Revista: TURYDES
Turismo y Desarrollo local sostenible / ISSN: 1988-5261


DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO SUSTENTÁVEL NO INTERIOR DE ALGARVE (PORTUGAL): O CASO DA VIA ALGARVIANA

Autores e infomación del artículo

María Moral-Moral*

Ana Isabel Renda**

Paula Martins***

Universidade do Cádiz (Espanha)
Universidade do Algarve/Escola Superior de Gestão, Hotelaria e Turismo (Portugal)

maria.moral@uca.es


RESUMO

A promoção dos recursos naturais e culturais presentes no meio rural com vista ao turismo, é um elemento essencial para o desenvolvimento sustentável destes locais. Nesse sentido, as rotas situadas no interior surgem como alternativas para o desenvolvimento sustentável em áreas geralmente mais deprimidas e pouco desenvolvidas.
O objetivo do presente trabalho é avaliar a contribuição da "Via Algarviana", iniciativa promovida pela Associação de Defesa do Património Cultural e Ambiental do Algarve (ALMARGEM), para o desenvolvimento sustentável do interior do Algarve (Portugal). Neste sentido analisamos a sustentabilidade turística destes territórios, bem como a sua relação com a prática de modalidades como o pedestrianismo ou o cicloturismo e ainda o impacto e as peculiaridades da Via Algarviana para o destino.
O resultado desta pesquisa sintetiza e descreve a Via Algarviana cujo valor contribui para o desenvolvimento turístico assente no respeito pelo meio natural e rural e permite usar essa experiência como referência para a gestão sustentável dos destinos turísticos do interior.

Palavras-chave: Turismo Sustentável - Promoção Turística - Via Algarviana - Algarve - Portugal.
ABSTRACT

The promotion of natural and cultural resources are present in rural areas for tourism. This is an essential element for the sustainable development of the rural areas. The routes are valid alternatives for sustainable development in those areas, generally more depressed and underdeveloped.
The purpose of this study is to evaluate the contribution of the Via Algarviana for the sustainable development of the interior of the Algarve (Portugal), an initiative promoted by the Association for the defence of the Cultural and environmental Heritage of the Algarve (ALMARGEM), In this sense we analyse tourist sustainability of these areas, as well as the relationship with sports, namely hiking or cycling, and the impact and the peculiarities of the Via Algarviana to the destination.
The result of this research summarizes and describes the Via Algarviana whose value contributes to the development of tourism, based on the respect to natural and rural environment and allows to use this experience as a reference for sustainable management of tourist destinations of the inland areas.

Keywords: Sustainable tourism - Tourist promotion - Via Algarviana – Algarve - Portugal.

CÓDIGOS JEL: Q56; L83; Z32.

Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato:

María Moral-Moral, Ana Isabel Renda y Paula Martins (2018): “Desenvolvimento turístico sustentável no interior de Algarve (Portugal): o caso da Via Algarviana”, Revista Turydes: Turismo y Desarrollo, n. 24 (junio / junho 2018). En línea:
https://www.eumed.net/rev/turydes/24/via-algarviana.html
http://hdl.handle.net/20.500.11763/turydes24via-algarviana


1. INTRODUÇÃO

O turismo apresenta-se como uma grande oportunidade para o desenvolvimento económico e social das regiões. Segundo a Organização Mundial de Turismo (OMT, 2017a), nos primeiros quatro meses de 2017, um total de 369 milhões de turistas viajaram por diferentes regiões do mundo o que representa um aumento de 6% relativamente ao ano anterior. Em Portugal, segundo dados provisórios de 2016. A atividade turística gerou 8,8 milhões de euros, +12,8% se comparado com o ano anterior (Estratégia de Turismo Portugal, 2027).

O crescimento do turismo pressupõe uma oportunidade para melhorar a competitividade dos destinos e promovem o desenvolvimento sustentável das zonas geralmente menos desenvolvidas do poto de vista turístico. Acresce a este facto o interesse do turista pela participação em atividades associadas ao contacto com a natureza e à realização de atividades desportivas saudáveis como o pedestrianismo e cicloturismo o que implica a promoção de rotas turísticas sustentáveis (Chen & Cheng, 2016).

Neste contexto, a caminhada e o cicloturismo converteram-se atualmente numa alternativa turística que permite disfrutar da paisagem e a viver uma experiencia única em contacto com a natureza e converte-se numa das principais motivações do turista: combinar a realização de uma atividade desportiva e do lazer (Moral-Moral, 2016).

Assim, do ponto de vista institucional e empresarial, são diversas as iniciativas que estão acontecendo nos últimos anos para desenvolver um turismo mais sustentável de acordo com a política de turismo da União Europeia (UE), que estabelece entre as suas prioridades de ação o desenvolvimento de um turismo responsável e de qualidade, consolidando a imagem da Europa como um conjunto de destinos sustentáveis ​​(UE, 2010).

