Viviane Xavier Linhares*
Thalita Reis da Silva**
UFAM, Brasil
Vivianelinhares13@hotmail.com
Resumo
A  economia criativa é um dos setores com maior crescimento ao longo dos anos, ela  abrange inúmeros segmentos, entre eles está o artesanato que une inovação,  conhecimento tradicional e sustentabilidade, todos esses fatores contribui para  a grande expressividade do segmento na cidade de Parintins. Assim, esse  trabalho buscou responder a problemática norteadora: “Em que medida, a cadeia  produtiva do artesanato é fortalecida por meio de políticas públicas, na cidade  de Parintins/Am?”. Deste modo, o objetivo geral deste trabalhou centrou-se em compreender em que  medida as políticas públicas existentes fortalecem a cadeia produtiva do  artesanato em Parintins. Para tanto, traçou-se três objetivos específicos, a saber: (i)  averiguar como acontece a cadeia produtiva de empreendimentos criativos  participantes da pesquisa; (ii) investigar quais as políticas públicas, em  níveis federal, estadual e municipal são voltadas para o fortalecimento de  empreendimentos criativos, do segmento artesanato, na cidade de Parintins; e  (iii) relacionar as políticas públicas identificadas que influenciam direta e  indiretamente no fortalecimento das cadeias produtivas dos empreendimentos  investigados. Para tanto, esta pesquisa teve abordagem qualitativa, descritiva,  e classificada como estudo de casos múltiplos, fazendo uso de entrevista  semiestruturada e outras formas de coleta juntamente com empreendedores  criativos do município de Parintins, bem como, observação direta no ambiente  onde estes empreendedores atuam, onde também foi possível o acesso à imagem  fotográfica de fases da cadeia produtiva. Ao fazer a análise dos dados foi  possível perceber que a cadeia produtiva apresenta grande valor intangível e  seus produtos possuem alta demanda comercial, atraindo clientes de âmbito nacional  e internacional. Verificou-se ainda a existência de políticas públicas  referentes ao setor do artesanato nas três esferas do poder, entretanto, é  essencial acabar com a sazonalidade das ações, de forma que essas aconteçam de  maneira constante e facilitar a participação dos artesãos fortalecendo a  divulgação. Por fim identificou-se que existem políticas que atuam de forma  direta e outras de forma indireta na cadeia produtiva do artesanato.
Palavras Chaves: Políticas Públicas. Economia Criativa. Empreendimento Criativo. Cadeia Produtiva. Artesanato.
Resumen
  La economía  creativa es uno de los sectores con mayor crecimiento a lo largo de los años,  abarca innumerables segmentos, entre ellos está la artesanía que une  innovación, conocimiento tradicional y sustentabilidad, todos estos factores  contribuye a la gran expresividad del segmento en la ciudad de Parintins. Así,  ese trabajo buscó responder a la problemática orientadora: : "¿En qué  medida, la cadena productiva de la artesanía es fortalecida por medio de  políticas públicas, en la ciudad de Parintins / Am?". De este modo, el  objetivo general de este trabajo se centró en comprender en qué medida las  políticas públicas existentes fortalecen la cadena productiva de la artesanía  en Parintins. Para ello, se trazó tres objetivos específicos, a saber: (i)  averiguar cómo ocurre la cadena productiva de emprendimientos creativos  participantes de la investigación; (ii) investigar cuáles son las políticas  públicas, a nivel federal, estatal y municipal, para el fortalecimiento de  emprendimientos creativos, del segmento artesanado, en la ciudad de Parintins;  y (iii) relacionar las políticas públicas identificadas que influencian directa  e indirectamente en el fortalecimiento de las cadenas productivas de los  emprendimientos investigados. Para ello, esta investigación tuvo un enfoque  cualitativo, descriptivo, y clasificado como estudio de casos múltiples,  haciendo uso de entrevista semiestructurada y otras formas de recolección junto  con emprendedores creativos del municipio de Parintins, así como, observación  directa en el ambiente donde estos emprendedores actúan, donde también fue  posible el acceso a la imagen fotográfica de fases de la cadena productiva. Al  hacer el análisis de los datos fue posible percibir que la cadena productiva  presenta gran valor intangible y sus productos poseen alta demanda comercial,  atrayendo clientes de ámbito nacional e internacional. Se verificó la  existencia de políticas públicas referentes al sector de la artesanía en las tres  esferas del poder, sin embargo, es esencial acabar con la estacionalidad de las  acciones, de forma que éstas ocurran de manera constante y facilitar la  participación de los artesanos fortaleciendo la divulgación. Por último se  identificó que existen políticas que actúan de forma directa y otras de forma  indirecta en la cadena productiva de la artesanía.
Palabras Claves: Políticas Públicas. Economía Creativa. Emprendimiento Creativo. Cadena productiva. Artesanías.
Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato: 
Viviane Xavier Linhares y Thalita Reis da Silva (2018): “A influência das políticas públicas no fortalecimento de empreendimentos criativos em Parintins/AM”, Revista Caribeña de Ciencias Sociales (noviembre 2018). En línea:
 https://www.eumed.net/rev/caribe/2018/11/politicas-publicas-empreendimentos.html
//hdl.handle.net/20.500.11763/caribe1811politicas-publicas-empreendimentos
1 INTRODUÇÃO
Incentivar e  potencializar o capital humano criativo como alternativa para a criação de  novas oportunidades de geração trabalho e renda monetária diante de um mercado  econômico em crise, tem sido uma das estratégias políticas adotada, tanto  nacional quanto internacionalmente. 
De acordo  com os enunciados da UNESCO (2008) a economia criativa refere-se ao setor  econômico cuja produção está totalmente associada a aplicação da criatividade e  apresenta um valor agregado pelo conteúdo simbólico e imaterial.
Para a  Secretaria de Economia Criativa- SEC, a economia criativa contempla as  dinâmicas culturais, sociais e econômicas. Criando uma interação entre os  diversos componentes dessa temática, a diversidade, a inovação, a inclusão  social e a perspectiva da sustentabilidade. A Economia Criativa é construída a  partir de um ciclo recursivo englobando as esferas de criação, produção,  redistribuição, circulação, difusão e consumo/fruição de bens e serviços  oriundos dos setores criativos (BRASIL, 2011).
     Com o intuito de propiciar sua própria  alavancagem, esta nova economia é um setor capaz de unir uma diversidade de  três importantes segmentos, os stakeholders, o setor público e o setor privado  (DUISENBERG, 2008).
O governo  brasileiro por meio do Ministério da Cultura e a da Secretaria de Economia  Criativa - SEC, desde os anos de 2010, vem empenhando esforços para criar uma  força tarefa no sentido de potencializar o desenvolvimento de planos, projetos  e políticas incentivando a Economia Criativa em diversas regiões do Brasil  (BRASIL, 2011). 
Reis (2008)  também destaca a importância de fomentar e fortalecer micro e pequenas empresas  (incluindo as individuais) fornecedoras ou distribuidoras de produtos e  serviços criativos por proporcionarem um canal de inclusão econômica e de  atuação em mercados diferenciados.
Justifica-se  esse trabalho sendo no setor da Economia Criativa por esta ser um novo campo de  pesquisa reunindo setores práticos e dinâmicos da sociedade e associados ao  campo da economia da cultura. É um conceito cada vez mais importante no mundo  por estabelecer uma profunda interação entre a cultura, criatividade e  economia, fomentando empreendimentos inovadores e criativos. Assim tem-se a  necessidade de difundir pesquisas a respeito do tema nas diversas regiões,  especialmente na Amazônia uma terra repleta de riquezas naturais e  criatividade.  Reis (2008) aponta que  para o reconhecimento da economia criativa no país é essencial suprir a  carência de pesquisas e estatísticas. 
Este trabalho  é resultado de um projeto de iniciação cientifica e recebeu a premiação de  melhor projeto de ciências sociais aplicadas do Instituto Sociais Educação e  Zootecnia (ICSEZ/UFAM) no Congresso de Iniciação Cientifica (CONIC) da  Universidade Federal do Amazonas no ano de 2017.  
Desta forma,  este visa contribuir nos seguintes  aspectos, (i) levantamento de dados e  informações da economia criativa,(ii) a articulação e estimulo ao fomento de  empreendimentos criativos e a produção, (iii) circulação/distribuição e  consumo/fruição de bens e serviços criativos – ampliação e (iv) fortalecimento  da infraestrutura necessária. Estes pontos são elencados pela SEC como os  principais desafios quando se trata de economia criativa.
No que tange  as contribuições do primeiro desafio essa pesquisa aborda dados referentes a  economia criativa na cidade de Parintins/Amazonas, especificamente no  artesanato um dos setores com maior expressividade. Bem como, o Estado do  Amazonas possui grandes atributos criativos e uma cultura marcante o que  torna-se essencial o levantamento de dados nesta região para contribuir no  desenvolvimento regional. 
Quanto ao  segundo esta pesquisa tem como objeto de estudo as políticas públicas que  auxiliam no estimulo aos empreendimentos criativos, bem como descreve a cadeia  produtiva do artesanato apresentando suas potencialidades e gargalos na cidade  de Parintins auxiliando no terceiro desafio.
Lima (2010)  destaca o artesanato tradicional como aquele que remete ao grupo de artefatos  que comunicam a cultura de um determinado grupo, representativo de suas  tradições e inclusos à vida cotidiana, sendo parte integrante e indissociável  dos seus modos e costumes.
