Revista: Caribeña de Ciencias Sociales
ISSN: 2254-7630


O CONSUMO CONCIENTE E DESENVOLVIMENTO URBANA SUSTENTÁVEL

Autores e infomación del artículo

Sana Eteki M`Boumena Mane*

Rickardo Léo Ramos Gomes**

Centro Universitário UNIATENEU, Brasil

Correo: rickardolrg@yahoo.com.br


RESUMO
Atualmente, cerca de um quinto da população mundial não tem acesso à água em condições de potabilidade, e um terço da população mundial não tem acesso a saneamento básico. A Organização Mundial de Saúde estima que mais de 5 milhões de pessoas morrem por ano por doenças relacionadas ao consumo de água não-potável e à falta de acesso a saneamento básico e condições de higiene adequadas. O artigo tem como objetivo geral: Promover a universalização da educação ambiental e a conscientização do modelo do consumo ecologicamente sustentável. E como objetivos específicos:  Analisar modelos de sustentabilidade que preserva os recursos ambientais, o Homem, de modo a conseguir a mais alta qualidade de vida humana com o menor impacto ambiental possível; Demonstrar a importância em se reduzir o volume de resíduos e poluição, através da conservação de energia, de recursos e da política 3R (reduzir, reutilizar, reciclar); Promover debates estudantis e comunitários sobre a universalização educacional, e da conscientização do consumo sustentável e o meio ambiente; Incentivar a relação entre a conscientização ecológica dos consumidores ao consumismo sustentável e o meio ambiente. Atualmente, em virtude de um novo modo de perceber o meio ambiente fomentado pela ampliação da discussão sobre o assunto e sobre o papel dos cidadãos em relação a esta questão, notam-se algumas mudanças em direção a uma maior conscientização dos padrões de consumo. Contudo, esta visão vem mudando e o meio ambiente, anteriormente tido somente como fonte de recursos, em se tornado cada vez mais o foco de diversas discussões que visam a sua preservação de forma coerente e sustentada. Sabendo que a natureza e todos os recursos naturais são finitos e muitas vezes não renováveis, surge uma oportunidade ímpar para pesquisadores, acadêmicos buscarem soluções que estejam em consonância com esta nova demanda. É nesta perspectiva que se insere este trabalho.

Palavras-chave: Sustentabilidade. Meio ambiente. Recursos ambientais.

RESUMEN

Actualmente, cerca de un quinto de la población mundial no tiene acceso al agua en condiciones de potabilidad, y un tercio de la población mundial no tiene acceso al saneamiento básico. La Organización Mundial de la Salud estima que más de 5 millones de personas mueren cada año por enfermedades relacionadas con el consumo de agua no potable y la falta de acceso al saneamiento básico y las condiciones de higiene adecuadas. El artículo tiene como objetivo general: Promover la universalización de la educación ambiental y la concientización del modelo del consumo ecológicamente sustentable. Y como objetivos específicos: Analizar modelos de sostenibilidad que preserva los recursos ambientales, el Hombre, para lograr la más alta calidad de vida humana con el menor impacto ambiental posible; Demostrar la importancia de reducir el volumen de residuos y la contaminación mediante la conservación de energía, los recursos y la política 3R (reducir, reutilizar, reciclar); Promover debates estudiantiles y comunitarios sobre la universalización educativa, y la concientización del consumo sostenible y el medio ambiente; Incentivar la relación entre la concientización ecológica de los consumidores al consumismo sostenible y el medio ambiente. Actualmente, en virtud de un nuevo modo de percibir el medio ambiente fomentado por la ampliación de la discusión sobre el tema y sobre el papel de los ciudadanos en relación a esta cuestión, se notan algunos cambios hacia una mayor concientización de los patrones de consumo. Sin embargo, esta visión viene cambiando y el medio ambiente, anteriormente tenido sólo como fuente de recursos, en cada vez más el foco de diversas discusiones que apuntan a su preservación de forma coherente y sostenida. Sabiendo que la naturaleza y todos los recursos naturales son finitos y muchas veces no renovables, surge una oportunidad impar para investigadores, académicos buscar soluciones que estén en consonancia con esta nueva demanda. Es en esta perspectiva que se inserta este trabajo.