Destaca-se, neste contexto, iniciativas como a denominada rede EuroVelo projeto desenvolvido pela Federação Europeia de Ciclistas desde 1997, com o objetivo de criação de uma rede europeia de grandes rotas que permitam atravessar todo o continente europeu em bicicleta, dando lugar ao desenvolvimento de uma rede transeuropeia de transporte sustentável. Com este projeto pretende-se, por um lado, impulsionar o uso de bicicleta como meio de transporte sustentável e, por outro, promover um turismo mais respeitador do meio natural apostando no cicloturismo.

Atualmente, existem quinze rotas na Europa, destacansdose a Rota da Costa Atlântica, com 8.186 km de pistas para bicicletas e que percorrem desde o norte da Irlanda até ao sul de Portugal que permite ao turista disfrutar da cultura e história das principais cidades e zonas turísticas europeias.

Perante esta tendência sujem em Portugal projetos e iniciativas para impulsionar o desenvolvimento turístico em zonas de interior. Um dos exemplos é o caso da Via Algarviana, uma iniciativa promovida pela Associação de defesa do Património Cultural e Ambiental do Algarve (ALMARGEM).

O objetivo deste trabalho centra-se em primeiro lugar na análise do conceito de sustentabilidade turística e no seu vínculo com modalidades pouco desenvolvidas tais como o cicloturismo, e, em segundo lugar, apresentar como estudo de caso a Via Algarviana, como exemplo de promoção turística sustentável de destinos de interior na zona da serra e do barrocal da região do Algarve (Portugal). Por fim tiram-se conclusões se implicações práticas relevantes do caso analisado.

2. A SUSTENTABILIDADE TURÍSTICA NOS DESTINOS DE INTERIOR

Atualmente, a garantia da sustentabilidade turística representa um dos grandes desafios para o turismo na Europa. Exige que se concilie as necessidades e desejos dos turistas dos agentes no terreno e que, simultaneamente se respeite e valorize o território.

A OMT, com o objetivo de promover um desenvolvimento turístico sustentável, elegeu o não de 2017 como o “Ano Internacional do Turismo Sustentável para o Desenvolvimento”, tendo como finalidade estimular as economias locais, a criação de emprego e de oportunidades empresariais, melhorando o nível de vida e bem-estar da população (OMT., 2017b).

Importa neste contexto, em primeiro lugar, esclarecer os conceitos de “sustentabilidade”, “desenvolvimento sustentável”, “sustentável”. Estes conceitos têm a sua origem no Relatório de Brundland, onde, pela primeira vez, se define o termo, incidindo na satisfação das necessidades de todos os indivíduos sem distinção ou descriminação alguma, e a necessidade de promover e melhorar o meio ambiente como via para assegurar o futuro das gerações vindouras (Nações Unidas, 1987).

Diversos autores recomendam desde então a implementação deste modelo de gestão e a adoção de práticas e procedimentos que conduzam à sustentabilidade turística com o objetivo de minimizar os impactos gerados e contribuindo para uma melhor diferenciação dos destinos turísticos (Montaño Valle, 2015).

Segundo Crosby (1996), um desenvolvimento turístico sustentável pressupõe a incorporação de ações dirigidas a garantir a preservação dos recursos naturais, a autenticidade cultural e a rentabilidade da atividade turística no destino.

Neste contexto, trabalhos recentes realizados por Wojtarowski et al. (2016) realçam a necessidade de aproveitar as oportunidades que condizem à implementação de um turismo respeitador e responsável, especialmente nos pequenos núcleos populacionais tais como os lugares rurais e de interior devido ao impacto positivo que representa para o bem-estar da população litoral por contribuir para alcançar o desenvolvimento sustentável.

Nesse sentido, a evolução e o crescimento do turismo nas áreas rurais são consequência de várias mudanças que ocorreram do ponto de vista da oferta como da procura: (1) aumento do tempo de lazer e fragmentação do tempo de férias; (2) existência de um consumidor mais informado que procura um turismo personalizado e de maior qualidade; (3) alteração de valores e de estilos de vida, alcançando-se uma maior consciência ambiental, maior preocupação com o meio ambiente e eleição dos destinos menos massificados e rurais; (4) o esgotamento do modelo tradicional de sol e praia devido à massificação e à deterioração da qualidade dos serviços oferecidos (Cànoves et al., 2012; Mediano, 2004).

Atendendo a estas tendências, a aposta na sustentabilidade turística no meio rural está alcançando um maior grau de atenção entre as autoridades e instituições como meio para a diversificação e melhoria da qualidade de vida das populações.

No caso de Portugal, a Estratégia de Turismo 2027 (ET 27), pretende consolidar o país como um destino sustentável promovendo a valorização do património cultural e natura. Para isso, incentiva-se à participação e envolvimento de todos os agentes económicos e sociais, e estabelece-se, nas suas linhas orientadoras, a geração de oportunidades turísticas que diversifiquem e desconcentrem a procura com o objetivo de promover uma maior desenvolvimento turístico no meio rural e garantir a sua conservação e proteção.

