Alcione Santos de Souza *
Osvaldo Ryohei Kato**
Luis de Souza Freitas***
(UEPA/UFRA) Brasil
Email: souzacione1000@gmail.com.
Resumo: Estudos têm demonstrado que determinados compartimentos da MOS são capazes de detectar transformações nos conteúdos de C no solo com manejo. As reduções nestes compartimentos são maiores que as observadas, o conteúdo total de C do solo. O objetivo foi avaliar estoque de carbono das frações densimétricas em diferentes sistemas, o estudo realizado na Amazônia Oriental, Nordeste do Pará, em Igarapé-Açu, solo Latossolo Amarelo, em áreas experimentais das comunidades de Cumaru, Nova Olinda (em propriedades de pequenos produtores rurais) e UFRA-FEIGA. Os sistemas de uso consistem T1 CC(Cumaru Capoeira), T2 CSQT (Cumaru sem queima triturado), T3 CQ(Cumaru queima), T4 UFC (UFRA Capoeira), T5 UFSQT (UFRA sem queima triturado), T6UFQ (UFRA queima), T7 SAF 1 CT (SAF Capoeira Plantio), T8 SAF 1 PT(SAF plantio triturado) T9 SAF 2 C (SAF Capoeira) T10 SAF 2 QP(SAF queimado e plantio). Retirou-se amostras dos solos nas profundidades 0-5 cm, 5-10 cm e 10-20 cm. Separou-se as frações densimétricas para a determinação de teores de carbono por combustão em analisador elementar LECO CHN-S TRUSTEC, as variáveis foram submetidas à análise de variância, comparadas pelo teste de SNK com programa estatístico SISVAR (FERREIRA, 2011). A fração que estocou carbono foi a leve livre nos sistemas onde não ocorreram queima, com sua sensibilidade do sistema de manejo do solo, onde houve maior revolvimento desta fração se fez menos presente. A fração leve, livre concentrou estocando mais carbono que a fração oclusa em função dos seus diferentes mecanismos e composição química.
Palavras-chave: Amazônia; Estoque de Carbono; Frações Densimétricas; Matéria Orgânica.
ACCUMULATION OF CARBON IN DENSIMETRIC FRACTIONS OF ORGANIC MATTER OF  SOIL: 
  IN DIFFERENT MANAGEMENT AND USE SYSTEMS IN THE EASTERN AMAZON
Abstract: Studies have demonstrated that certain MOS  compartments are capable of detecting transformations in soil C contents with  management. The reductions in these compartments are larger than those  observed, the total C content of the soil. The objective of this study was to  evaluate the carbon stock of the densimetric fractions in different systems,  the study carried out in the eastern Amazonia, Northeast of Pará, in  Igarapé-Açu, Yellow Latosol soil, in experimental areas of the communities of  Cumaru, Nova Olinda rural) and UFRA-FEIGA. The systems of use consist of T1 CC  (Cumaru Capoeira), T2 CSQT (Cumaru without crushed burning), T3 CQ (Cumaru  burning), T4 UFC (UFRA Capoeira), T5 UFSQT (UFRA without crushed burning),  T6UFQ (UFRA burning) T7 SAF 1 C (SAF Capoeira Plantio), T8 SAF 1 PT (SAF  planted crushed) T9 SAF 2 C (SAF Capoeira) T10 SAF 2 QP (SAF burned and  planted). Soils were sampled at depths of 0-5 cm, 5-10 cm and 10-20 cm. The  densimetrics fractions were separated for the determination of carbon contents by  combustion in the LECO CHN-S TRUSTEC elemental analyzer. The variables were  submitted to analysis of variance, compared with the SNK test with the SISVAR  statistical program (FERREIRA, 2011). The fraction that stored carbon was the  free light in the systems where there was no burning, with its sensitivity of  the soil management system, where there was a greater stirring of this fraction  if it was less present. The light, free fraction concentrated by storing more  carbon than the occluded fraction in function of its different mechanisms and  chemical composition.
