Renata Cherém de Araújo Pereira*
Fundação Getulio Vargas de São Paulo, Brasil
cherem.renata@gmail.com
RESUMO
O  objetivo deste trabalho é analisar o processo da mudança do conceito de  desenvolvimento. Para tanto, foi realizada uma revisão bibliográfica da  literatura existente sobre o tema. O estudo demonstra que, inicialmente,  desenvolvimento era visto como sinônimo de crescimento econômico. A partir da  necessidade da construção de um aparato teórico que não se baseasse apenas nas  nações desenvolvidas, a teoria do desenvolvimento passou a ser diferenciada da teoria  econômica. Depois disso, com a repercussão das desigualdades e de desastres ambientais,  o significado de desenvolvimento passou a almejar a conciliação entre crescimento  econômico e sustentabilidade. A pesquisa conclui que desenvolvimento é um  conceito multidimensional e que o processo de mudança do seu significado esteve  sempre atrelado as transformações econômicas e históricas.
  Palavras-chave: Desenvolvimento.  Crescimento Econômico. Sociedade. Sustentabilidade.  Qualidade de vida. 
  ABSTRACT
  The purpose of this paper is to analyze the  process of changing the concept of development. For this, a bibliographical  review of the existing literature on the subject was carried out. The study  shows that, initially, development was seen as synonymous with economic growth.  From the necessity of the construction of a theoretical apparatus that was not  based only on the developed nations, the theory of the development happened to  be differentiated of the economic theory. After that, with the repercussion of  inequalities and environmental disasters, the meaning of development began to  seek the reconciliation between economic growth and sustainability. The  research concludes that development is a multidimensional concept and that the  process of changing its meaning has always been linked to economic and  historical transformations.
  Keywords: Development. Economic Growth. Society. Sustainability.  Quality of Life.
Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato: 
Renata Cherém de Araújo Pereira  (2018): “Desenvolvimento: uma análise do processo de mudança do seu significado”, Revista Contribuciones a la Economía  (enero-marzo 2018). En línea:
 https://eumed.net/rev/ce/2018/2/desenvolvimento-brasil.html
//hdl.handle.net/20.500.11763/ce182desenvolvimento-brasil
1 INTRODUÇÃO
A  construção do conceito de desenvolvimento passou por importantes transformações  nas últimas décadas. Transformações estas atreladas aos modelos econômicos  vigentes e a melhoria das condições de vida dos indivíduos. Devido a sua  importância, o desenvolvimento desponta como um dos conceitos mais empregados  nos estudos acadêmicos. Apesar disso, a compreensão do seu significado ainda  passa por um processo de transição.
   Podendo  ser visto desde sinônimo de crescimento econômico até como o maior  transformador social capaz de garantir a preservação do meio ambiente e da  qualidade de vida, o significado de desenvolvimento foi sendo ampliado ao longo  da história, evoluindo do reducionismo econômico para o desenvolvimento sustentável.  Durante esse processo de transformação, foram inseridos novos paradigmas ao  conceito e o debate em torno do seu significado foi ampliado.
   Constata-se  que, esse termo, já pesquisado por diversos autores, com diferentes enfoques,  pode ser classificado em três principais correntes: i) Desenvolvimento como  crescimento econômico; ii) Desenvolvimento diferente de crescimento econômico e  iii) Desenvolvimento como sustentabilidade. A primeira corrente sugere que  desenvolvimento é sinônimo de crescimento econômico e que este se restringe a  acumulação de capital (BRESSER-PEREIRA, 2006;  MORETTO; GIACCHINI, 2005; STERN, 2002). Por outro lado, a segunda corrente enxerga  que o desenvolvimento vai além do acúmulo de riqueza e que também inclui outros  aspectos, tais como: ética, política e questões sociais (SACHS, 2004). Já a terceira  corrente propõe uma visão adicional ao significado de desenvolvimento ao  defender que este termo deve estar aliado a preservação ambiental a longo prazo  (BERANTAN ET AL, 2004;  BECKER, 2000; POPE ET AL, 2004)
   Apesar  de poder-se identificar a evolução do conceito de desenvolvimento, considerando  que o seu sentido encontra-se em contínua transformação, esta investigação  pretende contribuir para a reflexão das principais teorias que influenciaram e  continuam influenciando a formação desse conceito. Além disso, tendo em vista  que esse termo possui influencia na forma de agir e pensar das pessoas, uma  análise da mudança do seu significado proporcionará também a exploração de importantes  momentos históricos e econômicos da sociedade capitalista. 