Tendo em conta o exposto anteriormente, destaca-se a necessidade de impulsionar e promover as modalidades turísticas que são sustentáveis, tais como o pedestrianismo e o cicloturismo. Tratam-se de modalidades turísticas que contribuem para o desenvolvimento turístico do interior e que, ao mesmo tempo, promovem o património natural, cultural e histórico e a responsabilidade ambiental (Moral-Moral, 2016).

Não devemos esquecer, neste contexto, que o ambiente rural é, cada vez mais, um território de maior interesse para os turistas, o que tem levado à criação de ciclovias a nível europeu como a da rede Eurovelo ou, no caso da Espanha, à reconversão das antigas vias rodoviária em vias verdes para a realização de passeiros a pé ou de bicicleta, o que se revela um instrumento importante para o desenvolvimento de um turismo mais sustentável (FFE, 2017).

Neste artigo, identificamos em seguida e esclarecemos as particularidades que esta forma de turismo apresenta como instrumento de desenvolvimento sustentável. Destaca-se em particular neste estudo a oportunidade que a Via Algarviana pode representar para o impulso turístico do interior da região do Algarve.

3. O CICLOTURISMO COMO UMA MODALIDADE SUSTENTÁVEL: CONCEITOS E BENEFÍCIOS

Nos últimos anos, o interesse em impulsionar nos destinos um turismo mais sustentável e respeitador do meio ambiente, tem vindo a proporcionar o desenvolvimento de novas modalidades turísticas. A este respeito, o cicloturismo tem-se convertido numa alternativa turística, em que a utilização da bicicleta representa a combinação perfeita para que se concilie a perspetiva turística com a desportiva, vinculada com o ambiente natural do espaço visitado.

Desta forma, não é de estranhar o interesse surgido recentemente entre os académicos relativamente a este objeto de estudo, no sentido de conhecer melhor o fenómeno, delimitar as suas características e tipologias. A pesar deste interesse verifica-se uma escassez de trabalhos científicos sobre esta temática, pelo que este estudo pretende enfatizar as potencialidades que o cicloturismo oferece como forma de atenuar a sazonalidade e contribuir para a diversificação turística de regiões como o Algarve, fortemente vinculada ao sol e praia.

Assim, em primeiro lugar, é necessário realizar uma revisão de literatura em profundidade que permita perceber claramente em que consiste esta forma de turismo. Um trabalho recente de Han et al., (2017) apresenta a conceptualização do cicloturismo, definindo-o como aquele que se realiza por motivos de lazer e em períodos de tempo inferiores a 24 horas, entre um lugar de origem e um destino concreto. Os autores determinam que as características chave que distinguem esta modalidade estão delimitadas por seis aspetos:

  • Deslocamento para fora do local de residência.
  • A duração pode oscilar entre um ou vários dias .
  • É uma prática não competitiva.
  • A viagem é a motivação principal.
  • Desenvolve-se num contexto ativo e desportivo.
  • Representa uma forma de lazer e entretenimento.

Tendo em conta estas características, a prática de uma atividade de cicloturismo pode dar lugar a diferentes modalidades ou alternativas, dependendo da sua duração, motivação e distâncias percorridas. Mató e Troyano (2014) distinguem quatro grandes modalidades ou tipologias de prática de cicloturismo.  Assim, em primeiros lugar, encontra-se o denominado “alforjes ou férias de bicicleta” no qual a duração da viajem pressupõe a pernoita do turista uma ou mais noites fora do seu local de residência habitual. Deste modo, o seu principal objetivo é a prática da atividade de cicloturismo recorrendo a diferentes locais geográficos. Convém a este propósito esclarecer que dentro desta modalidade não se considera a utilização de meios de transporte alternativos à bicicleta. Em segundo lugar, o denominado “cicloturismo de férias”. Neste caso está inerente o uso e usufruto da bicicleta durante as férias do turista, porém, não representa a sua atividade principal durante o seu período de férias, ou seja, implica a realização de uma ou várias deslocações desde um ponto a outro. Uma terceira tipologia são as “excursões em bicicleta por um dia”, desde o local de residência habitual até outro local por motivações recreativas ou de lazer, sendo utilizada a bicicleta por um período superior a 3 horas. Finalmente, o denominado “ciclismo desportivo ou recreativo” que pode ser praticado em estadas convencionais ou zonas de montanha e que é realizado pelo ciclista que utiliza equipamentos específicos para viajar num único dia, distâncias elevadas superiores a 50 quilômetros.

Efetivamente, a prática do cicloturismo, e portanto o uso da bicicleta, contribui +ara p desenvolvimento de uma experiência de lazer integral para o turista onde os atrativos culturais, históricos e paisagísticos da rota escolhida, representam o principal atrativo e motivação para a sua realização. A este facto acrescenta-se o caráter saudável e sustentável que possui para o turista a escolha desta modalidade turística, o que a converte numa referência para o desenvolvimento económico e social dos destinos a nível mundial (Vujko et al., 2017).