O município  de Parintins é  conhecido pela sua  tradição em  produzir um dos maiores  espetáculos folclóricos do Brasil, o Festival Folclórico, onde brincam Garantido  e Caprichoso,  apresentado as raízes e  costumes da terra, as lendas e a exaltação da cultura indígena, esses e outros  eventos expressam a criatividade deste povo. Neste cenário  estão inseridos inúmeros empreendimentos  criativos do setor do artesanato que fazem uso desta cultura para fabricação de  artefatos envoltos de simbolismo, sustentabilidade e auto valor agregado, ao  mesmo tempo que esses empreendedores divulgam a cultura parintinense também  contribuem para a economia local.
Diante  disso, estudar a cadeia produtiva do artesanato e as políticas públicas que  favorecem o fortalecimento desta são essenciais para entender a realidade do  setor na cidade de Parintins e contribuir no fortalecimento deste. Nessas  perspectivas viu-se a necessidade de estudar a seguinte problemática em que  medida, a cadeia produtiva do artesanato é fortalecida por meio de políticas  públicas, na cidade de Parintins/Am?
No intuito  de conquistar os resultados necessários para responder a problemática, este  pesquisa traçou como objetivo geral   compreender em que medida, a cadeia produtiva do artesanato é  fortalecida, na cidade de Parintins, por meio das políticas públicas  existentes.” Para compreender esta realidade foi preciso ainda estabelecer mais  três passos, transcritos nos  objetivos  específicos  averiguar como acontece a  cadeia produtiva de empreendimentos criativos participantes da pesquisa;  investigar quais as políticas públicas, em  níveis federal, estadual e municipal são voltadas para o fortalecimento de  empreendimentos criativos, do segmento artesanato, na cidade de Parintins; bem  como, relacionar as políticas públicas identificadas que influenciam direta e  indiretamente no fortalecimento das cadeias produtivas dos empreendimentos  investigados.
Para  alcançar os objetivos propostos esta pesquisa teve como estratégia metodológica  uma abordagem qualitativa, a estratégia de pesquisa utilizada foi o estudo de  casos múltiplos proposto por Yin (2005), tendo como participantes da pesquisa  cinco  artesãos que são os líderes de  seus empreendimentos,  que atuam no ramo  da venda de artesanatos no município de Parintins/AM e estejam envolvidos  diretamente na confecção e/ou comercialização dos produtos. As técnicas de  coletas de dados utilizadas foram diário de campo, observações diretas, imagens  fotográficas e entrevistas semiestruturada. 
Na  construção do marco teórico os autores como Dias e Matos (2012), Brasil (2011),  Reis (2008), Duisenberg(2008) e Secchi(2012) foram primordiais para compreender  as política públicas e conceitos acerca da economia criativa. Para o  entendimento da organização da cadeia produtiva do artesanato e empreendimentos  criativos contou-se com as contribuições de Fragata et al (2016), Tabosa  (2014), Oliveira (2016) e Silva (2006). 
Este  trabalho estrutura-se em três capítulos o primeiro apresenta a introdução a  qual aborda uns conceitos inicias do tema tratado ao decorrer deste artigo,  justificativa da escolha do tema, relevância, objetivos e processos  metodológicos. O segundo capítulo aborda o marco teórico, trazendo como  primeiro sub tópico a economia criativa no mundo apresentando seu apanhado  histórico, expansão deste conceito no mundo e as políticas públicas mundiais  adotadas para este setor; o segundo sub tópico trata da realidade brasileira da  economia criativa, já o terceiro sub tópico aborda o conceito de  empreendimentos criativo e suas contribuições econômica e sociais no Brasil. O  terceiro capítulo trata dos procedimentos metodológicos, o quarto capítulo  apresenta a análise de resultados. Por fim, tem se as considerações finais  encerrando as discussões levantadas neste trabalho bem como, apresentando as  propostas de melhorias.
2 Referencial Teórico 
2.1 Economia Criativa no Mundo 
 O termo Economia Criativa está diretamente  ligado a produção criativa, valorização de conteúdo simbólico e exploração do  capital intelectual na promoção de caminhos geradores de trabalho e renda  (REIS, 2012).
O  estudo acerca do tema originou-se na Austrália em 1994 a partir do projeto Creative Nation (Nação Criativa) que  ressaltava a importância de atividades movidas pela criatividade na geração de  riqueza. Em 1997 o Primeiro Ministro do Reino Unido Tony Blair ameaçado por uma  forte concorrência global convoca a sua equipe para analisar as contas  britânicas e diagnosticar fatores competitivos, como resultado, foram  identificados 13 setores com grande potencial econômico, sendo denominados  indústrias criativas. (REIS, 2008) 
O  assunto despertou o interesse do estudioso Jonh Howkins, e no ano de 2001  lançou o livro The Creative Economy (A  economia Criativa)fazendo uma  abordagem do setor criativo e estabelecendo associações entre a criatividade e  a economia. Howkins comprovou esta relação na apresentação de dados econômicos  do ano de 2000 onde a economia criativa valia US$2,2 trilhões e obtinha um  crescimento anual de 5%. (DUISENBERG, 2008).
