Viviane Benatti*
EstudianteEduardo Xavier**
DocenteUniftec, Brasil
vivianebenatti@hotmail.com
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RESUMO
A pesquisa apresenta,  análise qualitativa de caráter exploratório, operacionalizada por meio de um  estudo de caso, analisando as condições  referentes a produção orgânica, realizada em unidades familiares, em cidades  localizadas no interior do Rio Grande do Sul. A coleta de dados foi  realizada por meio do método de triangulação de YIN, onde o pesquisador utiliza  os vários constructos em sua metodologia de pesquisa. O referencial teórico e metodológico está com base no desenvolvimento da  uva orgânica, agricultura familiar, agregação de valor, e sustentabilidade, bem  como utilização de entrevistas semiestruturadas e observações a campo.
Palavras-chaves: uva orgânica, agregação de valor, sustentabilidade,  produtor, agricultura familiar . 
ABSTRACT
  The research presents a qualitative analysis of an exploratory character,  operationalized through a case study, analyzing the conditions related to  organic production, carried out in family units, in cities located in the  interior of Rio Grande do Sul. Data collection was performed by through the YIN  triangulation method, where the researcher uses the various constructs in his  research methodology. The theoretical and methodological framework is based on  the development of organic grapes, family farming, value aggregation, and  sustainability, as well as the use of semi-structured interviews and field  observations.
  Keywords: organic grape, value aggregation,  sustainability, producer, family agriculture.
  
  ABSTRACTO
  La investigación presenta, análisis cualitativo de carácter exploratorio,  operacionalizada por medio de un estudio de caso, analizando las condiciones  referentes a la producción orgánica, realizada en unidades familiares, en  ciudades ubicadas en el interior de Rio Grande do Sul. La recolección de datos  fue realizada medio del método de triangulación de YIN, donde el investigador  utiliza los varios constructos en su metodología de investigación. El  referencial teórico y metodológico está basado en el desarrollo de la uva  orgánica, la agricultura familiar, la agregación de valor, y la sostenibilidad,  así como la utilización de entrevistas semiestructuradas y observaciones a  campo.
  Palabras clave: organigrama, value aggregation, sustainability, producer, family  agriculture.
Para citar este artículo puede uitlizar el siguiente formato: 
Viviane Benatti y Eduardo Xavier  (2018): "Agregação de valor na produção e venda da uva orgânica para o produtor", Revista Observatorio de la Economía Latinoamericana, (septiembre 2018). En línea: 
https://www.eumed.net/rev/oel/2018/09/venda-uva-organica.html
//hdl.handle.net/20.500.11763/oel1809venda-uva-organica
A uva está entre as  frutas mais produzidas no mundo, com extensas áreas cultivadas em diferentes  países. Mundialmente videiras são cultivadas em uma área total de 8 milhões de  hectares, representando um elevado valor econômico (MONEYRON et al., 2017). No  Brasil, a produção de uvas se concentra principalmente na região serrana do  estado do Rio Grande do Sul (estado mais ao Sul do Brasil), onde a produção se  destina principalmente à elaboração de vinhos, sucos e outros derivados  (POSTINGHER, 2015).
   A qualidade e  quantidade de uvas produzidas estão intrinsecamente ligadas a fatores como as  condições climáticas, localização geográfica, maturação da uva, idade da vinha,  tipo e manejo de solo, variedade da uva, uso de agroquímicos, etc. (TELLO et  al., 2012; SGROI et al., 2015).
   O aumento da população força o emprego de  técnicas intensivas de cultivo nos vinhedos, baseadas na utilização de  agroquímicos para o controle de pragas e fungos (COSTA, 2010). Desde o ano  2000, a área destinada à viticultura passou por uma redução a nível mundial,  enquanto a produção de vinhos permaneceu constante. Este fato indica um aumento  de eficiência da viticultura, obtido, entre outras coisas, pelo aumento do uso  de agroquímicos (VILLANUEVA-REY al., 2014).