Palabras clave: Sostenibilidad. Medio ambiente. Recursos medioambientales.

ABSTRACT

Currently, about a fifth of the world's population does not have access to potable water, and a third of the world's population does not have access to basic sanitation. The World Health Organization estimates that more than 5 million people die each year from illnesses related to the consumption of non-potable water and lack of access to basic sanitation and adequate hygiene. The objective of the article is to: Promote the universalization of environmental education and the awareness of the ecologically sustainable consumption model. And as specific objectives: To analyze sustainability models that preserve the environmental resources, the Man, in order to achieve the highest quality of human life with the lowest possible environmental impact; Demonstrate the importance of reducing the volume of waste and pollution by conserving energy, resources and 3R policy (reduce, reuse, recycle); Promote student and community debates on educational universalization, and awareness of sustainable consumption and the environment; Encourage the relationship between consumer ecological awareness of sustainable consumerism and the environment. Today, because of a new way of perceiving the environment fostered by the broadening of the discussion on the subject and the role of citizens in relation to this issue, there are some changes towards a greater awareness of consumption patterns. However, this vision has been changing and the environment, previously only used as a source of resources, has become increasingly the focus of several discussions aimed at its preservation in a coherent and sustained way. Knowing that nature and all natural resources are finite and often non-renewable, a unique opportunity arises for researchers and academics to seek solutions that are in line with this new demand. It is in this perspective that this work is inserted.

Keywords: Sustainability. Environment. Environmental resources.

Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato:

Sana Eteki M`Boumena Mane y Rickardo Léo Ramos Gomes (2019): “O consumo conciente e desenvolvimento urbana sustentável”, Revista Caribeña de Ciencias Sociales (junio 2019). En línea:
https://www.eumed.net/rev/caribe/2019/06/desenvolvimento-urbana-sustentavel.html
//hdl.handle.net/20.500.11763/caribe1906desenvolvimento-urbana-sustentavel


1 INTRODUÇÃO

 A promoção do consumo sustentável depende necessariamente da conscientização da sociedade para com o meio ambiente a tornarem-se responsáveis de um trabalho voltado à formação do consumidor consciente.

O consumo de bens e serviços promovido com respeito aos recursos ambientais, garantindo a satisfação da necessidade de consumo sem comprometer o da futura geração.

Tendo em conta muito do que deve ser feito para promover um consumo sustentável, depende dos governos e das empresas, mas dos consumidores também, deste modo, adotando pequenas atitudes que passa pela mudança de alguns hábitos cotidianos em relação ao seu meio ambiente como ator de transformação do modelo econômico, social e cultural, em vigor através da educação ambiental cujo objetivo é a disseminação do conhecimento sobre o ambiente, a fim de ajudar à sua preservação e utilização sustentável dos seus recursos.

Neste sentido, é um processo permanente, no qual os indivíduos e a comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem conhecimentos, habilidades, experiências, valores e a determinação que os tornam capazes de agir, individual ou coletivamente, na busca de soluções para os problemas ambientais, presentes e futuros. 

Para Rigonat apud Rodrigues e Costa (2004), a educação ambiental apresenta-se como um elemento indispensável para a transformação da consciência ambiental e pode levar à mudança de valores e comportamentos.

O Consumidor consciente dos seus atos de consumo implica de forma direta ou indiretamente, passa a compreender as dinâmicas pelo setor produtivo uma presença mais justa e participativa, ambientalmente equilibrada.

Como promover um consumo sustentável? E indo mais a fundo: o que eu posso fazer para satisfazer as minhas necessidades sem comprometer a satisfação dos meus filhos e netos? Existe uma enorme dificuldade de compreensão de que a sociedade do consumismo gera enormes pressões sobre o meio ambiente, o comércio, além de ganhar novos estabelecimentos com alto padrão de consumo (shopping centers, por exemplo), está ampliando o horário de funcionamento.

No segmento residencial, o consumo aumentou com a incorporação de novos eletrodomésticos, por isso, dar um destino adequado ao lixo é um dos grandes desafios da administração pública em todo o mundo.