Como  demostrado acima, a economia criativa surgiu a partir das análises do primeiro  setor, sendo o seu principal propulsor durante os anos seguintes por meio das  políticas públicas tendo como alvo o setor criativo. Assim, é necessário  esclarecer o conceito de politicas públicas. Dias e Matos (2012) as  definem  como um conjunto de concepções,  normas e ações que certificam o gerenciamento do Estado na resolução de  problemas nacionais. Também podem ser denominadas, ações executadas ou não  pelos governos com o intuito de gerar condições para que todos os cidadãos  possam atingir uma melhoria da qualidade de vida.
No  ano de 2006, ações goveridntais do primeiro ministro Tony Blair demonstra sua  preocupação no desenvolvimento a partir do setor criativo ao intitular um  ministro para tratar especificamente das Indústrias Criativas e Turismo,  sua estratégia foi instalar  o Programa de Economia Criativa do Reino  Unido (DUISENBERG, 2008).
Este  programa estava estruturado em quatro eixos principais, onde o primeiro era  incluir as indústrias criativas em quadro socioeconômico que passava por  diversas transformações. O segundo ponto era organizar as contas públicas e  reordenar as prioridades para fomentar o setor criativo, já o terceiro era a  divulgação das estáticas da participação do setor criativo na riqueza nacional.  O quarto eixo era utilizar o potencial de produção criativa para projetar uma  nova imagem do país nacional e internacionalmente (REIS, 2008).   
Diante  do êxito do programa britânico, outros países seguiram o seu modelo ainda no  ano de 2006. Ente eles pode-se citar o Caribe, que também elegeu um primeiro  ministro para o assunto. A Jamaica que reuniu todo sua equipe ministerial e  apontou como principal estratégia de crescimento da economia jamaicana as  indústrias criativas. Já a África firmou parcerias com o Programa das Nações  Unidas para o Desenvolvimento (UNCTAD/PNUD) para a organização de  uma conferência internacional sobre economia  criativa e desenvolvimento para preparar a atuação dos seus ministros. A China  também considera este setor como um dos pilares do seu desenvolvimento, atuando  com os ministérios do comércio, da cultura, da ciência e tecnologia, da  informação e da educação interligados afim de construírem a China do futuro  (DUISENBERG,2008).
Países  como Cingapura, Líbano e Colômbia também seguiram o modelo britânico no intuito  de promover o desenvolvimento endógeno e exógeno dos países embora possuíssem  um contexto diferente (REIS,2008). Em 2004 o Produto Interno Bruto(PIB)  das Industrias criativas de Cingapura  era 3% e o governo estabeleceu aumentar as  contribuições para alcançar 6% no ano de 2012 (KONG,2012). 
A  Holanda adota as indústrias criativas como campo central de sua economia e  possuem a ambição de transformar o país na economia mais criativa da Europa até  2020. Os Empreendedores criativos de Copenhague, Estocolmo, Helsinque e Oslo  também tem demostrado interesse no setor criativo a medida que tem se  especializando em competências criativas  (REIS,2015).
2.2 Economia Criativa: Realidade Brasileira 
O  debate sobre Economia Criativa no Brasil iniciou em 2004 a partir da XI  Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento - UNCTAD,  reunida em São Paulo, por meio de um painel dedicado exclusivamente a questão  das indústrias criativas na perspectiva de países em desenvolvimento.  Percebendo a importância desta indústria para o Brasil devido este possuir  riquezas naturais e culturais grandiosas, começou-se a pensar em ações para  disseminar essa economia no país (REIS, 2012).
Desta  forma, a presença do Estado é um elemento chave para o desenvolvimento criativo  do país como aponta Sousa (2012,p.12) “a economia criativa é uma economia e por  isso pressupõe a presença do Estado na formulação de políticas públicas capazes  de fomentar , regular e estruturar o campo criativo brasileiro.”.
No ano de 2011 as  políticas voltadas para a Economia Criativa se concretizaram a partir da  criação da Secretaria de Economia Criativa sob a responsabilidade do Ministério  da Cultura (MinC). No plano de trabalho da secretaria é enfatizado o desafio  de   “liderar a formulação, implementação  e monitoramento de políticas públicas para um novo desenvolvimento fundado na  inclusão social, na sustentabilidade, na inovação e, especialmente, na  diversidade cultural brasileira” (BRASIL,2011, p.5).
As políticas formuladas  para a implantação da economia criativa no Brasil contou com a participação  interministerial, estando presente neste dialogo o Ministério da Cultura  (MinC), Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior(MDIC),  Ministério do Turismo(MTur), Ministério da Educação(MEC), Ministério da  Ciência, Tecnologia e inovação(MCTI) e outros(SOUSA, 2012).   