  Keywords: Amazon; Carbon Stock; Desimetric Fractions; Organic  matter
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Alcione Santos de Souza, Osvaldo Ryohei Kato y Luis de Souza Freitas (2019): “Acúmulo de carbono em frações densimétricas da matéria orgânica do solo: em distintos sistemas de manejo e uso na Amazonia Oriental”, Revista Caribeña de Ciencias Sociales (marzo 2019). En línea:
 https://www.eumed.net/rev/caribe/2019/03/acumulo-carbono.html
//hdl.handle.net/20.500.11763/caribe1903acumulo-carbono
INTRODUÇÃO
Em ecossistemas terrestres, a matéria  orgânica do solo (MOS) é importante reservatório de carbono, nutrientes e energia.  Sem a presença da matéria orgânica, a superfície terrestre seria uma mistura  estéril de minerais intemperizados.  Foi  necessário definir a qualidade, disponibilidade e atividade dos nutrientes nos  substratos orgânicos em diferentes compartimentos do solo é a chave para  entender e descrever os  processos de mineralização-imobilização dos nutrientes na forma orgânica.  Independente da matéria orgânica dos diferentes tipos de solos difere muito  quanto a qualidade e habilidade de suprir nutrientes para as plantas. A  tentativa de compartimentalizar a MOS pode ser um bom instrumento para se  compreender o seu potencial de fornecimento de nutrientes.
               A  localização da matéria orgânica na matriz do solo é considerada o fator mais  determinante para sua decomposição. A fração lábil, quando localizada na parte  externa dos agregados, está mais sujeita à decomposição do que a matéria  orgânica oclusa no interior dos microagregados. Isto pode ser creditado à  natureza química recalcitrante da matéria orgânica oclusa ou à proteção física  no interior dos microagregados.
               O  maior valor de matéria orgânica leve no sistema contribuirá para um maior  fornecimento de substrato utilizado como fonte de energia para o crescimento  dos organismos, o que poderá levar à liberação de nutrientes por meio da  ciclagem da biomassa microbiana, além de favorecer a recuperação do equilíbrio  biológico do solo e de sua qualidade.
               A  fração leve livre (FLL) possui composição comparável àquela dos materiais  vegetais, e seu único mecanismo de proteção atuante é a recalcitrância  molecular. (FREIXO ET AL., 2002)
               As  variações do conteúdo das frações leve livre e intra-agregados são resultantes  das mudanças na quantidade e qualidade dos resíduos vegetais que foram  adicionados ao solo, da relação entre a entrada por superfície e subsuperfície  destes resíduos e, principalmente, das diferentes formas de manejo adotadas.   
               Nesse contexto, o objetivo  deste estudo foi avaliar e quantificar o estoque de carbono das frações densimetricas da matéria  orgânica do solo em diferentes sistemas de uso da terra na Amazônia Oriental.
MATERIAL E MÉTODOS
A pesquisa ocorreu no município  de Igarapé-Açú localizado na microrregião Bragantina, pertencente à mesorregião  do nordeste paraense. A sede municipal tem as seguintes coordenadas  geográficas: 01°07’33’’ de latitude sul e 47°37’27’’ de longitude a oeste de  Greenwich. 
               As áreas experimentais são as  comunidades de Cumaru (Travessa Cumaru), Nova Olinda (em propriedades de  pequenos produtores) e UFRA/FEIGA, sendo assim, são verificados que nos solos da  Região Bragatina apresentam características pedológicas relativamente uniformes  em grande parte da região.
 De acordo com Costa (2011) destaca sobre a  origem da cidade de Igarapé-Açu, na realidade   foi o núcleo colonial Jambu-Açu, fundado em 1895, no km-118, da Estrada  de Ferro de Bragança. O núcleo de Jambu-Açu foi criado a partir da política do  governo estadual, que era de propagar-se em toda Região Bragantina. 
               E em  Jambu-Açu estabeleceram-se algumas famílias, principalmente espanholas.  Posteriormente, através da Lei Estadual nº 902 de 5 de novembro de 1903, o  povoado de Igarapé-Açu foi criado, durante o governo de Augusto Montenegro. Em  1906, mediante a promulgação da Lei nº 985 de 26 de outubro, o município de  Igarapé-Açu foi instituído, com sede no antigo núcleo de Jambu-Açu. Sua criação  foi em decorrência da extinção do município de Santarém Novo, que decaíra  completamente. Não podendo o seu território ser anexado aos municípios vizinhos  sob o perigo de decadência dos mesmos, segundo Palma Muniz, o Congresso do  Estado achou por bem criar uma outra unidade municipal denominada de  Igarapé-Açu, tirando parte do território de Belém e parte do antigo município  de Santarém Novo. (COSTA, 2011)
               Neste  governo de Augusto Montenegro, no período de 1903, onde teve sua grande  importância, pois a Estrada de Ferro de Bragança desempenhou um papel  fundamental dentro dessa política de colonização, uma vez que promovia o  escoamento dos produtos da Região Bragantina para Belém.