Atualmente, cerca de um quinto da população mundial não tem acesso à água em condições de potabilidade, e um terço da população mundial não tem acesso a saneamento básico.

A Organização Mundial de Saúde estima que mais de 5 milhões de pessoas morrem por ano por doenças relacionadas ao consumo de água não-potável e à falta de acesso a saneamento básico e condições de higiene adequadas.

Esses números incluem 3 milhões de crianças que morrem de doenças diarreicas, transmissíveis pela água (Watson, 1998).

O desenvolvimento sustentável não se refere especificamente a um problema limitado de adequações ecológicas de um processo social, mas a uma estratégia ou modelo múltiplo para a sociedade, que deve levar em conta tanto uma viabilidade econômica quanto ambiental.

Num sentido abrangente a noção de desenvolvimento sustentável remete à necessária redefinição das relações sociedade humana – natureza, e, portanto, a uma mudança substancial do próprio processo civilizatório.

Entretanto, a falta de especificidade e as pretensões totalizadoras têm tornado o conceito de desenvolvimento sustentável, difícil de ser classificado em modelos concretos e operacionais e analiticamente precisos.

Por isso, ainda é possível afirmar que não se constitui num paradigma no sentido clássico do conceito, mas uma orientação ou um enfoque, ou ainda uma perspectiva que abrange princípios normativos (Jacobi, 1997; Ruscheinsky, 2004; Guimarães, 2001). Como mudar esta realidade? Este trabalho tem esta dimensão de interesse e preocupação.

O artigo tem como objetivo geral: Promover a universalização da educação ambiental e a conscientização do modelo do consumo ecologicamente sustentável. E como objetivos específicos:  Analisar modelos de sustentabilidade que preserva os recursos ambientais, o Homem, de modo a conseguir a mais alta qualidade de vida humana com o menor impacto ambiental possível; Demonstrar a importância em se reduzir o volume de resíduos e poluição, através da conservação de energia, de recursos e da política 3R (reduzir, reutilizar, reciclar); Promover debates estudantis e comunitários sobre a universalização educacional, e da conscientização do consumo sustentável e o meio ambiente; Incentivar a relação entre a conscientização ecológica dos consumidores ao consumismo sustentável e o meio ambiente.

No mundo atual o consumo sustentável, é um tema que acompanha as discussões relativas ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Diante do exposto, busca-se responder a seguinte questão: Como crescer e se desenvolver sem esgotar essas fontes e, portanto, sem deixar um novo problema para as próximas gerações?

4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A evolução humana sempre foi marcada pela exploração de recursos, sejam elas humanas, quando a escravidão era amplamente utilizada como fonte de mão de obra, ou sejam elas naturais.

No passado, a exploração desses recursos, principalmente os naturais, via de regra, nunca era feita de maneira sustentada, ou seja, de forma que a preocupação com a sua renovação e existência quase nunca era levada em consideração.

Sendo assim, como o explicitado anteriormente, a exploração indiscriminada do meio ambiente ao longo dos séculos culminou com o surgimento de problemas graves como o aquecimento global, a chuva ácida, a desertificação de grandes áreas, a distribuição de florestas, dentre outros (Kassarjian,1971; Dinato,1999).

A crise ambiental é um dos grandes desafios globais da humanidade, e mais que soluções técnicas, requer normalmente soluções educacionais que se configurem em mudanças de hábitos, valores e atitudes.

Não podemos deixar de dizer que em nosso país (como em muitos outros do planeta), as implicações sociais e econômicas têm grande peso, pois questões primárias de sobrevivência devem ser resolvidas.

“Assim, discussões sobre meio ambiente e sustentabilidade podem ser um espaço de luta política e social pela emancipação, pela superação do estado de exploração, invisibilidade e marginalização em que vive a maior parte da sociedade (Leroy et al., 2002, p.08)”.

Portanto, a necessidade de formar e conscientizar “ambientalmente” profissionais, à sociedade como um todo que, por sua atividade, incidam de alguma forma na qualidade do meio ambiente é impreterível, até porque, em última instância, é a qualidade do meio ambiente que vai garantir a qualidade de vida em uma sociedade mais justa e saudável.

