Aline Battisti*
Thales de Oliveira Costa Viegas**
Lídia Silveira Arantes***
Elaine Ferreira****
UFSM – Brasil
alinne.battisti@hotmail.com
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RESUMO
As empresas estão inseridas em mercados cada vez mais competitivos, os quais exigem que estas firmas inovem para sobreviver. As inovações são decisivas no sucesso das organizações, na conquista de destaque no mercado, pois as inovações potencializam a competitividade das firmas. O setor de serviços é caracterizado por grande heterogeneidade em suas atividades, quanto à remuneração de colaboradores e à intensidade do uso de tecnologias. O fito deste estudo é identificar as razões pelas quais as empresas inovam, bem como verificar os efeitos da inovação na competitividade das firmas. O estudo envolveu uma pesquisa qualitativa, bibliográfica e uma pesquisa de campo. As informações obtidas apontaram que a inovação aumenta a qualidade dos serviços. Constatou-se que os líderes das organizações estimulam o seu desenvolvimento ao promover mudanças relevantes. O conhecimento e o aprendizado dos profissionais são importantes para a busca de projetos inovadores. Concluiu-se que as empresas da amostra estão dispostas a corrigir erros para alcançar diferenciais competitivos e ofertar serviços com alta qualidade, de modo a elevar os resultados financeiros das firmas.
Palavras-chave: Setor de Serviços; Inovação; Micro Empresa; Pequena Empresa; Competitividade.
ABSTRACT
Companies are embedded in increasingly competitive markets, which require these firms to innovate to survive. Innovations are decisive in the success of organizations, in gaining prominence in the market, because innovations enhance the competitiveness of firms. The service sector is characterized by great heterogeneity in its activities, as regards the remuneration of employees and the intensity of the use of technologies. The aim of this study is to identify the reasons why firms innovate, as well as to verify the effects of innovation on firms' competitiveness. The study involved qualitative, bibliographic research and a survey. The information obtained showed that innovation increases the quality of services. We found that enterprise leaders have been stimulate the firm development by promoting relevant change. The knowledge and learning of the professionals are important for the search of innovative projects. It was concluded that the companies of the sample are willing to correct errors to reach competitive differentials and offer services with high quality, in order to raise the financial results of the firms.
Keywords: Services Industry; Innovation; Micro firm; Small company; Competitiveness.
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Aline Battisti, Thales de Oliveira Costa Viegas, Lídia Silveira Arantes y Elaine Ferreira (2018): "Inovação em micro e pequenas empresas de serviços", Revista Observatorio de la Economía Latinoamericana, (julio 2018). En línea: 
https://www.eumed.net/rev/oel/2018/07/inovacao-pequenas-empresas.html
//hdl.handle.net/20.500.11763/oel1807inovacao-pequenas-empresas
INTRODUÇÃO
No contexto econômico  global, a realização de inovações é de crucial importância para as  organizações. De uma maneira geral, elas são entendidas como fundamentais para  a sobrevivência das empresas em um cenário cada vez mais competitivo. A  inovação é um processo que se inicia com a invenção e passa pelo  desenvolvimento e comercialização de um novo produto ou serviço, até a sua  chegada ao mercado. Inovar é explorar e colocar em prática novas ideias e novos  projetos. É através da inovação que as firmas conseguem se diferenciar das  demais e almejar ainda mais o sucesso. A invenção é apenas o começo de um  processo com longo prazo de duração, que tem como objetivo fazer com que uma  ideia se expanda e se torne útil. A invenção, de modo geral, é a criação de  algo que até então era inexistente no mercado (TIDD e BESSANT, 2015). A  inovação no setor de serviços objetiva atender às necessidades de seus clientes  para alcançar a satisfação destes, bem como ampliar o desempenho financeiro (o  lucro) das empresas inovadoras. Ela é uma estratégia voltada para ampliar a competitividade  da firma e garantir a sua sobrevivência no mercado. O segmento de serviços  apresenta atividades bastante variadas quanto ao tamanho da firma, à  qualificação dos trabalhadores, aos salários pagos e à utilização de  tecnologias. Também conhecido como setor terciário, este é o que apresenta maior  participação na composição de toda a produção do país, na medida em que  corresponde a 73,3% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro (IBGE, 2016).  Neste contexto, as atividades de serviços contribuem cada vez mais para o  crescimento econômico nacional. Em razão disso, o desempenho das atividades que  integram este setor afeta diretamente todos os demais setores da economia brasileira.                          
   O fito principal do presente  estudo é identificar as razões pelas quais as empresas inovam e os tipos  predominantes de inovação, bem como verificar os efeitos da inovação na  competitividade das organizações.  Pretende-se  analisar as condições que fazem das inovações no setor de serviços um  diferencial competitivo significativo das empresas do município de Palmeira das  Missões/RS. Este artigo está segmentado em cinco partes. A primeira delas é  esta introdução. A segunda corresponde ao referencial teórico, em que são  incorporados aportes da literatura especializada sobre o setor de serviços, os  processos de inovação e as micro e pequenas empresas encontradas no Brasil, de  modo a conformar a amalgama teoria trabalho. Já a terceira seção discorre sobre  a metodologia. No quarto segmento são apresentados os resultados e discussões.  Por fim, na última parte, são realizadas as considerações finais.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 A Economia de Serviços
É um desafio definir serviços de forma objetiva, em especial num contexto em que as atividades do setor terciário têm se transformado, se tornado mais complexas e adquirido maior importância nas economias ao redor do mundo. Kon (2004) sintetiza a definição de serviços em alguns aspectos, a saber: i) setor de serviços é uma indústria que produz serviços ao invés de bens; ii) os serviços são bens de consumo ou bens intermediários (utilizados na produção de outro produto ou serviço); iii) serviços são bens intangíveis e intensivos em trabalho que são consumidos em concomitância à sua produção. Cumpre notar que os serviços mais modernos, em geral, e os serviços às empresas, em particular, são muito intensivos em conhecimento e informação.
2.1.1 Caracterização de Serviços
As características das  atividades de serviços são as seguintes: i) serviços são intangíveis e, em  geral, perecíveis; ii) existe intensa interação entre produtor e consumidor, o  qual, não raro, participa no processo de produção do serviço; iii) nem sempre os  serviços são produzidos em massa, o que torna este setor intensivo em força de  trabalho; iv) há uma dispersão das unidades fornecedoras de serviços para que  elas estejam mais próximas dos clientes (seus mercados consumidores); v) as  métricas de eficiência são subjetivas e o controle de qualidade envolve o  consumidor e está embutido no processo de produção  (ZEITHAML, ET AL, 1990; MARSHAL e WOOD, 1995;  KON, 2004; MEIRELLES, 2006; JENSEN e PETERSEN, 2014). Em suma, segundo Inman  (1985) existe três diferenças significativas entre produtos manufaturados e  serviços: i) a natureza intangível dos serviços; ii) a dificuldade de armazenar  serviços e; iii) o fato de os serviços envolverem uma relação direta entre  produtor e consumidor. 
   De acordo com o trabalho de  Mario e Verdu (2016) é possível classificar os serviços conforme a sua natureza  em dois grupos (soft e hard). O  primeiro corresponderia a serviços customizados e não exportáveis, tais como  serviços: médicos, hoteleiros, bem como aqueles que requerem licenças,  franquias ou investimentos diretos externos. O segundo grupo envolve serviços  mais tangíveis e padronizados, que podem ser exportáveis, a exemplo de: softwares e educação. Conforme aponta  Meirelles (2006) duas das características mais marcantes dos serviços  correspondem à sua heterogeneidade e variedade, tanto no que tange ao objeto  serviço (em si) quanto ao que se refere aos processos utilizados para a sua  obtenção. Diante da ampla gama de interpretações a seu respeito a autora  supracitada suscitou algumas questões: i) em que os serviços se diferenciam dos  produtos?; ii) qual a característica econômica (geral) distintiva dos serviços?  A autora responde a tais perguntas  da  seguinte maneira: i) serviço é trabalho em processo, de modo que não é o  resultado da ação do trabalho, por isso um serviço é prestado e não produzido;  ii) as características econômicas mais comuns são a intangibilidade, a  simultaneidade e a inestocabilidade; iii) a característica comum dos serviços é  que se tratam da realização de trabalho em processo.
   De acordo com Fuchs (1965)  os serviços representavam uma pequena parcela dos empregos e da produção das  economias até a década de 1950. Contudo, segundo Silva et al (2006) esse quadro  foi se alterando ao longo do tempo e o setor de serviços adquiriu uma importância  fundamental para o emprego em todo o mundo e tem crescido, constantemente, a  ocupação no setor de serviços. Ademais, o crescimento da participação do  emprego e do valor agregado no setor de serviços está associado ao surgimento  das tecnologias de informação e comunicação. Nesse contexto, o setor de  serviços ganha uma importância cada vez maior na economia, na medida em que é  fundamental para a criação de novos empregos, bem como pelo fato de que o setor  de serviços é responsável pela revolução técnica associada às Tecnologias de  Informação e Comunicação (TIC). De fato, tais tecnologias propiciaram a  melhoria nos custos e na qualidade dos serviços. A evolução das TICs é um vetor  de inovação para os outros setores da economia, que contribuiu para a  reestruturação das forças produtivas, intensificada a partir da década de 1990. 