   O emprego de um sistema  de cultivo intensivo gera alta dependência dos agroquímicos, empregados na  adubação, e no combate de pragas e doenças das videiras. No entanto, observa-se  uma perda de eficiência das formulações comerciais de agroquímicos, quando as  mesmas são aplicadas ao longo dos anos. Isso ocorre, devido ao aumento da  resistência ao tratamento de pragas e doenças que os vinhedos estão  desenvolvendo, além da perda de nutrientes da terra (CORDERO-BUESO et al.,  2014). Produtores que empregam agroquímicos em seus vinhedos, estão focados em  obter o rendimento máximo o qual é prioridade, negligenciando a  sustentabilidade ambiental e social (FALCONE et al., 2015).
   O uso intensivo de agroquímicos gera graves  consequências ambientais e sociais, como o esgotamento dos recursos naturais,  contaminação (solo, água, animais, etc.). Também contribui para o êxodo rural,  além de causar danos à saúde humana e desequilíbrio biológico, alterando a  absorção dos nutrientes e de material orgânico, que reduz a biodiversidade  (COSTA, 2010).
   Os principais desenvolvimentos  técnicos-científicos relacionados a agricultura, estão concentrando-se na  concepção de novos modelos agronômicos de produção (MONEYRON et al., 2017).  Neste contexto, o modelo de agricultura orgânica vem sendo pesquisado e  ampliado (ROMEIRO, 2012). Este protege o ecossistema agrícola e promove  práticas que se baseiam na fertilidade natural do solo e na biodiversidade  ambiental, limitando ou excluindo agroquímicos prejudiciais, realizando uma  produção ecologicamente correta, especialmente a longo prazo (SGROI et al.,  2015). Apesar do modelo de produção orgânica ser mais amigável ao meio  ambiente, este enfrenta problemas relacionados as condições climáticas, os  quais favorecem o desenvolvimento de pragas e doenças (BRITTO, 2016).
   Na viticultura observa-se que, apesar dos  ganhos atraentes em termos da minimização de agroquímicos, quando práticas  orgânicas são aplicadas, ocorre também uma redução importante no rendimento das  colheitas destes vinhedos (VILLANUEVA-REY et al., 2014). Para que a viticultura  orgânica se torne uma realidade, a mesma deve equilibrar eficiência econômica,  inclusão social e equilíbrio ambiental. Este equilíbrio permitirá elevar a  imagem dos produtos frente as empresas compradoras de uva (ROMEIRO, 2012).
   A  literatura aborda diferentes aspectos da produção orgânica. Pode-se destacar  pesquisas recentes, como as de Ellison et al. (2016), que investigaram o valor  percebido pelos consumidores e a disposição de pagamento no mercado americano  de tomates orgânicos; a de Tesla et al. (2015), que compararam a  sustentabilidade financeira da produção de limão orgânico, comparando-a com a  convencional; a de Villanueva-Rey et al., (2014), que realizaram uma avaliação  ambiental empregando a Avaliação de Ciclo de Vida para três diferentes técnicas  de cultivo: biodinâmico, convencional e biodinâmico. No entanto observa-se uma  lacuna de pesquisa no que se refere aos drives e dificuldades da viticultura  orgânica, principalmente no Brasil.
   Na região serrana do Rio Grande do Sul, a  produção orgânica de uvas está em processo de desenvolvimento (BRITTO, 2016),  no entanto, muitos produtores identificaram na mesma, uma oportunidade de  incrementar suas receitas (VILLANUEVA-REY et al., 2014). Diante deste cenário,  e aproveitando a lacuna de pesquisa identificada, este artigo terá como  objetivo identificar os drives e dificuldades da produção orgânica uvas. Como  objetos de pesquisa, serão pesquisados 10 agricultores de uvas orgânicas,  localizados nos municípios de Garibaldi, Bento Gonçalves e Monte Belo do Sul,  todos localizados na região serrana do Rio Grande do Sul.
   Esta pesquisa torna-se relevante, pois  permitirá identificar os principais drives e dificuldades relacionados a  produção orgânica de uvas na região da serra gaúcha. Estes resultados  permitirão de pesquisadores, órgãos governamentais, entre outros, auxiliem os  agricultores a melhorar o desempenho na atividade.
   Este artigo está  estruturado da seguinte forma: capítulo de introdução, que contempla o tema de  pesquisa, lacuna, objetivo e justificativa; o capítulo de metodologia, que  apresenta os aspectos metodológicos da pesquisa; o capítulo de revisão da  literatura, que aprofunda os temas: produção orgânica de uva, agricultura  familiar e agregação de valor; os resultados e discussões da pesquisa, além dos  capítulos de conclusão e referências bibliográficas.