Do mesmo modo sabemos que a tecnologia avança, provocando, de um lado, respostas a vários problemas humanos, mas, de outro, criando os “efeitos colaterais” gerados por essa nova tecnologia: contaminação de ar e água, períodos de enchentes e secas distintos e calamitosos, diminuição na fertilidade do solo e utilização de mais defensivos, além de doenças decorrentes do modo de vida típico ocidental, são só uma pequena mostra dos “efeitos colaterais” da utilização da ciência e da tecnologia sem controle.

Tendo em vista o suporte teórico à proposição de pesquisa feita, buscar-se-á fazer neste contexto uma criteriosa investigação a respeito dos assuntos e da abordagem adotada neste trabalho. Para tanto, dividiu-se em duas partes distintas.

Na primeira parte tratar-se-á do consumo sustentável como um todo, falando da sua universalização através das politicas educacionais ecologicamente corretas.

Na segunda parte discorreu-se sobre a conscientização de consumidor, mais especificamente a educação ambiental, visto que o problema identificado tem suas raízes nestas áreas dos conhecimentos.

Segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD (1998, p. 65),

O consumo sustentável significa o fornecimento de serviços e de produtos correlatos, que preencham as necessidades básicas e dê em uma melhor qualidade de vida, ao mesmo tempo em que se diminui o uso de recursos naturais e de substâncias tóxicas, assim como as emissões de resíduos e de poluentes durante o ciclo de vida do serviço ou do produto, com a ideia de não se ameaçar as necessidades das gerações futuras.

Desta maneira, referente ao consumo sustentável, que trata diretamente do impacto do comportamento e atitudes do consumidor em relação ao meio ambiente, devem ser promovidas no nível micro e macro, ou seja, desde o lar ou local de trabalho ou estudo até as empresas e instâncias públicas, nacionais e internacionais.

Os bens e serviços disponíveis no mercado devem se tornar mais limpos e eficientes, mas é preciso abandonar o atual modelo de desenvolvimento, que busca apenas o crescimento econômico, e buscar um modelo de desenvolvimento que respeite a natureza e utilize de modo racional os recursos naturais.

As relações entre os seres humanos e o meio ambiente vêm se modificando ao longo dos anos, passando de um contato que visava puramente a exploração destas últimas décadas, este tipo de comportamento levava, e ainda leva, a um padrão de consumo que dificilmente seria e será capaz de se manter por muito tempo, em virtude das limitações de recursos existentes no planeta.  

Há a necessidade de mudanças no modo de pensar e no tratamento, que levem em consideração as atuais características da sociedade contemporânea e privilegiem uma visão total de mundo, com uma postura ética, responsável e solidária com o meio ambiente no que tange o consumismo sustentável.

O grande desafio atual é o desenvolvimento sustentável, que busca o equilíbrio entre o desenvolvimento socioeconômico e a preservação do meio ambiente.

O termo “desenvolvimento sustentável” é abrangente – engloba aspectos econômicos, sociais e ambientais –, e foi expresso no Relatório Brundtland como o “desenvolvimento que atende às necessidades do presente, sem comprometer a capacidade de as futuras gerações atenderem às suas próprias necessidades” (Mousinho, 2003, p. 348).

 

Um modelo econômico adotado pelas sociedades atuais que proverá, e induz a um padrão de consumo sustentável, que, ao alcance de poucos, é insustentável pelos danos que acarreta para o meio ambiente. De modo que é preciso mudar a trajetória do progresso e fazer uma transição para uma economia sustentável, para que o futuro de nosso planeta não reste comprometido (Daly, 2005, p. 92).

Propor-se-á incentivar o consumo devidamente sustentável, através da universalização das políticas educacionais, mais especificamente, a conscientização ambiental nas atitudes em relação ao meio ambiente. 

Para suprir esta lacuna, buscando-se alargar as fronteiras do conhecimento, esta pesquisa se propõe a mergulhar neste campo ainda pouco explorado.