   O setor de serviços também  se expandiu em períodos de crise econômica, nos quais ele incorporou uma  parcela da força de trabalho que perdeu ocupações em outros setores econômicos.  Em verdade, a economia mundial vem passado por transformações que têm tornado  crescente a participação dos serviços e decrescente a das atividades  manufatureiras em vários países do mundo, em particular os avançados. Neste  contexto, denominado “pós-industrial”, vem aumentando nas economias  (desenvolvidas e em desenvolvimento) a magnitude do emprego, do produto e dos  insumos (serviços intermediários) oriundos do setor de serviços. Verifica-se,  portanto, uma realocação dos fatores de produção em direção às atividades  terciárias, ao mesmo tempo que o processo de terceirização de serviços se  intensifica, em especial, no setor manufatureiro. Este fenômeno corresponde à  transferência de funções de uma empresa de origem para uma subcontratada. Nesse  contexto, várias atividades de um processo produtivo industrial tratadas como  serviços internos, são, de fato, terceirizadas (KON, 2004; RAMMAL e ROSE, 2014;  WANG e CHEN, 2015).
   Segundo Kon (2015) o setor  de serviços é complementar ao setor manufatureiro tanto nos períodos de  crescimento econômico, quanto nos momentos de recessão, quando o setor de  serviços absorveu a força de trabalho excedente da indústria e da agricultura.  O aumento da população ocupada nas atividades de serviços e a elevação da  participação do setor terciário no PIB, ao longo das décadas de 1990 e 2000,  ensejaram o debate associado ao processo de desindustrialização precoce  (negativa) pelo qual o Brasil estaria passando, uma vez que os serviços predominantes  não seriam aqueles intensivos em conhecimento.  
   De acordo com Kon (2014)  esse processo se manifestou em decorrência do baixo dinamismo do setor  manufatureiro doméstico, da transferência de etapas da produção para atividades  de serviços e da ampliação de serviços mais sofisticados e intensivos em  informação, os quais seriam mais modernos e inovativos. Embora tenha ocorrido  uma modernização do setor de serviços a partir dos anos 2000, as atividades com  força de trabalho pouco qualificada e baixa remuneração continuaram muito  representativas. Ainda assim, o setor de serviços apresentou um maior dinamismo  e índices de crescimento superiores ao da economia global. Contudo, a  reestruturação produtiva, verificada na década de 1990, não ocorreu nos anos 2000,  pois não houve mudanças tecnológicas profundas que promovessem o  desenvolvimento econômico (KON, 2015). A evolução da estrutura produtiva está,  em grande medida, associada aos seus incrementos de produtividade, mas,  historicamente, o setor de serviços tem sido apontado como aquele que apresenta  poucos avanços nesse aspecto.
2.1.2 A Produtividade no Setor de Serviços
Há vários  perfis de empresa no setor de serviços e grande parte delas produz insumos para  o setor manufatureiro, de modo a afetar a produtividade do setor industrial. De  acordo com Berlingieri et al (2018), no setor de serviços as empresas maiores  apresentam maior produtividade e por essa razão também pagam melhores salários  aos seus profissionais empregados. Haveria, portanto, transbordamento positivo  de produtividade dessas grandes empresas de serviços para os demais setores da  economia.
   Adicionalmente,  o crescimento do mercado consumidor elevaria o grau de especialização das  forças produtivas, bem como o aumento da participação do trabalho empregado nas  atividades de serviços intermediários. Consequentemente, haveria uma elevação  da produtividade industrial, decorrente de uma maior divisão do trabalho,  possibilitada pelo crescimento daqueles serviços. A maior ocupação do fator  trabalho nas atividades de serviços intermediários geraria uma participação  mais elevada dessas atividades no emprego total. O crescimento desses dois  setores (indústria e serviços) geraria oportunidades de ganhos de escala e de  escopo para as firmas que ofertam serviços intermediários. Cumpre notar que a  participação do setor de serviços no produto e no emprego da economia é cada  vez maior, bem como é crescente o percentual dos serviços intermediários neste  setor (FRANÇOIS, 1990; KON, 2004).
   Contudo, o  crescimento da produtividade do setor de serviços tende a ser modesto,  historicamente, uma vez que muitas atividades deste setor são muito intensivas  em força de trabalho e há limites claros para elevar essa produtividade (a  exemplo da função de um garçom, a qual não existe muito espaço para elevar o número  de mesas por ele atendidas). Adicionalmente, é muito difícil de mensurar as  variáveis insumo e produto do setor de serviços, de modo que eventuais aumentos  de produtividade não se manifestem nas estatísticas (BAUMOL, 1985; GRILICHES,  1992). 
   Segundo  Silva et al (2006) há dois exemplos clássicos desse desafio de mensurar a  produtividade em serviços, a saber: i) o setor hospitalar que oferta serviços  de distintos graus de complexidade e diferentes combinações de insumos; ii) o setor  de educação que gera estudantes formados. No entanto, não seria razoável  considerar mais produtiva a universidade que oferece uma graduação de baixa  qualidade e forma mais pessoas, em contraposição àquela que forma menos gente  com qualificação bem mais elevada. Os autores apontam que mesmo na presença de  dados detalhados, sobre as características dos insumos e dos resultados da  prestação de serviços, é problemática a comparação intrasetorial e entre  diferentes tipos serviços. A origem desses problemas está associada ao caráter  intangível dos serviços, isto é, à impossibilidade de estocá-lo. Essa situação é  agravada pela dificuldade em se apreender o efeito das alterações de qualidade  nos preços desses serviços, bem como os impactos nos preços derivados de  mudanças nas condições do mercado.
   Jacinto  & Ribeiro (2015) realizaram um trabalho empírico e constataram que o setor  de serviços apresenta alta produtividade. Ao longo dos anos 2000 a variação da  produtividade deste setor teria sido positiva e apresentado um melhor  desempenho do que a indústria de transformação, desde 1996. Esses resultados  confrontam com grande parte da literatura acadêmica sobre produtividade no  setor de serviços. Mesmo sendo um setor intensivo em força de trabalho e ser  considerado menos exposto à inovação produtiva, os autores mostram que o efeito  dos serviços intermediários na indústria não é no sentido de reduzir a sua  produtividade e aumentar os seus custos no Brasil, mas o contrário. Neste  contexto, cabe lançar luzes sobre o setor de serviços nacional.
2.1.3. O setor de serviços no Brasil
O setor de serviços é  caracterizado por grande heterogeneidade em suas atividades quanto ao porte das  empresas, à remuneração média e a intensidade no uso de tecnologias. Nas  últimas décadas, o desempenho das atividades que compõem este setor vem se destacando  pela sua grandiosidade e pela crescente participação na produção econômica  brasileira. Este setor vem assumindo papel cada vez mais significativo no  desenvolvimento da economia mundial, tanto pela expressiva geração de emprego e  renda, como pela vasta contribuição para a dinâmica econômica dos países.  Aumentam, portanto, o interesse e a demanda pelas estatísticas de serviços,  tradicionalmente mais precárias do que as dos segmentos produtores de bens  (IBGE, 2017).       
   Verifica-se,  ademais, um processo de desindustrialização positiva em diversas economias  avançadas, à medida que o setor de serviços vem aumentando a sua participação  no Produto Interno Bruto do país, em detrimento do setor industrial. Esse  movimento é caracterizado como “positivo” pelo fato de se tratar de serviços  que, em sua maioria, agregam valor aos produtos manufaturados ou derivam do  consumo de produtos industrializados, na forma de serviços auxiliares ou de  manutenção de equipamentos eletrônicos, por exemplo. A desindustrialização negativa,  por seu turno, seria aquela associada ao aumento da participação do setor  agropecuário (commodities agropecuárias) na composição do PIB.
   Conforme o  trabalho de Mario e Verdu (2016) supramencionados também verificaram que, em  2014, o estado que mais exportou serviços foi São Paulo (US$ 12,5 bilhões), o  equivalente a 60,4% do total exportado. Os serviços auxiliares aos serviços  financeiros lideram as exportações daquele estado. O segundo maior exportador  brasileiro foi o estado do Rio de Janeiro, responsável por 24% sobre o valor  total de serviços exportado. Os serviços gerenciais e de consultoria gerencial  foram os principais componentes das exportações do estado. Vale salientar que  estes serviços são mais intensivos em informação e conhecimento e, não raro  estão associados a segmentos de atividade mais dinâmicos em termos de inovação  e mudança tecnológica. Diante da importância destes dois processos faz-se  mister aprofundar na discussão teórica a esse respeito.