   Para tal, inicialmente, são feitas  considerações gerais a respeito do desenvolvimento e das suas principais  correntes, descrevendo-as e fazendo um contraponto com o contexto histórico e  econômico da época. A discussão começa com o desenvolvimento sendo sinônimo de  crescimento econômico até o surgimento da diferenciação entre ambos. Depois de  apresentar diferentes visões de autores sobre em quais aspectos o  desenvolvimento e o crescimento se diferenciam, o paradigma de desenvolvimento  é mostrado por via da sustentabilidade. As origens e as definições, bem como a  importância e a influência desse fator para a sociedade são discutidos durante  todo o trabalho.
2 DESENVOLVIMENTO COMO CRESCIMENTO ECONÔMICO
A discussão  sobre desenvolvimento tem origem em autores que não estavam necessariamente  preocupados com este tema, mas acabaram lançando seus questionamentos iniciais  sem fazer menção direta ao problema, como François Quesnay, David Ricardo e  Adam Smith (SEN, 1995). Desde então, muito do esforço dedicado à questão do  desenvolvimento tem sido em relação à definição do termo. Apesar de se  encontrar vários conceitos na literatura, todos concordam que o desenvolvimento  está relacionado com a “melhoria das condições de vida dos indivíduos”  (PAVARINA, 2003). 
   Destaca-se,  porém, que o significado de “melhoria de vida” alterou-se com o passar do tempo  e de acordo com a realidade de cada indivíduo e do local onde este se insere.  Nesse sentido, o desenvolvimento configura-se como um fenômeno histórico,  relacionado com a formação dos estados, com o acúmulo de capital e com a  incorporação da evolução técnica ao trabalho (BRESSER-PEREIRA, 2006). O  desenvolvimento está, portanto, segundo Bresser (2006, p. 5), “relacionado com  o surgimento das duas instituições fundamentais do novo sistema capitalista: o  estado e os mercados”. Para que isto se compreenda melhor, ao  se debruçar em estudos sobre desenvolvimento, constatou-se que esse tema pode  ser classificado em três correntes: i) Desenvolvimento como crescimento  econômico; ii) Desenvolvimento diferente de crescimento econômico e iii)  Desenvolvimento sustentável. 
   A  primeira corrente, desenvolvimento como crescimento econômico, que ocorreu  durante as décadas de 1940 e 1950, tem como base teórica a obra dos economistas  mercantilistas Adam Smith, David Ricardo, John Stuart Mill, Karl Marx, Joseph  Schumpeter, Thomas Malthus e John Maynard Keynes (BRESSER-PEREIRA, 2006;  MORETTO; GIACCHINI, 2005). O estudo do desenvolvimento nessa corrente era uma  resposta ao protecionismo dos mercantilistas. Dessa forma, para os autores  dessa primeira perspectiva, o liberalismo era defendido como principal  filosofia e o investimento e o mercado eram os dois tópicos mais abordados  (STERN, 2002). 
   Nesse  sentido, o desenvolvimento nessa primeira corrente restringia-se a análise das  causas do aumento do produto ou renda nacional per capita e o seu  conceito passou a ser confundido e considerado sinônimo de crescimento (STERN,  2002). Para os economistas da época, o desenvolvimento seria obtido com o crescimento  do Produto Nacional Bruto (PNB) e, para isso ocorrer, era necessário fomentar a  industrialização, a proteção do mercado interno e a intervenção do Estado. Ou  seja, de acordo com essa perspectiva, o desenvolvimento limita-se à esfera  econômica, objetivando o acúmulo de capital (SILVA, 2006). 