É também relevante realçar que, devido aos aspetos positivos que esta modalidade apresenta, crescem as motivações e interesses do turista pelo seu desenvolvimento. Assim, diversos trabalhos (Ho et al., 2015; Kulczyckia & Halpenny, 2014; Serra, 2016; Vujko et al., 2017; Weston et al., 2012) realçam os seguintes factos:

  • O principal fator para fazer turismo de bicicleta é o contacto com a natureza e ao disfrutar das paisagens e dos ambientes naturais;
  • Uma segunda motivação é a realização de uma atividade física saudável com o objetivo de se manter em forma e cuidar da saúde;
  • Um terceiro fator motivacional é o disfrutar da utilização da bicicleta como instrumento de lazer para a realização de uma atividade relaxada e agradável;
  • Em último lugar, outras motivações do cicloturista menos relevantes, são as que dizem respeito à realização da atividade como meio para partilhar experiências em grupo (i.e., com amigos, familiares, companheiros) ou como meio de, recorrendo à bicicleta, visitar diferentes atrativos turísticos de um local.

Estes fatores determinam que para que o cicloturismo se converta numa alternativa turística nos destinos, é imprescindível que a rota oferecida ao visitante possua determinadas infraestruturas e serviços. A este propósito, Chen e Lee (2017) identificam uma série de variáveis a considerar tais como o desenho da rota de forma acessível para ser percorrida de bicicleta, informação em vários idiomas com as características geográficas da mesma, assim como atividades de lazer e culturais desenvolvidas nas diferentes localizações da rota ou a existência de alojamento com serviços especializados para o ciclista, tais como serviços de manutenção, locais para guardar as bicicletas, lojas com artigos especializados, aspetos estudados por outros investigadores (Chen & Cheng, 2016; Han et al., 2017; Oliveira & Esperança, 2011).

Por estes motivos, e com o objetivo de impulsionar o desenvolvimento do cicloturismo no interior da região do Algarve, realiza-se este trabalho de análise das características e peculiaridades que a Via Algarviana representa como instrumento de desenvolvimento turístico sustentável e diversificador da atividade económica desta região portuguesa.  No capítulo seguinte apresenta-se a metodologia adotada nesta investigação.

4. METODOLOGIA

O principal objetivo desta investigação é analisar o turismo sustentável nas áreas rurais de Portugal, enquanto elemento para o desenvolvimento económico e social de áreas turísticas menos desenvolvidas e contributo para a diversificação e competitividade da sua oferta turística.

É adotado o método de estudo de caso ou análise intensiva devido à sua adequação para a realização de pesquisas descritivas ou baseadas em teoria (Villarreal & Landeta, 2010; Yin, 2009).

Após a revisão de literatura e delimitação do quadro em estudo, procedeu-se à seleção da unidade de análise. Nesse sentido, e uma vez avaliado o conjunto de recursos e rotas ligadas à prática do turismo sustentável e mais especificamente ao cicloturismo, selecionou-se o caso da Via Algarviana, localizada na região interior do Algarve (Portugal), devido ao seu potencial papel para a atenuação da sazonalidade e promoção do turismo nesta área interior do sul de Portugal.

Assim, após a base teórica é efetuada uma análise abrangente da informação existente relativa aos recursos e particularidades que caracterizam a Vía Algarviana, abordando os aspectos mais relevantes e diferenciadores desse recurso.

Na Tabela 1 apresenta-se informação sintetizada deste processo de pesquisa com base na metodologia de estudo de caso.

Tabela 1. Folha metodológica


Objetivo da pesquisa

Estudar empiricamente o desenvolvimento do turismo sustentável nas áreas rurais através do estudo de um caso real, bem como as características e fatores que definem seu valor enquanto produto turístico sustentável.
Identificar as vantagens que o turismo sustentável pode representar para o desenvolvimento económico, social e ambiental das áreas rurais.

Metodologia da Investigação

Estudo de caso contemporâneo múltiplo de caráter holístico (unidade de análise simples). Estudo exploratório, descritivo e explicativo.

Unidade de Análise

Recursos turísticos associados à prática do turismo sustentável.

Espaço geográfico

Portugal, Algarve.

Universo

Rotas.

Amostra

Via Algaviana (região do Algarve, Portugal).

Métodos de recolha de evidências

Revisão documental. Observação direta.

Fontes de informação

Publicações especializadas, Informações institucionais no âmbito da promoção turística.

Abordagem científica

Indução analítica.

Avaliação do rigor e da qualidade metodológica.

A validade construtiva foi assegurada através do uso de várias fontes de informação (triangulação metodológica) e validade interna através da comparação sistemática da literatura.

Data de realização

Setembro de 2017.

Fonte: Elaboração própria de Villarreal e Landeta (2010).