2.2 Aspectos Teóricos da Inovação
2.2.1 Principais Teóricos da Inovação
Joseph Alois Schumpeter  (1942) defende uma compreensão ampla da inovação, relacionando-a a tudo que  distingue e gera valor a um negócio. Nisso está incluído, além da formalização  de novos produtos e processos, as atividades de geração de um novo mercado que  antes não existia, a descoberta de uma nova fonte de abastecimento e a  regeneração dos métodos organizacionais. A definição schumpeteriana para  inovação é de grande utilidade para a análise da gestão tecnológica e organizacional,  pois está diretamente focada em melhorar a competição entre as empresas no  mercado.
   Schumpeter foi provavelmente o economista que mais  desenvolveu ideias sobre o papel da tecnologia no funcionamento da economia  capitalista. Esse mesmo autor definiu o capitalismo como um método de mudança  econômica, ou seja, o processo de ruptura e transformação constitui a essência  do dinamismo capitalista. A busca pelo lucro extraordinário ou de monopólio  temporário, por parte dos empresários, instiga-os a introduzir inovações no  mercado. Por essa razão, este sistema nunca poderia ser julgado como se  permanecesse em estado estacionário, em condições de equilíbrio. A procura dos  empresários por lucro é a base da economia capitalista. O baixo lucro no  mercado de produtos não diferenciados não estimula os empresários a investir.  Quando os empreendedores identificam oportunidade para inovar, na expectativa  de alcançar lucros monopolistas, ainda que por tempo determinado, mobiliza as  alterações em bens de capital e a introdução de produtos novos no mercado  (TIGRE, 2006).
   Ainda de acordo com a obra  de Tigre (2006), o processo de desenvolvimento econômico é compreendido como um  acontecimento novo, e não como um simples crescimento proveniente do aumento da  população e da renda. As inovações miram especialmente na criação de novas  necessidades de consumo. O conjunto de gastos dos trabalhadores não se mantém  constante ao longo do tempo, pois novos hábitos refletem na estrutura de gastos  e no desejo de consumo associado à oferta de novos produtos e serviços.                                                                     
   O trabalho de Schumpeter,  de forma geral, influenciou as teorias da inovação. A sua ideia era de que o  desenvolvimento econômico é conduzido pela inovação através de um processo  dinâmico no qual, as novas tecnologias substituem as antigas. A perspectiva  schumpeteriana tende a salientar a inovação como experimento de mercado e a  procurar mudanças que reorganizem principalmente esses mercados e indústrias  (MANUAL DE OSLO, 2004). Schumpeter denominou “destruição criativa” o movimento  de rápida obsolescência do velho e a prevalência do novo. Desta forma, as  tecnologias destroem ao mesmo tempo em que têm o potencial de criar, à medida  que diminui a significância das velhas técnicas e reduz a importância das  estruturas de mercado antigas. Esse movimento pode promover o progresso ao  promover as empresas inovadoras que respondem às solicitações do mercado  (MENEZES, 2003).
   O empresário que investe em  inovações está sempre visando ampliar a sua lucratividade, a qual é proveniente  de inovações e conduzem ao barateamento de bens já existentes ou à oferta de  produtos ainda não comercializados. Entretanto, podem surgir os imitadores, que  passam a concorrer com o inovador e podem levar à redução das rendas  monopolistas. Com o passar do tempo, a propagação da inovação contribui para o  desenvolvimento econômico, ampliando a renda geral da economia e levando ao  progresso (VIAN, 2007). É fundamental a análise do processo de concorrência e  inovação em uma economia de mercado, pois é essa ação competitiva que gera a  evolução do capitalismo, além de ser neste contexto que nascem os caminhos que  levam à inovação. Utiliza-se a teoria schumpeteriana para analisar esse  processo, em vista a sua capacidade em explicar a realidade das economias capitalistas  (BECKER, 2009). 
   Kon (2004) ressalta que, de  acordo com a visão schumpeteriana, a ligação que existe entre inovação  tecnológica e organizacional, e entre a competitividade e a geração de renda, é  ampliada a partir da colaboração dos autores neo-schumpeterianos. Esses autores  enfatizam a importância da inovação na criação de ferramentas que aumentam a  competitividade das empresas, consentindo vantagens nos custos e na qualidade  dos bens, ampliando, assim, os seus mercados. Foi no século XX que surgiu a  corrente de pensamento neo-schumpeteriana. Os autores inseridos nesta vertente  possuem uma visão avançada, visualizando esses processos inovativos de modo  diferenciado. Estes teóricos seguem muitas das ideias deixadas pelos autores  clássicos, porém diferentemente destes, acreditam que mudanças ocorrem quando  se visa o alcance do lucro e também pela atuação dos agentes inclusos nos  processos, através de suas experiências empíricas e conhecimentos restritos  (KINOSHITA, 2013).                                                  
   De acordo com Becker (2009), os teóricos  neo-shumpeterianos, também podem ser chamados de evolucionistas (ou  evolucionários), pois estes consideram a evolução econômica como um processo  dinâmico, no qual as empresas buscam inovações para obter vantagens  competitivas e sobreviver no ambiente dos mercados concorrenciais. Dessa  maneira, Possas (2013) destaca que os economistas desta corrente adotam uma  perspectiva evolucionária e dinâmica da teoria e análise microeconômica, entre  seus principais representantes destacam-se Richard Nelson e Sidney Graham Winter.  Esses autores procuraram romper com o pressuposto metodológico tradicional de  equilíbrio. Os autores neo-schumpeterianos partem de premissas schumpeterianas,  as quais afirmam que as modificações na tecnologia são as motivadoras do  desenvolvimento capitalista, no qual a firma é o local de atuação do empresário  que busca inovar e promover a evolução dessas inovações. O enfoque  evolucionista evidenciou a busca da firma por introduzir mudanças em seus  produtos e processos de produção (VIEIRA, 2010).
   É através  da busca por novas tecnologias  que as firmas, seja por imitação ou inovação, introduzem técnicas novas com o  objetivo de manter ou adquirir um melhor desempenho no processo de competição.  Assim, a busca por  tecnologia apresenta a parte dos modelos de competição, que trata da  formalização dos aspectos internos e externos à indústria ligados ao  desenvolvimento técnico da firma (SOUZA, 2005). A partir do final da década  de 70, economistas neo-schumpeterianos expandiram muito o emprego de analogias  biológicas para o entendimento do caráter de evolução do desenvolvimento  capitalista e acima de tudo do processo de mudança tecnológica. Assim como a  biologia tem na teoria da evolução uma teoria geral da evolução das espécies, a  visão neo-schumpeteriana se estruturou, ao longo das últimas décadas, como  tentativa sistemática de construir uma teoria baseada na mudança da economia (CORAZZA; FRACALANZA, 2004).
2.2.2 Diferença entre inovação e invenção
   De acordo com Tigre (2006), uma consideração importante a ser  feita está relacionada à diferenciação entre invenção e inovação, termos estes  que são facilmente confundidos. A invenção refere-se à criação de um processo,  de uma técnica ou de um produto percebido como novo, que ainda não foi  introduzido no mercado, mas que pode ser industrializado ou comercializado. Já  a inovação vai desde a invenção de um produto novo, passa por um processo de  desenvolvimento até chegar à sua comercialização, o que implica no seu uso pela  sociedade (PACHECO, 2010). Segundo Szmrecsányi  (2006), as inovações estão relacionadas com a aquisição, introdução e  aproveitamento de novas tecnologias na produção e/ou distribuição de quaisquer  bens e serviços para o mercado. Neste sentido, cabe esclarecer que Schumpeter  distinguiu inovação da descoberta técnica/científica (invenção). Esclareceu que  após a inovação o produto (ou serviço) com valor comercial passa para a fase de  difusão na economia.
