Ailton Ramos Corrêa Júnior*
Jennifer Santos de Almeida**
Igor De Jesus Lobato Pompeu Gammarano***
Universidade Federal Rural da Amazônia, Brasil
ailtonmate@terra.com.br
RESUMO
O  presente estudo tem como objetivo realizar um levantamento teórico sobre a  teoria da mensuração, a fim de definir como a mesma se desenvolve em estudos  ligados à área da matemática e da contabilidade. Deste modo campo da  matemática, a mensuração se coloca como a intersecção entre o campo empírico e  o campo teórico, adotando, por exemplo, a matemática e a estatística para  projetar cenários e explicar eventos. Já no campo contábil, o objetivo é  evidenciar o objeto ou evento a ser mensurado, geralmente à compreensão está  ligada ao mesmo instrumento; o patrimônio. As relações teóricas que envolvem a  teoria da mensuração possuem aplicabilidades diversas, visto que não se  considera um modelo único que contenha qualidades que atenda a todas as  necessidades
Palavras-chave: Mensuração Contábil; Patrimônio; Escalas
ABSTRACT
  The objective of this study is to carry out a  theoretical survey on the theory of measurement, in order to define how it is  developed in studies related to the area of mathematics and accounting. In this  field of mathematics, measurement becomes the intersection between the  empirical field and the theoretical field, for example, using mathematics and  statistics to design scenarios and explain events. In the accounting field, the  objective is to highlight the object or event to be measured, generally  understanding is linked to the same instrument; the equity. The theoretical  relations that involve the measurement theory have different applicabilities,  since it is not considered a single model that contains qualities that meet all  the needs 
Keywords: Accounting Measurement; Patrimony; Scales
Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato: 
Ailton Ramos Corrêa Júnior, Jennifer Santos de Almeida e Igor De Jesus Lobato Pompeu Gammarano (2018): “Reflexões sobre a teoria da mensuração e sua aplicações matemáticas e contábeis”, Revista Contribuciones a la Economía  (abril-junio 2018). En línea:
 https://eumed.net/rev/ce/2018/2/teoria-mensurazao.html
http://hdl.handle.net/20.500.11763/ce182teoria-mensurazao
1 INTRODUÇÃO
O termo medição ou  mensuração de desempenho encontra-se presente em várias publicações ligados à  área da gestão (MORIOKA, et al.,  2018; DE SOUZA; BEUREN, 2018). Deste modo, Deming  (1990), indica que não se gerencia o que não se mede, pois os elementos  gerenciais são recursos manipuláveis, enquanto os elementos passíveis de  mensuração são resultados do gerenciamento anteriormente desenvolvidos. Nesta  perspectiva, Kaplan e Norton (1997), comentam que mensurar é importante: o que  não se mensura não se gerencia. 
   Segundo Christensen e Demski (2003) para  culminar ao propósito de repassar informações aos seus usuários, a  contabilidade se faz valer da linguagem e da álgebra da avaliação. No que  compete a relação entre a contabilidade e a mensuração, observa-se que o Comitê  de Pronunciamentos Contábeis – CPC, no pronunciamento denominado Estrutura  Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro, CPC  00_R1 (2011), destaca que a mensuração é um dos objetivos do relatório  contábil-financeiro. Segundo Riahi-Belakaoui (2004), a contabilidade  encontra-se ligada à informação gerada para os seus usuários, enquanto que a  mensuração foca no objeto mensurado e na forma como essa mensuração é  realizada.
   Deste modo, o presente trabalho tem como  objetivo identificar como a mensuração é definida pelos estudos da área da  matemática e contabilidade, almejando compreender a aplicação da mesma nestas  duas áreas especificas.
2 MENSURAÇÃO NA MATEMÁTICA
            De acordo com Stevens (1951), a  teoria da mensuração é uma ramificação da matemática aplicada, tendo como  finalidade o auxiliar as análises de dados. Os conceitos e fundamentos da  teoria da mensuração são variados, pois para Willett (1987), ela é  interdisciplinar e aplicada a diversas áreas do conhecimento, tais como, as  ciências sociais e as ciências exatas.
   Segundo Mason e Swanson (1981), a  mensuração representa a intersecção entre o campo do empírico e o campo  teórico, adotando, por exemplo, a matemática e a estatística para projetar  cenários e explicar eventos. Nesse sentido, Stevens (1951), afirma que  mensuração é a forma como os números são atribuídos aos objetos ou eventos, de  acordo com parâmetros específicos.