5. A VÍA ALGARVIANA: uma iniciativa para o turismo interior sustentável

O potencial turístico das zonas rurais de Portugal encontra-se numa fase de crescimento e impulso, por parte das entidades oficiais, a nível nacional e regional, assumindo-se como uma prioridade estratégica, uma vez que uma elevada percentagem de dormidas de turistas se encontram concentradas nas áreas de litoral (Estratégia de Turismo Portugal, 2027).

Neste contexto, surgem iniciativas interessantes que apostam na valorização e conservação dos recursos naturais e paisagísticos que Portugal possui. Os resultados da pesquisa descritiva e qualitativa realizada no âmbito da Via Algarviana apresentados de seguida confirmam esta tendência.

5.1. Caracterização geográfica da rota

A Vía Algarviana é um itinerário pedestre e de ciclismo com cerca de 30º km que percorre o interior da região do Algarve, entre Alcoutim e Cabo São Vicente atravessando no total 9 municípios (Martins, 2014; Vía Algarviana, 2017). Foi um projeto criado em 2006, que partiu da iniciativa da ALMARGEM1 , no âmbito do Departamento de Ecoturismo e Montanhismo.

A região apresenta diversidades morfológicas que conduziram à sua subdivisão em três sub-regiões naturais (figura 5.1): a Serra Algarvia (Alto Algarve), que ocupa cerca de 50% da superfície regional, com reduzida utilidade agrícola, elevados índices de desertificação humana e uma população envelhecida, pouco qualificada e com fraca capacidade empreendedora; o Barrocal Algarvio (Algarve Calcário), que representa cerca de 25% da área regional, com elevada capacidade agrícola; o Litoral Algarvio (Baixo Algarve), onde se concentra uma grande parte da atividade económica regional na área dos serviços, bem como os principais centros urbanos (Lopes & Monteiro, 2017).

A excelente localização geográfica do Algarve ao lado do Oceano Atlântico e o agradável clima mediterrâneo com temperaturas temperadas ao longo do ano, juntamente com a beleza do seu ambiente natural, representam uma grande atracção para os visitantes europeus e nacionais. Por isso, a principal atividade económica é o turismo, que representa 66% do PIB regional e cerca de 60% dos empregos na região (Turismo de Portugal, 2017).

Assim, o principal objetivo desta iniciativa promovida pela associação ALMARGEM é promover e promover o desenvolvimento sustentável da serra algarvia, promovendo o património cultural e ambiental e a consolidação de iniciativas de negócios locais (ALMARGEM, 2017).

Da mesma forma, a Via Algarviana visa incentivar e promover a prática de actividades turísticas alternativas, como caminhadas ou ciclismo com o objetivo de diversificar o turismo e mitigar a sazonalidade desta região. Destaca-se o compromisso que representa para alcançar um verdadeiro desenvolvimento sustentável no Algarve, tanto a nível económico, social e ambiental, melhorando o bem-estar da população residente (Imagem 1 e 2).

Encontram-se descritas abaixo os setores que compõem a Via Algarviana e que a tornam um produto turístico único no interior do Algarve.

5.2. Descrição das rotas

Conforme explicado anteriormente, a Via Algarviana apresenta uma extensão de 300 km pelo interior da região do Algarve. Esta rota passa por paisagens de enorme riqueza natural que permitem ao visitante apreciar o meio ambiente rural (Tabela 2). A Vía Algarviana é composta por 14 setores (percursos), sendo que cada um oferece ao visitante uma experiência única e diferenciada (Vía Algarviana, 2017).

Setor 1: o percurso tem início junto ao cais de Alcoutim e desenvolve-se, numa fase inicial, ao longo do Rio Guadiana, por caminhos planos de baixa altitude, com uma paisagem dominada por amendoeiras, figueiras e oliveiras e pela presença de pequenas habitações, algumas ainda em xisto, com pequenas hortas tradicionais, destacando-se na paisagem deste percurso, os Menires do Lavajo. O percurso termina em Balurcos, pequena povoação do concelho de Alcoutim.

Setor 2: com inicio em Balurcos, o segundo setor desta via passa por caminhos rurais, ao longo da Ribeira da Foupana, um dos principais cursos de água da região. Destaca-se neste percurso a presença de fornos de lenha e das casas pintadas com cal, predominando ainda a agricultura e a pastorícia. É possível observar alguns moinhos de vento, embora em ruínas.  

Setor 3: inicia-se em Furnazinhas, sendo possível apreciar pequenos aglomerados habitacionais com traça tradicional e termina em Vaqueiros, a aldeia mais povoada da freguesia, que se pensa estar construída sobre um povoado árabe. Existem também vestígios arqueológicos romanos, ligados à mineralogía, que podem ser observados durante o percurso.

Setor 4: com inicio em Vaqueiros, sendo possível apreciar pequenas hortas tradicionais, delimitadas por antigos muros de pedra e linhas de água, poços, noras, eiras e vários pormenores arquitetónicos antigos. A aldeia de Cachopo constitui o principal núcleo habitacional no final deste percurso, destacando-se a possibilidade de visita à Igreja de Santo Estêvão, lugar de peregrinação.

