Observatorio Economía Latinoamericana. ISSN: 1696-8352


PUBLICAÇÕES RECENTES SOBRE UNIVERSIDADE E DESENVOLVIMENTO NO BRASIL: REVISÃO DO TRIÊNIO 2015-2018 A PARTIR DE UMA BASE DE DADOS

Autores e infomación del artículo

Anderson Correa Benfatto*

Miguelangelo Gianezini**

UNESC, Brasil

Email: andersonbenfatto@gmail.com

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Resumo

As Instituições de Educação Superior têm origens e modelos distintos ao longo da história. E o surgimento de Universidades está associado às demandas e aspirações sociais, culturais e econômicas da cada época. Na contemporaneidade, essas instituições formam milhões de profissionais em todo o mundo, contribuindo no desenvolvimento de uma localidade, região ou nação. E para que ocorra o desenvolvimento é necessário aumento produtivo acompanhado de empregabilidade, com intuído de gerar bem-estar e suprir as necessidades sociais. Olhando este contexto, o presente estudo interdisciplinar é classificado como documental e bibliográfico com abordagem de pesquisa qualitativa e objetivo de pesquisa descritiva. A pesquisa foi realizada na base de dados Scientific Periodicals Electronic Library SPELL® no dia 22 de setembro de 2018, tendo sido selecionados apenas artigos acadêmicos nos períodos de setembro de 2015 a setembro de 2018. Foram encontrados 108 artigos, dos quais 37 eram repetidos e foram descartados, totalizando a busca em 71 artigos analisados. Foram encontrados os seguintes resultados; instituição com maior numero de publicação foi a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em relação aos periódicos com maior numero de artigos foram a Revista de Administração da UFSM e a Revista de Administração IMED, os autores que mais apresentaram publicações foram Dannyela Lemos e Silvio Cario. Tais estudos apontam que as universidades, por meio da parceria com empresas e setores públicos da sociedade, vêm gerando desenvolvimento, com suas contribuições como instituição geradora de conhecimento e pela aplicação do mesmo com seu trabalho de extensão social.

Palavras-chave: Desenvolvimento socioeconômico, Instituições de Educação Superior, levantamento bibliográfico.

RECENT PUBLICATIONS ON UNIVERSITY AND DEVELOPMENT IN BRAZIL: 2015-2018

Abstract

Higher Education Institutions have different origins and models throughout history. In addition, the emergence of Universities is associated with the social, cultural and economic demands and aspirations of each age. Now, these institutions form millions of professionals around the world, contributing to the development of a locality, region or nation. Moreover, for development to occur, it is necessary to increase productivity with employability, with an intuition of generating well-being and meeting social needs. Looking at this context, the present interdisciplinary study is classified as documentary and bibliographical with a qualitative research approach and a descriptive research objective. The research was carried out in the Scientific Periodicals Electronic Library (SPELL® Database) on September 22, 2018, and only academic articles were selected from September 2015 to September 2018. We found 108 articles, of which 37 were repeated and were discarded, totalizing the search in 71 articles analyzed. As results the Institution with the highest number of publications were the Federal University of Santa Catarina (UFSC), in relation to the periodicals with the highest number of articles were the Journal of Administration of the UFSM and the Journal of Administration IMED, the authors who presented the most publications were Dannyela Lemos and Silvio Cario. These studies show that universities, through the partnership with companies and public sectors of society, have been generating development, with their contributions as an institution that generates knowledge and for the application of the same with their work of social extension.

Keywords: Socioeconomic development, Higher Education Institutions, bibliographic survey.

Para citar este artículo puede uitlizar el siguiente formato:

Anderson Correa Benfatto y Miguelangelo Gianezini (2019): "Publicações recentes sobre universidade e desenvolvimento no Brasil: revisão do triênio 2015-2018 a partir de uma base de dados", Revista Observatorio de la Economía Latinoamericana, (abril 2019). En línea:
https://www.eumed.net/rev/oel/2019/04/universidade-desenvolvimento-brasil.html
//hdl.handle.net/20.500.11763/oel1904universidade-desenvolvimento-brasil