  Para Barbosa e Santos (2015) a criação de uma  Secretaria de Economia Criativa, por meio do Ministério da Cultura está  associada com a construção de ações para o desenvolvimento local das diversas  regiões brasileiras, e atrelada aos argumentos defendidos pela UNESCO em defesa  da economia criativa como vetor de desenvolvimento. Podendos ser sintetizados  em quatro pontos:  o potencial para  erradicar a pobreza e minimizar as desigualdades sociais; promover ações  sustentáveis; inclusão social, em especial da juventude; acesso a novas  tecnologias de informação e midiáticas.
Os princípios  norteadores da SEC são inclusão social, inovação, diversidade cultural e  sustentabilidade, com a missão de “conduzir a formulação, a implementação e o  monitoramento de políticas públicas para o desenvolvimento local e regional,  priorizando o apoio e o fomento aos profissionais e aos micro e pequenos  empreendimentos criativos brasileiros”. E a visão de torna-se “a pasta  responsável pelo reposicioidnto do Ministério da Cultura no Governo Federal,  contribuindo de forma efetiva e eficaz para tornar a cultura um eixo  estratégico de desenvolvimento do Estado brasileiro.” (BRASIL, 2011, p.8) 
O ponto central na  proposta do MinC para a Economia Criativa e objeto fundamental dessa pesquisa é  o valor do ato criativo, gerador de valor simbólico, sendo esse o elemento  central da formação de preço, resultando na produção da riqueza cultural e  economia. (BRASIL, 2011).
Os  números que revelam o potencial da economia criativa no Brasil aumentam cada  vez mais. De acordo com os dados da Firjan a Industria Criativa gera 126 bilhões ao ano e avançou  69,8% na última década. Um dos fatores responsável por esse resultado  é a implantação de políticas públicas voltadas para fomentar a economia  criativa.
Diante  dos dados econômicos reveladores a respeito do setor criativo, estes conceitos  precisavam se estender para outas regiões do Brasil. Assim, a SEC propôs  criação de Observatórios para acompanhamento de indicadores e pesquisas do  setor de e Incubadoras para auxiliar no fortalecimento de empreendedores  criativos (Brasil,2011). 
Os estudos e debates acerca da economia criativa no Brasil  expandiram-se apresentando novos conceitos e ramificações. Diante disso é  necessário expor a   discussão em torno  das terminologias indústria culturais, economia criativa e economia da cultura.
Segundo a  UNESCO (2008) a economia da cultura envolve as indústrias culturais  possuidoras de valor econômico no mercado. Porém, a economia da cultura não se  restringe a este conceito, mas compreende atividades que não integram as  indústrias culturais, como artesanato, turismo cultural, festas e tradições,  patrimônio tangível, intangível e afins. Assim, a categoria economia da  cultura, ou criativa, fundamentam-se na produção de bens e serviços culturais  que agregam valor cultural e geram valor econômico. Portanto, esses não são  conceitos opostos, mas que podem complementar-se sem anular um ao outro. 
Reis (2012) também  expõe a diferença entre economia criativa e indústria criativa, onde está  última é a reunião de setores econômicos baseados na criatividade e  intangibilidade podendo fazer uso da propriedade intelectual e direitos  autorais. Já a economia criativa engloba, além das indústrias criativas, mas  também o impacto da distribuição de seus bens e serviço em outros processos da  economia e contextos sociais.
Para a Secretaria de Economia Criativa hoje denominada de  Economia da Cultura- SEC quando se trata desta temática tem dois setores:  criativo e cultural, onde o indicador utilizado para classificar as atividades  é o processo produtivo, pois o primeiro evidencia em seu processo a  criatividade, bem ou serviço, cuja dimensão simbólica é determinante do seu  valor, resultando em produção de riqueza cultural, econômica e social; e o  segundo expressa a cultura como forma de geração de riqueza (BRASIL,2011)
O  empreendedor criativo é aquele que em seu ramo de negócio produz bens ou  serviços voltados para a economia criativa, que abrange os seguimentos de  design, moda turismo, arquitetura, gastronomia, artesanato, e outros envolvendo  a propriedade intelectual, utilizando-se principalmente do uso de marcas e  direitos autorais. (REIS, 2008). Em outras palavras é o empreendedor que coloca  a criatividade como centro de seu negócio.
   Duisenberg  (2008) aponta a abordagem de Florida (2002)   a respeito dos profissionais criativos. A classe criativa é  interdisciplinar reunindo pessoas da ciência, engenharia, arquitetura, música,  design, direito, finanças e empresários que tem o intuito de gerar novas  ideias, novas tecnologias ou novo conteúdo criativo com um valor econômico ,  valorizando a individualidade.  