Setor 5: constitui um dos percursos mais exigentes, com relevo bastante acidentado, mas também um dos que permite desfrutar de uma paisagem impressionante sobre a Serra do Mú ou do Caldeirão. No monte dos Currais são comercializados alguns produtos típicos da serra, nomeadamente a aguardente de medronho e mel. Neste percurso, a Via cruza-se com a Rota da Cortiça, que se centra na valorização deste recurso endógeno. Na povoação de Barranco do Velho, a cortiça continua a assumir um elevado valor económico, sendo possível visitar a loja de artesanato e uma destilaria de aguardente de medronho.

Setor 6: neste setor é possível apreciar a vista panorâmica sobre a serra do Caldeirão, o litoral e sobre os sobreirais e os matagais, onde se destacam os medronheiros, urzes e os rosmaninhos. É de notar a mudança da paisagem, com a presença de campos agrícolas de sequeiro, pomares de amendoeiras, antes de chegar à aldeia de Salir, freguesia de base agrícola e florestal, na transição entre o Barrocal e a Serra Algarvia. É também um dos setores recomendados para os amantes de orquídeas, na primavera.

Setor 7: no início do percurso as ruínas do castelo de Salir destacam-se como elemento histórico mais imponente da povoação, sendo que a atividade agrícola praticada no passado se encontra patente na presença de algumas noras e engenhos hidráulicos. É possível desfrutar da Paisagem Protegida Local da Rocha da Pena, ao longo da primeira metade deste setor, constituindo um dos seus elementos fortes. Segue-se em direção aos pomares de sequeiro, que caracterizam o Barrocal Algarvio, no qual o pastoreio e a atividade agrícola ainda marcam presença. O percurso termina na Ribeira de Alte, chegando às Fontes Grande e Pequena, zona de descanso de beleza excecional, porta de entrada para o centro de uma das mais genuínas aldeias do Algarve: Alte.

Setor 8: o percurso inicia-se na Aldeia de Alte, terra do poeta Cândido Guerreiro, e percorre a paisagem rural do barrocal algarvio, dominada por amendoeiras, alfarrobeiras, figueiras e pomar de laranjeiras. O caminho desenvolve-se ao longo do Barranco do Vale para logo subir até à Portela de Messines. Neste trajeto, a paisagem é rica em hortas, com os seus engenhos hidráulicos (noras, tanques e poços) e termina na vila de São Bartolomeu de Messines, com cantarias de pedra, na qual predominam ainda algumas casas que datam do século XVI.

Setor 9: o setor inicia-se no centro da vila de São Bartolomeu de Messines, junto da Igreja Matriz e segue pela rua da antiga Casa de João de Deus, famoso poeta algarvio. Mais à frente é possível apreciar a Ribeira do Arade, num percurso de grande beleza natural. O parque de merendas, antes da chegada à Barragem do Funcho, convida a um breve descanso. O percurso atravessa a ribeira do Enxerim e termina na estrada nacional, a cerca de 500m da cidade de Silves, na qual é possível visitar diversos elementos culturais e históricos de grande interesse.

Setor 10: o percurso inicia-se em Silves, antiga capital do Algarve, na qual se destaca o castelo mouro, construído em taipa e pedra (Grés de Silves), enquanto principal elemento histórico. Seguindo em direção à Serra de Monchique, com uma paisagem dominada por estevais, eucaliptos e pinheiros, passando pela Ribeira de Odelouca, principal curso de água deste percurso, onde predominam várias espécies aromáticas, como rosmaninhos e tomilhos. Na chegada à Fonte Santa, é possível observar um antigo complexo termal, com água a 27ºC. A Serra de Monchique permite desfrutar de uma vista magnífica sobre o litoral até chegar à Picota, segundo ponto mais elevado do Algarve (774m). O percurso termina em Monchique, uma das mais bonitas vilas do Algarve.

Setor 11: este percurso inicia-se direção à Fóia, passando próximo do ponto mais elevado da Serra de Monchique e do Algarve (902m), sendo este por isso um desvio obrigatório. Mais à frente, encontram-se alguns povoados serranos, onde é possível encontrar animais a pastar. Na parte final do percurso, o bosque de sobreiral predomina na paisagem, tornando-a mais rica em diversidade vegetal e animal.

Setor 12: o percurso, de elevada extensão, inicia-se em Marmelete e dirige-se para Bensafrim, com uma paisagem diversificada, composta por eucaliptal, bosques de sobreiral, pequenas povoações, com espaços agrícolas bem cuidados e uma região de calcários, semelhante ao Barrocal. Mais à frente é possível encontrar algumas casas dispersas e habitações rurais recuperadas, com as suas hortas. O percurso passa pela Barragem da Bravura, local aprazível para uma pequena pausa, antes da chegada a Bensafrim.