1 INTRODUÇÃO

As universidades têm influenciado a sociedade no decorrer da história. Nos aspectos ambientais, econômicos e culturais, elas têm ainda, por meio de suas atividades, promovido mudanças, fruto de diversas pesquisas e discussões provenientes de sua condição de geradora de conhecimento, oferecendo respostas às necessidades e anseios sociais (GOULART; VIEIRA; CARVALHO, 2005).
Contudo, cabe mencionar que houve crises e avanços institucionais que resultaram em significativas transformações nas próprias universidades. No Brasil, nas últimas duas décadas, essas mudanças se deram pela adoção de políticas neoliberais, que consigo trouxeram mercantilização da educação superior, fenômeno que cresceu e se consolidou entre 1990 e 2010 (BUARQUE, 2003; SANTOS, 2005).
As Instituições de Educação Superior (IES) no Brasil são categorizadas de duas formas, públicas ou privadas. Para efeitos de levantamento estatístico o Ministério da Educação (MEC) classifica as públicas como federais, estaduais e municipais e as privadas sendo privadas sem fins lucrativos (comunitárias, confessionais, filantrópicas) e com fins lucrativos (STALLIVIERI, 2009).
Segundo dados do Censo da Educação Superior de 2016, divulgados em 2017 pelo Ministério da Educação (MEC/INEP), existem 2.407 IES, das quais se dividem entre 296 públicas (107 federais, 123 estaduais e 66 municipais) e 2.111 privadas (89 universidades, 156 centros universitários e 1.866 faculdades), em termos proporcionais 87,70% são privadas e 12,30% são públicas. Em relação ao número de matrículas em 2016, somam 1.990.078 (24,7%) públicas e 6.058.623 (75,3%) privadas, totalizando 8.048.701.
Esse cenário em que as universidades comunitárias (sem fins lucrativos e com foco regional) estão inseridas agravou-se, uma vez que houve igualmente uma proliferação do setor privado de ensino superior, composto em boa parte, por instituições que muitas vezes não têm compromisso social (RISTOFF; ARAÚJO, 2003), incluindo-se aqui a preocupação com o desenvolvimento intrínseco das regiões.
Diante de tal quadro foi levantada a seguinte questão de pesquisa: Como esse fenômeno tem se refletido nos estudos acadêmicos recentes? Qual cenário de publicações com a temática “universidade e desenvolvimento” no âmbito nacional? Para tanto o presente estudo teve por objetivo efetuar levantamento bibliográfico sobre a temática em uma base de dados nacional e por seguinte, caracterizar o perfil das publicações encontradas no último triênio (2015-2018).

2 REFERENCIAL

Para melhor entender a dinâmica da universidade e o desenvolvimento se fazem necessário trazer a luz da bibliografia existente breve histórico dessas instituições seguido de algumas normas, conceitos e definições.

2.1 Universidades

As universidades e as instituições de ensino superior têm se originado em diversos períodos da história. O surgimento dessas instituições de educação está historicamente conectado às angustias e aspirações sociais de sua época de origem, influenciando e modificado o contexto coletivo e comunitário na qual estão inseridas, onde lhe é conferida desde sua gênese indiscutivelmente um compromisso social por natureza (BARTNIK; SILVA, 2009; FAGUNDES, 1986).
Inicialmente o propósito de algumas universidades era formar o clero, elite política e a nobreza, no entanto com o surgimento da revolução industrial do século XIII, a preocupação estava em atender a população, com propósito de implantar um ensino técnico para suprir as necessidades da revolução que estava em curso (FAGUNDES, 1986; GOULART; VIEIRA; CARVALHO, 2005).
O surgimento da universidade brasileira e seus desdobramentos no decorrer da história, têm marcas dos modelos e perfis econômicos adotados no decorrer da história, se iniciando no Brasil colônia até 1930, com modelo denominado agrário-exportador que se limitava a formar o clero, militares e a elite da época (FAGUNDES, 1986).
Com modelo nacional desenvolvimentista que ocorreu de 1930 a meados da década de 1950, tinha como principal característica a industrialização de base, onde o mesmo reuniu suas forças na educação técnica e profissional. Esse modelo educacional vai permanecer nos períodos das décadas de 1950 e 1960 (FAGUNDES, 1986). No mesmo período, ou seja 1930, é promulgado o Decreto nº 19.851, de 11 de abril de 1931, que dispõe dos fins do ensino universitário no seu Artigo 1º, que rege:

Art. 1º O ensino universitário tem como finalidade: elevar o nível da cultura geral, estimular a investigação científica em quaisquer domínios dos conhecimentos humanos; habilitar ao exercício de atividades que requerem preparo técnico e científico superior; concorrer, enfim, pela educação do individuo e da coletividade, pela harmonia de objetivos entre professores e estudantes e pelo aproveitamento de todas as atividades universitárias, para a grandeza na Nação e para o aperfeiçoamento da Humanidade. (BRASIL, 1931).