   Segundo  Ribeiro (2010), em 1950, logo após a Segunda Guerra Mundial, manifesta-se uma  nova corrente da teoria do desenvolvimento – desenvolvimento diferente de  crescimento econômico - a qual se preocupou com o desenvolvimento aliado ao  crescimento econômico, porém, não sendo sinônimo dele. Tendo como pano de fundo  esse pós II Guerra Mundial e as elevadas taxas de crescimento que tanto os  países centrais quanto os periféricos começaram a experimentar, a problemática  do desenvolvimento passou a ser discutida de forma intensa no meio acadêmico  (GOULART, 2006). 
   De  acordo com Dias (2012), antes do término da Grande Guerra, o atraso econômico e  social das regiões pobres do mundo não recebiam grande atenção da ciência econômica  e as discussões sobre desenvolvimento desses países restringiam-se,  basicamente, as agências da ONU e algumas organizações internacionais. Após a  Guerra, a eficácia de muitas afirmações ditadas pelo pensamento econômico  clássico começaram a ser questionadas, em função de não terem conseguido lidar  com as crises do capitalismo e com a enorme disparidade do nível de renda entre  países ricos e pobres. 
   Ao  procurar compreender e equacionar as distorções entre os países, a Comissão  Econômica para a América Latina (CEPAL) contribuiu para a formação de um novo  modelo para análise dos problemas econômicos e sociais dos países “capitalistas  retardatários” (DIAS, 2012). Seus estudiosos, conhecidos como cepalinos ou  estruturalistas, levaram em conta, principalmente, as diferentes formas de  dependência entre os países centrais e os países periféricos (MORETTO;  GIACCHINI, 2005). Os autores cepalinos se depararam com os limites da teoria  vigente sobre desenvolvimento, que se moldava no contexto econômico dos países  ricos e industrializados e utilizava a mesma premissa desses países para  interpretar a realidade dos países menos avançados. 
   Representados  por Raúl Prebisch, Juan Noyola Vásquez, Anibal Pinto, Osvaldo Sunkel Maria da  Conceição Tavares, Celso Furtado, entre outros, os cepalinos defendiam que não  deveria se importar a teoria de desenvolvimento das nações desenvolvidas e sim,  que era preciso romper com essas amarras e construir um novo aparato teórico  metodológico (DIAS, 2012). De acordo com Bielschowsky (1999, p.111), [...] “o  estruturalismo é um sistema analítico que tem por base a caracterização das  economias periféricas por contraste às centrais”. [...] “o estruturalismo  inclui a análise das relações “centro-periferia”, isto é, a análise da forma  específica de inserção internacional das economias da América Latina”. Com o  surgimento de novos modelos de desenvolvimento que se adaptavam mais às novas  exigências e a realidade de cada país, tornou-se convencional distinguir a  teoria de desenvolvimento da ´teoria de crescimento´. Essa distinção será  apresentada a seguir.
3 DESENVOLVIMENTO DIFERENTE DE CRESCIMENTO ECONÔMICO
Para reduzir  a concepção de que desenvolvimento é sinônimo de crescimento econômico, muitos  autores iniciaram um processo de distinção entre tais conceitos. Celso Furtado  foi um autor que deixou um importante legado ao tratar o problema do  desenvolvimento se opondo a explicação mecânica de crescimento econômico. Este  pensador buscou a compreensão da totalidade e trouxe à Economia elementos da  Sociologia e da Ciência Política (JUNIOR, 2008). Para Furtado (2002), as  decisões econômicas são decisões políticas, tendo, portanto, sempre que levar  em conta o papel do Estado e dos grupos políticos ao abordar sobre  desenvolvimento. 