Setor 13: o percurso inicia-se na freguesia mais rural do concelho de Lagos, onde predomina a agricultura biológica, bem como uma paisagem característica do barrocal, na qual abundam carrascos, aroeiras, rosmaninhos e estevas. É notória também a diversidade de culturas humanas, uma vez que se têm fixado aqui muitos estrangeiros, oriundos de diversos países. Neste percurso encontra-se uma floresta de pinheiro-manso, que funciona como refúgio de vida animal e espaço de lazer e descanso para alguns visitantes, antes de chegar uma das mais belas áreas protegidas do país: o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.

Setor 14: o último setor da Via Algarviana decorre no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, com paisagens únicas, passando próximo de pequenos montes rurais, como o de Catalão e o de Vale Santo, zonas interessantes para a observação de aves, como a gralha-de-bico-vermelho (Pyrrhocorax pyrrhocorax), o falcão-peregrino (Falco peregrinus) e de espécies pouco comuns, como o sisão (Tetrax tetrax). Este último setor interceta com a Rota Vicentina (GR11), tendo como paisagem o Farol de S. Vicente e junta-se também à Ecovia do Litoral, seguindo até ao Cabo de São Vicente, lugar místico, onde termina a grande viagem pelo território Via Algarviana.

Tabela 2: Setores da Via Algarviana


Rota

Extensão (km)

Grau de dificuldade

Duração aproximada (horas)

Setor 1: Alcoutim - Balurcos

24,2

Difícil

7

Setor 2: Balurcos - Furnazinhas

14,3

Fácil

4

Setor 3: Furnazinhas - Vaqueiros

20,3

Algo difícil

6

Setor 4: Vaqueiros - Cachopo

18,8

Algo difícil

4

Setor 5: Cachopo - Barranco Velho

29,1

Muito difícil

8

Setor 6: Barranco Velho - Salir

14,9

Fácil

5

Setor 7: Salir – Alte

16,2

Fácil

5

Setor 8: Salir - S. Bartolomeu de Messines

19,3

Algo difícil

5

Setor 9: S. Bartolomeu de Messines - Silves

27,6

Muito difícil

8

Setor 10: Silves – Monchique

28,6

Muito difícil

8

Setor 11: Monchique - Marmelete

14,7

Algo difícil

4

Setor 12: Marmelete - Bensafrim

30

Difícil

7

Setor 13: Bensafrim - Vila do Bispo

30,1

Difícil

8

Setor 14: Vila do Bispo - Cabo S. Vicente

16,6

Fácil

5

Fonte: Elaboração própria da Vía Algarviana (2017).

Um dos aspectos fundamentais para promover a deslocação de turistas para uma área geográfica específica prende-se com a existência de recursos distintivos e fatores de atração ajustados às suas necessidades e desejos. Conforme evidenciado anteriormente, a Via Algarviana possui uma grande variedade de pequenas rotas com diferentes graus de dificuldade, extensão e atrações naturais e ambientais.

No entanto, é essencial empreender ações de promoção turística que permitam valorizar os seus pontos fortes, que constituem cada um dos percursos da Via Algarviana.

A este respeito, é de destacar a iniciativa da associação ALMARGEM na promoção e divulgação das particularidades da Via, através da criação de 4 rotas temáticas como objetivo de aumentar a atratividade da Via Algarviana (ALMARGEM, 2017):

Rota do Contrabandista: localizada no concelho de Alcoutim perto da fronteira natural do rio Guadiana com a Espanha, local onde anteriormente alguns dos habitantes de ambas as costas se dedicavam ao contrabando de mercadorias para complementar o rendimento proveniente da actividade agrícola. Atualmente, as torres de vigia, os barrancos, as estradas constituem uma rota singular que permite ao visitante reviver o cenário destas actividades.

Rota da Água: localizada no concelho de Loulé, onde se encontram as principais bacias hidrográficas da região, permite ao visitante conhecer infraestruturas e construções ligadas ao uso agrícola da água. A aldeia de Querença constitui um ponto de interesse importante, onde se encontra o Pólo Museológico da Água, que oferece aos visitantes uma experiência pedagógica e experiencial sobre o uso da água neste território.

Rota das Árvores Monumentais: conjunto de circuitos situados na área protegida da Serra de Monchique que permitem aos visitantes observar árvores centenárias de grande valor ambiental, bem como vegetação diversificada. A serra de Monchique constitui também o habitat do lince ibérico, uma das espécies ameaçadas da Europa.

Rota da Geologia: possibilidade de visita a recursos identificados como de interesse geológico observando-se como estes materiais geológicos se encontram presentes no ambiente e na arquitetura local, como um elemento construtivo na Serra de Monchique, constituída por uma grande variedade de rochas, com origem e estruturas diversificadas.

A promoção turística da Via Algarviana materializada nas quatro principais rotas temáticas constitui um incentivo ainda maior para os visitantes que desejam aprofundar o conhecimento sobre as tradições e a história natural e cultural da Via Algarviana.

