TURyDES
Vol 1, Nº 2 (marzo / março 2008)

O TURISMO NAS ESTÂNCIAS TERMOMINERAIS - O CASO DA ESTÂNCIA TERMOMINERAL EM SANTO AMARO DA IMPERATRIZ E AGUAS MORNAS-SC BRASIL

Adriana Gomes de Moraes

 
 


1- Considerações iniciais

O deslocamento de pessoas para utilizar dos benefícios das águas termais constituiu-se em grande desenvolvimento nos locais aonde foram detectadas águas com propriedades terapêuticas. Como em muitos lugares do mundo o Brasil também possui águas que são benéficas a saúde.

Diante desse fato algumas cidades brasileiras desenvolveram-se , criaram infra estrutura para receber grande demanda que até então se deslocava com a finalidade de cuidar da saúde, livrar-se do estress. Atualmente verifica-se que as cidades brasileiras que possuem águas termais de diversas propriedades , principalmente as que ficam próximas a destinos turísticos bastante consolidados estão estagnadas, por falta de planejamento e divulgação. O contrario é observado nas águas termomierias da Europa que desde os tempos primórdios as pessoas deslocavam-se para descansar ou em busca de cura por meio das águas .continuam com grande contingente de pessoas a procura dessa propriedades terapêuticas das águas termomineirais.

Objetivou-se nessa pesquisa identificar se existe planejamento para o desenvolvimento da atividade turística na cidade de Águas Mornas e Santo Amaro da Imperatriz em virtude de suas águas termais, com vistas a orientar a localidade para o desenvolvimento da atividade.

Os objetivos específicos foram identificar o tipo de estância existente na cidade ;diagnosticar os tipos de atrativos e infra estrutura existente na cidade para o desenvolvimento do turismo e levantar dados a cerca do n. de visitantes na localidade e ações dos órgãos competentes para o desenvolvimento da atividade turística.

1.2 Método e Técnica da pesquisa

O método da pesquisa é qualitativo que segundo Seabra (2001,p.55) define como o método que não emprega necessariamente um instrumental estatístico como base do processo de análise de um problema”. Em quanto que a pesquisa quantitativa enfoca o conhecimento de forma objetiva, por meio de dados estatísticos e matemáticos.

Quanto aos objetivos à pesquisa caracterizou-se como exploratória utilizou-se nessa fase o levantamento bibliográfico para a construção do referencial teórico. Nos procedimentos técnicos a pesquisa em fonte de papel foi documental, onde se pesquisou nos arquivos da prefeitura, hotéis e IBGE, Santur.

A pesquisa de dados fornecidos por pessoas caracterizou-se como levantamento, foi descrito os atrativos existentes, infra-estrutura da cidade e estância termal. Foi usada nessa etapa também a entrevista como instrumento de coleta de dados, os entrevistados foram pessoas das secretarias que cuidam da pasta turismo e hoteleiros.

2. As práticas de banhos termais

Segundo QUINTELA, M. M. (2004,p240) As práticas termais tiveram uso ancestral e são associadas, sobretudo por médicos, à fase ‘religiosa’ e ‘empírica’ da medicina. Com o advento da medicina dita científica, os médicos sentiram necessidade de se apropriar dessa prática terapêutica — para uns popular, para outros do domínio da magia — de modo a que ela acompanhasse a história da medicina.

Nessa terapêutica, o agente é a água termal, que foi transformada no final do século XIX, articularmente na França (Weiss, op. cit.), em objeto de estudo de uma nova ciência — a hidrologia médica. E foram médicos hidrologistas que definiram o termalismo como “um conjunto de atividades que envolvem a terapêutica pelas águas minero- medicinais aplicadas a um doente durante a sua estadia numa Estância Termal” (Teixeira, 1990, p. 27); ou que afirmam que o ... termalismo ou hidroclimatismo diz respeito ao conjunto de tratamento hidriático, climático, pelóidico, pepsâmico, cinésico, psicológico e higienodietético. E todos eles, sempre que possível, empregados simultaneamente, constituindo: um programa com diversas modalidades de cura e admitindo-se, em determinados casos, a complementação com fisioterapia e farmacoterapia (Mourão, 1992, p. 13).