   Estes  atores (empreendedores criativos) são capazes de movimentar uma economia  dinâmica que gira em torno de valores como a intangibilidade, conhecimento,  originalidade e criatividade. Em constantes cenários de crises os setores  criativos se destacam e conseguem manter-se competitivos no mercado. Assim, os  negócios criativos são vistos como grande estratégia de desenvolvimento para o  século XXI. (DEHEINZELIN, 2006) 
   Oliveira  (2016) em pesquisas realizadas no setor criativo brasileiro traz dados da  Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (FIRJAN) indicando o desenvolvimento  do setor com o aumento das indústrias criativas ampliando a produção,  empregabilidade e afins.  
   Quanto  ao Produto Interno Bruto (PIB) Criativo, esse vem ganhando força com o passar  dos anos, em 2015, totalizou R$ 155,6 bilhões, com a atuação de 239 mil  estabelecimentos (FIRJAN, 2016). A participação dos setores criativos  ultrapassa as de alguns setores tradicionais como a “indústria extrativista (R$  78,77 bilhões) e a produção e distribuição de eletricidade, gás, água, esgoto e  limpeza urbana (R$ 103,24 bilhões) ”. (IDEM, 2016, p.115) 
   No que tange ao mercado  de trabalho da economia criativa, em 2013, o número de trabalhadores empregados  de maneira formal nos setores criativos era de 850,4 mil, em 2015, esse número  subiu para 851,2 mil. Uma análise inicial destes dados aponta um baixo  crescimento, tendo evoluído apenas 0,1%, correspondendo a mil postos de  trabalho, entretanto, o cenário econômico deste último ano era protagonizado  por uma grave recessão onde o nível de empregabilidade dos setores tradicionais  estava baixando cada vez mais, extinguindo cerca de 900 mil postos de trabalho  (FIRJAN, 2016).
   Levando em consideração  este contexto é notório o potencial das empresas criativas e sua contribuição  para o fluxo econômico brasileiro, vale ressaltar que estes dados não incluem o  setor informal da economia criativa que também contribui de forma significativa. 
   A respeito da remuneração dos trabalhadores a  economia criativa também supera os setores tradicionais, pois enquanto a média  salarial do trabalhador brasileiro é de R$ 2.451, a remuneração do setor  criativo R$ é de 6.270, ou seja, 60,92% a mais que o setor tradicional  (IDEM,2016).
   As  relações comerciais brasileiras do setor criativo com o exterior triplicaram  entre o ano de 2002 e 2008, passando de US$ 2,5 bilhões/ ano para US$ 7,5  bilhões/ano. Enquanto as importações aumentaram 326% passando de US$ 1,8  bilhões para US$ 5,8 bilhões no mesmo período. Apesar do crescimento das  importações, o Brasil ainda obteve o superávit de US$ 1,7 bilhões em 2008, favorecendo a sua balança comercial. As exportações  criativas demostram a diversificação do Brasil em relação aos produtos  exportados, pois deixou de ser um país exclusivamente exportador de produtos  agrícolas (OLIVEIRA, 2016). 
  2.3.1 Cadeia produtiva do artesanato 
   Desde  os tempos mais remotos o ser humano precisou contar com a habilidade manual  para sua sobrevivência, as primeiras histórias relatam a utilização das  técnicas manuais para desenvolver objetos facilitadores das atividades  cotidianas, a roda, os instrumentos de caça, a organização da agricultura foram  méritos inovadores naquele período. Com o passar dos anos os avanços foram  crescendo e aquele indivíduo com aptidões manuais foi chamado de artesão, esses  ainda foram reconhecidos como pioneiros no processo de produção (SILVA, 2006).
   No  Brasil o artesanato se faz presente em todas as regiões. Este é um setor que  reúne conhecimentos tradicionais, criatividade e inovação para propagar a  cultura de um povo por meio de produtos fabricados com matérias-primas naturais  originarias de determinada região. Segundo Mirshawka (2016, p.166) “o  artesanato é uma técnica manual utilizada para produzir objetos feitos a partir  de matéria- prima natural.” 
   O  Programa de Artesanato Brasileiro-reis (2010) explica que Artesanato é a  produção por meio da  utilização de  matérias-primas para confecção de produtos, de forma manual, por um indivíduo  que possua domínio integral de uma ou mais técnicas, combinando criatividade,  habilidade e valor cultural (detentor de valor simbólico e identidade cultural)  podendo na realização de sua atividade contar com o auxílio limitado de maquinas,  ferramentas e utensílios.
   No dia 22 de outubro de 2015 foi sancionada a  lei 13.180/2015 que regulamentou a profissão de artesão fazendo com que esta  seja alvo de políticas públicas em todas as esferas da União, pois este setor  vem contribuindo de forma significativa para a economia brasileira movimentando  cerca R$ 70 bilhões por ano (MIRSHAWKA, 2016).
   Mirshawka  (2016) destaca que artesão é o indivíduo que trabalha de forma manual  transformando a matéria prima bruta em bens de consumo. Esses produtos podem  ser classificados em cinco categorias: indígena, de reciclagem, tradicional, de  referência cultural, e contemporâneo – conceitual.