A pesquisa desenvolvida possui uma abordagem qualitativa, de caráter exploratório, operacionalizada por meio de um estudo de caso. Segundo Minayo (2001), a pesquisa qualitativa opera com um universo de significados, causas, anseios, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço aprofundado das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis. A pesquisa exploratória tem como principal objetivo esclarecer e modificar conceitos e ideias, sendo desenvolvida para proporcionar uma visão geral sobre determinado fato (GIL, 2002). O estudo de caso pode ser compreendido como um método que abrange tudo, a partir da lógica de detalhamento de um planejamento, incorporando abordagens específicas, desde a coleta, até a análise dos dados. Nesse sentido, o estudo de caso não é, nem uma tática para a coleta de dados, nem uma característica do planejamento em si, mas uma estratégia de pesquisa abrangente (YIN, 2015).
A coleta de dados será realizada por meio do  método de triangulação de dados. Para Yin (2015), o uso de múltiplas fontes de  evidência em estudos de caso, permite que o pesquisador aborde uma variação  maior de aspectos históricos e comportamentais, desenvolvendo linhas  convergentes de investigação. Dessa forma, qualquer conclusão do estudo de caso  é mais convincente, e precisa ser fundamentada em diversas fontes diferentes de  informação (YIN, 2015). O método de triangulação de dados possibilita um  excesso de informações, produzindo conhecimento em diferentes níveis, o que  significa que eles vão além daquele gerado por uma única abordagem, e contribui  para promover a qualidade na pesquisa (FLICK, 2009).
   Para a coleta dos dados foram empregadas entrevistas  com 10 produtores de uva orgânica, os quais possuem pequenas propriedades rurais,  localizadas em municípios na Serra Gaúcha. Os dados coletados nas entrevistas  foram triangulados com dados provenientes da análise in loco nas propriedades  rurais, além de registros dos produtores e outras informações fornecidas por  órgãos como o IBRAVIN (Instituto Brasileiro do Vinho), EMATER (Empresa de  Assistência Técnica e Extensão Rural) e EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa  Agropecuária).
   As entrevistas foram orientadas por meio de um  questionário semiestruturado de pesquisa, o qual se baseou em elementos  previamente identificados na literatura, relacionados aos drives e dificuldades  relacionados a produção orgânica de uvas. As entrevistas tiveram duração média 4  horas, sendo gravadas para posterior transcrição.
A análise dos dados foi realizada por meio da técnica de análise de conteúdo. Para Bardin (2016), a mesma emprega um conjunto de técnicas de análise das comunicações, visando obter por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitem a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção e recepção destas mensagens. A análise de conteúdo é composta pelas seguintes etapas: (i) pré-análise: organização do material e sistematização de ideias; (ii) exploração do material: etapa mais longa, onde é feita a efetivação das decisões tomadas na pré-analise; (iii) tratamento dos resultados: elaboração de tabelas que condensam e destacam as informações fornecidas pela análise; e por fim (iv) inferência e interpretação: levam às interpretações no sentido de buscar o que se esconde sob os documentos selecionados (BARDIN, 2016).
A uva  orgânica é considerada um produto originário da agricultura orgânica, a qual é  cultivada através de normas específicas, constituindo a produção industrial  orgânica ou da agropecuária. No processo de transição de vinhedos tradicionais,  para a produção de cultivares especiais, como a uva orgânica, o processo sofre  muito mais o impacto, orquestrado muitas vezes pelos institutos de ensino e  pesquisa, ainda que os processos fossem orientados pela demanda crescente de  seus produtos. As empresas vinícolas ou produtoras de vinho orientam seus  processos inovadores pela demanda, ainda que muitas vezes existam à presença acerada  dos concorrentes estrangeiros no mercado nacional (NICARETTA, 2014).