É possível perceber que no artigo 1º, tem um caráter de pesquisa e profissionalização técnica com objetivos de atender as necessidades do período em que foi publicado, ou seja, o modelo de industrialização.
Porém no mesmo decreto, já é possível observar a intenção de inserir um caráter de desenvolvimento para as universidades, demonstrando assim também uma preocupação com a função social das instituições de educação superior, como explicita o artigo 42 do decreto nº 19.851, de 11 de abril de 1931.

Art. 42. A extensão universitária será efetivada por meio de cursos e conferencias de caráter educacional ou utilitário, uns e outros organizados pelos diversos institutos da universidade, com prévia autorização do conselho universitário.
§ 1º Os cursos e conferencias, de que trata este artigo, destinam-se principalmente á difusão de conhecimentos uteis á vida individual ou coletiva, á solução de problemas sociais ou á propagação de ideias e princípios que salvaguardem os altos interesses nacionais.
§ 2º Estes cursos e conferencias poderão ser realizados por qualquer instituto universitário em outros institutos de ensino técnico ou superior, de ensino secundário ou primário ou em condições que os façam accessíveis ao grande público. (BRASIL, 1931).

Nesse sentido Bartnik e Silva (2009) afirmam que duas correntes influenciaram o início da aproximação da universidade a comunidade. A corrente europeia, que oferecia cursos de extensão, norte americana que fornecia serviços para comunidade com o intuído de desenvolver a mesma. É possível perceber os traços dessa influencia no art. 40 da Lei nº 5.540, de 28 de novembro de 1968.

Art. 40. As instituições de ensino superior:
a) por meio de suas atividades de extensão, proporcionarão aos corpos discentes oportunidades de participação em programas de melhoria das condições de vida da comunidade e no processo geral do desenvolvimento; (BRASIL, 1968).

Em meio a esse movimento, surgem às associações escolares que forneciam ensino fundamental de básico, que posteriormente dariam base para as instituições de educação superior comunitária, que eram financiadas pelos municípios e alunos, porém sempre visando prevalecer seu caráter inicial comunitário e social, geradora de desenvolvimento (VANNUCCHI, 2004; VOGT, 2009).

2.2 Desenvolvimento

Tem-se a ideia de desenvolvimento a universalidade do bem-estar, que é gerado pela unidade com o fim de criar o processo do progresso, progresso esse que é a união da ciência e de seus instrumentos que devem ser usados para conceber o desenvolvimento, devendo-se partir do estado atual criar metas futuras com intuito de promover a constante evolução da sociedade (PINTO, 1959).
No mesmo sentido define o desenvolvimento como a união do acumulo de capital e a criação de tecnologia, essa união tem como resultante o aumento da produção e renda que por consequência aumenta os salários e o bem-estar-estar social. Esse processo uma vez iniciado deve ser alimentado e incentivado para que se sustente e possa reproduzir seus benefícios (BRESSER-PEREIRA, 2006).
A compreensão de desenvolvimento esta centralizada na ideia da generalização do bem-estar social, nos campos morais, materiais e civilizatórios gerando assim um conforto para a população, tais condições são advindas do crescimento econômico (PRADO JÚNIOR, 1999).
No decorrer da história o desenvolvimento vem sendo conceituado de maneiras distintas, cabe destacar algumas delas, tais como progresso técnico que promove o aumento de produção e rentabilidade, tais condições são possíveis por meio da divisão social do trabalho. Outra definição de desenvolvimento esta condicionada a satisfação das necessidades básicas da dignidade humana, tais como alimentação, vestimentas e moradia (FURTADO, 1981).

A ideia corrente de desenvolvimento refere-se a um processo de transformação [...] Essa transformação está ligada à introdução de métodos produtivos mais eficazes e se manifesta sob a forma de aumento do fluxo de bens e serviços finais à disposição da coletividade. Assim, a ideia de desenvolvimento articula-se, numa direção, com o conceito de eficiência, noutra com o de riqueza. A formas mais racionais de comportamento corresponde uma satisfação mais plena das necessidades humanas. (FURTADO, 1981, p. 41).