   A partir de  uma perspectiva histórica, Furtado busca analisar o que conduziu os países ao  desenvolvimento. Em sua teorização, Furtado (2002) afirma que o desenvolvimento  tem três dimensões: “a do incremento da eficácia do sistema social de produção,  a da satisfação de necessidades elementares da população e a da consecução de  objetivos a que almejam grupos dominantes de uma sociedade e que competem na  utilização de recursos escassos” (p.22). Essas dimensões, em conjunto, dão  suporte para o desenvolvimento econômico e social. Entretanto, elas não bastam  por si só. Para que o desenvolvimento ocorra, não pode-se excluir a preparação  ideológica e a formulação de uma política de desenvolvimento, promovidas pelas  classes dominantes. A falta desses fatores é determinante para o processo de  não desenvolvimento (FURTADO, 2002). 
   Destaca-se  que, segundo Furtado, a falta de desenvolvimento não é um processo pelo qual,  necessariamente, tenha-se que se passar antes de alcançar o desenvolvimento. O  pouco desenvolvimento ou a falta deste surge em função da condição histórica do  país, criado por uma dependência externa de outros países (FURTADO, 1974). Isso  advém de situações em que “aumentos de produtividade e assimilação de novas  técnicas não conduzem à homogeneização social, ainda que causem a elevação no  nível de vida médio da população” (FURTADO, 1992b, p. 39-40). Esse modelo de  economia pautado na modernização tem como alvo somente as classes mais altas, o  que aumenta a disparidade e o nível de subdesenvolvimento da população. 
   Segundo  Furtado (1998), o desenvolvimento não seria alcançado, apenas, pelo impulso do  mercado. Furtado demonstra a necessidade e a importância do Estado para a  promoção do desenvolvimento. Para o autor, o Estado é visto como responsável e  ator chave para colocar em práticas políticas públicas que viabilizem a saída  de uma situação de dependência. De acordo com o Furtado (1998, p.62)
   Essa  visão global do capitalismo industrial levou-me à conclusão de que a superação  do subdesenvolvimento não se daria das simples forças do mercado, exigindo um  projeto político voltado para a mobilização de recurso social que permitisse  empreender um trabalho de reconstrução de certas estruturas.
   No caso do  Brasil, Celso Furtado advoga que o país não foi capaz de romper com suas  estruturas de grandes desigualdades, como concentração de renda, desemprego,  entre outros. O que predominou foram políticas de cunho recessivas e com  elevado custo social. Na falta de um projeto de desenvolvimento nacional, a  economia brasileira fica, na visão do autor, aumentando cada vez mais seu  endividamento externo e aprofundando a crise na economia brasileira e, logo,  perdurando o seu pouco desenvolvimento. De acordo com Furtado (1999, p. 26), se  continuarmos trilhando esse caminho (...) “o sonho de construir um país  tropical capaz de influir no destino da humanidade ter-se-á desvanecido”. 
   Além  de Celso Furtado, outros autores colaboraram para a diferenciação de desenvolvimento  e crescimento econômico. Para Sachs (2004), por exemplo, desenvolvimento  difere-se de crescimento econômico por ir além da multiplicação de riqueza  material e também envolver ética, política e questões sociais. Além disso,  equidade, igualdade e solidariedade estão inseridas no conceito de  desenvolvimento, como consequências alcançáveis em longo prazo. O crescimento  seria uma condição necessária, mas não suficiente para o alcance de uma vida  melhor. Sachs (1997) advoga que se acreditava que o crescimento econômico  traria prosperidade e distribuiria a força de trabalho, mas o que ocorreu foi  um aumento da desigualdade entre as classes sociais. 
   Já  para Siedenberg (2006), crescimento econômico é o aumento da produção de uma  economia, medido normalmente pela variação do PNB (Produto Nacional Bruto) ou  do PIB (Produto Interno Bruto). Dessa forma, segundo o autor, crescimento  econômico é um processo de mudança de caráter predominante quantitativo. Por  outro lado, desenvolvimento é um processo mais abrangente, envolvendo também  mudanças sociais que se relacionam com outros elementos e estruturas,  configurando um complexo sistema de interações. Vasconcellos (2000) corrobora  Siedenberg em relação ao crescimento ser um conceito mais quantitativo e, o  desenvolvimento, mais qualitativo. Ele reforça que o desenvolvimento vai além  de mudanças econômicas, incluindo também melhoras em indicadores sociais como  pobreza, desigualdade, saúde, moradia e educação. 