   Diante de  toda a área vitícola que possui plantio de uva, apenas 4% é destinada às uvas  orgânicas. Desde 2004, quando os dados dessa agricultura começaram a ser  registrados até o ano de 2012, esta área apresentou um crescimento de aproximadamente  três vezes, chegando a sete milhões de hectares. Não existem dados oficiais que  divulguem a área plantada de uvas orgânicas no Brasil, porém os dados não oficiais  mostram que, no ano de 2006 a Serra Gaúcha produzia 700 toneladas de uva  orgânica, e em 2012 a quantidade produzida foi de aproximadamente 4.970  toneladas. Já no ano de 2014, estima-se que tenham sido produzidos de 7.000 a  8.000 toneladas de uvas orgânicas no Estado, representando um aumento de mais  de dez vezes em um período de oito anos (NICARETTA, 2014).
   O mercado  para os produtos orgânicos está crescendo expressivamente no Brasil. Entre os  derivados da uva, a demanda por suco, incluindo o orgânico, é a demanda que  mais cresce. Na Serra Gaúcha, a qual é a principal região produtora de uva e  vinho do país, o cultivo da videira é uma atividade importante econômica e  socialmente, principalmente para os pequenos viticultores de base familiar.  Para muitos, a produção de uva no modelo tradicional, a qual faz o uso  intensivo de agrotóxicos e adubos químicos, vem se tornando uma opção técnica e  economicamente não mais viável (EMBRAPA UVA E VINHO, 2015).
   Todos os  produtores aos quais foram entrevistados em minha pesquisa, confirmam os ganhos  a maior no preço das uvas orgânicas e alguns também destacam os custos menores  de produção, bem como os ganhos em relação à saúde, o que definem como  qualidade de vida (BRITTO, 2016).
No Brasil, mais de 20 mil famílias de agricultores são sustentadas pela produção de uvas. Destas, cerca de 90% das famílias têm suas propriedades na Serra Gaúcha. Também se salienta que a maior parte dos produtores cultiva até dois hectares, ou seja, é uma atividade predominantemente familiar. Na atividade da agricultura familiar, há uma constante migração dos filhos dos produtores de uvas, da área rural para a urbana, com propósito de desempenharem outras atividades que tragam melhor remuneração. Essa migração gera um consequente envelhecimento dos produtores em atividade nas propriedades rurais, e um grave problema para a produção agrícola, em especial a produção de alimentos em propriedades familiares, e a adoção de métodos sustentáveis de produção (BRITTO, 2016).
O crescimento da produção e venda do suco de  uva, é decorrente da tendência de mercado, favorecida por fatores como a  preocupação com a saúde e qualidade de vida. Acontece, principalmente, a partir  da divulgação de estudos que comprovam e confirmam a funcionalidade do produto  (SABOIA; COPPINI, 2012). As vinícolas brasileiras, percebendo a movimentação do  mercado consumidor para os produtos orgânicos, converteram seus vinhedos para  ofertar o vinho ou suco orgânico. Para se manter competitivas no mercado,  completaram sua gama de produtos, e também criaram valor agregado à  sustentabilidade da marca. No entanto, o vinho orgânico, ainda enfrenta  desafios que precisam ser mais bem trabalhados, principalmente o alinhamento  entre preço e a qualidade percebida. Mesmo com isso, é possível perceber que o  número de empresas produtoras de vinho ou suco orgânico certificados no Brasil,  cresceu nos últimos anos, mostrando abertura para este novo mercado (ARAUJO,  2017).
   O cultivo de  uvas americanas e híbridas para suco em sistemas orgânicos, está se tornando alternativas  para a diversificação da produção e aumento da renda. A EMBRAPA realizou um  projeto cujo objetivo foi de gerar conhecimentos, adaptando tecnologias e  resgatando experiências dos agricultores, no intuito de auxiliar a viabilização  técnica e econômica da produção de uva orgânica para suco. Os resultados atingidos  foram, sobretudo, consistentes no que se refere ao manejo do solo das videiras  com cobertura de plantas, o controle de pragas e doenças, à avaliação técnica e  econômica do uso da cobertura plástica, e à análise da qualidade da uva e do  suco e vinho que são produzidos. Durante o projeto, definiram também os  principais gargalos tecnológicos que atrapalham a concretização da atividade,  subsidiando as próximas ações de pesquisa. Entre os principais impactos do  projeto, destaca-se a sinalização de que a produção de uva em sistemas  orgânicos é tecnologicamente possível, mesmo estando nas condições  climaticamente adversas da Serra Gaúcha. Esta constitui uma opção para a  diversificação da produção e agregação de valor à matéria-prima, destinada à  indústria ou em sua própria propriedade, e a aproximação de parceiros com  interesses convergentes, sob a liderança da Embrapa Uva e Vinho, no desenvolvimento  de uma rede de pesquisa mais influente no tema (EMBRAPA UVA E VINHO, 2015).