   Contudo,  mesmo se tratando de conceitos diferentes, estes termos possuem uma forte  relação. Conforme a perspectiva de Santos (2003), não existe inovação sem  invenção, uma acompanha a outra, transformando uma ideia em um fato concreto.  Ainda sobre o conceito de invenção, esta constitui apenas o começo de um  processo com natureza de longo prazo, que tem como objetivo, fazer com que uma  ideia possa se expandir e se tornar útil.   Nem sempre as invenções são aceitas pelo mercado ou se tornam sucesso de  vendas. Uma invenção só se torna inovação a partir do momento que os  consumidores se dispõem a comprá-la. Não interessa se a ideia é boa ou não, o  público somente vai aceitá-la, se for dado o devido valor à gestão do processo  dentro das empresas, à gestão financeira e ao comportamento das organizações (TIDD; BESSANT, 2015).                                                      Conforme  perspectiva de Geremia (2004), Schumpeter afirma que a invenção não tem  relevância econômica, esta é vista como um elemento exógeno ao desempenho da  economia, podendo ou não ser útil e comercializada no mercado. Já a invenção  comercializável é considerada um elemento endógeno ao desempenho econômico,  sendo apontada como uma inovação. Assim sendo, o desenvolvimento e andamento  das atividades inovadoras é baseado nas experiências práticas. Referente ao  conceito de inovação, Chibás, Pantaleón, Rocha (2013) a consideram uma  iniciativa que se manifesta como uma novidade para a organização e para o  mercado e que, se aplicada de fato, traz resultados econômicos positivos para a  empresa. Conforme o Manual de Oslo (1997) a implementação de inovações permite  elevar o desempenho da organização, pois este faz com que aumente a capacidade  inovadora da empresa. Eventuais melhorias nos processos produtivos podem levar  ao desenvolvimento de novos produtos, e novas práticas organizacionais podem  melhorar a capacidade da empresa de adquirir e criar novos conhecimentos e  capacidades, que permitirão o desenvolvimento de outras inovações.
2.2.3 Inovação em produtos e processos
As inovações podem ocorrer  em processos ou em produtos (manufaturados ou serviços). De acordo com a PINTEC  (2011), pesquisa realizada pelo IBGE, conforme recomendação do Manual de Oslo  (2004), as inovações de produtos e processos são definidas a partir da  introdução de novos produtos ou processos no mercado, ou pelo aprimoramento  deles. A implantação da inovação ocorre quando o produto é colocado no mercado  ou quando o processo passa a ser realizado pela empresa. De acordo com o Manual  de Oslo (2004), inovação de produto ou processo é definida pela introdução de  um produto (bem ou serviço) ou processo novo ou substancialmente aprimorado. A  inovação de produto diz respeito ao produto tecnologicamente novo, que possui  características que o diferenciam de todos os produtos já produzidos  anteriormente pela empresa.      
   As inovações de produto  abrangem a introdução de novos bens e serviços, e melhoramentos significativos  no funcionamento ou uso desses bens e serviços existentes (MANUAL DE OSLO,  1997). No caso das inovações de processo, estas referem-se aos modos de  operação das tecnologias novas ou aperfeiçoadas, adquiridas pela implementação  de novas técnicas de produção e pelas maneiras diferentes ou alteradas de  manusear e entregar os produtos ou serviços. Neste sentido, Szmrecsányi (2006)  destaca as modalidades da inovação (ou novas combinações), a saber: a)  introdução de um novo produto, ou da qualidade do produto; b) a introdução de  métodos de produção e distribuição que podem interferir ou não no aprendizado  para novos conhecimentos; c) descoberta e/ou exploração de novos mercados; d)  obtenção de novas e diferenciadas fontes de matéria prima e e) a criação de  novas formas de organização econômica, podendo resultar em monopólio  temporário.
   A inovação de produtos  (bens manufaturados ou serviços) e processos podem ser gradativas, ou  incrementais, de maneira que um produto já existente seja capaz de ser aperfeiçoado,  através do aumento do seu desempenho. Um produto simples pode ser complementado  pela utilização de matérias-primas ou componentes com maior rendimento. Já um  produto complexo, composto por muitos componentes, pode ser aprimorado por meio  de mudanças parciais. Um serviço também é capaz de se aperfeiçoar através do  complemento de funções novas e de mudanças em suas características, trazendo  como consequência, mais eficiência, agilidade na entrega, e praticidade no uso  do produto (PINTEC - IBGE, 2011). 
   Muitos são os exemplos de  inovações incrementais, sendo que inúmeras delas não são percebidas pelo  consumidor. Estas, por seu turno, podem introduzir um aumento da eficiência  técnica, uma elevação da produção, minimização de custos, crescimento da qualidade  e, por fim, alterações que tornem possível ampliar a aplicabilidade de produtos  e processos. Já as inovações radicais dizem respeito à inserção de produtos,  serviços ou processos completamente novos no mercado e estão estreitamente  ligados às atividades de Pesquisa e Desenvolvimento. Podemos citar como  exemplos de inovação radical, o telefone celular, o motor elétrico dos  automóveis, entre outros (FUCK; VILHA, 2012).
   Tidd e Bessant (2015)  ressaltam que a inovação é essencialmente centrada em três fatores principais:  geração de novas ideias, seleção das melhores e implementação. A geração de  novas ideias pode surgir por meio da inspiração, das necessidades dos  consumidores, das pesquisas e dos conhecimentos ou até mesmo da combinação de  ideias já existentes. A seleção das melhores ideias necessita de experimentação  para verificar quais são de fato as melhores ideias; a única maneira para  sabermos se vale a pena desenvolvê-las é colocando-as em prática. A  implementação ocorre quando uma ideia ou conjunto de ideias pode ser  transformada em produto, serviço, ou processo acabado que os consumidores  possam fazer uso. Existem fatores que podem impossibilitar as atividades  inovativas nas organizações. Segundo o Manual de Oslo (1997), esses fatores  podem ser econômicos, como os altos custos para inovar, ou a inexistência de  demanda, fatores empresariais, como a falta de funcionários qualificados ou  carentes de conhecimentos, e os fatores legais, como regulações e regras  tributárias. 
   Nas pequenas e médias  empresas (PMEs) a carência de linhas de crédito disponíveis para o investimento  em inovações é uma significativa barreira para as atividades inovadoras. Outros  exemplos de impedimentos à entrada das inovações nestas pequenas e médias  empresas seriam: a falta de demanda por novos produtos a preços justos para que  as inovações feitas na empresa sejam compensadas financeiramente; a ausência de  pessoal capacitado para desenvolver as atividades novas implementadas; a falta  de conhecimentos sobre tecnologias e a dificuldade da empresa em encontrar  parceiros apropriados para projetos inovadores (SEBRAE, 2014). Os incentivos à  inovação oferecidos pelo ambiente econômico são insuficientes, de maneira  geral, mas os desafios para se promover inovações em serviços são ainda  maiores. Por essa razão é importante investigar esse fenômeno em maior  profundidade, assim como a próxima seção se propõe a fazer.
2.3. Inovação em Serviços
Barras  (1986, 1990) foi um dos primeiros autores a estudar a inovação em serviços e  entendia que esta estava subordinada às inovações realizadas na indústria, por  meio da adoção de sistemas técnicos criados no setor manufatureiro. Esta visão  conformou o que se denominou de abordagem  tecnicista, a qual entendia a inovação em serviços como indissociável da  inovação tecnológica propriamente dita. Num primeiro momento as tecnologias  oriundas do setor manufatureiro de bens de capital levariam à melhoria da  eficiência na produção e entrega dos serviços. Num segundo estágio tais  tecnologias seriam empregadas para melhorar a qualidade dos serviços existentes  e para criar novos.
   A  abordagem que surgiu como crítica a esta pioneira foi a orientada a serviços, que busca identificar as características  específicas dos serviços em relação aos produtos industriais, bem como as  fontes de inovações do processo produtivo de serviços, definidas como  trajetórias intangíveis dos serviços. Nesta perspectiva, a relação entre  usuário e produtor dos serviços pode potencializar as inovações, na medida em  que fornece informações, aprendizagem e capacitações para as empresas  ofertantes de serviços. Nesse contexto, os fornecedores e prestadores de  serviços são entendidos como parceiros fundamentais na atividade inovativa  (VARGAS et al., 2013). 
   Já a abordagem integradora é a última delas,  que salienta a tendência de que os serviços se tornaram essenciais para a  agregação de valor da produção manufatureira. Os produtos industriais são  crescentemente comercializados de forma integrada aos serviços correlatos. Por  essa razão a inovação tecnológica e não tecnológica deve ser tratada de forma  integrada, tanto nos produtos quanto nos serviços (Djellal et al, 2013; Barata  2011).