Ao propor a educação ambiental, conforme Trevisol (2003, p.93), acredita-se que ela seja capaz de “levar os indivíduos a reverem suas concepções e seus hábitos, esperamos formar as pessoas para uma relação mais harmoniosa e sustentável com o meio onde estão inseridas”.

4.1 Consumo Sustentável

Nas últimas décadas, a discussão acerca de consumo sustentável traz à tona uma seria de questões relacionadas ao bem estar do consumidor, além de crescimento substantivo da população mundial, do estilo de vida do consumo dos países desenvolvidos.

Hansen e Schrader (1997) apresentam em seu trabalho dois modelos de consumo e as suas implicações em relação a sustentabilidade dos mesmos, primeiramente apresentam o modelo baseado na teoria econômica em que o consumidor busca a maximização da utilidade individual no momento do consumo.

Além disso, esta teoria está focada no conceito de supremacia do consumidor que defende que o comportamento deste é visto como eticamente neutra.

Ainda em relação a este modelo clássico, baseado nas teorias econômicas, pode-se dizer que o consumo é reduzido ao uso ou à exaustão dos bens de mercado para satisfazer as necessidades humanas.

Por outro lado, os autores propõem um modelo de consumo sustentável, pois defendem que a responsabilidade pelas consequências do consumo individual vai além do modelo normativo em que o consumidor é soberano. (Hansen; Schrader, 1997).

De acordo com Spínola (2001, p. 213), “para adotar a ética da vida sustentável, os consumidores deverão reexaminar seus valores e alterar seu comportamento. A sociedade deverá estimular os valores quer apoiem esta ética e desencorajar aqueles incompatíveis comuns modos de vida sustentável”.

Assim, a ideia de consumo sustentável torna-se um imperativo na formulação de uma nova sociedade. A sustentabilidade não é mero modismo ou uma utopia inalcançável, mas uma necessidade para a sobrevivência do planeta Terra.

A preservação do meio ambiente para os presentes e futuras gerações depende de uma consciência ecológica, e a formação de uma nova consciência depende em grande parte da educação. É preciso uma educação que possibilite a continuidade da vida na Terra – e a educação para o consumo contribui para o desenvolvimento sustentável, ao promover o consumo consciente.

Para tanto, a educação ambiental é indispensável na conscientização dos cidadãos. Nesse sentido, ressalta Canepa (2004, p. 159): “Tem-se que ter sempre em mente que educação e cidadania são indissociáveis: quanto mais o cidadão for educado, em todos os níveis, mais será capaz de lutar e exigir seus direitos e cumprir seus deveres.”

Com a pós-modernidade, a educação “deve preparar o homem a conviver harmonicamente com seus semelhantes, com a natureza e todo o cosmo” (Lampert, 2005, p. 45).

Segundo Leff (2001, p. 222), sem uma mudança nos valores que orientam a sociedade, através da educação ambiental, não há como alcançar os objetivos do desenvolvimento sustentável.

“Assim, a educação ambiental é considerada instrumento indispensável na formatação de uma sociedade sustentável (Canepa, 2004, p. 158)”.

É necessário mudar os hábitos de consumo que causam sérios problemas ambientais e sociais, freando o consumismo e fazendo escolhas que promovam o desenvolvimento sustentável.

O consumo deve ser socialmente responsável, para que o consumo de alguns não coloque em perigo o bem-estar dos outros, e sustentável, de modo a não comprometer as opções das futuras gerações.

4.2 Educação Ambiental

A atual problemática ambiental revela, antes de mais nada, uma crise da própria civilização. Não é a natureza que se encontra em desarmonia é a própria sociedade. Construímos uma sociedade de risco e somos obrigados a geri-la.

Faz-se necessário tomar medidas que levem o ser humano a se afeiçoar a natureza, estabelecer respeito entre os seres vivos que existem no planeta e aprender a conviver com dignidade, procedendo a favor do bem, do bom senso e de nosso compromisso com a vida.

“Numa sociedade de risco, a Educação Ambiental é convocada a conscientizar sobre os riscos socioambientais que decorrem da relação homem/natureza. Ao propor acreditamos que ela seja capaz de levar os indivíduos a reverem suas concepções e seus hábitos. (Trevisol, 2003, p.93)”.