   Duisenberg  (2008) afirma que 60% das exportações criativas dos países em desenvolvimento  estão voltadas para o artesanato, demostrando a importância competitiva do  setor frente a economia internacional. Assim, é essencial o estudo detalhado da  cadeia produtiva deste setor. 
   A cadeia produtiva é constituída pela criação  do produto dando –se por meio da criatividade e capacidade intelectual dos  criadores, em seguida, a produção enlaça desde a identificação dos  fornecedores, matérias-primas, equipamentos, outros componentes e produtos  intermediários, dando sequência a comercialização podendo ser física ou  virtual, e pôr fim a distribuição do produto final junto ao consumidor.  (FRAGATA et al, 2016)
   O  Sistema Firjan (2016, p.8) no mapeamento das indústrias criativas apresenta a  cadeia produtiva da indústria criativa como aquela “composta pelos ciclos de  criação, produção e distribuição de bens e serviços que usam criatividade e  capital intelectual como insumos primários”. 
   A  produção de um objeto artesanal vai muito além do processamento de matérias  primas, ele é envolto em toda a sua cadeia produtiva por elemento culturais, onde  o artesão reproduz o cotidiano local, as belezas naturais e as singularidades,  diante disso, o ciclo consumidor do artesanato é diferenciado, formado pela  identificação dos valores intrínsecos do comprador com o objeto, ou seja, a  compra ocorre pelo que o produto representa e não pelo apenas pelo próprio fato  de consumir (TABOSA, 2014).  
   Santos et al (2010) destaca que o artesanato vem  sendo apontado como fator estratégico tanto pelo setor público como alvo de  políticas públicas especificas, como pelo setor privado através de  investimentos e parcerias. Isso ocorre, mediante a alta procura dos produtos  artesanais por serem diferenciados e reproduzirem a identidade regional sem  perder a qualidade e a inovação. Cabe ressaltar, ainda, os benefícios gerados  pela conexão do artesanato com o setor do turismo, dada a presença dos artesões  em pontos turísticos, festas culturais e demais eventos de promoção local, pois  esses dois setores apresentam comunhão em seus objetivos de expressar a  identidade e cultural regional.
  3 Metodologia 
   Para  alcançar os objetivos propostos é indispensável definir os processos  metodológicos utilizados pela pesquisadora. De acordo com Kauark; Manhães e  Medeiros (2010, p.53), a metodologia é “ a explicação minuciosa, detalhada,  rigorosa e exata de toda ação desenvolvida no método (caminho) do trabalho de  pesquisa. ” Ou seja, consiste em apresentar o procedimento utilizado para  obtenção dos resultados.
   De acordo  com a sua problemática norteadora, em que medida, a cadeia produtiva do artesanato  é fortalecida por meio de políticas públicas, na cidade de Parintins/Am?
   Esta  pesquisa teve uma abordagem qualitativa. Para Kauark; Manhães e Medeiros (2010)  a pesquisa qualitativa considera que há uma relação continua e inseparável  entre o mundo real e o sujeito, a interpretação dos fenômenos que surgem a  partir desta ligação não pode ser traduzida em números, mas possui significados  básicos e importantes. O ambiente natural é o local para coletar os dados e o  pesquisador é a peça fundamental para entender os dados. Este tende a fazer  suas análises individualmente.
   A abordagem  anteriormente mencionada facilitou na análise de questões relacionadas a  subjetividade e caracterização da cadeia produtiva nos empreendimentos  artesanais. 
   Tendo como  objetivo geral de pesquisa compreender como se dá a cadeia produtiva dos  empreendimentos criativos do segmento do artesanato em Parintins, bem como,  seus objetivos específicos conduzem a dados descritivos. 
   Para Gil (2009) as pesquisas descritivas  apresentam as características de determinada população ou fenômeno e  estabelecem relações gerias entre elas. São frequentemente usadas por empresas  comerciais, partidos políticos e instituições educacionais. Desta forma, este  estudo realizou a descrição das análises a respeito dos empreendimentos  criativos, como mencionado nos objetivos propostos.  
   A estratégia  de pesquisa utilizada de acordo com os procedimentos técnicos foi  o estudo de casos múltiplos proposto por Yin  (2005), o qual permite o estudo de fenômenos contemporâneos, com o objetivo de  estudar determinados grupos e suscitar novas descobertas que possam auxiliar na  experiência de outros grupos similares. 
   Roesch  (2009) também ressalta que o estudo de caso múltiplos permite estudar os  fenômenos de forma mais detalhada dentro do seu contexto, além de explora-los  em diversos ângulos. 
   A partir dos  conceitos apresentados por Yin (2005) e Roesch (2009) a respeito do estudo de  caso múltiplos, pode-se perceber que este permitiu obter um conhecimento  aprofundado a respeito dos objetos estudados, analisando o contexto o qual  estão inseridos, levando em consideração os aspectos empreenderes, políticos e  as formas de trabalho (produção).