   A inovação  em serviço é aquela mudança que afeta os vetores de características (técnicas,  de serviço) ou de competências das firmas que o oferta. A inovação não é um  resultado, mas um processo, em que importa tanto as formas de manifestação da  inovação como os meios pelos quais elas são obtidas (GALLOUJ, 2007). Sundbo  (1998) entende a inovação (num sentido schumpeteriano) como uma transformação  em um produto/serviço/negócio pela adição de algo novo ou por uma combinação  diferente de elementos já utilizados. Para ser inovação a mudança deve ser  reprodutível e realizada mais de uma vez. Existe quatro tipos de inovação em  serviços: de produto, de mercado, de processo e organizacional, sendo as duas  últimas as mais frequentes. Constata-se que as empresas que passaram por  processo de internacionalização tendem a ser mais inovadoras, em razão do  intercâmbio de ideias e experiências. Os gargalos mais comuns à realização de  inovação seriam os seguintes: a falta de mão-de-obra qualificada, de recursos  financeiros e de habilidade organizacional. Por fim, as inovações em serviços  tendem a ser mais simples e incrementais e são facilmente imitáveis por  competidores ágeis. (SILVA et al, 2006)
   Segundo  Coombs e Miles (2000) existem três abordagens que relacionam as inovações dos  serviços com aquelas dos produtos industriais, quais sejam: i) abordagem de  “demarcação”, a qual aponta que os serviços têm características próprias muito  diferentes daquelas encontras nos bens manufaturados; ii) a abordagem de  “assimilação”, que defende a inovação em serviços como essencialmente  semelhante à da indústria e; iii) a abordagem da “síntese”, a qual indica que  as inovações em serviços e em bem industriais não seguem trajetórias totalmente  diferentes, ou seja, há alguma correlação entre elas. Constata-se, portanto,  que não há consenso entre as interpretações sobre as especificidades na  inovação nos serviços.
   Kubota (2009), por seu  turno, dá ênfase à literatura sobre inovações em serviços e adota a perspectiva  de que o setor de serviços é inovador, apesar dessas inovações não apresentarem  uma densidade tecnológico comparável àquelas verificadas no setor industrial.  Conforme a perspectiva de Vargas (2006), o estudo do processo de inovação em serviços  vem se mostrando como um elemento crucial no avanço das explicações da nova  dinâmica entre os setores produtivos. Estes são protagonizados, em grande  parte, pelos serviços que, mesmo nas atividades industriais, tem um papel  fundamental na propagação do conhecimento e das inovações. 
   As inovações no setor de  serviços, ainda buscam oportunidades para o desenvolvimento desse setor. Tigre  (2006) destaca os resultados que as inovações em serviços visam alcançar, a  saber: atender as necessidades dos clientes; favorecer o interação entre  usuários e fornecedores; elevar a confiança nos serviços; agilizar a produção e  entrega do serviço; cumprir normas e padrões; e, elevar as prestações de  serviços. A conquista desses resultados não depende apenas da inclusão de novas  tecnologias da informação e comunicação, mas também de mudanças nas organizações  e nos processos de produção.                                                                            
   Em relação ao papel do  setor terciário no desenvolvimento econômico da sociedade, fica nítida a ideia  de que o crescimento acelerado da urbanização se deve ao aumento das atividades  de serviços. Isso mostra o início das alterações da estrutura produtiva e a  transição de um sistema econômico de baixa produtividade para outro de elevada  produtividade. A mudança da população rural para a zona urbana é consequência  da realocação do excedente de capital (acumulado nas atividades agrícolas) em  atividades que sejam mais rentáveis Estes fatores são típicos do processo de  desenvolvimento econômico (KON, 2004). Desta forma, verificou-se no referencial  teórico que a inovação aplicada ao setor de serviços possui um papel relevante  para o desenvolvimento econômico local, regional e nacional, e que no caso  brasileiro tem contribuído, significativamente, para o aumento do PIB nacional.  Nesse particular, as micro e pequenas empresas desempenham um papel fundamental  na economia, na medida em que são as firmas que geram mais empregos e renda no  país e muitas delas investem em inovação e desenvolvimento de tecnologias. Por  essas razões a próxima seção trata desse grupo de organizações.        
2.4. Inovação em Micro e Pequenas Empresas
De acordo com a Secretaria da Micro e Pequena Empresa da Presidência da República  (SMPE, 2014), a legislação brasileira explana que as micro e pequenas empresas são  definidas segundo o seu faturamento. Microempresa é toda a sociedade  empresária, sociedade simples, empresa individual de responsabilidade limitada  e o empresário individual que alcance, em cada ano-calendário, receita bruta  igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais). Se a  receita bruta anual for superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta reais) e  igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos reais), a  sociedade é enquadrada como empresa de pequeno porte. Além da análise do  faturamento para definirmos micro e pequenas empresas, Campos e Campos (2013)  destacaram a importância em demonstrar, a quantidade de empregados para a  caracterização do porte das empresas, utilizado pelo IBGE. Deste modo, as microempresas  são as organizações que empregam no máximo 19 pessoas, as pequenas empresas  ocupam de 20 a 99 pessoas, médias empresas possuem de 100 a 499 funcionários, e  grandes empresas dão emprego à mais de 500 pessoas. Se tratando das micro e  pequenas empresas, estas possuem no máximo 99 funcionários.                
   As micro e pequenas  empresas brasileiras desempenham um papel importante para a economia,  principalmente na geração de emprego e renda. Deste modo, estão inseridas em  mercados competitivos, convivendo com as exigências associadas à implantação de  inovações (SANTOS, 2016). Devido à importância dessas empresas no cenário  econômico, entende-se que é fundamental dedicar-se ao estudo de como a inovação  é estabelecida no contexto da micro e pequena empresa. Assim, o estudo trata da  gestão da inovação nas empresas, o qual apropria-se de uma avaliação das  práticas inovadoras presentes no âmbito dessas organizações (CAMPOS e CAMPOS,  2013).
   Para Alves e Santos Filho  (2016), a inovação é o principal fator causador de competitividade e, no caso  das micro e pequenas esse diferencial serve de suporte e garantia para a  permanência destas empresas no mercado. A inovação, pode impactar positivamente  o ambiente da organização, assim melhorando os níveis de satisfação interno e externo.  No lado interno ocorre a boa relação entre os empregados. Já no lado externo,  ocorre uma aproximação com os clientes, proporcionada pela maior satisfação  destes, além do reconhecimento no mercado em que a empresa atua. 
   Segundo Tigre (2006), as  grandes empresas levam vantagens em relação às suas concorrentes menores, isto  porque, desfrutam de tecnologias diferenciadas. As micro e pequenas empresas  apresentam habilidades para inovar, entretanto, estão limitadas a determinados  nichos de mercado, nos quais a produtividade é baixa para competir com as  demais empresas. Para as MPEs realizar inovações envolve riscos e incertezas;  inovar se torna uma decisão difícil de ser tomada durante a evolução destas  organizações. Nesse contexto, as micro e pequenas empresas detém limitações  financeiras, o que restringe sua capacidade de agir e as tornam organizações  pouco inovadoras (SILVA e DACORSO,  2014).                                                  
   De  acordo com a percepção de Possas (2013), no Brasil as atividades de inovação  crescem conforme o porte das empresas. A influência do porte em  relação às atividades de inovação e ao desempenho da empresa permitem a  observação de peculiaridades pertinentes a cada tipo de organização. A  identificação dessas peculiaridades mostra a necessidade de criação e de uso de  indicadores adequados à realidade da empresa que aumentem a sua capacidade de  inovar e a sua performance (GOMES; KRUGLIANSKAS,  2009). As pequenas empresas se diferem das grandes por não possuírem  ampla parcela de recursos destinados aos processos inovativos. Raramente contam  com um setor de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e quase sempre enfrentam  incertezas relativas às mudanças na política econômica; mudanças estas  ocasionadas principalmente pelos seus concorrentes, os quais dispõem de maior  vantagem competitiva. Os acontecimentos supramencionados levam os analistas a  concluir que empresas desse porte tendem a inovar menos que as grandes  organizações (MELLO e MACHADO e JESUS, 2010).                                                  Segundo  Santos (2003), a parcela de inovações presentes nas pequenas, médias e nas grandes  empresas depende em sua grande parte do setor produtivo, isso porque, as  pequenas e médias empresas, muitas vezes, não possuem a quantidade de recursos  financeiros necessários, partindo assim, para os setores menos exigentes,  contribuindo para a melhoria dos produtos e processos e servindo de apoio às  grandes empresas. Conforme dados da PINTEC (2008), realizada  pelo IBGE, somente 26% das empresas que possuem entre 10 e 49 funcionários,  realizaram algum tipo de inovação, em oposição a mais de 75% para as empresas  com 500 ou mais pessoas ocupadas. Essa diferença é ainda maior quando se trata  de inovações pioneiras no mercado brasileiro. As grandes empresas introduzem  35% de produtos novos no país e 30% de processos inéditos; as pequenas empresas  introduzem somente 1,3% e 2,5% desses produtos e processos novos,  respectivamente.           O SEBRAE (2014)  destaca que referente à contribuição das micro e pequenas empresas para a  formação do Produto Interno Bruto (PIB), avalia-se que sua atuação foi em torno  de 20% a 27% no ano de 2011. Entre os anos de 2000 a 2011, a quantidade de MPE  existentes teve um crescimento de 50%, passando de 4,2 milhões para 6,3  milhões. Entre os anos de 2000 e 2005, foram criados 2,4 milhões de postos de  trabalho nas micro e pequenas empresas, equivalendo a um aumento médio de 5,1%  ao ano. Esse crescimento intensificou-se entre os anos de 2005 a 2011, trazendo  como consequência, a geração de 4,6 milhões de novos postos de trabalho,  equivalendo a um crescimento médio de 5,9% ao ano.      
