Revista: Caribeña de Ciencias Sociales
ISSN: 2254-7630


“UMA LÍNGUA CREIO QUE NÃO É”. UMA REFLEXÃO SOBRE O PROCESSO DE INVISIBILIZAÇÃO QUE SOFRE A LÍNGUA JOPARÁ

Autores e infomación del artículo

Luciano Marcos dos Santos*

Givaldo Moisés de Oliveira**

Instituto Federal do Paraná, Brasil

luciano.santos@ifpr.edu.br


RESUMO: O jopará, fenômeno linguístico caracterizado pela mistura das línguas guarani e espanhol, é comum em ambientes informais ou familiares no Paraguai. Assim, este artigo apresenta uma reflexão acerca dessa língua, procurando perceber, com base em uma metodologia que combina duas fontes de dados: a fala de entrevistados, fruto de entrevista semiestruturadas, realizada com alunos paraguaios e por apoio de pesquisa bibliográfica, a fim de entender que maneira essa forma de expressão é entendida e construída.  Os resultados mostram que, no Paraguai, devido aos fatores observados,a língua jopará, sofre processo de invisibilização, em comparação ao guarani e ao espanhol, sendo que estas ocupam posições superiores. Ambas são reconhecidas como línguas pela Constituição e ensinadas nas escolas. O espanhol é a língua da administração pública, da internacionalização, entre outros aspectos. O guarani, entre algumas atribuições, é a língua da tradição, dos sentimentos  pátrios e o jopará, basicamente, é a língua da informalidade, das ruas e não é reconhecido como língua.
PALAVRAS-CHAVE: Jopará, Processo Histórico, Língua, Nação, Invisibilização.

RESUMEN: El jopará, fenómeno lingüístico caracterizado por la mezcla de las lenguas guaraní y español, es común en ambientes informales o familiares en Paraguay. Así, este artículo presenta una reflexión acerca de esa lengua, buscando percibir, con base en una metodología que combina dos fuentes de datos: el habla de entrevistados, fruto de entrevista semiestructurada, realizada con alumnos paraguayos y por apoyo de investigación bibliográfica, a fin de entender qué manera esa forma de expresión es entendida y construida. Los resultados muestran que, en Paraguay, debido a los factores observados, la lengua jopará, sufre proceso de invisibilización, en comparación al guaraní y al español, siendo que éstas ocupan posiciones superiores. Ambas son reconocidas como lenguas por la Constitución y enseñadas en las escuelas . El español es la lengua de la administración pública, de la internacionalización, entre otros aspectos. El guaraní, entre algunas atribuciones, es la lengua de la tradición, de los sentimientos patrios y el jopará, básicamente, es la lengua de la informalidad, de las calles y no es reconocida como lengua.


PALABRAS CLAVE: Jopará, Proceso Histórico, Lengua, Nación, Invisibilización.

ABSTRACT: Jopará, a linguistic phenomenon characterized by the mixture of the Guarani and Spanish languages, is common in informal or familiar environments, in Paraguay. This article presents a reflection about this language, trying to perceive, based on a methodology that combines two sources of data: interview and bibliographic research support, in order to understand that way this form of expression is understood and constructed. The results show that, in Paraguay, due to the observed factors, the language jopará, undergoes a process of invisibilization, in comparison to the Guarani and the Spanish, being that these occupy positions superior, Spanish, both are recognized like languages by the Constitution and taught in the schools . Spanish is the language of public administration, of internationalization, among other aspects. The Guarani, among some attributions, is the language of tradition, of patriotic sentiments, and jopará, basically, is the language of informality, of the streets and is not recognized as a language.


KEY WORDS: Jopará, Historical Process, Language, Nation, Invisibilization.

Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato:

Luciano Marcos dos Santos y Givaldo Moisés de Oliveira (2018): ““Uma língua creio que não é”. Uma reflexão sobre o processo de invisibilização que sofre a língua Jopará”, Revista Caribeña de Ciencias Sociales (diciembre 2018). En línea:
https://www.eumed.net/rev/caribe/2018/12/invisibilizacao-lingua-jopara.html
//hdl.handle.net/20.500.11763/caribe1812invisibilizacao-lingua-jopara