   Conforme Kerling (1986), de acordo  com determinadas regras, a mensuração é como um jogo, jogado com objetos e  números, enquanto Sarle (1997), coloca a mensuração como um elemento que  atribui números ou símbolos aos objetos, sendo que a correspondência destes  devem refletir a ligação com os atributos dos objetos mensurados. 
   Assim, a base para mensuração não é o  objeto, mas as propriedades que o mesmo carrega, como por exemplo, o volume de  caixas d'água que é calculado pelo produto entre comprimento; largura e altura.  Essas dimensões são atributos usados para mensurar o volume da caixa. No  entanto, as caixas têm outros atributos mais relevantes para a contabilidade,  como outras bases de mensuração para as caixas d'água: custo histórico; custo  corrente e valor realizável líquido.
   De acordo com Hille (1997), os  elementos intelectuais que foram usados como base inicial para os estudos da  teoria da mensuração são: 1) As bases usadas como técnica de mensuração devem  ser lógicas, mas não verdadeiras ou falsas, devendo estas estarem abertas à  discussão. 2) As características são bases repassadas aos objetos, de forma que  as pessoas possam usa-las cognitivamente, porém, essas bases não são  verdadeiras e nem falsas, no enteando devem ser lógicas, representando assim o  objeto, cognitivamente ou factualmente.
   Willet (1988) classifica a teoria da  mensuração em fundamental e derivada. A teoria fundamental é a não numérica,  encontra-se ligada à qualidade dos objetos. A teoria derivada, busca por outro  lado, a relação entre os atributos dados aos objetos por meio de expressões  matemáticas. 
   Usando ainda o exemplo das caixas d’água,  para calcular o volume de uma caixa, primeiramente deve-se descobrir as  dimensões (comprimento, largura e altura) da caixa e depois aplicar a fórmula  do volume da caixa. Logo, as dimensões estão relacionadas com a teoria  fundamental e o volume com a teoria derivada, pois o mesmo é o produto entre as  dimensões. A mensuração se assemelha a uma função de duas variáveis,  relacionando assim a teoria fundamental com a teoria derivada, onde: Teoria da  mensuração = (x, y), visto que x se apresenta como a teoria fundamental e y  como teoria derivada.
3 MENSURAÇÃO NA CONTABILIDADE
            De  acordo com Niyama (2014), a mensuração na contabilidade começa a partir das propriedades  de um objeto, que faz parte do Sistema Relacional Empírico (SRE). Tais  propriedades devem evidenciar o objeto ou evento a ser mensurado. Depois de  criadas as regras para atribuir valor aos objetos, então as propriedades serão  transformadas em medidas, surgindo assim o Sistema Relacional Numérico (SRN). 
   O mesmo autor coloca que a teoria da  mensuração vai depender também da escolha de uma escala, relacionado assim o  sistema de mensuração com os atributos ou qualidades dos objetos que estão  sendo avaliados. As escalas estão divididas da seguinte maneira: Escala nominal  – chamada de sistema de nomes, atribui números aos objetos ou coisas. Na área  da contabilidade, por exemplo, existe um plano de contas que atribui números  aos elementos patrimoniais; Escala ordinal – o objetivo é estipular uma ordem  de preferência. Na contabilidade por exemplo, os ativos são organizados na  ordem decrescente de liquidez e os passivos na ordem decrescente de  exigibilidade; Escala intervalar – a mensuração da variação do atributo  mensurado entre os números da escala deve ser igual, tendo como exemplo, que em  um determinado período o Ativo Circulante (AC) da empresa A foi de R$ 1.000,00  e o seu passivo circulante de R$ 800,00, então o seu Capital Circulante Líquido  (CCL), foi de R$ 200,00 (AC – PC). Em outro período o AC foi de R$ 1.700,00 e o  PC foi R$ 1.500,00, no entanto o CCL continua sendo o mesmo, ou seja, R$  200,00; Escala de razão – também atribui valor aos intervalos registrados na  escala, no entanto o ponto zero apresenta qualidade única. Na análise de  balanço por exemplo, em um determinado período o Ativo Circulante (AC) da  empresa foi de R$ 1.000,00 e o seu passivo circulante de R$ 500,00, então a sua  liquidez corrente (LC) será 2 (AC/PC). Em outro período o AC foi de R$ 2.000,00  e o PC foi R$ 1.000,00, no entanto a LC continua sendo a mesmo, ou seja, o  Ativo Circulante será sempre o dobro do Passivo Circulante. Pela lógica, na  teoria da mensuração a relação existente acontece entre os números e não entre  os atributos mensurados.