Nessa perspectiva com aumento de produção por meio das modificações nas técnicas de produção, aumenta-se também o fluxo de renda, que gera um efeito de crescimento de um conjunto de estrutura complexa social que esta baseada na divisão social do trabalho. Essa resultando tem um efeito social profundo pois proporciona a capacidade de suprir as necessidades da coletividade (FURTADO, 2000).
Para que o desenvolvimento seja concreto e perceptível ele não deve ser apenas numérico, todavia com aumento da produção e dos fluxos de renda, por meio da aplicação de tecnologias que o autor intitula de progresso técnico, esse aumento produtivo pode ser acompanhado com empregabilidade social, gerando renda per capita convertida em distribuição de renda pelo trabalho, com intuído de gerar o bem estar social e suprir as necessidades sociais (FURTADO, 2004).
Por conta de tais considerações acerca do desenvolvimento, as universidades podem ser “peças-chave” nesse contexto. Enquanto o Estado tem ações macro, as ações das universidades (em especial as comunitárias) estão voltadas ao contexto local e regional fragmentado. Tais ações têm se demonstrado capazes de promover o desenvolvimento socioeconômico nos cenários sociais nas quais então inseridas, por meio da geração e compartilhamento do conhecimento, oportunizando soluções isoladas para problemas globais, demonstrando assim o potencial da particularidade do desenvolvimento local (FONTAN; VIEIRA, 2011).
Ao término desta seção cabe ressaltar que o presente estudo é integrante de pesquisa maior que subsidia dissertação de mestrado na área de Desenvolvimento Socioeconômico e que tem como tema norteador as “universidades comunitárias” do estado brasileiro de Santa Catarina.

2.3 Universidades Comunitárias

A ausência do Estado e do poder público fui o principal motivo pelo surgimento das instituições comunitárias de educação superior, que pela decisão dos mesmos inicia somente no século XIX as primeiras IES, por conta da morosidade do Estado que tarda em agir, a sociedade civil se organiza com intuito de suprir essa necessidade da oferta, latente em regiões no interior do Brasil, inicia essa função social com a construção das primeiras instituições (VANNUCCHI, 2004).
Essas iniciativas se deram com mais ênfase no sul do Brasil em comunidades rurais de imigrantes, com destaque as etnias italianas e germânicas, que se organizavam em associações formalizadas voluntárias com intuito de inteirar seus integrantes. Em meio a esse movimento surgem às associações escolares que forneciam ensino fundamental de básico, que posteriormente dariam base para as instituições de educação superior comunitária, que eram financiadas pelos municípios e alunos, porém sempre visando prevalecer seu caráter inicial comunitário (VANNUCCHI, 2004; VOGT, 2009).
Como pioneiros a Igreja Católica, que já ofereciam com larga experiência ensino fundamental e médio, estendendo também para a educação superior que para tanto em 1944 é fundada a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, seguido pelo surgimento das Pontifícias Universidades de São Paulo e Campinas (VANNUCCHI, 2004).
É valoroso destacar que na década 1980 se fortalece o termo e a essência da universidade comunitária no cenário da educação superior no Brasil, para tanto que na mesma década, em meio à assembleia constituinte, reitores de diversas universidades se reuniram em Porto Alegre para definir pontos em comum, meios de convencer os deputados federais a inserir o modelo no texto constitucional (VANNUCCHI, 2004).
Diante do debate constituinte e das articulações de algumas instituições, tais como a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, resultaram na admissão do modelo comunitário no texto Constitucional de 1988 por meio do artigo 213. É necessário destacar que está explícito no caput do artigo 213, que seja destinada verbas públicas a distintos modelos institucionais de educação superior, inclusive as comunitárias, porém não delimita particularidades do modelo comunitário, (FRANTZ, 2006; SCHMIDT, CAMPIS, 2009; VANNUCCHI, 2004).
Proveniente desse contexto surge à discussão da universidade pública não estatal, fruto da tentativa de enquadrar juridicamente as instituições comunitárias, surgindo à necessidade de um marco regulatório (FRANTZ, 2006; SCHMIDT, CAMPIS, 2009) que se concretiza com advento da Lei das Comunitárias n. 12.881, de 12 de novembro de 2013, que especifica no caput do primeiro artigo as características desse novo modelo jurídico de instituição de educação superior e confere o status de público não estatal (BRASIL, 2013; LÜCKMANN; CIMADON, 2015).
Artigo 1º da Lei n. 12.881/13, Lei das Comunitárias, conforme rege:

Art. 1º As Instituições Comunitárias de Educação Superior são organizações da sociedade civil brasileira que possuem, cumulativamente, as seguintes características:
I - estão constituídas na forma de associação ou fundação, com personalidade jurídica de direito privado, inclusive as instituídas pelo poder público;
II - patrimônio pertencente a entidades da sociedade civil e/ou poder público;
III - sem fins lucrativos, assim entendidas as que observam, cumulativamente, os seguintes requisitos: [...]
IV - transparência administrativa, nos termos dos arts. 3o e 4o;
V - destinação do patrimônio, em caso de extinção, a uma instituição pública ou congênere.
§ 1º A outorga da qualificação de Instituição Comunitária de Educação Superior é ato vinculado ao cumprimento dos requisitos instituídos por esta Lei.
§ 2º Às Instituições Comunitárias de Educação Superior é facultada a qualificação de entidade de interesse social e de utilidade pública mediante o preenchimento dos respectivos requisitos legais.
§ 3º As Instituições Comunitárias de Educação Superior ofertarão serviços gratuitos à população, proporcionais aos recursos obtidos do poder público, conforme previsto em instrumento específico.
§ 4º As Instituições Comunitárias de Educação Superior institucionalizarão programas permanentes de extensão e ação comunitária voltados à formação e desenvolvimento dos alunos e ao desenvolvimento da sociedade. (BRASIL, 1988)

A referida lei é fruto do Projeto Lei n. 7.639/2010 da Deputada Maria do Rosário proposto pelas entidades, Associação Brasileira de Universidades Comunitárias (ABRUC); o Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas (COMUNG); a Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC); a Associação Catarinense de Fundações Educacionais (ACAFE) e a Associação Brasileira de Instituições Educacionais Evangélicas (ABIEE) (BRASIL, 2010).

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O presente estudo caracteriza-se como interdisciplinar. A pesquisa interdisciplinar é formada pela união de disciplinas distintas, a fim de suprir as lacunas mantidas nas limitações de cada disciplina (SFEZ, 2007). A pesquisa se classifica como bibliográfica e documental uma que vez que os dados coletados e analisados são de origem de material já produzido, ou seja, artigos acadêmicos publicados (GIL, 2009).
A pesquisa tem abordagem qualitativa. A pesquisa qualitativa possibilita em seu contexto a aprofundamento e detalhamento, a fim de encontrar significados de diversas situações (RICHARDSON, 2008). Objetivo de pesquisa é descritivo, esse formato propõe a identificar, relatar e comparar os dados (BEUREN, 2008).

3.1 Procedimentos para coleta e análise de dados

Em relação ao procedimento para coleta de dados, optou-se pela base de dados bibliográficos Scientific Periodicals Electronic Library (SPELL®), que se configura em uma ferramenta que

agrega a produção científica disponibilizada eletronicamente por periódicos nacionais das áreas de Administração Pública e de Empresas, Contabilidade e Turismo, reunindo artigos científicos, artigos tecnológicos, pensatas, entrevistas, editoriais, resenhas, casos de ensino, resumos de teses e dissertações, apresentações de fóruns, assim como seus similares, todos disponíveis livremente para consulta e download (SPELL, 2018).

A escolha se justifica, uma vez que a pesquisa teve como objetivo principal realizar levantamento dos artigos publicados em âmbito nacional, por se tratar de uma base de dados de estudos acadêmicos e tem como um dos seus objetivos “Proporcionar visibilidade à produção científica, particularmente aquela divulgada em periódicos editados no Brasil” (SPELL, 2018).
A pesquisa foi realizada no dia 22 de setembro de 2018, tendo sido selecionados apenas artigos acadêmicos compreendidos do período de setembro de 2015 a setembro de 2018, ou seja, nos três anos. Os dados foram coletados e classificados no mesmo dia frente à dinâmica dos resultados e constante atualização da base. Foi utilizado para a busca o tema “universidade e desenvolvimento”. Foram utilizados os termos em inglês, uma vez que, há uma expressiva quantidade de publicações que são traduzidas para essa língua, com intuito aumentar abrangência da busca. Para tanto foram empregados os termos e a soma de termos apresentadas no quadro a seguir.