Empregamos aqui a designação termalismo quando nos referimos ao conjunto de atividades terapêuticas desenvolvido no espaço de um estabelecimento balnear e que em como agente terapêutico a água termal.

De ‘diamante líquido’ a objeto de estudo As águas minerais foram batizadas como ‘diamante líquido’, ‘petróleo’, ‘ouro’, ‘remédio universal’, quer por suas virtudes terapêuticas, quer pelo potencial econômico que representam para um país e/ou uma região. Os lugares que circundam essas fontes foram denominados ‘laboratórios da natureza’, ou ‘farmácias da natureza’. A partir delas formaram-se ciências como a hidrologia, a hidrologia médica, a crenologia e, em torno destas, originaram-se disputas pela legitimidade de suas práticas, apoiadas em saberes para alguns afirmados como ‘populares’ ou ‘empíricos’, para outros, ‘científicos’.

Com a descoberta da química por Lavoisier, na segunda metade do século XVIII, foram descobertas as propriedades químicas das águas minerais, até aí designadas como águas termais, curativas e/ou santas. Elas foram freqüentemente usadas desde a Antiguidade por vários povos, e em torno de suas nascentes surgiram diversos núcleos urbanos com funções terapêuticas e lúdicas.

A água mineral tornou-se, assim, objeto de análise de uma nova ciência — a química. A água passou a ter ‘coisas’ — elementos que são identificáveis e discutidos no âmbito de comunidades científicas. Durante o século XIX houve, por parte dos governos, um interesse em conhecer as águas existentes nos respectivos países, como um recurso terapêutico e como manancial econômico em potencial. A água mineral foi alvo de diferentes definições, quer por parte dos químicos, quer pela de médicos e farmacêuticos. Há, porém um denominador comum nessas definições: a água mineral ‘tem elementos terapêuticos’, é um ‘medicamento’ e seu potencial valor econômico é exaltado.

As termas foram, durante o século XVIII, reabilitadas pela aristocracia, principalmente a francesa, com as idas da corte a banhos (Vigarello, op. cit.; Wallon, op. cit.; Tailleux, op. cit.; Ferreira, op. cit.) e pela emergência de uma nova burguesia, como aconteceu por exemplo em Inglaterra, em Bath (Urry, 1994; Wallon, op. cit.; Hemphry, op. cit.), dando origem ao desenvolvimento de novas cidades. Na primeira metade do século XIX, embora a clientela termal na Europa fosse reduzida em número, a freqüência era ainda predominantemente aristocrática (Gerbod, 1983, p. 200).

As águas termais eram procuradas na expectativa de se obter uma cura, um milagre; eram também reputadas como milagrosas, construindo-se socialmente as estâncias de cura e repouso nos lugares circundantes das nascentes das águas. Ia-se a curas em uma viagem de cura e prazer, tal como Armando Narciso a denomina. A expressão ir a curas deriva do termo alemão Kure (Wallon, op. cit.), que, na língua portuguesa, originou a palavra curista , usado em Portugal para definir aquele que utilizava os tratamentos termais. A viagem da cura e do prazer estava, usualmente, associada à mudança de ares, atividade considerada necessária à manutenção da saúde, subjacente à prescrição da cura termal, essa mudança de ares consistia, sobretudo para aqueles que viviam nas cidades, em um deslocamento até ao campo, o qual gerou até uma nova forma de agendamento anual — a vilegiatura (Burnet, op. cit., pp. 10-120; Thomas, 1998, p. 298).

Se no início o ‘turismo’ era apresentado com um intuito pedagógico, o de adquirir conhecimento, sobretudo pela ida à Terra Santa e pelo grand tour, e, como tal, a viagem era necessária como forma de conhecer lugares de reverência — e quantos mais fossem os lugares visitados, mais eficazmente se atingiam os objetivos da viagem —, já a vilegiatura tinha como objetivo a viagem até um local previamente determinado e único, durante uma temporada. Embora a vilegiatura apareça associada àquilo que é designado por alguns autores como os primeiros movimentos turísticos do século XIX, diferia destes pelos objetivos que a fundamentavam, ao basear-se mais no repouso do que no movimento impresso pela viagem. Esta era, no entanto, uma prática social distintiva, de que só uma classe abastada podia dispor.