INTRODUÇÃO    


Essa pesquisa se desenvolve na Tríplice Fronteira,  região sul do Brasil, local onde a cidade de Foz do iguaçu é conectada, por pontes, às cidades: Puerto Iguazu, na Argentina e Ciudad del Este, no Paraguai. É de conhecimento geral que a língua oficial do Brasil é o português, os outros dois países têm como língua oficial o castelhano. O Paraguai, no entanto, tem o guarani também como língua oficial.
Essa configuração linguística, oficial, invisibiliza as demais práticas de linguagem da fronteira, como a língua dos imigrantes, dos indígenas, dos surdos, entre outras. No Paraguai, por exemplo, o jopará, língua surgida da hibridização do castelhano e do guarani, utilizada nas interações cotidianas entre paraguaios e também com brasileiros que lá vivem, além de ser língua não oficial, sofre processo de estigmatização, sendo conceituada, segundo Santos (2012) como “castelhano errado” ou guarani errado”. Com uma mirada sociolinguística, procuramos, neste trabalho, promover uma reflexão que envolve alguns aspectos: o conceito de língua, construído e legitimado, também, pelo sistema de ensino, colado ao de Nação e Território, bem como os conflitos linguísticos no Paraguai, os quais conduzem a um processo de invisibilização do jopará em função da oficialidade das outras, promovida por políticas linguísticas e processos de homogenização da linguagem, os quais elevaram as línguas “puras” guarani e espanhol ao patamar de línguas e ao jopará classificações como: crioula, mesclada, variação.
Nesta direção, buscamos neste trabalho entender as práticas de linguagem, situadas no mundo moderno e globalizado, no Paraguai, ambiente bilíngue. Dedicamos especial atenção à língua jopará, partido da questão norteadora: jopará é uma língua? A qual, de sentido bastante amplo, nos conduz à reflexão, já citada, sobre a indiferença com relação às línguas que não são reconhecidas como línguas, aquelas que não atendem ao padrão e não têm capital simbólico para alcançar a legitimidade. No caso do Paraguai isso é percebido com relação à língua que mistura espanhol e guarani, a qual é falada pela população, de forma geral, empregada em redações de matérias de jornais populares, ou seja, existe, é eficiente e expressiva, mas não é reconhecida como língua.
Nesse artigo, a propósito, criticamos uma concepção de língua baseada em uma visão monoglóssica, purista, e defende a concepção de linguagem adotada nessa pesquisa: “[...] recursos móveis, fluídos e híbridos que são apropriados pelas pessoas para seus propósitos; esses recursos indexam significado e ganham forma em contextos situados para interlocutores específicos em sua prática social” (CANAGARAJAH, 2013, p. 7).
Partindo desses pressupostos, estabelecemos os objetivos: problematizar a situação de conflito linguístico vivida no Paraguai e sua interface com a questão do desprestígio da língua jopará em relação às línguas oficiais, guarani e espanhol. Entender a correlação da noção de língua à formação da Nação e às políticas linguísticas nesse processo. Compreender e argumentar sobre os embates envolvendo estas línguas, contando com auxílio de três frentes: as definições e classificações da língua jopará estabelecidas por pensadores e intelectuais, os dados fornecidos por meio das entrevistas com estudantes paraguaios e seus conceitos sobre o mesmo tema e os dados históricos  que se referem às políticas linguísticas relacionadas ao processo de formação da Nação paraguaia.
O resultado dos objetivos propostos foi realizado por meio de pesquisa bibliográfica e análises de entrevistas semiestruturadas, gravadas, feitas com alunos da Unila (Universidade da Integração Latino-Americana) de origem paraguaia que estudam e vivem em Foz do Iguaçu.
Nosso interesse inicial deve-se ao fato de vivermos e atuarmos como professores nesta região fronteiriça, onde se desenvolve a pesquisa, e, por nossa formação em letras, o que em parte justifica essa pesquisa, não obstante, há relevância no tema, uma vez que  há lacunas e espaço para discussão sobre o tema, ainda de pouca visibilidade acadêmica, em vista da escassa bibliografia.   