   Em  abril de 2014, os pequenos negócios estimaram um saldo de 97.890 novos vínculos  empregatícios regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o  que corresponde a aproximadamente 93% dos empregos formais gerados no Brasil  naquele período, de modo que as médias e grandes empresas e a administração  pública avaliaram, respectivamente, a geração de 4.007 e 3.487 novos postos de  trabalho. A análise destes dados mostra que são as MPE que mais oferecem  empregos no país. Assim, pode-se perceber que as micro e pequenas empresas vem  contribuindo no crescimento das organizações produtivas com o passar dos anos.  Como decorrência disso, aumenta também a sua participação na geração de emprego  e renda do trabalhador (SEBRAE, 2014). A relevância explícita das micro e  pequenas empresas no Brasil justifica o interesse em estudos relacionados a  esta categoria. Na sequência a metodologia aplicada neste trabalho será  apresentada. 
Para desenvolver deste  estudo foi utilizado o método de pesquisa bibliográfica, que se baseia na  revisão de outras publicações como livros e artigos científicos (GIL, 2008). O  estudo incluiu uma pesquisa de campo, ou seja, realiza uma extração de dados  diretamente da realidade, fora do laboratório ou da sala de entrevistas. Deste  modo, o pesquisador vai ao campo para coletar informações que serão depois  analisadas, utilizando métodos variados tanto para a coleta quanto para a análise  destas informações (MERTENSet al.,  2007).       
   O melhor método de coleta de dados encontrado para  analisar a presença de inovações nas empresas do setor de serviços de Palmeira  das Missões/RS, foi  a aplicação de  questionários, o qual, segundo Gerhardt e Silveira (2009), constitui-se num instrumento  de coleta de dados que abrange uma série de perguntas, as quais devem ser  respondidas por escrito pelo participante da pesquisa, sem a presença do  pesquisador, com o objetivo de identificar os pontos de vista e comportamentos  do público alvo da investigação.                              
   A elaboração deste questionário contou com  questões descritivas e objetivas que foram confeccionadas com base na Escala  Likert, a qual exige que os respondentes indiquem seu grau de concordância ou  discordância, de acordo com suas atitudes relativas ao que está sendo estudado.  Com a utilização desta escala, obtemos índices que auxiliam na avaliação e  comparação dos resultados (DOANE; SEWARD, 2014). As questões objetivas do  questionário foram elaboradas com o intuito geral de que o entrevistado  respondesse com graus de importância cada uma das questões e afirmações  atribuindo um valor, variando de 1 a 5. Nas questões descritivas (perguntas  abertas) os respondentes não possuíam opções específicas, predefinidas de  respostas.                                 
   A base de dados total, ou  seja, a população de empresas do setor de serviços, desta pesquisa contou com  880 empresas, sendo que o cálculo da amostra foi de 245 organizações, para as  quais foram enviados os questionários. Porém, só retornaram devidamente  preenchidos 90 questionários. Para a escolha das empresas que seriam  pesquisadas, realizou-se a análise setorial estratificada; este método é uma  “amostragem probabilística que inclui elementos de cada um dos segmentos ou  extratos mutuamente exclusivos dentro de uma população” (COOPER; SCHINDLER,  2016, p.654). E, “na amostragem aleatória estratificada, a população é dividida  em subpopulações, chamadas estratos e, a partir destes estratos, são tiradas  amostras aleatórias” (SHAUGHNESSY; ZECHMEISTER; ZECHMEISTER, 2012, p. 157).                                     
   Após estratificação da amostra realizou-se o sorteio das  empresas que participariam da pesquisa através de um site de escolha aleatória,  de modo que a base de dados foi dividida em 8 estratos de acordo com a  atividade principal das empresas. Estes estratos foram organizados de tal  forma: alimentação, casa e construção, comunicação, consumo pessoal, peças,  máquinas e materiais, produtos agrícolas, transporte, e outros serviços, como  pode-se observar na Tabela 1, a seguir.
Para desenvolvimento desta pesquisa o questionário foi aplicado a 90 empresas do setor de serviços de Palmeira das Missões (RS). Estas empresas foram selecionadas a partir da verificação de empresas com inscrição estadual ativa no sistema da Agência da Receita Estadual da cidade. Após a identificação dessas organizações, foi realizado um processo de amostragem estratificado da população de empresas.
4.1 A Economia de Palmeira das Missões e o seu Setor de Serviços
O município de Palmeira das Missões, criado formalmente em 1874, localiza-se na região noroeste do Rio Grande do Sul; possui uma população total estimada em 34.907 habitantes, de acordo com o IBGE (2016). Conforme dados do Censo de 2014, o PIB per capita do município, que representa a divisão do PIB entre seus habitantes, era de 30.612,15 reais, já o PIB a preços correntes era de 1.072.803 reais. Para fins de comparação, a composição do PIB de serviços, a preços correntes era de 451.842 reais em 2013, o da agropecuária era de 310.252 reais, e o da indústria era de 99.277 reais, a preços correntes. Estes valores indicam que o setor de serviços foi o mais expressivo, seguido da agropecuária e da indústria (IBGE, 2014). Os dados do Produto Interno Bruto confirmam o peso das atividades de serviço na economia local, como evidencia a Tabela 2.
Como podemos observar na Tabela 2, no Brasil a agropecuária corresponde à menor parcela da composição do PIB nacional. Já o setor de serviços, No Rio Grande do Sul, as atividades de serviços também correspondem à maior parte do PIB gaúcho seguidas da indústria; as atividades agropecuárias representam 7% do PIB do estado. Na cidade de Palmeira das Missões também é do setor de serviços que gera mais da metade do PIB municipal, mas diferente do agregado estadual e nacional é da agropecuária, que figura em segundo lugar, com 36% do PIB, restando para a indústria uma participação de apenas 11,5% do produto interno bruto local, demonstrando que este é o setor menos desenvolvido do município.
4.2 Perfil das Empresas Pesquisadas
      
   Dentre as 90 empresas  pesquisadas verificou-se que o período de existência delas no mercado, varia de  um ano até no máximo cinquenta e nove anos. Existem 6 empresas com ano de  fundação inferior a 1990, 16 empresas fundadas entre 1991 e 2000 e, a grande  maioria, 68 organizações com data de fundação entre 2001 e 2016; isso demonstra  que 75% das empresas respondentes existem a menos de 16 anos na cidade.                    
   Sobre a ocupação do  respondente dentro da empresa, 65% eram os sócios fundadores da organização,  seguido dos gestores que representaram 17%, os que eram apenas sócios 10%, e os  líderes (gestores) com menor percentual, correspondeu a apenas 8%. Quanto à escolaridade desses respondentes,  observou-se que a minoria, 10%, possui ensino fundamental incompleto; a maior parte  possui ensino médio completo, representando 35% dos mesmos; e, o ensino  superior completo, também apresentou um resultado significativo, com percentual  de 31%. 
   Sobre o  quadro de trabalhadores da organização percebeu-se que na ocasião da abertura  da empresa 96% das empresas pesquisadas tinham entre 1 e 10 funcionários,  incluindo os sócios da organização. Quando perguntados sobre o quadro atual de  trabalhadores, verificou-se que 81% possuem entre 1 e 10 funcionários,  incluindo os sócios da organização; 11% possuem entre 11 e 20 funcionários; e, apenas  8% possuem mais de 20 funcionários. De acordo com essas informações, nota-se  que a maior parte das empresas são pequenas empresas que contam com uma  quantidade restrita de colaboradores, entre 20 e 99 pessoas, de acordo com o  IBGE. Verificou-se, também, que grande parte das empresas pesquisadas, 60% do  total, foram constituídas por apenas um proprietário, sendo então empresas  individuais. De acordo com o Portal do Empreendedor (2017), “o empresário individual é aquele que exerce, em nome  próprio, uma atividade empresarial, é a pessoa física titular da empresa”.       
4.3 Perfil das Inovações e seus Benefícios nas Empresas de Serviços de Palmeira das Missões
Na análise dos  questionários respondidos verificou-se que quando perguntado aos gestores,  sócios e/ou líderes das empresas se a mesma costuma fazer mudanças dentro da organização,  62% responderam “que costumam”, 18% responderam “não costumam”, e 20%  responderam “talvez”. Quando questionados se a empresa está disposta a mudar,  74% afirmaram “possuir essa disposição”, 7% disseram "não estar dispostas  a mudar”, e 19% responderam “talvez”. A respeito de a organização procurar  estratégias para a introdução de inovações, 88% das respostas foram “procura  maneiras para inovar”, nenhuma empresa respondeu que “não procura”, e 12%  optaram pelo “talvez”.