No Brasil, a legitimação do uso das águas termais acontece a partir de 1818, data associada à criação da primeira estância termal brasileira.

Segundo Mourão (1992), a situação deve-se ao fato de, em 1812,terem sido enviadas para a corte amostras de água termal das Caldas do Cubatão (SC), hoje Caldas da Imperatriz, para se proceder à análise.

Nela foram reconhecidas propriedades terapêuticas, e as águas passaram a ser consideradas como um bem público. A situação levou dom João VI a emitir, em 1818, um decreto pelo qual ordenava a construção de um hospital termal que se deveria reger pelos estatutos do Hospital das Caldas da Rainha (Portugal). Este é considerado o marco do início do termalismo no Brasil (Mourão, op. cit.; Silva, 1994), entendendo-se o termo como uma prática terapêutica desenvolvida a partir da água termal e usada no espaço de um estabelecimento balnear — uma vez que já havia notícias de fontes de águas com propriedades curativas no final do século XVIII (Rodrigues, 1833; Lemos, 1904; Gonsalves et al., 1936; Mourão et al., 1992 et al.; Marras, op. cit.). Foi durante o século XIX que nasceram e se desenvolveram as práticas termais em espaços institucionalizados pela medicina

brasileira. Tudo começou com a descoberta das análises químicas, ainda na primeira metade do século, e com a edificação de alguns estabelecimentos termais (Caldas do Cubatão, Caxambu e Poços de Caldas) na segunda metade do mesmo século.

Nos periódicos editados pela Academia Real de Medicina no século XIX, as primeiras notícias sobre águas minerais referiam-se às fontes termais de Goyaz e à utilização da sua água no tratamento da morféia , em 1839. Mas até esta data, poucas tinham sido as fontes termais sobre as quais se havia escrito. Só a partir da segunda metade desse século, com o desenvolvimento da química e da própria medicina, surgiram notícias sobre águas minerais, sobretudo a partir das análises efetuadas, enunciando-se suas propriedades terapêuticas. Foram os médicos quem mais escreveram e publicaram a respeito dessa temática.

O conhecimento e o uso das águas minerais eram assim, antes de qualquer coisa, assumidos como um fator potencial de desenvolvimento econômico. Mas, para tal, era necessário conhecer as fontes minerais existentes em solo brasileiro e desenvolver a ‘ciência’ que a elas dizia respeito, designada como hidrologia médica. Eram esses os argumentos utilizados pelos autores que escreveram sobre o tema, reforçando que os médicos tinham de deter esse ‘saber científico’ de modo a poderem prescrever as águas minerais àqueles que delas necessitasse — os doentes, pois as águas minerais são “preconizadas como um poderoso agente da ciência médica” (Serzedelo, 1884). Segundo os autores consultados, isso só aconteceu no final do século XIX. A literatura até agora levantada parece apontar para duas fases na institucionalização do termalismo brasileiro.

A primeira, relativa ao século XIX, foi a fase das descobertas das águas minerais como ‘fatos científicos’, medicamentos, na perspectiva da química, da geologia e das suas propriedades terapêuticas. Era focalizada aí a necessidade de se proceder às análises químicas para legitimar o uso médico, e este não ser limitado apenas aos empregos ditos populares, evitando-se o risco de práticas classificadas como ‘charlatanismo’. Foi portanto a afirmação da medicina como detentora dos saberes relativos a essa prática terapêutica que criou mais um espaço para exercer a clínica, por meio da prescrição do ‘medicamento natural’ — a água. E uma vez que a água era classificada como medicamento e as termas, como ‘uma farmácia da natureza’, na cadeira de terapêutica médica foram ministrados os saberes a ela relativos. Foram os médicos que reivindicaram, na prática, a legitimidade do ‘saber científico’ sobre as práticas termais e defenderam a necessidade de se criar uma disciplina de hidrologia médica nas faculdades de medicina como forma de afirmar o novo território médico, principalmente nas primeiras décadas do século XX. Mas será que o uso das águas se limitaria àqueles que detinham a prescrição médica? Ou não seria a uma elite a que se referiam quando lamentava que os doentes procurassem a Europa, em detrimento das estâncias brasileiras?