   Na cadeia  produtiva de uva orgânica, destaca-se a diferenciação. O objetivo é fazer com que  a empresa fosse percebida de maneira diferente pelo seu cliente. Isto  estabelece investimentos em distribuição, tecnologia, assistência técnica,  imagem, desenvolvimento e pesquisa, recursos humanos, pesquisa de mercado e  qualidade, com a finalidade de criar diferenciais para o consumidor. O que se  almeja é que o produto ou serviço seja considerado único. Diferenciais em  design, preço, qualidade, imagem e suporte, normalmente são buscados nesta  estratégia. Se a empresa consegue diferenciar-se, obterá respostas do mercado acima  da média esperada pela indústria (NICARETTA, 2017). Araujo (2017) destaca que,  o ideal seria buscar a diferenciação no mercado. Atualmente ainda não existe  uma preocupação clara entre as vinícolas produtoras de orgânicos, diante da  geração de valor agregado, que vá além das normas estabelecidas por lei para os  produtos orgânicos, existindo assim mais áreas a serem desenvolvidas e  exploradas, como por exemplo, o uso de recursos renováveis, o bem-estar do  colaborador e outros (ARAUJO, 2017).
A sustentabilidade não é necessariamente um método,  mas um resultado de um processo de transição, de um sistema produtivo agrícola  convencional para um sistema produtivo orgânico, com foco na ecologia e  sustentabilidade (BERTUZZI 2012). Um agrossistema sustentável pode ser definido  como, aquele que usa o mínimo de insumos artificiais vindos de fora de seu  sistema de produção, pratica o manejo de doenças e pragas com mecanismos  regulares internos, e consegue recuperar-se de perturbações ocasionadas pela  colheita e manejo, ou seja, mantém a base de recursos dos quais depende (GLIESSMAN,  2001).
   O tema sustentabilidade, nos últimos tempos,  está sendo mais abordado, devido à crescente conscientização humana sobre as  questões essenciais aos problemas socioambientais. O crescimento econômico, fundamentado  em uma economia extrativista e consumista tem sido questionado, não apenas no campo  acadêmico, mas também pela sociedade. A degradação do ambiente, causada pela  extração de excessivos recursos naturais, a utilização de agrotóxicos e a  geração de resíduos decorrentes da produção de bens, está despertando  questionamentos referentes à qualidade de vida, e à sobrevivência das gerações  futuras (BRITTO, 2016).
   Diante da extensão produtiva, a abordagem  sustentável não pode analisar apenas um fato e, sim, o conjunto. A agricultura tradicional  preocupa-se em obter o rendimento máximo, não importando como. Já para um sistema  de produção sustentável, só o lucro não é o importante, mas a maneira como se produz  a sustentabilidade do ecossistema. A meta é aperfeiçoar o processo de  produtividade, para garantir o melhor rendimento, sem degradar o meio ambiente  (GLIESSMAN, 2001).
   A atividade comercial e produtiva que promove a  sustentabilidade, no caso dos orgânicos, toma forma quando cria uma estratégia  adequada, ligado a um exemplo de desenvolvimento empresarial que seja capaz de  gerar riquezas, colaborando assim, para a melhoria da qualidade de vida de  produtores e consumidores, enquanto evita a degradação do meio ambiente decorrente  do uso de agrotóxicos (BRITTO, 2016).
   O aumento da produção e do consumo dos produtos  orgânicos acontece em um ritmo cada vez maior, em função da consciência e da  preocupação da sociedade com a qualidade do que está sendo consumido, e também o  impacto do processo produtivo sobre o meio ambiente. Em 2013, o Brasil contava  com 6.700 unidades oficiais de produção orgânica e, agora, já são quase 15 mil  unidades registradas no Ministério da Agricultura. Embora a produção se estenda  por todos os estados, São Paulo e Rio Grande do Sul têm a maior concentração de  produção orgânica (MAPA, 2017).
Neste capítulo serão apresentados os achados e  discussões da pesquisa realizada, referente aos drives e dificuldades em  relação a produção de uva orgânica. 