   De acordo com Wolk, Dodd e Rozycki  (2008), a mensuração pode acontecer de duas formas: Mensuração direta –  acontece quando o número relacionado a um objeto representa a mensuração real  do atributo escolhido; Mensuração indireta – acontece com base nos recursos que  de forma indireta deixam que se chegue ao valor do atributo que se pretende  mensurar.
   Riahi-Belkaoui (2004), afirma que a  mensuração contábil envolve a atribuição de valores numéricos a objetos,  eventos ou atributos, de forma a garantir a fácil agregação ou desagregação dos  dados. No momento que tal mensuração não for confiável ou adequada, informações  não monetárias devem ser evidenciadas em notas explicativas. Almeida e Haji  (1997) colocam como principal característica da mensuração, o uso de unidades  monetárias e o fato de dar um sentido comum a diferentes objetos. No entanto,  Relvas (2008) coloca a utilização da moeda como sendo uma vantagem e  desvantagem no que tange a Teoria da Mensuração, pois ao contrário de outras  medidas (como o quilograma), a moeda não é um padrão constante, como por  exemplo, o lucro sofre impacto da inflação.
   No momento de atribuir números aos objetos  ou eventos, acaba existindo um conflito no fato dos mesmos possuírem diversos  atributos, que podem ser iguais no que tange a relevância para tomada de  decisão. Por exemplo, tem-se o caso das instalações e equipamentos, no qual os  atributos são a capacidade física de produzir produtos, o gasto incorrido no  momento de sua compra, ou os recursos que serão necessários para reposição  imediata do ativo pela empresa que detém o seu controle (HENDRIKSEN; VAN BREDA,  2010) 
   Willet (1991), afirma que existe uma  hierarquia nos dois níveis de mensuração contábil, partindo assim da mensuração  fundamental para a mensuração derivada. Neste caso, os custos das atividades e  a duração das atividades estão ligados à mensuração fundamental, por outro  lado, os cálculos de lucros estão relacionados à mensuração derivada.
   No que tange à precisão do número  atribuído ao objeto que se tem vontade de mensurar, o que pode não acontecer  por meio de uma mensuração direta, por esse motivo, Larson (1969) destaca que a  mensuração é na realidade uma aproximação. De acordo com Ijiri (1975), a  variância é utilizada como parâmetro de concordância entre os mensuradores, ou  seja, quanto mais o valor mensurado estiver perto da média, menor será a sua  variância e logicamente melhor será o grau da mensuração.
   Ainda seguindo a concepção  de Ijiri (1970), o mesmo, evidencia a relevância da mensuração, assegurando que  ela é a competência principal da contabilidade e, sem a compreensão do que é  mensurado e como é mensurado, é improvável a adequada compreensão da  contabilidade.
   Para Hendricksen e Van  Breda (2010), O reconhecimento é um processo de apropriação formal de uma parte  das demonstrações financeiras e depende do auxílio de determinados critérios,  como: Definição: quando o item satisfaz a definição de um elemento de ativo,  passivo, patrimônio líquido, receita e despesa; Mensurabilidade: quando o item  tem um atributo relevante e é mensurável com suficiente confiabilidade; Relevância:  quando a informação sobre o item é capaz de fazer diferença nas decisões  tomadas pelos seus usuários; Fidedignidade: quando a informação é  representativa, fiel, verificável e neutra.
   De acordo com o (IASB,  2008, p. 91), a mensurabilidade de um elemento depende de ele ter uma  característica essencial, no qual seja capaz de ser quantificado em unidades  monetárias, com satisfatória confiabilidade. O atributo se refere aos aspectos  ou traços inerentes de um elemento. Portanto, o reconhecimento depende da  técnica de mensuração e este, por sua vez, envolve a seleção das bases de  mensuração. 