A informação sobre os recursos patrimoniais e naturais presentes na rota, bem como os serviços turísticos de apoio ao visitante, tais como alojamento, restauração, transporte, lazer, entre outros, encontra-se disponível na página da web (www.viaalgarviana.org), sendo possível também efetuar o download de um guia em vários idiomas.

6. CONCLUSÕES E IMPLICAÇÕES PRÁTICAS

A gestão e adoção de estratégias e iniciativas de turismo sustentável constitui uma das prioridades para o desenvolvimento económico e social dos destinos. Hoje em dia, o consumidor turístico procura uma maior personalização dos serviços oferecidos, o prazer de experiências únicas e inesquecíveis ligadas à autenticidade das tradições e costumes do destino, bem como atividades de lazer relacionadas com práticas saudáveis e de maior contato com a natureza.

Nesta linha, surgem novas modalidades turísticas que despertam o interesse dos turistas, como o cicloturismo e as caminhadas, que se representam uma oportunidade para a diversificação do turismo sustentável.

Este trabalho demonstra a adequação da aposta no âmbito destas modalidades. No entanto, importa reforçar que é necessário prestar serviços turísticos adaptados às necessidades do cicloturista ou caminhante, na medida em que constitui um fator de atração nos destinos mais especializados neste segmento (Chen & Cheng, 2016). Por esta razão, os destinos turísticos do interior têm uma ótima oportunidade para atrair visitantes através da melhoria de rotas existentes ligadas ao património natural, cultural e histórico de seu meio ambiente.

Neste sentido, a Via Algarviana localizada no interior do Algarve representa um compromisso claro com a promoção de recursos turísticos que esta área geográfica possui. Adota um modelo de gestão baseado em garantir a sustentabilidade do meio ambiente do ponto de vista económico, promovendo iniciativas de pequenas empresas a nível local (isto é, alojamento, restauração, transportes, atividades turísticas) que complementam o rendimento gerado por via das atividades económicas tradicionais. Do ponto de vista social, contribui para a divulgação da cultura, das tradições, dos costumes das comunidades residentes, para a reconversão de edifícios antigos para uso turístico e, finalmente, do ponto de vista ambiental, sensibiliza o visitante para o conhecimento do meio natural e rural.

Assim, entre as implicações práticas do caso analisado, importa destacar, como pontos fortes na gestão turística da Via Algarviana, a promoção temática das rotas que a compõem, a descrição detalhada das características geográficas da rota para cicloturistas e caminhantes, os pontos de interesse histórico e cultural, a oferta de alojamento, serviços de restauração, entre outros, localizados ao longo da Via e na zona envolvente. Além disso, a integração das informações desta rota encontra-se na página web do Turismo de Portugal (www.visitportugal.com); contando também, com uma página própria (www.viaalgarviana.com).

Outra das oportunidades identificadas prende-se com o facto de municípios do litoral, nomeadamente Albufeira, responsável por cerca de 45% das dormidas registadas no Algarve, ter proposto à Almargem a criação de um percurso de ligação à Via Algarviana (sector 7 – Alte). Tal revela o potencial desta oferta de natureza para a desconcentração dos fluxos turísticos na região, bem como a complementaridade possível entre os vários tipos de turismo.

No entanto, como resultado desta pesquisa, a tradução das informações publicadas em brochuras e em páginas da web na língua espanhola é recomendada uma vez que a informação não está disponível neste idioma, apesar da proximidade geográfica relativamente a este mercado emissor.

Por outro lado, com vista ao aumento da procura por parte do segmento do cicloturista europeu, é necessária a adaptação e certificação de serviços vocacionados para o mesmo, em particular ao nível do alojamento. Nesse sentido, em Portugal, é notável o lançamento de sites como "Bikotels" que oferecem informações sobre lojas e unidades de alojamento "bikef riendly". No referido site, à data de conclusão deste trabalho, não foi encontrado registo sobre estabelecimentos classificados como bike friendly.

Em suma, a promoção turística de destinos no interior de Portugal deve constituir uma prioridade estratégica, através do desenvolvimento de produtos turísticos sustentáveis. A este respeito, modalidades como o ciclismo ou o turismo de caminhadas, contribuem para a implementação efetiva e real de um modelo sustentável, representando a Vía Algarviana uma alternativa de primeira linha para a diversificação turística na região do Algarve, bem como uma iniciativa a ser implementada em outros áreas de Portugal.

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* Professor Assistente Doutor do Departamento de Marketing e Comunicação da Universidade de Cádiz (Espanha).
** Professor Adjunto. Universidade do Algarve - Escola Superior de Gestão, Hotelaria e Turismo (Portugal).
*** Professor Adjunto. Universidade do Algarve - Escola Superior de Gestão, Hotelaria e Turismo (Portugal).
1 Associação fundada em 1988, cujos objetivos são a divulgação, promoção e divulgação do patrimônio natural, cultural e histórico da região do Algarve.


Recibido: Enero 2018 Aceptado: Mayo 2018 Publicado: Junio 2018

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