Como se pode perceber, os problemas ambientais não são recentes e o que temos hoje é o agravamento dos mesmos, gerados pela humanidade (Dias, 2004).

As discussões sobre a Educação Ambiental surgiram de uma necessidade histórica, que desde os anos 60 se discutem a relação do homem com a natureza e se tenta buscar alternativas sustentáveis.

A Conferência da ONU sobre o Meio Ambiente de Desenvolvimento (Rio- 92) através da Agenda 21, um Plano de ação para o século XXI, com o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável, a estratégia mais viável para enfrentar esse desafio.

Reconhece também que o desafio fundamental para a construção de uma sociedade sustentável é a Educação. A Educação Ambiental foi identificada como o elemento crítico para a promoção desse novo modelo de desenvolvimento (Dias, 2004).

Sabemos que os problemas ambientais são complexos pela sua natureza e não serão resolvidos só com medidas educativas; mas, com certeza a educação, em especial a universitária, deve e continuando assumir a sua responsabilidade, pois, para que a educação ambiental seja incorporada ao ensino formal, começando pelo infantil, é preciso que professores sejam primeiramente formados em outras bases, com uma percepção que ultrapasse a memorização de conteúdos ecológicos e supere a simples aplicação de técnicas ecológicas.

Não é nem lógico exigir que um professor trabalhe ideias, conceitos, valores, habilidades e atitudes que colaborem com a formação de uma sociedade ambientalmente sustentável, se ele não foi assim formado e nem recebeu uma formação continuada.

O consumo sustentável é um conjunto de práticas relacionadas à aquisição de produtos e serviços que visam diminuir ou até mesmo eliminar os impactos ao meio ambiente. São atitudes positivas que preservam os recursos naturais, mantendo o equilíbrio ecológico em nosso planeta.

Estas práticas estão relacionadas a diminuição da poluição, incentivo à reciclagem e eliminação do desperdício. Através delas poderemos, um dia, atingir o sonhado desenvolvimento sustentável do nosso planeta.

Principais práticas de consumo sustentável que podem ser adotadas em nosso dia a dia:

Fazer a reciclagem de lixo material (plástico, metais, papéis).- Realizar compostagem, transformando resíduos orgânicos em adubo;
Diminuir o consumo de energia:  tomar banhos rápidos, desligar luzes de cômodos que não tem pessoas, optar por aparelhos de baixo consumo de energia;
Levar sacolas ecológicas ao supermercado, não utilizando as sacolas plásticas oferecidas;
Urinar durante o banho: desta forma é possível economizar água da descarga do vaso sanitário;
Diminuir a impressão de documentos e utilizar papel reciclável;
Trocar o transporte individual por coletivo ou bicicleta. Outra solução é optar por carros híbridos.
Não descartar óleo de frituras na pia da cozinha;
Optar, quando possível, pelo consumo de frutas, verduras e legumes orgânicos;
Comprar móveis de madeira certificada;
Usar lâmpadas eletrônicas ou LED, pois consomem menos energia elétrica do que as incandescentes;
Utilizar aquecedores solares dentro de casa, pois diminuem o consumo de energia elétrica.

3 METODOLOGIA

Propôs-se para a realização deste artigo científico, uma metodologia baseada em um levantamento bibliográfico que’, foi realizado em títulos referentes à temática sob análise às questões ambientais existentes no País.

Promovendo, assim, o confronto entre as evidências coletadas, o referencial teórico e a problemática levantada no tema em estudo.

A observação dos aspectos metodológicos procura indicar os meios a serem utilizados para atingir os objetivos estabelecidos. As informações referentes ao tema e a análise de trabalho foram obtidas através das pesquisas bibliográfica e documental.

Do mesmo modo foram obtidas as informações sobre a conceituação geral da educação ambiental e a conscientização do consumo sustentável, através de publicações de artigos monografias dissertações e revistas.

Cervo e Bervian (2002) definem pesquisa bibliográfica como a que, explica um problema a partir de referenciais teóricos publicados em documentos. Pode ser realizada independentemente ou como parte da pesquisa descritiva ou experimental.