1 O QUE É JOPARÁ? É UMA LÍNGUA?

Meliá (1992) discute o jopará afirmando que não se trata de espanhol com empréstimos do guarani, se não, guarani com empréstimos do espanhol. Desde o período de colonização esse fenômeno ocorre e faz parte da cultura paraguaia. Para ele o guarani falado no Paraguai não é mais o guarani falado na época dos índios. O guarani tribal seria incompreensível para a população atual e o mesmo se aplica ao guarani do período missioneiro.  O guarani falado atualmente, segundo Krivoshein de Canese (1993), é originário da tribo kari`o, sendo este, historicamente desenvolvido, em contato com o espanhol. Esse guarani tornou-se oficial por apresentar certa uniformidade. Contudo desde sempre há graus de interferência do espanhol no guarani, sendo o guarani “puro” uma abstração. Faz parte da formação histórica e cultural, a capacidade da população paraguaia em empregar o espanhol, guarani ou o jopará, em diferentes contextos da vida, na fala e na escrita. Por tudo isso, Meliá considera o jopará a terceira língua do Paraguai.
Krivoshein de Canese (1993) define o jopará como o guarani paraguaio com muita interferência do espanhol. Essa autora não considera esta a terceira língua no Paraguai devido ao não desaparecimento do espanhol e do guarani, sendo essas duas línguas ainda empregadas, com graus de interferência uma na outra. Ela ainda aponta a necessidade de correção, por meio da educação, dos usos de ambas as línguas para que não se convertam em uma terceira, no caso o jopará.
Quanto à educação, Krivoshein de Canese (1993) observam que no meio acadêmico os alunos apresentam dificuldade em utilizar a língua espanhola, o que acarreta em problemas de aprendizagem, pois ela verifica que, como a grande maioria deles é falante de língua guarani, a alfabetização em língua espanhola, língua priorizada pela escola, se torna conflituosa, gerando tensões no ensino/aprendizagem. Uma possível solução para esse problema, segundo a autora, seria um plano de ensino bilíngue eficiente.
Na literatura paraguaia a língua jopará recebeu o crivo de “horrenda” por Augusto Roa Bastos, escritor de prestígio Paraguaio. Roa Bastos em seu romance El Fiscal, por meio de um personagem,afirma que o jopará é um dialeto que se assemelha a língua ñe`e tavy, maneira como um débil mental se expressaria. Contudo há que se ressaltar que a língua jopará é empregada na fala de grande parte da população.
Lusting (2012) define o jopará como linguagem mesclada de espanhol e guarani, utilizada por grande número de paraguaios no dia a dia, sendo considerada a terceira língua do Paraguai.  Outra característica dessa língua é liberdade expressiva, o que a torna difícil de categorizar, pois podemos encontrar zonas e situações onde há o predomínio do guarani sobre o espanhol e em outras onde ocorre o contrário. Lusting ainda destaca que o jopará é a variante de menor prestígio no Paraguai.
Algumas pesquisas têm observado que o jopará seria a forma falada do guarani paraguaio, semelhante ao contato entre as línguas portuguesa e espanhola, que geram o portunhol, ou ainda ao contato entre catalão e espanhol (catanhol). Ressalte-se, porém, que essa língua, é resultado de formação do processo histórico e social do Paraguai, não estando restrito seu uso a um espaço geográfico, como no caso do portunhol (regiões de fronteira – Brasil/Paraguai, Brasil/Uruguai ou Portugal/Espanha) da mesma forma como o catanhol (região da Catalunha-Espanha). O jopará se mostra como sistema linguístico empregado por comunidades para a comunicação e, dessa forma, Meliá (1992) o considera a terceira língua do Paraguai. Na mesma ordem de raciocínio, Kallfell (2016) observa que o jopará não seria apenas uma variação das línguas espanhola ou guarani por considerar que aquele que domina somente uma não conseguirá compreender o uso misturado das duas, visto tratar-se de outro sistema de comunicação. Todavia, o próprio autor questiona se o jopará pode ser considerado uma língua ou até mesmo a terceira do Paraguai, porque, segundo seus estudos, seria um continuum pouco normatizado de possibilidades de realização. Saussure (1993, p.17), por exemplo, diz que “a língua é, ao mesmo tempo, um produto social da faculdade de linguagem e um conjunto de convenções necessárias, adotadas pelo corpo social para permitir o exercício dessa faculdade nos indivíduos”.
Como se pode observar, há uma divergência por parte dos pesquisadores em considerar o jopará como a terceira língua do Paraguai. Porém os autores concordam que tanto o guarani quanto o espanhol, línguas oficiais  na atualidade, são línguas que sofreram alterações, contendo em ambos  graus de interferência, o que derruba o mito das línguas “puras”. Os alunos quando entrevistados  a respeito do jopará ser uma língua, apontaram:

Aluna 1: eu creio que sim...que foi se modificando com os anos, com o tempo, porque, por exemplo, no Paraguai é difícil encontrar uma pessoa que fala o guarani, guarani, puro. Tipo, para mi sim é uma língua, que foi se modificando com o tempo
Aluna 2: Eu creio que uma língua não tanto, creio que seria uma variedade. Obviamente que no dia a dia vai escutar falar o jopará, creio que não se deve perder esse vínculo com o guarani.
Aluno 3: Creio que se você falar em jopará, você não sabe muito bem falar o guarani, como se não soubesse falar muito bem nem espanhol e nem guarani e com isso você perde sua cultura mais sensível, porque o guarani é a cultura, a raiz do Paraguai e se você vai falar em jopará..tipo..vai perder.
Aluno 5: Uma língua, língua não seria..não vejo como uma língua, mas...é a linguagem popular que se utiliza..ou seja..(concorda com a aluna 1) não se utiliza o guarani, guarani, mas (concorda com a aluna 2) não deveria ser assim, pois se perde a identidade de ambas as coisas. (ENTREVISTA, 18/12/2016)

O jopará é resultado desses processos de conquista e redução pelos quais a sociedade paraguaia passou, pois se reduz a uma língua atribuída a um grupo social ou a circunstâncias de uso, sendo esses usos em contextos não formais.
O panorama apresentado indica que o jopará não tem reconhecida sua configuração como língua por alguns membros formadores da elite cultural (escritores, pesquisadores, professores e, ainda que não tenhamos apresentado fontes, de políticos, entre outros), fato este, explicado, também, por suas funções desempenhadas, cujas atribuições argumentam em função da defesa do purismo das línguas, consideradas, dessa forma, símbolos da cultura paraguaia. Por outro lado, o jopará existe e resiste, conforme nos relatam os entrevistados. Ainda assim, tanto respondentes, quanto o resultado de pesquisas, apontam divergências na forma de classificá-la. Não há um consenso em reconhecer esse fenômeno como língua.
Do ponto de vista comunicacional, a língua misturada, é eficiente e expressiva, podendo ser encontrada, de forma estratégica, nas redações das reportagens, com maior ênfase nas seções criminais e de esportes,  do jornal Diario Popular. Essa língua de contornos livres abre possibilidades ao uso de novas palavras e subversão sintática. Tratam-se, pois, dos usos criativos da linguagem, baseadas em novas práticas, as quais estão pautadas pela negociação de sentido.
O uso misturado das línguas, dependendo de quem o julga, pode ter uma conotação pejorativa e seu uso ser estigmatizador e marginalizante,  como vimos na definição do entrevistado (Aluno 5),  quando o mesmo o qualifica como linguagem popular, que não é nem guarani e nem espanhol, fato esse, originário, também, de uma educação e políticas linguísticas homogenizadoras, como veremos mais adiante.
A ideia que subjaz essa análise é de entendimento da língua jopará,  em detrimento das mudanças globais do mundo moderno, como expressão de uma cultura plural, que enfrenta preconceitos, devido, também, a um sistema escolar monoglóssico, como relatam os alunos entrevistados:

Aluno 5: Em meu caso, em minha casa somente espanhol. Toda minha família sabe guarani muito bem..sempre se comunicavam em guarani (não sei se está bem falar assim), mas chegaram a Assunção e nunca mais falaram em guarani...desde que chegaram aí..começaram a falar sempre em espanhol, por mais que quando eu era criança me comunicava em guarani, entre eles sempre em espanhol. No colégio não aprendi o guarani como teria que ser, ou seja, no colégio se ensinava desde a parte de gramática, de ortografia, ensinavam a contar, mas não era o guarani popular. O guarani que te ensinam no colégio você nunca usa.
Aluna 2: Se sabe como se escreve tudo...mas para falar..muito difícil (ENTREVISTA 18/12/2016)

O Paraguai é um dos poucos países a ter, reconhecidamente, duas línguas, sendo uma delas língua indígena, como línguas oficiais, segundo sua Constituição Nacional de 1992. “o Paraguai é um país pluricultural e bilíngue, são idiomas oficias o castelhano e o guarani. A lei estabelecerá as modalidades de utilização de uma e da outra(Artigo, 140). Dessa maneira, existe o compromisso de competência de ensino bilíngue, baseado nos aspectos políticos, mas o que se nota na prática é uma outra realidade, como percebemos na fala dos alunos entrevistados. A exigência é a competência linguística em guarani e espanhol, porém, o ensino de língua guarani, seja por problemas de má formação acadêmica, ou por problemas sociais, converte-se em uma árdua tarefa, tornando-se o guarani acadêmico uma língua externa e inalcançável para a grande maioria da população.
No que se refere à língua jopará, nesse contexto, ela é empregada por todos, alunos e professores, porém, não é ensinada, como asseveram os estudantes entrevistados:

Aluno 3: Em meu caso os professores sempre falavam em jopará em sala de aula
Aluna 2: Em meu também..usavam o jopará para explicar, mas para escrever não...mas no dia a dia sim e para explicar (ENTREVISTA 18/12/2016)

Maher (2007) observa a existência de um modelo, em que o bilinguismo pode ser um problema a ser combatido. Trata-se do Modelo Assimilacionista de Transição, no qual os aprendizes iniciam a aprendizagem em duas línguas, mas a língua de menor prestígio e poder, invisibilizada, portanto, no sistema escolar, e gradativamente substituída pela língua dominante. Sobre o contexto de minorias no Brasil, ela discute as relações de poder implícitas em diferentes tipos de bilinguismo, já que os alunos indígenas, surdos e de comunidades de imigrantes são obrigados a aprender a língua dominante, no caso o português. Não lhes é dada opção. A autora questiona o modo pelo qual diferentes tipos de bilinguismo são percebidos, dependendo do status das línguas envolvidas. Nas palavras de Maher:

O bilinguismo português-inglês, por exemplo, é altamente incentivado no Brasil, haja vista o número impressionante de escolas dessa língua no país. Quando, no entanto, uma das línguas envolvidas é avaliada como sendo não-prestigiosa, como é o caso, por exemplo, das línguas indígenas ou de LIBRAS, o bilinguismo é quase sempre visto como um “problema” a ser erradicado (MAHER, 2007, p. 69)

Quanto à realidade da educação, no Paraguai, espera-se que o aluno, ao concluir o ensino médio, seja competente nas duas línguas, porém, há uma desconexão desse objetivo com as práticas linguísticas dos aprendizes, as quais, em grande maioria na fala, são materializadas na língua jopará. Dessa maneira, o quadro que se configura é o  prestígio das línguas oficiais em detrimento de uma terceira, a qual é empregada por todos, porém silenciada por um ensino que visa o Bilinguísmo de Escolha (CAVALCANTI, 1999), no qual se lecionam duas línguas valorizadas, sendo as mesmas ensinadas, muitas vezes, em momentos distintos e por professores distintos.
As políticas linguísticas são reflexo das ideologias de quem as criam e são capazes de formar conceitos em relação ao que é certo e errado. Dessa forma conhecer as políticas institucionalizadas no Paraguai é de extrema importância para entender que certos aspectos da realidade social são apagados para que outros estejam em foco, ou seja, a desvalorização da língua jopará em relação às línguas guarani e espanhola. Antes, porém, necessitamos buscar na formação da Nação, os fatos históricos que acentuam  o fortalecimento das línguas “puras” em detrimento da mescla de idiomas o que contribuiu, também,  para o surgimento dos conflitos linguísticos vividos nesse país.