   Diferentes bases de  mensuração são empregadas, de acordo com o disposto na estrutura conceitual  para fins de elaboração e apresentação de demonstrações financeiras, tais como  as seguintes: Custo histórico: é a quantia de caixa ou equivalente de caixa  paga ou do valor justo da quantia dada para adquirir um ativo na data da  aquisição; e a quantia de equivalente de caixa esperada a ser paga para  liquidar um passivo no curso normal do negócio ou a quantia de recursos  recebidos em troca da obrigação; Custo corrente: é a quantia de caixa ou  equivalente de caixa que seria paga para adquirir, no momento atual, um ativo  igual ou equivalente ou a quantia não descontada de caixa ou equivalente de  caixa que seria requerida para liquidar um passivo no momento atual; Valor  realizável: é a quantia de caixa ou equivalente de caixa que poderia ser obtida  no momento atual pela venda de um ativo em condições normais (disposição  ordenada), ou a quantia de caixa ou equivalente de caixa não descontada  esperada para pagar ou satisfazer um passivo no curso normal do negócio; Valor  presente descontado: refere-se ao valor presente descontado do fluxo futuro de  entradas líquidas de caixa que se espera que o ativo gera no curso normal do negócio,  ou o valor presente descontado do fluxo futuro de saídas líquidas de caixa que  se espera serem requeridas para liquidar um passivo, no curso normal do  negócio.
   Iudícibus (1997, p. 112),  classifica da seguinte maneira: Valores de entrada: são característicos de  valores em moeda pelo qual um recurso econômico incorpora no patrimônio de uma  empresa com base no custo histórico, custo histórico corrigido (correção  monetária), custo corrente de reposição e custo corrente de reposição  corrigido; Valores de saída: são característicos de valores em moeda pelo qual  um recurso sai do patrimônio de uma empresa, com base no preço corrente de  venda ou valor corrente de mercado, equivalente corrente de caixa ou valor  líquido realizável, valores de liquidação e valor descontado das entradas de  caixa futuras líquidas. Para Iudícibus (1997, p. 127), a essência do conceito  para a mensuração dos ativos, se encontra o desejo de que a avaliação retrate a  máxima quantificação dos possíveis serviços que o ativo representa.
   Riahi-Belkaoui (2000, p.  443) relacionam a mensuração contábil com base no(a): Tempo que focalizam  (passado, presente ou futuro): o custo histórico se refere ao passado, o custo  de reposição e o valor realizável se referem ao presente; e o valor presente se  refere aos valores futuros, mas trazidos ao presente pela taxa de desconto; Classe  de transações de que origina: o custo histórico e de reposição decorrem da  aquisição (entrada) de ativos ou da não ocorrência em passivos, o valor  realizável decorre da disposição (saída) de ativos ou do resgate de passivos; O  evento que originou a medida: o custo histórico é fundamentado no evento  realizado, o valor presente é baseado em um acontecimento futuro previsto ou  estimado e os demais são fundamentados em acontecimentos presumidos.
   Vale considerar que custo  e valor são atributos típicos de uma propriedade de um recurso: o custo,  enquanto dificuldade específica do seu ganho (entrada); e valor, enquanto  benefício característico à sua condição (saída). Logo, custo histórico ou custo  corrente são medidas de opções atribuíveis ao custo, da mesma forma que os  valores de realização ou valor presente, são dimensões atribuíveis ao valor.
   Por outro lado,  destaca-se que os atributos físicos e econômicos dos ativos não são estáveis ao  longo do tempo, por exemplo, um ativo em uso pode ser remetido à venda em outro  momento ou contexto e, por meio de uma dada conjunção de objetivos sintáticos,  semânticos e pragmáticos, o mesmo ativo pode ser mensurado de diversas formas e  em diferentes propósitos.
   Logo, conclui-se que a  característica do ativo e seus atributos influenciam na seleção da base de  mensuração, mas de maneira dependente dos objetivos da mensuração (objetivos  sintáticos, semânticos e pragmáticos), os quais são motivamos pelo âmbito  econômico, competitivo, tecnológico, organizacional etc.
   O problema da mensuração  contábil consiste em explicar de duas formas de natureza (WILLETT, 1987): Problema  da Representação – relacionado aos atributos do mundo real e as propriedades  desses atributos que devem ser evidenciadas pelos números; Problema da  Uniquicidade – possibilidade de outros números fazerem a mesma evidenciação.
   A forma encontrada pela  teoria da mensuração para enfrentar o processo de representação foi definir com  base no processo de avaliação contábil. Dessa maneira, com base na estrutura  qualitativa ligada a essa teoria é que a representação almejada de um  determinado objetivo pode ser construída. A teoria é exatamente idealizar uma  estrutura da qual as representações numéricas possam ser derivadas.
   O grande desafio é  formular a estrutura qualitativa, considerando que, basicamente, a mensuração  contábil é feita por valores monetários, e considerando que a etapa principal é  a definição de uma base conceitual de mensuração o que não é uma tarefa fácil  diante dos vários critérios de avaliação disponíveis (custo histórico, custo  corrente, valor realizável líquido, entre outros). Essa diversidade de  critérios contábeis surgiu em decorrência à necessidade de informações  especificas dos usuários.