   Amartya  Sen também procurou ampliar o conceito de desenvolvimento, desvinculando-o da  ideia comumente aceita do termo associado ao crescimento do PNB (SEN, 2000). De  acordo com Sen (2010, p. 18) “o que as pessoas conseguem realizar é  influenciado por oportunidades econômicas, liberdades políticas, poderes sociais  e por condições habilitadoras, como boa saúde, educação básica e incentivo e  aperfeiçoamento de iniciativas”. Sen (2000) descreve cinco tipos de liberdade  de caráter instrumental: a liberdade política, econômica, social, de  transparência e de segurança protetora. A primeira diz respeito à democracia e  a oportunidade que o indivíduo tem de escolher quem o governa e de expressar  sua opinião política. A segunda refere-se “as oportunidades que os indivíduos  têm para utilizar os recursos econômicos com propósitos de consumo, produção ou  troca” (p. 55). Já as oportunidades sociais dizem respeito ao direito a saúde,  educação e cultura. A liberdade de transparência fala sobre a capacidade das  pessoas de lidarem com a sinceridade das outras e, por fim, a liberdade de  segurança protetora está ligada a necessidade de impedir que a população mais  pobre alcance a miséria ou morra.
   Esse enfoque  dado pelo autor ilustra sua teoria do desenvolvimento como liberdade. A ideia  de desenvolvimento de Sen (2000) construída a partir do aumento das liberdades  humanas foca-se na “eliminação de privações de liberdade que limitam as  escolhas e as oportunidades das pessoas de exercer ponderadamente sua condição  de agente” (p. 10). As liberdades como a liberdade de receber educação, saúde e  participar da política contribui para o desenvolvimento e, como uma via de mão  dupla, a privação de uma dessas liberdades contribui a privação de outras,  formando um processo de influências diretamente interligadas. Dessa forma, para  o autor, o desenvolvimento é um processo de expansão das liberdades, que são  tanto um fim como um meio para o desenvolvimento: 
   O  desenvolvimento pode ser visto, argumenta-se aqui, como um processo de expansão  das liberdades reais de que desfrutam as pessoas. Enfocar a liberdade humana  contrasta com concepções mais estreitas do desenvolvimento, como as que o  identificam com o crescimento do produto nacional bruto ou com o aumento da  renda pessoal, ou com a industrialização, ou com o avanço tecnológico, ou com a  modernização social... Ver o desenvolvimento em termos da expansão das  liberdades substantivas dirige a atenção para os fins que tornam o  desenvolvimento importante, antes que meramente para os meios, que, inter alia,  cumprem parte proeminente no processo (SEN, 1999, p. 3)
   A obra de  Amartya Sen serve como referência política e ética para um desenvolvimento  voltado para a dignidade humana e que vai além da esfera meramente econômica.  Para o autor a riqueza por si só não é alvo de interesse real dos indivíduos,  mas sim o estilo de vida com que a riqueza se conecta. 
   Outro autor  que também extrapola o limite econômico do crescimento é Boaventura de Souza  Santos, unindo a problemática do desenvolvimento à questão da emancipação  social. De acordo com Santos (s/d) a noção de que o progresso econômico traz o  bem estar a humanidade máscara a realidade de que é justamente esse crescimento  advindo da industrialização que colabora para as desigualdades entre os  indivíduos e para a destruição das condições básicas de vida. 
   Ainda segundo  Santos (2000), a modernidade resulta em dois tipos de conhecimento: o regular e  o de emancipação. O conhecimento regular tem como pilar o Estado, o mercado e a  comunidade. Já o conhecimento de emancipação tem três formas de racionalidade:  a estético-expressiva, a cognitiva e a prático-moral do direito. O conhecimento  de regulação “[...] é uma trajetória entre um estado de ignorância que designo  por caos e um estado de saber que designo por ordem”. Já o conhecimento de emancipação  é “[...] um estado de ignorância que designo por colonialismo e um estado de  saber que designo de solidariedade” (2007, p. 78). 