 

2. REDUÇÕES JESUÍTICAS E AS LÍNGUAS DO PARAGUAI

Em poucos países, como no Paraguai uma língua indígena resiste ao desenvolvimento social e suas exigências. O guarani, no Paraguai, permanece até os dias atuais, como língua oficial. Os originários falantes da língua guarani, os povos indígenas do tronco tupi-guarani, não sobreviveram ao seu próprio idioma. Isto se deve a alguns fatores.
Do ponto de vista político, a permanência da língua guarani não passou de estratagema de isolamento do indígena do mundo hispânico, segundo uma visão crítica, sendo assim, a dominação permanecia.
Segundo Kern (1982), os objetivos políticos e propósitos econômicos se davam pois: a manutenção da língua livraria os missionários das ideias perigosas e manteria o domínio. Por outro lado, a população espanhola da época aprendeu o guarani e falava corretamente, os indígenas, por sua vez, frequentavam as aulas de espanhol, mas não de maneira espontânea.
Porém, fora das Reduções isso não acontecia. Melià (1998, p. 41) afirma que a sociedade colonial foi desde o princípio oficialmente de falantes da língua castelhana, a língua guarani não entrava na administração nem na política oficial.
As autoridades monárquicas falavam exclusivamente o espanhol, sendo as correspondências todas nesse idioma. Nas Missões, além do jesuíta, somente a elite político-administrativa indígena dominava o espanhol e tinha condições de escrevê-lo e compreendê-lo. Isto reafirma o que dissemos anteriormente quanto à dominação, pois este fato fortalecia as elites indígena e missionária, tornando-os representantes dos Povos, já que as comunicações oficiais eram escritas em língua espanhola.
A difusão da língua espanhola nas Missões nunca foi condição para os trabalhos, pelo contrário, para o jesuíta, o índio falando espanhol, seria igual a ele, algo inconcebível. Os índios também jamais puderam seguir carreira religiosa. Segundo Kern (1982) a situação jurídica do índio missioneiro o protegia contra o encomendeiro e mesmo contra a Inquisição, mas ao mesmo tempo o retinha nos Povos e limitava suas possibilidades de ascensão social.
Ainda assim, segundo Melià (1997), os jesuítas consideraram a língua guarani como o lugar privilegiado onde permaneceu parte de um sentimento divino mais primitivo, e portanto nada selvagem. Esse autor, porém, afirma que o respeito pela língua não eximi a existência da redução linguística, ocorrido em diferentes níveis da língua: fonologia, morfologia e léxico.

Hacer pasar una lengua sin grafía a lengua ‘letrada’ (o literaria) es una tarea que supone necesariamente una serie de ‘reducciones’. La lengua pasa del oído a la vista, de lo efímero a lo estable, de lo particular a lo general, del individuo a la sociedad. Lo que se gana en economia de recursos – los sonidos son reducidos a fonemas en números bien definidos – se pierde respecto a la rica variedad de las realizaciones espontáneas únicas. La lengua escrita viene a ser la lengua de todos. Pero también la lengua escrita puede fácilmente ser controlada por quien la domina política y socialmente [...] (MELIÀ, 1997, p. 253).

Ao longo de sua história o guarani paraguaio sofreu alterações, mas aqui cabe salientar que se trata  de uma língua derivada do guarani autóctone, com vários graus de hispanização. Na atualidade existem alguns poucos núcleos de população indígena, numericamente muito reduzida, em algumas regiões de Corrientes na Argentina, que assim como no Paraguai, ainda tem o guarani como língua de uso corrente.
Contudo, diferentemente de outras regiões, o guarani paraguaio sobreviveu e se recuperou. A este fato se devem, conforme Meliá (1992)  a precária identidade cultural de uma comunidade indígena em vias de extinção, se bem que ainda sejam numerosos os falantes. Desde o período de colonização, em termos de indivíduos falantes, o guarani foi em número superior.
Outro fator, segundo Meliá (1992), foi o isolamento linguístico, criado por um trabalho de evangelização realizado exclusivamente em guarani, o que quase impossibilitava qualquer incursão dos bandeirantes. Para tanto, o jesuítas se dedicavam ao estudo intenso da língua “pagã”, ainda assim, um grande número de neologismos foram criados nas catequeses, o que demonstra, também, a variação da língua. . Meliá (1992) ainda aponta como errôneo em se pensar que existia somente um guarani, o clássico, das obras jesuíticas, e destaca a diferença entre língua escrita e falada.