Nosso  estudo na área experimental do município de Igarapé-Açú, usou-se o seguinte  experimento, relacionar em delineamento inteiramente casualizado. Sendo assim,  consistiu-se em avaliar os seguinte atributos químicos: pH, carbono orgânico  (C), nitrogênio total (N), fósforo disponível (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio  (MG e alumínio (Al) trocáveis, CTC pH 7,0, soma de bases (SB), porcentagem de  bases (%V) e porcentagem de alumínio (%m), em amostras coletadas em  janeiro/2009 (período seco atípico), nas camadas de 0-5 e 5-10cm de um  Latossolo Amarelo, sob seis diferentes sistemas de manejo e uso, descritos a  seguir:
               T1 –  plantio sem queima, com trituração da vegetação – Cumaru;
               T2 –  Plantio com queima da vegetação – Cumaru;
               T3 –  Capoeira (vegetação secundária);
               T4 –  Plantio sem queima, com trituração da vegetação – FEIGA/UFRA;
               T5 –  Plantio com queima da vegetação – FEIGA / UFRA;
               T6 – SAF  sem queima, com trituração da vegetação – Nova Olinda.
               Na visão  e utilização para dos seguintes atributos biológicos, o seguinte: O  Carbono da biomassa microbiana (CBM),  respiração basal (CO2) e quociente metabólico (qCO2) foram avaliados por meio  de tratamentos, em quatro repetições, distribuídos em sistema fatorial 6x3x2,  compreendendo os seis sistemas acima citados, três épocas de coleta do solo em  2009 (janeiro e dezembro - período seco; junho – período chuvoso) e duas  profundidade do solo (0-5 cm e 0-1-cm). Na avaliação da relação carbono da  biomassa microbiana:carbono orgânico (CBM:C), foi considerada somente a  amostragem realizada em janeiro/2009 (período seco atípico), nas duas camadas  do solo, já descritas, sob os seis sistemas de manejo e uso estudados.
  As amostras de solo foram coletadas em  janeiro de 2009. Nos sistemas foram abertos e coletados miniperfis com 25 cm de  profundidade e coletadas fatias de solo nas profundidades de 0 a 5 cm, 5 a 10  cm e 10 a 20 cm e quatro repetições. As amostras de  solo foram submetidas analise físico-químicas no Laboratório de Química da  Embrapa Amazônia Oriental, (EMBRAPA, 2006).
               As Amostras indeformadas para determinação  da densidade do solo foram coletadas em mesmo ano e período. Retiraram-se  amostras indeformadas nas profundidades de 0-5, 5-10, 10-20. A densidade do  solo foi determinada pelo método do anel volumétrico (EMBRAPA, 1997). Os  valores de densidade de solo foram utilizados no cálculo dos estoques de C no  solo.
 Para determinação da concentração  de C total, cerca de 20 g de solo foram triturados em almofariz (pilão de  porcelana) e tamisados em peneira de 0,25 mm (60 mesh), adquirindo  características de pó. Em seguida, foi pesado aproximadamente 0,20 g com  precisão de quatro casas decimais, para determinação da concentração de C por  combustão a seco, com analisador elementar da marca LECO, modelo CHN- S  TRUSTEC. O estoque de carbono total do solo foi calculado segundo Veldkamp  (1994), em que: EstC = (Ct x Ds x e)/10, onde:
               EstC = estoque de carbono total em  determinada profundidade (Mg ha-1); Ct = teor de carbono orgânico  total na profundidade amostrada (g kg-1); Ds = densidade do solo na  profundidade amostrada (g cm-3); e = espessura da camada considerada  (cm).
