam respeitadas independentemente dos preços internos e da paridade do REALXDÓLAR. Além disto os exportadores de arroz do Rio Grande do Sul precisam começar a ter uma cultura exportadora que permita que a relação comercial que hoje vem sendo iniciada venha ser longa e duradoura. Para que isto aconteça independentemente das questões do mercado interno devem ser mantidos os negócios com o mercado externo mesmo que em alguns momentos com margens pequenas ou até negativas para que o importador lá fora possa contar com o Rio Grande do Sul como parceiro e fornecedor de arroz.

  • CONSIDERAÇÕES FINAIS

  • Ao final desse estudo de dados pode-se afirmar que os mecanismos de subvenção econômica PEP e PEPRO utilizados pela CONAB na safra 2011/2012 cumpriram o seu principal objetivo que foi retirar do mercado interno parte do excedente da produção de arroz do Rio Grande do Sul, além de permitir uma melhora nos volumes exportados de arroz com valor agregado (arroz em casca, arroz esbramado e arroz beneficiado semibranqueado), pois o nosso estado já estava inserido de forma permanente na exportação de quebrados de arroz.
    Foi possível verificar que além do aumento da exportação do produto com valor agregado os ditos mecanismos permitiram a participação do arroz do Rio Grande do Sul em novos mercados importadores. Com os volumes recordes de exportação de arroz do ano safra 2011/2012 foram muito importantes tanto na consolidação do mercado externo pela qualidade do nosso grão como também pela visibilidade desta exportação para o Rio Grande do Sul. A partir destes volumes exportados e pelo trabalho das entidades ligadas ao setor arrozeiro hoje o arroz do Rio Grande do Sul por ser o maior produtor brasileiro está contemplado dentro dos programas de fomento da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos – APEX - BRASIL, que já de muito tempo promove produtos brasileiros no exterior e que a partir do ano de 2012 incluiu o arroz dentro de seu portfólio fazendo o trabalho de fomento da exportação de arroz do Brasil.
    Para que o objetivo possa vir a ser alcançado foi assinado no dia 22 de maio de 2012 convênio entre APEX-BRASIL e Associação Brasileira da Indústria do Arroz – ABIARROZ, em parceira com o Instituto Rio-Grandense do Arroz – IRGA, que vai aplicar o valor de R$ 2,6 milhões entre as entidades parceiras que tem por objetivo promover comercialmente o arroz e seus derivados no mercado internacional e desenvolver a indústria de arroz. Os mercados alvos definidos no planejamento estratégico setorial desenvolvido em parceira com ABIARROZ/IRGA e APEX-BRASIL foram: África do Sul, Angola, Jordânia, Nigéria, Arábia Saudita, Espanha, Cuba e Chile. As ações previstas incluem participação em feiras, missões e rodadas de negócios internacionais promovidas pela APEX-BRASIL.

    Referências BIBLIOGRÁFICAS

    APEX-BRASIL – www.apexbrasil.com.br, acesso em 17 de agosto 2012
    CEPEA/ESALQ – www.cepea.esalq.usp.br, acesso em 16 de junho 2012
    CONAB – www.conab.gov.br, acesso em 15 de junho 2012
    Keeling, Ralph. Gestão de Projetos:  uma abordagem global / Ralph Keeling ; tradução Cid Knipel Moreira ; revisão técnica Orlando Cattini Jr. [Ed. Especial. 5 tir.]. São Paulo : Saraiva, 2008.
    MDIC-SECEX – Sistema Alice Web – www.aliceweb.desenvolvimento.gov.br, acesso em 01 de junho 2012


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