Inicialmente fez-se a busca apenas com o termo Development conforme Filtro 1, resultando 1763 artigos, posteriormente foi utilizado na mesma busca a junção de Development + University, resultando em 37 artigos, em seguida foi adotado o mesmo processo, ou seja, no Filtro 2 foi realizado a busca com o termo Desenvolvimento, resultando 1799, após com a soma de Desenvolvimento + Universidade, resultando em 44 artigos.
Já no Filtro 3, foi realizado a busca com termo University, resultando em 434, e com a soma dos termos University + Development, resultando 15 artigos, por fim no Filtro 4, Universidade, resultado em 383 artigos, finalizando com inserção dos termos Universidade + Desenvolvimento, resultando em 12 artigos.
Foram encontrados a soma de 108 artigos dos termos utilizados, dos quais 37 eram repetidos e foram descartados, totalizando a busca em 71 artigos a serem analisados.
Foram selecionados os artigos mais citados no Google Scholar®, foi utilizado o título para encontrar os mais citados. Por fim foi efetuada a leitura nos resumos tendo sido selecionado para análise mais minuciosa os estudos aderentes à temática do presente estudo, ou seja, “universidade e desenvolvimento”.

O primeiro artigo de autoria de Campos (2017) tem como objetivo analisar a colaboração em pesquisa entre a empresa estatal petrolífera brasileira, Petrobras, e universidades no período de 1980 a 2014, o estudo buscou estudar a relação entre a Petrobras e as universidades, e como resultados encontrados pela pesquisa mostram uma crescente interação entre a Petrobras e as universidades brasileiras, com colaborações científicas da empresa, demonstrando a relação estreita entre a universidade e o desenvolvimento (CAMPOS, 2017).
Já a pesquisa de Sobrinho (2015) buscou é mostrar como uma parceria entre Universidade, Governo Local e Sociedade Civil pode contribuir para o desenvolvimento territorial, e como resultados encontrados; capacitação das comunidades, planejamento participativo do município; e a provisão de serviços por parte da universidade como de contribuir para o desenvolvimento local (SOBRINHO, 2015).
Confirmando a universidade como promotora de bem estar social por meio de seu trabalho de extensão geradora de desenvolvimento.
O estudo de Cencia et al. (2016) tem como objetivo analisar a influência da parceria entre o público e o privado com intuído de gerar o desenvolvimento local, na atividade leiteira na região oeste do estado de Santa Catarina, tal parceria de deu com municípios e uma Universidade Comunitária da região, e como resultados indicam que essa parceria promoveu um crescimento da produção de leite no período de 2006 a 2012, além de as parcerias para a execução das políticas públicas voltadas o setor (CENCIA et al., 2016).
E por fim a pesquisa de Oliveira (2016) tem como objetivo analisar a transferência de tecnologia que foi desenvolvida na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que consiste em sistema de amortecimento para solados. Essa transferência foi promovida para uma empresa de calçados Crômic de Nova Serrana (MG), um dos resultados foi à percepção da interação entre universidade e empresa, que contribui para a o desenvolvimento por meio da inovação (OLIVEIRA, 2016).

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As universidades no decorrer da história vêm desempenhando um papel social importante, por meio da geração do conhecimento e sua interação com a sociedade, oportunizando pela sua missão suprir necessidades por formação profissional.
Ademais, essas instituições contribuem sobremaneira nas mudanças culturais, sociais e econômicas, mediante a pesquisa e inovação, sendo igualmente neste sentido, instituições “geradoras de desenvolvimento”.
Esta pensata emergiu do estudo, onde se constata que a universidade na atualidade, por meio da parceria com empresas e setores públicos da sociedade, vem gerando desenvolvimento, com suas contribuições como instituição não só de ensino e pesquisa, mas também pela aplicação do mesmo com seu trabalho de extensão social.
Em relação aos resultados, observou-se que a temática ainda possui lacunas a serem preenchidas, mesmo com a ampliação da literatura recentemente disponível. A escolha de uma base de dados, ainda que intencional, de fato representou uma limitação para o estudo, ficando a sugestão de inclusão de outras bases, juntamente com ampliação do recorte, abrangendo a literatura internacional.

REFERÊNCIAS

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*Bacharel em Ciências Contábeis. Mestrando pelo Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Socioeconômico da UNESC. E-mail: andersonbenfatto@gmail.com
** Licenciado em Ciências Sociais. Mestre em Ciências Sociais Aplicadas. Doutor. Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Socioeconômico (Mestrado e Doutorado) da UNESC. E-mail: mgianezini@outlook.com

Recibido: 07/01/2019 Aceptado: 02/04/2019 Publicado: Abril de 2019

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