   O principal foco da  inovação nas empresas pesquisadas é a inovação incremental, aquela na qual se  realizam pequenas mudanças e melhorias em produtos, processos, tecnologias e  serviços dentro da organização, pois 89% das empresas possuem como foco essa  alternativa de inovação. Apenas uma empresa optou pelo foco na inovação  radical, representando 1%; este tipo de inovação significa uma mudança  drástica, total, na maneira em que são ofertados e consumidos os produtos,  processos e serviços.  As empresas que  não se encaixam em nenhuma dessas opções, representam um percentual de 10%.                             
   Quando perguntadas sobre a quantidade de projetos inovadores  que estão em andamento dentro das suas organizações, 51% das empresas “possuem  entre 1 e 5 projetos”;  seguidas  de 30% que afirmaram “não possuir nenhum  projeto em andamento”, 9% delas “possuem entre 5 e 10 planos” para buscar  inovações, e 10% “não possuíam esta informação”.Sobre o foco da inovação dentro  das instituições, o modelo de negócio obteve o maior percentual, 41% afirmaram  que o centro da inovação em sua empresa é a mudança na maneira em que o produto  ou serviço é ofertado ao mercado. A inovação de produto obteve 26% das  respostas; este tipo de inovação focalisa-se em desenvolver novos produtos e  melhorar os já existentes. A inovação de processo obteve 20% das respostas;  conforme o Manual de Oslo (2004) estas inovações representam mudanças  significativas nos métodos de produção e comercialização dos produtos e  serviços. O menor percentual observado, 13%, foi das empresas que responderam  não se encaixar em nenhuma destas opções.             
   Referente à empresa adotar  alguma prática ou pesquisa para identificar as necessidades dos mercados ou dos  clientes, 20% dos respondentes “concordaram totalmente" e 35% “concordaram  parcialmente” com essa afirmativa. Quando questionados se o serviço de  atendimento ao cliente ou as reclamações recebidas servem de apoio para o  desenvolvimento de novos produtos ou serviços, a grande parte dos respondentes,  41%, atribuiu grau de “concordância total” para esta questão e 36% “concordaram  parcialmente”. 
   No tocante aos  benefícios que as inovações trazem para o crescimento das organizações, a maioria  das empresas participantes da pesquisa concordou totalmente que a inovação  influencia de maneira positiva a organização. Seguido destas, as empresas que  concordam parcialmente também obtiveram valores significativos na pesquisa, já  as organizações que discordam totalmente das vantagens adquiridas pela presença  de inovações apresentaram representatividade irrelevante.               O aumento da qualidade dos  produtos e serviços foi considerado o fator com maior grau de importância dado  pelos respondentes, pois 67% dos entrevistados “concorda totalmente” que este  quesito é uma das principais vantagens obtidas através da inovação. Seguido  deste fator, a diferenciação de produtos e serviços, o aumento da capacidade de  produção e o aumento da participação no mercado, respetivamente com 64%, 61% e  61%, obtiveram elevado percentual de concordância total dentre os benefícios  que as inovações trazem às organizações (ver Figura 1).
   Na afirmativa de que a  inovação eleva a competitividade da empresa, o percentual de “concordância  total” foi de 57%. Já para os itens seguintes o percentual de concordância  total está entre parênteses, a saber: i) a entrada da empresa em novos mercados  (53%); ii) a melhoria no desempenho financeiro (62%); iii) a redução dos custos  de produção (41%) e; iv) a diversificação dos produtos e serviços (62%). A  redução dos impactos ambientais foi considerada o fator com menor grau de  importância dado pelos respondentes, porque apenas 39% dos entrevistados  concorda totalmente que esta afirmativa é uma das principais vantagens obtidas  através da inovação, como pode ser observado na Figura 1, a seguir.
Os entrevistados que discordaram totalmente ou parcialmente das vantagens adquiridas por intermédio das atividades inovadoras, tiveram percentual representativo baixo, variando de 0 a 8%, de acordo com a Figura 1.
Toda empresa necessita de  uma boa gestão e liderança, pois esses elementos são cruciais para a execução  de inovações dentro das organizações. Os líderes podem fazer a diferença ao  estabelecer um ambiente agradável e propulsor de novas ideias, de modo a  estimular, assim, as atividades de inovação.                                
   Em conformidade com a  pesquisa realizada, observou-se a grande representatividade de respondentes que  concordam totalmente que a liderança influencia o processo de inovação das  empresas. O item “a liderança reconhece que mudanças são importantes para o  futuro da empresa” apresentou o maior índice de concordância total (62%) e  nenhuma empresa pesquisada discordou totalmente desta afirmativa. Na afirmativa  “a liderança valoriza os funcionários criativos e empreendedores”,  respectivamente, 34% e 47% dos entrevistados concordam parcialmente e  totalmente com a valorização do funcionário inovador na organização, estas  informações podem ser visualizadas na Figura 2.
A cultura da empresa e o clima organizacional têm sido enfatizados como fatores determinantes no processo de inovação. Segundo Teixeira (2002), a cultura de uma empresa envolve os valores, as crenças e os comportamentos partilhados pelos membros da organização. De acordo com a análise da pesquisa realizada, 39% dos interrogados deram conceito 5 (concordam totalmente) para a afirmação de que os trabalhadores são estimulados a sugerirem novas ideias para o melhoramento de produtos (bens e serviços) ou processos dentro da empresa. Quando perguntados se a empresa estimula os funcionários a investirem parte de seu tempo planejando mudanças, 27% concordaram totalmente ou parciamente com esta afirmativa, já 4% discordam totalmente disso, de acordo com a Figura 3.
Quando questionadas se “a empresa permite quena busca de novas soluções seja assumidos riscos”, 24% concordam totalmente que vale a pena correr riscos em busca do crescimento da empresa; 40% concordam parcialmente, ou seja, possuem um pouco de receio em arriscar-se; 17% não concordam nem discordam; 16% discordam parcialmente; e, apenas 3% discordam totalmente deste afirmativa. De modo geral, as empresas da cidade ainda possuem certa resistência em arriscar-se.
Em relação à aprendizagem organizacional, esta visa ensinar novos conhecimentos relacionados à organização e, estimula a capacidade da empresa em criar, interpretar, manipular e acessar informações. Na Figura 4 observou-se que 50% dos respondentes concordam totamente que “a empresa é capaz de aprender a partir dos seus erros e dos equívocos de outras organizações”; nenhuma empresa discordou totalmente disso.
Quanto à empresa fornecer aos seus funcionários acesso ao conhecimento necessário à realização de algo novo, 36% dos entrevistados atribuíram conceito 5, concordando totamente com esta afirmativa, apenas 1% discordou totalmente e 20% não concorda nem discorda. Para a afirmativa, “a empresa busca aprendizado para inovar”, nenhuma empresa atribuiu conceito 1 (discordo totalmente) à afirmação. Já a grande maioria, 48%, concordou totalmente que a organização busca capacitação para o desenvolvimento de algo novo.
4.3.4 Marketing para a inovação
Saber o que vem pela frente ajuda a traçar um planejamento  mais eficiente e a criar melhores alternativas para aumentar os resultados da  organização, que através do marketing, permite o surgimento de novas  estratégias. Para Churchill (2000), marketing significa um procedimento que  visa projetar e executar a opinião, com o intuito de satisfazer propósitos  individuais ou corporativos, dentro de uma empresa. No que tange ao marketing  para inovação, a Figura 5 revelou que 42% dos entrevistados concordam  totalmente que a empresa é capaz de identificar e analisar novas exigências e  preferências de clientes atuais e potenciais, 34% concordaram parcialmente, e  nenhum dos interrogados discordou totalmente desta afirmação, significando que  a maioria dos entrevistados considera essencial o envolvimento dos clientes nos  processos desenvolvidos pela empresa.          
 
Quando perguntados se a empresa é capaz de lançar novos produtos através de ações de marketing, 35% dos respondentes atribuíram conceito máximo (concordando totalmente) e 32% concordaram parcialmente, o que pode-se entender que essas empresas consideram as estratégias de marketing eficientes para seu crescimento. Sobre a empresa coletar informações sobre mudanças no mercado a partir das ações de suas concorrentes e atitudes de seus clientes, 39% atribuíram conceito máximo 5 (concordaram totalmente), e apenas 1% atribuíram conceito mínimo 1 (discordando totalmente) da afirmativa.
4.3.5 Impactos esperados  por intermédio das inovações
   
   Referente ao impacto esperado por intermédio da inovação para  o crescimento das organizações, percebeu-se que a maioria dos entrevistados  atribuíram conceitos máximos, concordando totalmente e parcialmente com as afirmativas  de que as inovações podem levar ao crescimento da empresa (ver Figura 7).  Observou-se que 46% das organizações concordaram totalmente que as inovações de  produtos e/ou processos, nos últimos 5 anos, impactaram a empresa de modo a  contribuir para a melhoria da  qualidade  dos produtos, e 34% concordaram totalmente queas inovações feitas nesses  últimos 5 anos impactaram no aumento da capacidade produtiva das empresas.  Nenhuma instituição entrevistada discordou totalmente destas duas afirmações.    