Ambos os casos buscam conhecer e analisar as contribuições culturais dos passados existentes sobre um determinado assunto, tema ou problema.

Razão pela qual a pesquisa será a de possibilitar que a universalização da educação ambiental se associe às teorias do consumismo ecologicamente sustentável, e que serão discutidas na sala de aula sendo um perfeito enfrentamento do desafio da transformação global com a realidade por meio da integração, acreditamos que não existem soluções a curto prazo para deter completamente a deterioração da qualidade do meio ambiente e da qualidade de vida no planeta, porém o tempo é curto para as ações nessa área e a contribuição da educação é a mais esperada e acreditamos, a mais eficaz.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Consumo consciente desperta reflexões intensos, mobilizando afetuosamente corações e mentes dos movimentos ambientais, das comunidades, dos governos e dos gestores de empresas. Os trajetos dos paradigmas gerenciais tradicionais para estratégias de desenvolvimento das áreas urbanas de modo sustentável, deve se fazer através da universalização da educação ambiental  associada às teorias do consumismo ecologicamente sustentável.

A crise ambiental é um dos grandes desafios globais da humanidade, e mais que soluções técnicas, requer normalmente soluções educacionais que se configurem em mudanças de hábitos, valores e atitudes.

Para aqueles que olham o futuro com otimismo, o consumo consciente e desenvolvimento urbana sustentável se tornará mais transparente, responsável e frutífera para todas as partes interessadas e impactadas desde que cada um de nós assumimos responsabilidade de alguns hábitos cotidianos em relação ao seu meio ambiente como ator de transformação do modelo econômico, social e cultural, em vigor através da educação ambiental, e a disseminação do conhecimento sobre o ambiente, a fim de ajudar à sua preservação e utilização sustentável dos seus recursos.

Afirma-se, portanto, que organizações que seguem a abordagem estratégica de sustentabilidade e que buscam identificar os problemas ambientais e sociais transformam em oportunidades de negócio (Hart; Milstein, 2004)

Como sugestão para pesquisas futuras, indica-se avançar na ampliação dos outros subsistemas da cadeia produtiva e, ainda, um estudo em relação a universalização da educação, da legislação e da fiscalização em relação a responsabilidade ambiental.