Existe la tendencia de considerar la lengua guaraní de los jesuitas como um todo único, un bloque sin fisura. Ese guaraní 'clásico' sería el que se encuentra en las obras incomparablemente ricas del padre Antonio Ruiz de Montoya. (...) No se puede identificar la lengua escrita con la hablada, y menos aún una literatura casi exclusivamente religiosa con el idioma de uso común. En la lengua de los jesuítas, otro hecho había de venir a ensanchar labrecha entre lengua escrita y lengua hablada: el corpus literario en la lengua guaraní que se conoce hoy se compone en gran parte de obras escritas por extranjeros, cuyo conocimiento de la lengua era por demás 'científico' y poco espontáneo” (Melià, 1992: 107 -108).

De alguma forma, desde a instalação das Reduções e do trabalho de evangelização, já há graus de “contaminação” de guarani e espanhol, estando, estas duas culturas, presentes até mesmo na culinária. O jopará é uma realidade na vida do povo paraguaio, desde suas origens.
Jopará é o vocábulo de origem indígena traduzido por Guash & Ortiz1 ao espanhol como “a medias, medianamente” e “mezcla, mezcolanza”. É também o nome de um prato culinário típico, constituído principalmente pela amálgama de dois ingredientes: o milho, americano, e o feijão, não-americano. Originando-se disto a metáfora, a juntura do elemento nativo com a do elemento estrangeiro, escolhida pelos falantes para designar a mistura das duas línguas.
Segundo Meliá (1992), o jopará não se trata de espanhol com empréstimos do guarani, se não, guarani com empréstimos do espanhol. Desde o período de colonização este fenômeno ocorre e faz parte da cultura paraguaia.
Gynan (2003) destaca que os falantes de espanhol e guarani sabem perfeitamente distinguir as duas línguas e o fato de mesclarem os dois idiomas é algo que se valem em vários contextos sociais, justamente por poderem contar com os recursos léxicos destes idiomas.
A língua e cultura guaranis foram mantidas até os dias atuais graças aos trabalhos das reduções, como já vimos, uma vez que eram intensas as atividades culturais realizadas pelos jesuítas, além da manutenção da língua, por motivos que já mencionamos. Também no período das guerras da Tríplice Aliança e do Chaco a língua guarani foi importante para alcançar os objetivos traçados. Alguns atos políticos tomados durante a guerra é após ajudaram a formar o Estado e valorizaram a língua guarani.

3. POLÍTICA LINGUÍSTICA. UM PANORAMA DAS LÍNGUAS NO PARAGUAI

Calvet (2007, p. 145) diz que a política linguística envolve “um conjunto de escolhas conscientes referentes às relações entre língua(s) e vida social,” sendo o “planejamento linguístico, a implementação prática de uma política linguística, em suma, a passagem ao ato.” Dessa forma apresentamos um breve percurso histórico, baseado em decisões e ações estabelecidas por grupos que detêm poder, sobretudo o Estado, as quais são essenciais para entender os embates entre línguas oficiais e a desvalorização da língua jopará.
Nos períodos de guerra, os símbolos nacionais são evocados para elevar o espírito nacional e manter a unidade da pátria. Valorizada pelos jesuítas, no intuito de manter a dominação política, pois sua manutenção garantia e estabelecia a diferença entre brancos e índios, cristãos e pagãos, civilizados e bárbaros, mais uma vez a língua guarani é convocada, juntamente com seus homens, para servir à pátria.
Em “el significado militar en la Guerra del Chaco”,  a importância do uso da língua guarani em período de guerra se evidencia:

Mientras tanto el guarani alcanza una oficialidade a nível político-militar que supera su importáncia durante la Guerra de la Triple Alianza. En mayo de 1933 el Comandante en Jefe Coronel Estigarribia ordena que todas las lamadas telefónicas en campaña se han realizar exclusivamente en guaraní. Además de servir a fines estratégicos esta práctica también podia tener consecuencias psicológicas.  (google.com/intl/gn), acesso em: 13 dez. 2016.