   Foram entrevistados 10 produtores de uvas  orgânicas, localizados nos municípios de Monte Belo do Sul, Garibaldi e Bento  Gonçalves, localizados na Serra Gaúcha. Os mesmos foram questionados sobre seus  principais clientes. Um deles relatou que vende a uva para uma cooperativa,  enquanto os outros nove produtores vendem para vinícolas da região. Brito (2016)  explica que a possibilidade de poder contar com vários produtores aptos a  produzir uvas orgânicas, permite que as cooperativas ou vinícolas continuem  aumentando sua compra e venda.
   Dentre os entrevistados, todos operam em regime  de agricultura familiar. Um fato relevante coletado foi que, todos os 10  produtores entrevistados possuem filhos, mas nenhum destes se interessa pelo  cultivo da uva na área rural, já que nos últimos anos a agricultura não está  sendo o melhor lugar para se trabalhar. Dois produtores relataram que precisam  contratar mão de obra terceirizada na época da colheita. Britto (2016) salienta  que na atividade da agricultura familiar, há uma constante migração dos filhos  dos produtores de uvas, da área rural para a urbana, com propósito de  desempenharem outras atividades que tragam melhor remuneração.
   A soma total da área cultivada entre os  produtores entrevistados é de 30 hectares, sendo 21 deles destinadas ao cultivo  orgânico, com média de três hectares por família entrevistada, representando  70% da área total cultivada. Já a pesquisa de Britto (2016), descreve que a  maioria dos produtores cultivam até duas hectares de uva orgânica em suas  propriedades. 
   As principais variedades de uvas orgânicas  cultivadas são: Isabel, Bordô, Concord, Coder, Niágara, Lorena, Seibel, além da  uva de mesa. Outros cultivos nas propriedades pesquisadas são: pêssego, quiwi,  amora, laranja, figo, caqui, gengibre, abóbora, berinjela, tomate, cúrcuma,  farinhas integrais, feijão, batata, espigas de milho, linha de cereais, extrato  de tomates, doces, bergamota e goiaba. Araujo (2017) explica que as vinícolas  brasileiras, percebendo a movimentação do mercado consumidor para os produtos  orgânicos, converteram seus vinhedos para ofertar o vinho ou o suco orgânico.  Para se manter competitivas no mercado, completaram seu menu de produtos, e estão  criando valor agregado e a sustentabilidade da marca. No entanto, o vinho  orgânico, ainda enfrenta desafios que precisam ser mais bem trabalhados,  principalmente o alinhamento entre preço e qualidade percebida (ARAUJO, 2017).
   Em média, os produtores entrevistados possuem  19 anos de experiência no cultivo orgânico. Observou-se que a saúde de suas  famílias está muito melhor, em relação aos outros produtores de cultivo  tradicional, reforçando a preferência pelo cultivo orgânico. Segundo eles, os  benefícios são: vida saudável, tanto dos produtores, como dos consumidores; a  sustentabilidade do meio ambiente e do ecossistema; melhor sabor comparado com o  cultivo tradicional; e valor agregado do produto, onde produzem menos com  melhor qualidade. Gliessman (2001) salienta que a agricultura tradicional  preocupa-se em obter o rendimento máximo, não importando como. Já para um  sistema de produção sustentável, só o lucro não é o importante, mas a maneira  como se produz a sustentabilidade do ecossistema. Este autor fala também que a  meta é aperfeiçoar o processo de produtividade, a fim de garantir o melhor  rendimento, sem degradar o meio ambiente (GLIESSMAN, 2001).        
   Como principais dificuldades para na produção  da uva orgânica, os produtores relataram: menor produção da uva orgânica,  quando comparada com a tradicional; maior emprego de mão de obra no cultivo,  pela maior exigência em cumprir com a legislação e certificação; maior  influência do clima, o qual interfere diretamente na boa qualidade e graduação  da uva orgânica. A Embrapa Uva e Vinho (2015) relata que a produção de uva no  modelo tradicional, a qual faz o uso intensivo de agrotóxicos e adubos  químicos, vem se tornando uma opção técnica e economicamente não viável.