Mas as estações termais brasileiras desenvolveram-se igualmente, com a edificação de estabelecimentos vocacionados para práticas lúdicas, onde se destacavam os cassinos contíguos aos balneários. A segunda fase iniciou-se com o século XX e correspondeu à afirmação das estações hidrominerais como lugares de cura e de turismo. Mário Mourão (1992, p. 83) considerava que, nas primeiras décadas do século XX, com a inauguração dos balneários Antônio Carlos (Poços de Caldas), Araxá e Águas de São Pedro, deu-se “um inusitado interesse nos meios crenológicos nacionais, mormente entre cientistas”, o que se refletiu na publicação de alguns trabalhos técnico científicos.

Com o forte apelo ao turismo de praia , atualmente pouco percebe-se o desenvolvimento nas estâncias termominerais, que embora não estão em total evidencia na mídia ainda existem.

As estâncias classificam-se em balneárias,climaticas e hidrominerais, conforme decreto estabelecido no dia 13 de julho de 1972. apud Aulicino (2001) são assim classificadas:

• Estância balneária: o município deve possuir praia para o mar,não se considerando como tal orla marítima constituída exclusivamente de rocha vida.

• Estância climática: deve existir no município um posto meterologico instalado e em funcionamento ininterrupto durante pelo menos três anos,operando por entidades especializadas oficiais cujos resultados médicos enquadrem nas seguintes características: temperatura media das mínimas no verão , ate 20 graus celsius,temperatura media máxima no verão de ate 25 graus celsius.

• Estância hidromineral: e necessária a localização no município de fonte de água mineral,natural ou captada por meios artificiais,devidamente localizada por decreto de concessão de lavra expedido pelo governo federal,com vazão mínima de 96 mil litros por 24 horas. Alem disso o município deve também possuir um balneário de uso publico para tratamento crenoterapico (tratamento pelas águas minerais) segundo a natureza das águas e de acordo com outros padrões fixados pelo mesmo regulamento em questão.

O decreto também determina que as estâncias devem oferecer atrativos turísticos e condições para tratamento de saúde.

3. Descrição do objeto de estudo

Para melhor compreensão da importância do objeto de estudo optou-se em descrever primeiramente a localização, o tipo de água existente nos dois municípios , após será descrita a infra-estrutura para receber turistas .

O município de Águas Mornas possui população Total do Município era de 5.390 de habitantes, de acordo com o Censo Demográfico do IBGE (2000). Sua Área é de 360,76 km² representando 0.3784% do Estado, 0.064% da Região e 0.0042% de todo o território brasileiro. O ano de instalação foi 1961, localiza-sse na microregiao da grande Florianópolis e mesoregiao Águas Mornas, fica a 29 kilometros da capital do Estado que é Florianópolis.

O Município de Águas Mornas, na grande Florianópolis, já é conhecida nacionalmente pela qualidade da sua água, tida como a segunda melhor do mundo por um estudo realizado por médicos de Baden-Baden, na Alemanha. A origem dessa água, que emerge de terrenos pré-cambrianos, é um derrame triássico, que invadiu toda a região de Águas Mornas e o município vizinho de Santo Amaro da Imperatriz.

A água é indicada no tratamento de reumatismo, artrites, artroses, gotas e dores reumáticas em qualquer parte do corpo. A água mineral também é recomendada para melhorar as funções digestivas, o aparelho renal, o sistema nervoso, e também para o tratamento da pele. Neste caso, ela é indicada para eczemas, urticária, manchas de pele e até para cabelos fracos.

O município de Santo Amaro da Imperatriz da Imperatriz faz parte da região da grande Florianópolis, à 30 Km à Leste da Capital do Estado de Santa Catarina. O clima é mesotérmico, tipo úmido, sem estações secas. Há ocorrência de geadas nos meses de Junho, Julho e Agosto.