REFERÊNCIAS

Boff, Leonardo. (1999). Saber cuidar: ética do humano – compaixão pela terra. 9. ed. Petrópolis: Vozes.
Canepa, Carla. (2004). Educação ambiental:ferramenta para a criação de uma nova consciência planetária. Revista de Direito Constitucional e Internacional. São Paulo, v. 12, n. 48, p. 158-166, jul.-set.
Cervo, Amado Luiz; Bervian, Pedro Alcino. (2002). Metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002.
Daly, Herman E. (2005). Sustentabilidade em um mundo lotado. Scientific American. Edição especial – Brasil. São Paulo, n. 41, p. 92-99, out.
Dias, Genebaldo Freire. (2004). Educação Ambiental: princípios e práticas. 9.ed. São Paulo: Gaia. p.551.
Dinato, M, R. (1999). O Meio ambiente e o setor petroquímico do Rio Grande do Sul: Um Estudo Exploratório. Porta Alegre. Dissertação do Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Administração, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Guimarães, R. (2001). A ética da sustentabilidade e a formulação de políticas de desenvolvimento. In: Viana, G. et al. (Org.) O desafio da sustentabilidade. São Paulo: Fundação Perseu Abramo.
Hansen, U.; Schrader, U. (1997). A modern model of consumption for a sustainable society. Journal of consumer policy, v:20, p.443-468.
Hart, S. L.: Milstein, M, B. (2004). Criando valor Sustentável. GV-executivo, vol. 3, n. 2, maio-jul.
Jacobi, P. (1997). Meio ambiente urbano e sustentabilidade: alguns elementos para a reflexão. In: Cavalcanti, C. (Org.). Meio ambiente, desenvolvimento sustentável e políticas públicas. São Paulo: Cortez Editora.
Kassarlian, H, H. (1971). Incorporating Ecology into marketing estrategy: The case of air pollution. Journal de Marketing. v. 35, p. 61-65.
Lampert, Ernâni. (2005). Pós-modernidade e educação. In: Lampert, Ernâni. Pós-modernidade e conhecimento: educação, sociedade, ambiente e comportamento humano. Porto Alegre: Sulina. p. 11-48.
Leff, Enrique. (2001). Saber ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder. Trad. Lucia Mathilde Endlich Orth. 3. ed. rev. e aum. Petrópolis: Vozes.
Leroy, J-P. et al. (2002). Tudo ao mesmo tempo agora: desenvolvimento, sustentabilidade, democracia: o que isso tem a ver com você? Petrópolis-RJ: Vozes.
Mousinho, Patrícia. (2003).  Glossário. In: Trigueiro, André (Coord.). Meio ambiente no século 21: 21 especialistas falam da questão ambiental suas áreas de conhecimento. Rio de Janeiro: Sextante.
PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO. (1998). Consumo sustentável. Trad. Admond Ben Meir. São Paulo: Secretaria do Meio Ambiente/IDEC/Consumers International.
Rodrigues, M. G. S; Costa, R. S. O. (2004). A integração da educação formal e não-formal: participação e cidadania. Congresso Acadêmico Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Em: Anais..., Rio de Janeiro: Ebape-FGV, 09 e 10 dez.
Ruscheinsky, A. (2004). Sustentabilidade: uma paixão em movimento. Porto Alegre: Sulina, p. 15-33.
Spínola, Ana Luiza. (2001). Consumo sustentável: o alto custo dos produtos que consumimos. Revista de Direito Ambiental. São Paulo, v. 6, n. 24, p. 209-216, out-dez.
Trevisol, Joviles Vitório. (2003). A educação em uma sociedade de risco: tarefas e desafios na construção da sustentabilidade. Joaçaba: UNOESC. p.166.
Watson, Robert T. et al. (1998). Protecting our Planet, Securing Our Future: Linkages among global environmental issues and humaneeds, publicação do PNUMA . Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Banco Mundial/Nasa, novembro.

*Agente de Orientação Empresarial (AOE) SEBRAE; Graduação Tecnológico em Processos Gerenciais; Bacharelato em Administração de Empresa; Especialização em MBA Gerenciamento de Projetos; Especialização em MBA Administração e Negócios – Centro Universitário UNIATENEU.
** Professor da Disciplina de Metodologia do Trabalho Científico (Orientador) – Centro Universitário UNIATENEU; Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE); Instituto Euvaldo Lodi (IEL). Dr. (Tít. Cult.) em Ciências Biológicas pela FICL; M. Sc. em Fitotecnia pela Universidade Federal do Ceará (UFC); Spec. em Metodologia do Ensino de Ciências pela Universidade Estadual do Ceará (UECE); Spec. (Tít. Cult.) em Paleontologia Internacional pela Faculdade Internacional de Cursos Livres (FICL). Graduado em Agronomia pela Universidade Federal do Ceará (UFC); Licenciado nas disciplinas da Área de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA); Consultor Internacional do BIRD para Laboratórios Científicos. Conveniado com a ABNT.

Recibido: 22/06/2019 Aceptado: 28/06/2019 Publicado: Junio de 2019


Nota Importante a Leer:
Los comentarios al artículo son responsabilidad exclusiva del remitente.
Si necesita algún tipo de información referente al articulo póngase en contacto con el email suministrado por el autor del articulo al principio del mismo.
Un comentario no es mas que un simple medio para comunicar su opinion a futuros lectores.
El autor del articulo no esta obligado a responder o leer comentarios referentes al articulo.
Al escribir un comentario, debe tener en cuenta que recibirá notificaciones cada vez que alguien escriba un nuevo comentario en este articulo.
Eumed.net se reserva el derecho de eliminar aquellos comentarios que tengan lenguaje inadecuado o agresivo.
Si usted considera que algún comentario de esta página es inadecuado o agresivo, por favor, escriba a lisette@eumed.net.

URL: https://www.eumed.net/rev/caribe/index.html
Sitio editado y mantenido por Servicios Académicos Intercontinentales S.L. B-93417426.
Dirección de contacto lisette@eumed.net