   Sete  produtores consideram que o preço da uva orgânica é diferenciado, sendo 60%  maior que o preço tabelado para a uva comum. Dependendo da qualidade do  produto, são incluídos 5% de bônus sobre o preço. Segundo a legislação, o preço  é 30% maior do valor de tabela para os produtos orgânicos. O restante dos  produtores pesquisados acreditam que a produção orgânica é compensada apenas  pelo aumento da qualidade vida dos consumidores, já que financeiramente, a  mesma apresenta desvantagens como maior preço, redução de produtividade nem  relação ao cultivo tradicional e maior emprego de mão de obra. Britto (2016) explica  que todos os produtores entrevistados por ele, confirmam que os ganhos são  maiores no cultivo orgânico, em relação à saúde, o que definem como qualidade  de vida, e alguns dos entrevistados destacaram que os custos de produção são  menores.
   Cinco dos produtores entrevistados explicam que  a venda de seus produtos depende exclusivamente da lei de oferta e demanda,  como qualquer produto normal de venda. Já os outros cinco produtores, afirmam  que existe uma maior procura pelos produtos, principalmente pela produção ser  mais reduzida, quando comparada com o cultivo tradicional. Segundo Embrapa Uva  e Vinho (2015), o mercado para os produtos orgânicos está crescendo  expressivamente no Brasil, sendo que os derivados da uva orgânica apresentam o  maior crescimento.
   Visando aumentar a qualidade da uva orgânica  produzida, a vinícola compradora envia um técnico agrônomo às propriedades rurais,  a fim de realizar orientações e avaliações da produção. Realizam também  treinamentos e cursos juntamente com a EMATER, principalmente no início do  cultivo da uva orgânica em novas propriedades. A instituição da ECOCERT  (certificadora) faz uma visita por ano a cada fornecedor, a fim de vistoriar a  propriedade e a produção. Nicarreta (2017) afirma que no processo de  reconversão de vinhedos tradicionais para a produção de cultivares especiais,  como a uva orgânica, o processo é muito impactado, orquestrado muitas vezes  pelos institutos de ensino e pesquisa, ainda que os processos fossem orientados  pela demanda crescente de seus produtos. As empresas vinícolas ou produtoras de  vinho orientam seus processos inovadores pela demanda (NICARETTA, 2017).
   Os  produtores relataram que são necessários dois anos para a transição de um  sistema de produção tradicional para o orgânico. Segundo os mesmos,  este processo não depende apenas do histórico da área cultivada, pois em todos  os casos, antes de iniciar a produção de orgânicos, deve ser realizado uma  análise do solo, a fim de determinar o tempo necessário para iniciar o cultivo,  além do produto orgânico a ser cultivado. Foi relatado que no período de  transição, só é permitido à utilização de insumos certificados. Segundo  Nicaretta (2014), no processo de transição de vinhedos tradicionais, para a  produção de cultivares especiais, como a uva orgânica, o processo sofre muito  mais o impacto, orquestrado muitas vezes pelos institutos de ensino e pesquisa,  ainda que os processos fossem orientados pela demanda crescente de seus  produtos. As empresas vinícolas ou produtoras de vinho orientam seus processos  inovadores pela demanda, ainda que muitas vezes existam à presença acerada dos  concorrentes estrangeiros no mercado nacional (NICARETTA, 2014).
   Dos 10 entrevistados, identificou-se que nove fazem  a sua certificação por meio da vinícola. Esta, faz todos os acertos e despesas  com a Ecocert (certificadora) para o fornecedor de uva. Em troca, a vinícola  possui um contrato com o fornecedor, onde a venda da uva não pode ser realizada  em nenhum outro local, a não ser com os mesmos. Já o produtor que participa de  cooperativa paga a sua taxa de certificação, garantindo assim a venda de outros  produtos orgânicos também em feiras. As inspeções da certificadora são  realizadas anualmente. Conforme Araujo (2017), é possível perceber que o número  de empresas produtoras de vinho ou suco orgânico certificados no Brasil cresceu  nos últimos anos, demostrando um crescimento deste mercado.