 O fracionamento da MOS foi  realizado pelo método densimétrico, adaptado de Sohi et al (2001) por Mendonça  e Matos (2005), para a obtenção das frações livre leve (MOL-L) e livre oclusa  (MOL-O). Para obtenção da fração leve livre  (FLL) pesaram-se aproximadamente 15 g de TFSA em tubo de centrífuga de 100 mL,  ao qual foram adicionados em seguida 30 mL de solução de iodeto de sódio com  densidade de 1,8 g cm-3. Para a determinação da fração leve oclusa  (FLO), adicionou-se novamente a solução de iodeto de sódio ao solo remanescente  no tubo de centrífuga, que foi agitado por 16 horas. 
               A concentração de C de FLO foi determinada em uma amostra composta  de cada tratamento por profundidade, pois a massa seca das amostras simples não  atingiu 0,20 g. A  massa seca de todas as frações foi determinada após secagem em estufa a 65 °C  por 72 horas. As amostras secas, após fracionamento, foram maceradas em  almofariz (pilão de porcelana) e tamisadas em peneira de 0,25 mm (60 mesh). Em  seguida foi pesado aproximadamente 0,20 g para determinação da concentração de  C de FLL e FLO de cada amostra. A concentração de C e N de FLO foi determinada  em uma amostra composta de cada tratamento por profundidade, pois a massa seca  das amostras simples não atingiu 0,20 g. A determinação da concentração de C e  N foi realizada por combustão a seco, com analisador elementar da marca LECO,  modelo CHN-S TRUSTEC.
               Dessa  forma, as análises estatísticas estão relacionadas as comparações das médias  foram feitas pelo teste SNK( Student-Newman-Keuls), utilizando-se o aplicativo  computacional SISVAR (FERREIRA, 2007). Não foi  testado o efeito dos tratamentos sobre a concentração de C de FLO devido à ausência  de repetição para essa variável, apenas calculado uma media pelo desvio padrão.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Diante desta pesquisa, nos resultados e discussão analisaremos a categoria que é: Teor e estoque de carbono em frações densimétricas da matéria orgânica do solo em diferentes sistemas de uso da terra.
Entre os tratamentos estudados os teores de carbono na fração leve livre não houve diferença estatística. Os maiores valores de carbono foram encontrados nos tratamentos T8 (SAF 1 TP) e T1 (CMC).
Assim, este resultado está  relacionado com o acúmulo de fração leve favorecido em solos continuamente  vegetados com elevado retorno da palhada, sendo exemplo deste comportamento os  solos florestais ou os de pastagens permanentes. De acordo com Christensen  (1992), o acúmulo de fração leve é influenciado pelo uso da terra, tipo de  vegetação e outros fatores que alteram o balanço entre a produção e a  decomposição da matéria orgânica. 
               Segundo Holscher et al., (1997)  os tratamentos valores de carbono nas frações leve livre são verificados nos  tratamentos submetidos a queima, daí resulta que as mudanças na quantidade e  qualidade dos resíduos vegetais que foram adicionados ao solo, da relação entre  a entrada por superfície e subsuperficie destes resíduos e, principalmente, das  diferentes formas de manejo adotadas.   Durante a queima da vegetação perde-se 98 % do carbono estocado na  biomassa.
               Pelos resultados, constata-se que  as frações leves podem vir a ser utilizadas como indicadores de alterações resultantes  do manejo do solo. Estes resultados concordam com os de Dalal & Mayer  (1986); Janzen et al.(1992), em que as frações mais lábeis da MOS, como a  fração leve, têm-se apresentado como um indicador sensível às mudanças  decorrentes das diferentes formas de uso do solo.
               Em  contraste com solos permanentemente vegetados, solos cultivados tendem a conter  menores quantidades de fração leve, conforme demonstrado por Dalal & Mayer  (1986), Skjemstad & Dalal (1987). O sistema T1 (CMC) e T8 (SAF1TP), com  maior aporte de resíduos vegetais por superfície e subsuperfície e o não  revolvimento do solo tenham sido os principais responsáveis pelos elevados  teores de C nestes sistemas de uso do solo.