É notável verificar que há um fortalecimento da língua guarani no decorrer dos conflitos bélicos. Os paraguaios contavam com a língua como aliada em suas táticas de guerra e restrição das informações, pois os outros povos envolvidos nas guerras não dominavam este idioma, ampliavam assim, as chances de organização militar.
Lusting (2012) observa que, apesar da perda da guerra da Tríplice Aliança e como consequência uma tragédia econômica e demográfica, a população do Paraguai masculina adulta pereceu. Além disso, a língua guarani foi fortalecida, pois servia de estímulo combativo através de canções patrióticas utilizadas neste sentido.
Se o Paraguai se distingue de outros países da América do Sul, pela manutenção da língua indígena, esse fato deve despertar interesse. A manutenção da língua guarani até os dias atuais se deve a alguns fatores.
Os originários falantes da língua guarani, os povos indígenas do tronco tupi-guarani, não sobreviveram ao seu próprio idioma. Na atualidade, existem alguns poucos núcleos de população indígena, numericamente muito reduzida. Esses núcleos encontram-se em algumas regiões de Corrientes, na Argentina, que assim como no Paraguai, os mestiços utilizam o guarani como língua oficial. Ao longo de sua história, o guarani paraguaio sofreu alterações, mas aqui cabe salientar que se trata de uma língua derivada do guarani autóctone, com vários graus de espanização.
Com tudo isso, a situação paraguaia é muito diferente da que se dá em outras regiões da América, onde em maior ou menor grau, também se mantiveram o uso de línguas autóctones. Conforme Meliá (1992), no caso do guarani do Paraguai, essa sobrevivência está ligada, quase sempre, a precária identidade cultural de uma comunidade indígena em vias de extinção, se bem que ainda sejam numerosos os falantes. No Paraguai, as circunstancias históricas não foram desfavoráveis para o povo originário da língua guarani quando este entrou em competição com o espanhol. No início do conflito linguístico, o guarani levou vantagem devido ao número relativamente baixo de conquistadores e colonizadores espanhóis.
Dentre os fatores históricos importantes para a manutenção do guarani, destacamos um fator negativo, o isolamento contínuo do Paraguai durante o governo do Ditador Gaspar Rodríguez de Francia (1814-1840), o que levaria ao pouco desenvolvimento social, econômico e cultural do país, pois havia pouca circulação de revistas e jornais, além da dificuldade de implantação do espanhol. A manutenção da língua guarani promovida por Francia é associada diretamente ao atraso do país.
Em 1967, durante o governo de Alfredo Stroessner, oguarani passa a ser língua oficialmente referendada, embora fosse mantido o castelhano como única língua oficial. Apenas em 1992 a nova Constituição, pós-stronista, afirmou a condição do Paraguai como nação bilíngue, estabelecendo o guarani e o castelhano como línguas oficiais, e determinando a obrigatoriedade do ensino em língua materna.
O que nos ajuda a entender a permanência do guarani nos dias atuais na sociedade paraguaia são esses fatos históricos apontados, mas é preciso ponderar que o guarani falado nos dias atuais não se trata do guarani  pré-hispânico.
Meliá (1992) aponta para a formação da língua guarani atual, que se dará pela profunda impregnação do adstrato espanhol. Sua consolidação está ligada ao surgimento do campesinato mestiço, que mesmo culturalmente espanholizado, não abandona sua língua própria, no caso o guarani. Desde a sua origem, guarani e espanhol formaram a identidade da população paraguaia e se mantêm em uso diário, muitas vezes mescladas.
O que se percebe é que o guarani tribal seria incompreensível pela população paraguaia atual, devido à língua originária haver sofrido interferência da língua espanhola, como um próprio reflexo da sociedade mestiça. Essa realidade, para a elite paraguaia é discrepante, visto que, as instituições (Escola, Parlamento, Jornais de referência, entre outros) primam pelo emprego de línguas “puras”.
Essa necessidade de domínio purista e acadêmico, especialmente da língua guarani, cujo uso real está de acordo a situações mais solenes e formais,  exigem, como já vimos, seu ensino eficaz e eficiente. Por meio da fala de nossos entrevistados, alunos da UNILA,  quando questionados se aprenderam guarani na escola ou em casa, verificamos que essa não é a realidade vivida na rede escolar:

Aluna 1: Em meu caso na escola pois meus pais não falavam comigo e eu não convivia muito com minha avó, que era quem efetivamente falava guarani. Na escola era para mim o pior (risos) pois me custava muito. Ensinavam gramática e ortografia, somente isso. Mas aprendíamos mesmo na rua. Depois voltei a conviver com minha avó e aprendi muito e com amigos também.
Aluna 2: Em meu caso convivi com minha avó e toda a vida falamos guarani, aprendi de pequena e não me custava muito na escola. Gramatica, leitura, redação, teatro, tudo fazíamos na escola.
Aluno 3: Em meu caso já em casa aprendi, meus pais, no colégio, professores, todos falávamos guarani...então..não tive problema com guarani (ENTREVISTA 18/12/2016)

É importante entendermos, com base nesse trecho e em outros já apresentados, os fatores que encaminham os entrevistados a observarem sua identidade cultural e a relação desta com suas práticas de linguagem, neste caso na escola, já que, em seu entendimento sobre suas tradições, associam os mais velhos aos proficientes em guarani “puro” o que, segundo uma crença compartilhada, seria o guarani “correto”, ou ainda, o fato de se falar guarani sem interferências estar atrelado a alguma comunidade ou cidade. Estes fatores podem ser correlacionados aos conflitos linguísticos e culturais já observados, visto que comprovam a inabilidade da Escola para essa ação, e, por conseguinte, os usos de guarani misturado ao espanhol ser eficaz, para uma série de tarefas diárias, porém, para outras ser forma de classificação e distinção.
Para entendermos esses dados, nos pautaremos em Holliday (2011), nos fatos históricos já levantados, relativos ao processo da formação da Nação, bem como ns políticas linguísticas elencadas, para argumentarmos que há por parte dos alunos; e por conseguinte dos paraguaios, uma valorização de certas características culturais em detrimento de outras, sendo essas características de maior visibilidade, no que tangem à formação da Nação como constructo (no caso as línguas oficiais – espanhol e guarani) e consequentemente o silenciamento de outras, tratando-se, pois, suas respostas, um conhecimento naturalizado, fruto da essencialização cultural, refletida nestes discursos.