   Quando perguntados se conheciam alguma inovação introduzida  pela empresa no último ano a maioria dos entrevistados, 32%, não concordaram  nem discordaram com a afirmativa, 25% concordaram totalmente, mostrando que  reconheciam a introdução de inovações na organização, e 2% discordaram  totalmente, demostrando que não conheciam a introdução de inovações. Esses  dados podem ser observados na Figura 7 abaixo: 
No tocante à empresa desenvolver novos produtos para a venda  em novos mercados, os conceitos mínimos (1 e 2), discordam totalmente e  parcialmente, obtiveram percentual de 10% das respostas cada. A maioria dos  respondentes atribuíram conceito 4,   sendo que 31% concordaram parcialmente com esta afirmativa.
   Cabe ressaltar, outras  pesquisas abordam a prática inovativa em micro e pequenas empresas e apresentam  resultados que vão ao encontro dos argumentos apresentados no presente  trabalho de que a inovação aumenta a percepção de mudança positiva por parte  das empresas. Os  resultados deste trabalho podem ser cotejados com uma pesquisa realizada pelo  SEBRAE(2013), que utilizou uma amostra de 2.326 empresários de pequenas  empresas, os quais foram questionados a respeito de inovação e seu impacto  sobre seus negócios, de maneira que os seus resultados foram os seguintes: 75,1% dos  entrevistados realizaram algum tipo de inovação na sua empresa, seja ela de  produto, de marketing, organizacional ou de processo; 82,9% afirmaram  que a imagem da empresa no mercado melhorou em função da inovação adotada;86,7% das  empresas informaram que a satisfação dos clientes melhorou em função das  inovações; a maioria das empresas pesquisadas (32,9%)  informaram haverem percebido um impacto de 16% a 30% no  seu faturamento total após a implementação das inovações; a maior parte das  empresas pesquisadas (49,9%) informaram terem tido um impacto de 6% a 30% no  seu lucro total após a implementação das inovações; 80,6% dos  entrevistados investiram em máquinas e equipamentos, 67,5% em  treinamentos e 46,5% adquiriam softwares. 
   No  trabalho de Neto et al (2014) identificou-se uma relação positiva entre a  “Orientação para o Mercado” e “Comportamento Inovador elevado” nas micro e  pequenas empresas de varejo pesquisadas. Os fatores que determinam o  Comportamento Inovador seriam os seguintes: i) a inovação motivada pelo  espirito empreendedor; ii) a inovação motivada pela atuação estratégica da  empresa; iii) a inovação apesar das dificuldades; iv) inovação motivada pelo  aumento da rentabilidade; v) inovação motivada pelo ambiente externo (fatores  macroambientais) e; vi) inovação motivada por pura necessidade. 
   Estudo  mais específico como o de Pinto (2010), que objetivou avaliar o impacto da  adoção de tecnologias da informação no desempenho das micro e pequenas empresas  utilizou uma amostra de 98 MPEs de Porto Alegre e Região Metropolitana e os  principais respondentes da pesquisa foram os gerentes destas empresas. Os  principais motivos que levaram as firmas a adotar uma Tecnologia da Informação  (TI) estavam relacionados à necessidade interna e utilidade (percebida) da TI.  O desempenho das firmas melhorou, em particular pela expansão operacional e  utilização estratégica da nova tecnologia, que permite uma melhoria da  eficiência e da eficácia da organização, associadas às seguintes razões:  otimização do tempo, facilitação do acesso e da obtenção de informações,  melhoria da gestão financeira e de estoque e elevação da produtividade. O autor  concluiu que tais elementos contribuem, significativamente, para o aumento da  competitividade e do sucesso das micro e pequenas empresas.
A incorporação das  inovações vem sendo peça chave no diferencial competitivo apresentado ao  mercado pelas organizações. Durante o transcorrer deste trabalho foram  apresentados argumentos e teorias que explanam a importância das inovações para  o sucesso das empresas. Para que as empresas pratiquem as atividades inovadoras  é necessário que, primeiramente tenham conhecimento da importância de inovar em  um cenário cada vez mais competitivo, em que as mudanças ocorrem a todo  momento, e as empresas devem acompanhar, através das inovações, essas transformações  de acordo com a celeridade que elas apresentam. A inovação permite alavancar a  competitividade e o crescimento das empresas em ambiente incerto que estão  inseridas. Este estudo tratou da gestão da inovação nas empresas do setor de  serviços de Palmeira das Missões/RS. Foi realizada uma avaliação das práticas  inovadoras presentes das organizações do referido município. Neste estudo foram  observados fatores como: liderança e inovação, cultura de inovação,  aprendizagem organizacional, marketing para inovação e relacionamento das  empresas com o ambiente externo.         
   Vale lembrar que Schumpeter  apontou que “inovações radicais provocam grandes mudanças no mundo, enquanto  inovações incrementais preenchem continuamente o processo de mudança”. Neste  contexto, a presente pesquisa observou que as empresas do setor de serviços da  cidade de Palmeira das Missões, apesar de concordarem, de forma geral, com os  efeitos benéficos das inovações (para o crescimento e o bom desempenho de suas  firmas), apresentam certa resistência em lançar inovações radicais dentro da organização.  Embora não tenham promovido mudanças radicais, a maioria das empresas  respondentes afirmaram possuir projetos inovadores visando o futuro da  organização, os quais se encaixam na categoria de inovações incrementais.  Cumpre notar, que a maioria das organizações no Brasil e no mundo, de fato,  realizam mais inovações incrementais do que radicais, em particular no setor de  serviços. O que chama a atenção, contudo, é que estas últimas praticamente  inexistiram na amostra analisada..                                    
   Outro aspecto importante  verificado na pesquisa, foi a importância do ambiente de incentivos, aos profissionais  das organizações, para a busca de inovações, visto que a maioria das empresas pesquisadas  concordam que os trabalhadores são estimulados a sugerir novas ideias para  melhoramento dos produtos e processos da empresa. Para estimular tais  iniciativas dos profissionais grande parte das firmas busca adaptar ou criar  condições favoráveis para a ação inovadora em seu ambiente interno.
   Adicionalmente, a liderança  possui forte influência dentro da empresa, na medida em que valoriza os seus  profissionais e busca mudanças. A literatura especializada aponta que as  lideranças de uma organização são decisivas para potencializar capacitações e  habilidades de inovação das organizações em que atuam. A ambição dos líderes pode  tornar os liderados mais participativos e modelar o comportamento deles no  sentido de gerar mais valor para a empresa, ou seja, na direção desejada pelos  empregadores. É papel deles estimular o processo de implementação de inovações  dentro da organização. Neste particular, os resultados desta pesquisa mostraram  que a maioria dos líderes responderam compreender a sua função decisiva no  desempenho inovativo de suas empresas.
   Destaca-se que as decisões de procurar estratégias de inovações  dentro da instituição são motivadas por perspectivas de ganhos futuros de  competitividade e de majoração do lucro que a empresa pode auferir. Pode-se  ressaltar, então, que as empresas focam em seu futuro, e isto, é um estímulo  para que sejam desenvolvidas novas atividades que promovam transformações na  organização. Sobre as vantagens que as atividades inovadoras trazem, a vantagem  com maior preferência entre os respondentes foi o aumento da qualidade dos  produtos e serviços oferecidos, seguida da diferenciação dos mesmos. A maior  parte das empresas pesquisadas estão dispostas a assumir riscos em busca por novos  projetos.                                                                                           Conhecendo  de maneira mais aprofundada cada empresa pesquisada, através das respostas dos  questionários aplicados, identificou-se que a maioria atribui importância ao esforço  inovativo ou seja, demostraram inclinação para buscar diferenciais que se  traduzam em melhoria indicadores de desempenho e, por consequência, o lucro. Conclui-se,  portanto, que os esforços de inovação em serviços e processos estiveram  presentes nas empresas pesquisadas. Isso corrobora a tese de que o setor de  serviços também é inovador, embora seja bastante heterogêneo. Há nichos mais  intensivos em conhecimento e geração de novas tecnologias, bem como segmentos  mais intensivos em força de trabalho, mas que também inovam, com intuito de  serem mais competitivos e lucrativos.
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*Aline Batistti - alinne.battisti@hotmail.com +55(55) 99918-8484 É graduada em Ciências Econômicas pela Universidade Federal de Santa Maria. Atuou como Auxiliar Administrativa nos Escritórios de Contabilidade PRODEC e M D Com, bem como no Escritório da Atitude Modas. Trabalhou na Receita Estadual do Rio Grande do Sul.