   [...]  O conhecimento-regulação conquistou a primazia sobre o  conhecimento-emancipação: a ordem transformou-se na forma hegemônica de saber e  o caos na forma hegemônica de ignorância. [...] Assim, o estado de saber no  conhecimento-emancipação passou a estado de ignorância no  conhecimento-regulação (a solidariedade foi recodificada como caos), e,  inversamente, a ignorância no conhecimento-emancipação passou a estado de saber  no conhecimento-regulação (SANTOS, 2007, p. 78)
   Destaca-se  assim que, para SANTOS (1995), a absorção do pilar da emancipação pelo pilar da  regulação ocorreu por meio da racionalização da vida coletiva baseada na  modernidade (CORRÊA; BORTOLI, 2008). Assim, ele entende que a emancipação deve  ser compreendida de forma abrangente, representando a construção de um processo  pleno de desenvolvimento da capacidade humana (CORRÊA; BORTOLI, 2008) e que a  dimensão da participação contribui para a criação de uma nova forma de  organização mais igualitária.
   Até este  ponto tratou-se de duas abordagens sobre desenvolvimento: a abordagem clássica,  que perdurou até meados de 1950 e analisa o desenvolvimento como sendo sinônimo  de crescimento econômico e a abordagem que iniciou após a II Guerra Mundial e  prevaleceu até a década de 1990, na qual os autores passaram a distinguir  desenvolvimento de crescimento econômico e a ampliar seu conceito em diversos  sentidos. A partir de 1990, outra abordagem sobre desenvolvimento entra no  cenário mundial: a do desenvolvimento sustentável. Esta terceira e última  abordagem sobre o tema, que será discutida agora, se inicia com a repercussão  das desigualdades e dos desastres ocasionados pelo sistema capitalista  globalizado, o qual priorizava o crescimento econômico frente ao  desenvolvimento humano (GADOTTI, 2000). Os fatores que foram fundamentais para  alterar a forma de enxergar o mundo e a evolução do conceito de desenvolvimento  sustentável são explorados a seguir.
4 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
A degradação  ambiental condicionada pela racionalidade econômica e tecnológica do modelo  dominante de desenvolvimento gerou desequilíbrios: por um lado, houve progresso  econômico e social, por outro, também houve miséria e degradação ambiental.  Diante da realidade de se considerar a sociedade atual como insustentável a médio  ou a longo prazo, surge o desenvolvimento sustentável, procurando conciliar o  crescimento econômico com a preservação ambiental. 
   Apesar  de o desenvolvimento sustentável ter se consolidado nos anos 1990, a  problemática ambientalista surge no contexto das relações internacionais no  final da década de 1960. Alguns fatores foram fundamentais para o surgimento  dessa nova forma de enxergar o mundo, tais como: a foto da Terra tirada pelo  astronauta William Anders em 1968 e a ida do astronauta Neil Armstrong à Lua em  1969 (DIAS, 2000); A publicação, em 1968, de dois best-seller sobre os  problemas ambientais: “The population bomb”, de Paul Ehrilich e “The  tragedy of the commons”, de Garret Hardin (NOBRE, 2002); e a conferência  promovida pela Unesco, também em 1968, em Paris, sobre os fundamentos  científicos da manutenção da biosfera. 