               O teor de carbono na fração oclusa foi maior no  sistema T8 (SAF1TP) e as menores concentrações foram nos tratamentos T4(UFC) e  T5 (UFSQ), nesta análise ver Figura 8, pois. nesta fração tem dois mecanismos a  oclusão e recalcitrância. Esta fração em comparação a fração leve livre difere  em estabilidade, composição química, grau de decomposição e função, por isso  nesses sistemas foram encontrados valores mais baixos, sugerindo um estádio  mais avançado de decomposição da matéria orgânica leve oclusa.
             
Para o  estoque de carbono da fração leve livre, na camada 0-5 cm, não houve diferença  estatística entre os tratamentos, embora os maiores valores de estoque de  carbono foram encontrados no T8 (SAF 1TP), ver Figura 9. Nas profundidades  houve diferenças significativas. 
               Para  Freixo et al. (2002) na camada 5-10 cm, o tratamento T8 (SAF 1TP), apresentou  maior estoque de carbono, embora seja semelhante aos demais. Este maior aporte  é justificado, provavelmente porque a deposição natural do material orgânico  rico em nutrientes ocorre em maior quantidade na superfície do solo. Já na  camada 10 a 20 cm, maiores estoques foram  obtidos no tratamento T6 (UFQ). 
Esses tratamentos que  apresentaram as maiores quantidades de fração  leve livre (FLL) nas camadas 0 a 5 cm. Nessas áreas naturais, o aporte de  serrapilheira (fragmentos de folhas, galhos e raízes) é restrito à camada  superficial do solo, e os estoques de C da FLL representam a capacidade da  vegetação em manter o estoque total de C da MOS (CHRISTENSEN, 1992; ROVIRA  & VALLEJO, 2002; RANGEL & SILVA, 2007).
               O maior  estoque de carbono foram encontrados na fração leve livre. Não houve diferença  estatística entre os tratamentos estudados. No entanto, esse maior estoque de C  na FLL, foi observado também por diversos outros autores brasileiros, porém  para Sollins et al (1996) não é coerente com os mecanismos de estabilização  dessas frações, pois a FLO que apresenta dois mecanismos de estabilização no  solo (recalcitrância + oclusão) deveria ter maior teor de C do que a FLL cuja  estabilidade advém apenas da recalcitrância intrínseca da biomolécula à  degradação microbiana. (ROSCOE ET AL. 2001; SOHI ET AL., 2001; FREIXO ET AL.  2002; PINHEIRO ET AL., 2004)
               Segundo  Campos (2006) nesses sistemas, o desenvolvimento de vegetação promove um  microclima estável propício à manutenção de umidade e da temperatura do solo,  assim reduz à atividade microbiana e mantém a matéria orgânica.
               Nos  sistemas que houve queima verificou resultados parecidos com outros trabalhos,  corroborando com estudos no município de Igarapé-Açú, mostraram que a queima da  capoeira provoca a perda de 94- 97% do carbono, demonstrando que grande parte  do carbono é perdida por volatilização e uma pequena parte é perdida por  lixiviação após a queima (SOMMER et al., 2004).
Por fim, nos resultados para Rangel & Silva (2007) apresenta, que o maior estoque de carbono na fração oclusa, na camada 0-5 cm, foi encontrado no sistema T8 (SAF1TP) e os menores valores foram encontrados no sistema T6 ((UFQ). Na camada 5-10 cm, maiores valores foram obtidos no T8 (SAF1TP), e menores no T4 (UFC). Já na camada 10-20 cm, os tratamentos T8 (SAF1TP) e T10 (SAF 2QP) apresentaram maiores estoques de carbono quando comparados aos demais tratamentos, ver Figura 10, anterior. Resultados semelhantes foram óbitos.
A fração que mais estocou carbono foi a fração leve  livre nos sistemas onde não ocorreram queima, o que demonstra a sua sensibilidade  em relação ao sistema de manejo do solo, ou seja, solos onde houve um maior  revolvimento esta fração se fez menos presente.
               A fração  leve livre foi mais sensível à degradação pelo cultivo, podendo ser utilizada  como indicador da diminuição do conteúdo.
               A fração  leve livre concentrou e estocou mais carbono que a fração oclusa, em função dos  seus diferentes mecanismos, e composição química.
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*Mestre em Ciências Agrárias da Universidade Federal Rural da Amazônia e Embrapa Amazônia Oriental e Professora de Cartografia da Universidade do Estado do Pará E-mail: souzacione1000@gmail.com.