   Segundo Martins, Aráujo e  Nyama (2011), os fundamentos da teoria da mensuração, levam para um cenário de  mensuração na contabilidade embasado em dois caminhos: (a) o conhecimento  relacionado aos diferentes objetivos e necessidades ligadas aos usuários das  demonstrações financeiras e (b) a necessidade de averiguação das suspeitas que  tais usuários fazem quando usam os valores dessas demonstrações em suas várias  decisões.  
   Segundo Vickrey (1970),  existe um problema da compreensão das propriedades aritméticas nas informações  contábeis por esta relacionada à ausência de conhecimento do verdadeiro  atributo, do qual é mensurado nas demonstrações financeiras. Perante essas  dificuldades, a Teoria da Mensuração determina que a técnica de mensuração contábil,  para originar resultados eficientes, deve conter os seguintes objetos: o  propósito; o fenômeno; o atributo e o, o método.
   Guerreiro (1989)  considera, tecnicamente, sete etapas que acredita ser necessárias a um modelo  científico de mensuração: Identificar o tipo de decisão a ser tomada;  Identificar o sistema relacional empírico, ou seja, o conjunto de objetos e  eventos que serão mensurados; Identificar a característica de interesse da  medição; Identificar a unidade de mensuração; Definir a base conceitual, ou  seja, os critérios de mensuração; Identificar o sistema relacional numérico, ou  seja, evidenciar a escala ou unidade a ser utilizada; Analisar o sistema de  mensuração à luz do purpose view (informação adequada) e do factual view  (confiabilidade, validade, tipo de escala e significado numérico). 
   Relvas (2008) garante que  a medição contábil tem uma ligação direta com a Teoria da Mensuração, em para  justificar a relação de determinados argumentos, utiliza:  a) A finalidade da mensuração contábil está  relacionada em gerar informações de confiança à tomada de decisões dos  usuários; b) Como consequência, as utilizações da mensuração podem atender  diferentes proposito, ou seja, as bases de mensuração (custo histórico, custo  corrente, valor realizável líquido, valor de liquidação etc.) podem ser  representadas por um único item patrimonial; c) As mensurações contábeis  necessitam dos conceitos atribuídos aos proposito e às suas características; d)  A subjetividade e a falta da mensuração são existentes na contabilidade em  função da conexão com o usuário e da natureza da moeda como ferramenta de  mensuração. 
   Portanto, Martins (2000)  evidencia duas características de técnicas de mensuração na Contabilidade e que  requerem uma consideração sobre o que trata a Teoria da Mensuração. O primeiro  tem relação com os modelos de avaliação contábil que são mais ligados à  compreensão passageira ligada ao mesmo instrumento; o patrimônio. Como por  exemplo, os diferentes conceitos entre o custo histórico e o custo corrente. O  segundo aspecto é a comprovação de vários princípios e conceitos de avaliação  patrimonial são dependentes, uma vez que nenhum deles atende completamente os  parâmetros de utilidade, de qualidade e de abrangência das informações  desejadas pelos usuários. Por essa razão, não se considera um modelo único que  contenha qualidades que atenda a todos.
4 CONCLUSÃO
O presente estudo almejou realizar um  levantamento teórico sobre a teoria da mensuração, a fim de definir como a  mesma se desenvolve em estudos ligados à área da matemática e da contabilidade.
   Observa-se que no campo da matemática, a  mensuração se coloca como a intersecção entre o campo empírico e o campo  teórico, adotando, por exemplo, a matemática e a estatística para projetar  cenários e explicar eventos. Já no campo contábil, o objetivo é evidenciar o  objeto ou evento a ser mensurado, geralmente à compreensão está ligada ao mesmo  instrumento; o patrimônio.
   As relações teóricas que  envolvem a teoria da mensuração possuem aplicabilidades diversas, visto que não  se considera um modelo único que contenha qualidades que atenda a todas as  necessidades. Logo, o presente estudo apontou aplicações sobre a teoria da  mensuração nos aspectos relacionados aos cálculos exatos e sobre as reflexões  levantadas pelas ciências sociais aplicadas.
   Sugere-se para estudos  futuros desenvolver um apontamento sobre aplicações pontuais e estudos de caso  da teoria da mensuração aplicada a fenômenos específicos da contabilidade e  como a mesma auxilia no processo da gestão de patrimônios e outros elementos da  área de gestão e negócios.
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