   Nessa  mesma perspectiva, algumas catástrofes, como o naufrágio do petroleiro  Torrey-Canyon em 1967, o acidente na central nuclear de Three Mile Island nos  Estados Unidos em 1978 e o acidente em Chernobyl em 1985, mobilizaram as  populações e impuseram a formação de uma nova agenda (COSTA, 2006). Dessa  forma, em 1972 acontece a Conferência de Estocolmo, que resultou na formulação  da Declaração sobre o Ambiente Humano (ou Declaração de Estocolmo) (MACHADO;  SANTOS; SOUZA, 2006), 
   O  conceito de desenvolvimento sustentável surge, então, para dar respostas a  essas crises e tentar harmonizar os processos econômicos com os ambientais.  Inicialmente, este conceito focava-se apenas na preservação ambiental. No  documento intitulado World Conservation Strategy, onde o conceito de  desenvolvimento sustentável foi debatido primeiramente, constava que “para que  o desenvolvimento seja sustentável devem-se considerar aspectos referentes às  dimensões social e ecológica, bem como fatores econômicos” (BELLEN, 2006, p.  23). Muller (1996) também aborda desenvolvimento sustentável com enfoque,  principalmente, nos problemas ambientais. Em relação às questões sociais, o  autor argumenta que esse é um problema resolvido pelo pensamento neoclássico,  pois a economia deve-se ater a distribuição eficiente dos recursos, já os  problemas de renda dizem respeito a outras ciências. 
   A  partir do Relatório de Brundtland (1987), o conceito de desenvolvimento  sustentável passou a dar ênfase ao elemento humano, equilibrando as dimensões  econômica, social e ambiental (SANTANA, 2012). Intitulado como “Our Common Future”,  este relatório conceitua Desenvolvimento Sustentável como “o encontro das  necessidades do presente sem comprometer a sobrevivência das gerações futuras” (McMICHAEL, 1996, p. 218). A partir deste ano, as questões ambientais  retornaram com mais força ao cenário internacional (DIAS, 2000). Presenciou-se  a ampliação do número de pessoas a favor do movimento ambientalista, o  crescimento das ONG´s e a evolução das negociações internacionais. Estas,  começaram a evoluir com o objetivo de se chegar a um consenso, visto que,  enquanto os países desenvolvidos se voltavam para a conservação dos recursos  naturais, os países em desenvolvimento, assolados pela miséria, propunham o  desenvolvimento econômico (COSTA, 2006; MACHADO, SANTOS; SOUZA, 2006). 
   Nesse  cenário, segundo Costa (2006), a contribuição da RIO-92, realizada em 22 de  dezembro de 1989 pelas Nações Unidas foi importante. A RIO-92 mobilizou  diversas organizações e, apesar das divergências entre os participantes,  principalmente entre os países industrializados com os menos industrializados,  foram aprovados: a Declaração do Rio (documento que visa estabelecer medidas de  cooperação entre Estado, mercado e sociedade), a Agenda 21 (documento ético,  não normativo, que propõe a proteção ambiental aliada a justiça social e a  eficiência econômica), a Declaração sobre Florestas (documento que representa o  primeiro consenso mundial sobre a importância das florestas), a Convenção sobre  Mudanças Climáticas (documento que objetiva reduzir a emissão dos gases) e a  Convenção sobre a Diversidade Biológica (documento que objetiva conservar os  recursos biológicos). 
   Apesar  de estes eventos terem trazido um avanço no plano simbólico e político, mas não  tanto nos resultados práticos, eles colaboraram e influenciaram diretamente a  ampliação do debate acadêmico em torno do conceito de desenvolvimento  sustentável. Segundo Berantan et al (2004) outras definições de desenvolvimento  sustentável passaram a ser publicadas, cada uma com suas nuances próprias, mas  todas abordando o aumento ou a manutenção da economia com o bem estar social e  do ambiente natural. Por exemplo, Becker (2000), discute o desenvolvimento  sustentável fundamentado em um triplo processo de diferenciação socioambiental,  de diversificação econômico-corporativa e de pluralização ideológica. Já Pope  et al (2004) defendem o desenvolvimento sustentável como a integração entre os  aspectos econômicos, sociais e ambientais. Nesse mesmo  sentido, Oliveira, Viana e Braga afirmam: 
   o  desenvolvimento sustentável vai além do modelo de produção, pois está calcado  numa nova postura ética em relação ao meio ambiente e à própria sociedade, onde  cada cidadão é chamado a refletir sobre o seu atual estilo de consumo e de vida  (OLIVEIRA; VIANA; BRAGA, 2010, p.6).