 
CONSIDERAÇÕES FINAIS

O jopará sobrevivea todo o processo de marginalização que sofre, mesmo não tendo a representatividade positiva, em termos de valor simbólico, no universo linguístico e cultural paraguaio. Essa língua, falada por uma grande parcela da população, não chega aos livros estudados na escola, não é empregada para defesa e acusação no tribunal por advogados, quando muito é utilizada em discursos por algum candidato a um cargo político.  Qual é o lugar do jopará?
O lugar dessa língua, determinado socialmente, são os ambientes que permitem a informalidade. Talvez o emprego do guarani ou espanhol “puros”, impostos pela política linguística do país, legitimado por Instituições e exigidos em situações formais, seja uma abstração, podendo até ser algo que levará tempo para ser alcançado, no caso, nos referimos à proficiência em língua guarani, uma exigência, valorizada e realizada, somente por uma pequena parcela da população.
Por fim, não corroboramos com o ideário do hibridismo linguístico como mal a ser combatido, pelo contrário, segundo nossa visão de língua, já apresentada, argumentamos em função da ruptura com o discurso edificado e edificador, apoiado em um arcabouço teórico, relativo ao conceito de língua, pautado na tradição estruturalista, segundo o qual, uma reflexão como a que propomos, não abarcaria uma língua minoritária, como o jopará, nem tão pouco nos permitiria classificá-la como língua, o que, ao nosso olhar, especialmente pensando no ambiente escolar, espaço dinâmico e multicultural, exige-nos uma nova mirada, mais ampla, atual, questionadora sobre esse conceito, fato que pode até minimizar algum sofrimento ou constrangimento para os que a vivem esta forma de expressão em múltiplos espaços sociais.

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* IFPR - Instituto Federal do Paraná - Campus Foz do Iguaçu - IFPR Vínculo institucional. 2010 - Atual Vínculo: Servidor público , Enquadramento funcional: Professor - Espanhol e Português Ens.Tecnico , Carga horária: 40, Regime: Dedicação exclusiva 2. Faculdade União das Américas – UNIAMERICA Vínculo institucional 2007 - : PROFESSOR HORISTA , Enquadramento funcional: CLT , Carga horária: 16, Regime: Parcial 3. Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE Vínculo institucional 2006 - 2008 Vínculo: Celetista formal , Enquadramento funcional: CLT , Carga horária: 40, Regime: Integral 4. Faculdade Educacional de Medianeira – FACEMED Vínculo institucional 2004 - 2007 Vínculo: Celetista , Enquadramento funcional: Horista , Carga horária: 12, Regime: Parcial Atividades 01/2004 - Atual Graduação, Letras Disciplinas ministradas: Lingua Espanhola , Literatura Espanhola , Literatura Portuguesa , Prática de Ensino de Espanhol 5. Faculdade Anglo Americano de Foz do Iguaçi – FAAFI Vínculo institucional 2006 - 2007 Vínculo: Celetista , Enquadramento funcional: HORISTA , Carga horária: 4, Regime: Parcial. Atividades 2006 - 2007 Graduação, Lingua Espanhola. Disciplinas ministradas: Língua Espanhola I e II 6. União Pan Americana de Ensino – UNIPAN. Vínculo institucional 2003 - 2003 Vínculo: eletista , Enquadramento funcional: Horista , Carga horária: 4, Regime: Parcial Atividades 08/2003 - 12/2003 Graduação, Letras Disciplinas ministradas: Literatura Latino Americana 7. Colégio Monjolo – MONJOLO Vínculo institucional 2003 - 2004 Vínculo: Celetista , Enquadramento funcional: Horista , Carga horária: 8, Regime: Parcial Atividades 2003 - 2004 Ensino médio Especificação: Lingua Espanhola
** IFPR - Instituto Federal do Paraná - Campus Foz do Iguaçu – IFPR.Vínculo institucional. 2013 - Atual Vínculo: Servidor público, Enquadramento funcional: Professor – Artes literatura, Ens. Técnico, Carga horária: 40, Regime: Dedicação exclusiva. 2. Faculdade Educacional de Medianeira – FACEMED. Vínculo institucional 2002 - 2007 Vínculo: Celetista, Enquadramento funcional: Horista, Carga horária: 16, Regime: Parcial Atividades 2002 – 2006. Disciplinas ministradas: Ensino, Metodologia do Ensino de Literatura e Arte. 3. Faculdade Anglo Americano de Foz do Iguaçu – FAAFI Vínculo institucional 2006 - 2012 Vínculo: Celetista. Enquadramento funcional: Horista, Carga horária: 6, Regime: Parcial. Atividades 2006 – 2012. Graduação. Disciplinas ministradas: Estudos das Relações Etnico-raciais, Literatura Infantil, Arte Educação. 4. Faculdade de Ensino Superior de São Miguel do Iguaçu - FAESI, UNIGUAÇU, Brasil. Vínculo: horista. Enquadramento Funcional: Professor, Carga horária: 4. Parcial Atividades 2005 - 2012 Graduação, Letras Disciplinas ministradas: Ludicidade na Educação Infantil, Arte Educação

Recibido: 18/12/2018 Aceptado: 28/12/2018 Publicado: Diciembre de 2018


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