As fontes termais emergem de terrenos e as rochas dominantes são as micaschistos e os gneiss, cortados por veios de diabeses e de pegmatitos e pelo granito. Atribui-se a origem da águas a um derrame triássico, que invadiu todo o sul do Brasil.É a estância hidromineral mais conhecida do Estado e, segundo especialistas, suas águas são as melhores da América do Sul, sendo a segunda melhor do mundo em qualidade, precedida apenas por Vicky, na França.

As águas termais de Santo Amaro e Águas Mornas segundo estudos realizados possuem as seguintes indicações terapêuticas:

Aparelho Digestivo

Excistante das funções digestivas: colocistite-atoniagastrica, intestinal e vesical, dispepsia e doenças hepáticas.

Banhos - massagens, muito movimento e beber bastante água.

Reumatismo

Artrite, artroses, fibromiosetis, gota, dores reumáticas, tanto nas costas (coluna) como nas demais partes do corpo.

Aparelho Renal e Renovesical

Pielite, pielo nefrite, cistites não infecciosas, nefrite crônica e eliminadora das calculoses renal e uretral.

Pele

Uso balncoteráptico no tratamento das dermatroses alérgicas, eczema, urticária, psoríase, ptíriase, manchas, cabelos fracos ou escassos.

Aproveitamento da temperatura e radioatividade: banhos com massagens suaves - água mineral quente e banhos de sol moderados.

Doenças Metabólicas

Produz equilíbrio metabólico, com uso idropínico aplicável, portanto nas artrites reumatóides, gotas úricas, antitoxinas (eliminadora de toxinas).

Sistema Nervoso

Calmante pela ação relaxante das tensões neuropsíquicas, melhora a insônia a tensão nervosa a ansiedade as neuvragias e a depressão.

Ação Desintoxicante e Hidratante

Recomendações gerais: 2 banhos diários nas banheiras ou piscinas, com duração média de 30 minutos.

Quanto a infra-estrutura para receber turistas a cidade de Águas Mornas possui apenas um hotel ,não possui pousadas, e um restaurante. O município de Santo Amaro da Imperatriz que fica ao lado de Águas mornas tem três hotéis , um camping, quatro restaurantes e outras opções de lazer como quatro parques aquáticos e vôo de parapente. O acesso para essas cidades conta com rodovia em bom estado de conservação, na pesquisa feita in loco para verificar a infra-estrutura existente não foi encontrado nos dois municípios postos de informação turística . Ao chegar no município de Santo Amaro da Imperatriz identificou-se uma casa que oferece banhos termomineirais a preços bastante razoáveis,o local esta em uma construção bastante simples, possui uma pequena recepção onde são dadas informações sobre os tipos de banhos existentes e valores. A exploração desses banhos é feita pela prefeitura municipal. Da mesma forma de gestão é feita com o hotel Caldas da Imperatriz, que localiza-se em uma construção histórica tem aproximadamente 200 anos que então foi um hospital, aonde os médicos indicavam para cura de vários tipos de doenças , esse espaço hoje e um hotel que oferece hospedagem simples com mobiliários antigos e banhos termais com banheiras que datam da mesma época de sua construção.

Outro empreendimento visitado durante a pesquisa esta localizado a poucos metros do hotel citado acima , o meio de hospedagem caracteriza-se como Eco Resort, Em meio às montanhas do Parque da Serra do Tabuleiro, uma das maiores reservas da Mata Atlântica possui 138 apartamentos , 11 Suítes • Água termomineral a 39°C nos aptos. • Centro de Eventos • Sala de Estar • Salas de Jogos • Lobby Bar • Boate Canto D'Água • 6 piscinas com água termomineral, sendo 3 internas • Bar • Restaurante Internacional • Plaza Grill • Sauna • Salão de Beleza • Loja • Campo de Futebol Suiço • 2 Quadras de Tênis (sendo uma coberta) • Pista de Cooper • Recreação Infantil e Adulta

Após pesquisa feita in loco , foram pesquisados também os sites das respectivas cidades, ambos são bastante simples, enfatizam as propriedades terapêuticas de suas águas termais, disponibilizam telefones das prefeituras para contato. Outro fato que constatado e que nenhuma das cidades possui secretaria especifica do turismo, estão agregadas a secretaria do planejamento . Da mesma forma observou-se o site da Secretaria de Turismo do Estado de Santa Catarina, percebe-se que existe um apelo bem grande a cerca do litoral e serra catarinense, os dois municípios pesquisados aparecem de forma muito simples e com pouco destaque sobre seus ricos recursos naturais.