Percebe-se que, independente das especificidades na definição do conceito de desenvolvimento sustentável descrito pelos autores, todos defendem a harmonização entre o desenvolvimento econômico, ambiental e social. Além disso, observa-se que a proposta de desenvolvimento sustentável, na medida em que propõe o aumento da produtividade e do crescimento econômico com menores riscos sócio ambientais, busca a manutenção do atual modelo de produção capitalista com modificações, e não, necessariamente, a transformação de um novo modelo de manutenção da vida moderna.
5 CONCLUSÕES
O objetivo deste estudo  foi investigar o processo da mudança do conceito de desenvolvimento. O trabalho  foi conduzido pela revisão teórica dos principais debates de estudiosos sobre o  tema. Através da revisão de literatura, foi possível observar que embora não  exista um consenso em relação ao conceito de desenvolvimento, seu significado, que  iniciou como sinônimo de crescimento econômico, hoje se encontra atrelado ao  desenvolvimento sustentável. Constata-se também que o processo de mudança de  tal conceito ocorreu influenciado diretamente pelas transformações econômicas e  históricas da sociedade. Fica claro que a evolução do conceito de  desenvolvimento não aconteceu de forma simples, mas, sim, que esta resultou de  um processo complexo e dinâmico, influenciada diretamente pela economia de  mercado, pela acumulação de capital e pelo padrão de vida dos indivíduos. 
   Constata-se  que o conceito de desenvolvimento utilizado nos dias de hoje – desenvolvimento sustentável  – apesar de transcender a perspectiva meramente econômica, continua  relacionando-se possibilidade da evolução do sistema capitalista, porém,  aliado à preservação ambiental. Nesse  sentido, o termo desenvolvimento sustentável é frequentemente  criticado, devido à falta de uma delineação mais clara.  Pouco  se sabe ainda sobre a verdadeira potencialidade do desenvolvimento sustentável,  mas pode-se afirmar que esse tipo de desenvolvimento não remete apenas a  conservação da natureza. Em uma concepção mais ampla, seu significado aponta  para novos modelos de progresso e para transformações sociais. Ressalta-se  ainda que, além da amplitude do termo, este deve ser  analisado dependendo do contexto e do tempo, sendo, portanto, aberto  e dinâmico 
   É importante reconhecer  que o conceito de desenvolvimento é um paradigma em construção que não deve ser  investigado como algo único. Mesmo tendo em vista a realidade de um mundo  globalizado, é preciso admitir a necessidade de cada região enfrentar de forma  autônoma seus dilemas e perspectivas, construindo seus próprios modelos. O que  se pode perceber é que apesar de haver evidências que o desenvolvimento esteja  sendo explorado de forma crescente e constante na academia, a análise desse  tema em países em desenvolvimento é insuficiente. Constata-se que a maioria da  literatura sobre desenvolvimento tem sido feita por meio de questões levantadas  e abordadas em países desenvolvidos, cabendo contestar a validade da aplicação  desses resultados nos países em desenvolvimento.
   Longe de pretender esgotar o tema, acredita-se que este  trabalho contribuiu para ampliar o nível de conhecimento sobre o significado de  desenvolvimento e forneceu informações que podem colaborar para se explorar e avançar na compreensão do  termo.  Paralelamente, considerando  a complexidade do conceito, novos caminhos poderão ser percorridos em pesquisas  futuras. Sugere-se a realização de  estudos empíricos em países em desenvolvimento que investiguem, sob a  perspectiva de diferentes atores da sociedade, o significado de  desenvolvimento. Fica o desafio para a realização de estudos que utilizem este olhar.
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*Mestre em Administração pela Universidade Federal de Pernambuco. Doutoranda em Administração na Fundação Getulio Vargas de São Paulo. Professora no Departamento de Fundamentos Sociais e Jurídicos da Administração na Fundação Getulio Vargas de São Paulo, Brasil.