   Para colaborar na adubação das videiras, os  produtores fazem o plantio de certas variedades de plantas, onde as mesmas se  transformam em composto orgânico, deixando a terra adubada de forma natural,  sem agredir a saúde humana e nem o meio ambiente, realizando assim a compostagem  no solo. A certificadora orgânica realiza anualmente a análise do solo nas  propriedades, a fim de verificar se é necessário realizar a compostagem do  solo. O que alguns dos produtores aplicam nos parreirais também, é um composto  feito de cinza, cactos ou leite. Embrapa Uva e Vinho (2015) afirma que, diante  de seu projeto de pesquisa que realizaram, cujo objetivo foi de gerar  conhecimentos, adaptaram tecnologias e resgatam experiências dos agricultores,  no intuito de auxiliar a viabilização técnica e econômica da produção de uva  orgânica para suco. Os resultados atingidos foram, sobretudo, consistentes no  que se refere ao manejo do solo das videiras com cobertura de plantas, o  controle de pragas e doenças (EMBRAPA UVA E VINHO, 2015).
   Cinco dos produtores entrevistados acreditam  que o marketing realizado pelas vinícolas está melhorando, pois as mesmas estão  focando as vantagens do consumo dos produtos orgânicos, tornando consumidores  mais conscientes. Segundo Nicareta (2017), na cadeia produtiva de uva orgânica,  destaca-se a diferenciação. O objetivo é fazer que a empresa fosse percebida de  maneira diferente pelo seu cliente. Isto estabelece investimentos em  distribuição, tecnologia, assistência técnica, imagem, desenvolvimento e  pesquisa, recursos humanos, pesquisa de mercado e qualidade, com a finalidade  de criar diferenciais para o consumidor. O que se almeja é que o produto ou  serviço seja considerado único. Diferenciais em design, preço, qualidade,  imagem e suporte normalmente são buscados nesta estratégia. Se a empresa  consegue diferenciar-se, obterá respostas do mercado acima da média esperada  pela indústria (NICARETTA, 2017). Já os outros cinco produtores acreditam que  deveria ser realizado mais marketing, pois quanto maior a propaganda, maior a  venda. Os entrevistados também destacam que muitos clientes não sabem a  diferença entre os métodos de cultivo orgânico, integral, natural, biodinâmico  e hidropônico. Araujo (2017) descreve que o ideal seria buscar a diferenciação  no mercado, no entando, ainda não existe uma preocupação clara entre as  vinícolas produtoras de orgânicos, diante da geração de valor agregado, que vá  além das normas estabelecidas por lei para produtos orgânicos, existindo, assim,  mais áreas a serem desenvolvidas e exploradas, como por exemplo, o uso de  recursos renováveis, o bem-estar do colaborador e outros (ARAUJO, 2017). A  Tabela 1 apresenta um resumo dos achados de pesquisa.
Conclui-se que, para reduzir o custo de  produção da uva orgânica, é importante a realização da compostagem dos resíduos  orgânicos, os quais são gerados no dia a dia pelos produtores, onde o resultado  pode ser utilizado para adubação dos parreirais. Outra atividade que se torna importante  para a redução de custo, e que é périmitido pela certificadora, é a transformação  de cinzas, cactos e leite,  em compostos  para aplicação na uva para prevenção de pragas e insetos.
   Pensando em melhorar a rentabilidade da uva  orgânica, a qualidade do produto precisa ser aperfeiçoada, para isso, é  necessário que os produtores façam a busca de novos métodos de aprendizagem, onde  possam aprimorar seus conhecimentos, facilitando o cultivo e garantindo margem  de lucro maior, já que a produção do cultivo orgânico é familiar, e quando é de  pequeno porte garante maior ganho econômico.
   Atualmente ainda existem muitos consumidores  que não sabem diferenciar produtos orgânicos, naturais, hidropônicos e integrais.  Para que esta informação seja amplamente difundida, é necessário desenvolver um  marketing voltado para destacar os principais benefícios da uva orgânica para a  saúde humana. A preocupação com a sustentabilidade, evidenciado por meio do cultivo  orgânico, garante uma menos degradação do meio ambiente e um maior valor  agregado aos produtos.
   Um dos problemas encontrados pelos produtores,  é que seus sucessores não estão interessados em continuar com a produção de uva  orgânica. Isso acorre, pois hoje os produtores, não se interessam em fazer o  cultivo de outras variedades, pensar em alternativas. Hoje os jovens gostariam  de inovar, mas ficam restringidos quando a cultura de sua família é limitada. Com  esse artigo, espero que os produtores consigam agregar mais valor ao produto,  reduzindo custo e tornando o produto mais rentável. 
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