Quanto a lojas que comercializam produtos da região, sabonetes etc, são mínimas a presença . A loja a qual visitamaos vendia bordados, cachaça ,açúcar mascavo e alguns outros produtos comestíveis que lembraram bastante doces mineiros.

4. Considerações finais

O desenvolvimento da atividade turística implica dinamizar diversos outros setores no município ou região a qual se deseja desenvolver para o turismo. Porem todos os planejadores entendem que o processo de planejamento de um destino nunca para, é continuo, pois existe o monitoramento considerado imprescindível, sem ele a parte inicial pode até mesmo ser desnecessária. Para que se oriente o crescimento de uma atividade a fim de garantir determinadas finalidades.

O planejamento é processo de tomada de decisão que se destina a produzir um estado futuro desejado e que não deve ocorrer sem que alguma coisa seja feita, ou seja , é um instrumento que facilita as decisões sobre o que fazer.

O que foi observado nessa pesquisa é que,nos dois municípios não existe planejamento para a atividade turística,bem como infra-estrutura que é competência do poder publico, se algum dia existiu não houve monitoramento pois ambos destinos estão estagnados . A presença de um hotel de rede que se caracteriza como resort não significa a dinamização do turismo, ao visitar ambas as cidades percebe-se claramente que não existe integração entre os municípios para juntos planejarem seu grande atrativo natural, transformá-lo enfim em um produto turístico sustentável, que gere renda para as famílias autóctones.

Quando questionado sobre o numero de turistas nas duas cidades, nenhum órgão competente ligado ao turismo soube quantificar exatamente. A cidade de Águas Mornas e Santo Amaro da Imperatriz não possuem uma secretaria especifica do turismo. A SANTUR- Secretaria do Turismo de Santa Catarina quando pesquisada não nos acrescentou em nada com suas informações , pois o que existe nessa secretaria sobre as duas cidades é muito superficial. É bastante evidente que o foco desse órgão de desenvolvimento e apoio ao turismo é o litoral do Estado.

Diante do que foi exposto acima ficam algumas sugestões para esses municípios que possuem grande potencial de desenvolvimento do turismo sustentável.

Sugestão 1- Criar um secretaria do turismo

Sugestão 2- Fazer um inventario turístico/questionário á comunidade

Sugestão 3- Elaborar um planejamento estratégico turístico(visão,missão,analise macroambiental externa e interna,objetivos,estratégias de Mkt do turismo,planos setoriais,programa de melhoria e expansão da oferta física, programa de promoção,programa de conscientização,programa de formação profissional.

Cabe ressaltar que somente a partir de um estudo bastante minucioso, análise geográfica do turismo e interação com a comunidade se conseguirá o desenvolvimento do turismo e beneficio resultante da atividade para todos e não somente para uns poucos empresários que se beneficiam da atividade explorando os recursos naturais e mão de obra da cidade pagando salários absurdamente baixos. Temos que avançar nas discussões acerca dos benefícios do turismo, por isso ele somente será sustentável se alem de outros aspectos ambiental, econômico e social respeitarem a comunidade aonde se deseja desenvolver o turismo. Então, comunidade dos referidos municípios cabe a vocês assumirem junto com o poder publico e privado essa parceria, ou melhor, exigir sua participação ativa nesse processo que é muito importante.

5. Referencias Bibliográficas

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QUINTELA, Maria Manuel. Thermal knowledge and therapies: a comparative view of Portugal (São Pedro do Sul hot springs) and Brazil (Caldas da Imperatriz hot springs). História, Ciências, Saúde-Manguinhos, 2004, vol.11, n. , ISSN 0104-5970.

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SEABRA, Giobanni de Farias. Pesquisa cientifica: o método em questão. Brasília: Universidade de Brasília, 2001.

SECRETARIA DO TURISMO DE SANTA CATARINA. Apresenta informações sobre as cidades catarinenses. Disponível em: < http://www.sc.gov.br/portalturismo >.Acesso em: 9 de dezembro de 2007.

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