  3.1 Local da Pesquisa
   A pesquisa  foi realizada no município de Parintins, AM, especificamente nos ambientes de  produção dos empreendedores criativos. Justifica-se a pesquisa “in loco” pois  facilitou a observação e compreensão do fenômeno estudado. Bem como, a obtenção  de informações mais robustas e concretas. 
  3.2 Participantes e amostra 
   Os  informantes dessa pesquisa são quatro empreendedores criativos, artesãos, que  atuam no ramo da venda de artesanatos no município de Parintins/AM e estão  envolvidos diretamente na confecção e comercialização dos produtos de forma  concomitante. Estes foram identificados, nesta pesquisa de maneira genérica, do  seguinte modo:  empreendimento criativo  1, empreendimento criativo 2, empreendimento criativo 3 e empreendimento  criativo 4.
  3.3 Critérios de  inclusão na amostra
   Para  especificar a amostra foram utilizados critérios de inclusão, traçados de  acordo com os objetivos da pesquisa. 
   a) Empreendedores  formalizados:  para realizar o estudo com  o indivíduo que estivesse presente em todo o processo produtivo, o artesão que  confecciona suas peças e realiza a gestão do seu empreendimento;   
   b) Estar  vinculado a Incubadora Amazonas Indígena Criativa-AmIC e receber sua assessoria  estratégica: Está é a única instituição que trabalha diretamente para o desenvolvimento  do empreendedor criativo, assim, mantém contato diretos com esses  empreendedores; 
   c) Artesão  que aceitem participar voluntariamente do estudo por meio da assinatura Termo  de Consentimento Livre Esclarecimento- TCLE: este termo é um instrumento para  legalizar a publicação das informações fornecidas a autora. 
  3.4 Técnicas e instrumentos de Pesquisa 
   Para coleta  de dados as técnicas utilizadas foram: (i) Entrevista semiestruturada contento  dezoito perguntas dividas em dois blocos: o primeiro sobre políticas públicas e  o segundo sobre cadeia produtiva; (ii) Observação direta nos ateliês dos  empreendedores pesquisados conhecendo o seu dia-a-dia, suas relações de  trabalho e a gestão empresarial; (iii) As imagens fotográficas foram a técnica  utilizada para registrar os produtos e o ambiente pesquisado; e (iv) análise  bibliográfica e documental, onde foi feito um levantamento sobre as políticas  públicas voltadas para a Economia Criativa no Brasil, e identificação daquelas  que são direcionadas para o município de Parintins/AM. 
  3.5 Procedimentos 
   Para  alcançar os objetivos propostos, os procedimentos de coleta  iniciaram-se com um levantamento  bibliográfico para conhecer a literatura a respeito das políticas públicas,  economia criativa, cadeia produtiva e artesanato. Em seguida, foi solicitada a  autorização da coordenadora da Incubadora Amazonas Indígena Criativa- AmIC para  realização da pesquisa junto aos empreenderes criativos assessorados pela  incubadora. O terceiro passo foi realizar o convite para os empreendedores  assessorados, após a resposta positiva dos artesãos para participarem da  pesquisa foi assinado o Termo Livre Esclarecimento- TCLE que respalda a  pesquisadora na coleta de informações. Assim, foi realizada as observações e  entrevistas conforme a disponibilidades dos empreendedores, o sexto passo foi o  tratamento e análises dos dados e informações coletadas no procedimento  anterior. 
  4. Resultados 
  4.1 Parintins: uma visão geral do cenário onde  as cadeias produtivas de artesanato analisadas estão inseridas
   Parintins é  uma cidade localizada no estado do Amazonas, há 369 km da capital Manaus e com  uma população segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística  (IBGE) 1 de  102.033 habitantes. A ilha tupinambarana como é conhecida produz um dos maiores  espetáculos folclóricos do Brasil, o Festival Folclórico de Parintins, onde  brincam Garantido e Caprichoso, apresentado as raízes e costumes da terra, as  lendas e a exaltação da cultura indígena, tudo isso é possível graças a criatividade  surpreendente dos artistas parintinenses sejam esses os dançarinos, músicos ou  os artistas que confeccionam os carros alegóricos. A habilidade desses últimos  é reconhecida e admirada, sendo os artistas convidados a compartilhar os seus  saberes e práticas na produção do Carnaval do Rio de Janeiro. 
   De fato, o  Festival é uma grande manifestação da cultura popular que ocorre sempre no  último final de semana de junho, há 52 anos. Existem ainda, outros eventos  sediados na cidade de grande notoriedade como a Festa de Nossa Senhora do Carmo  e o Carnailha atraindo um considerável número de visitantes e expressando a fé  e a criatividade dos parintinenses. É neste ambiente que estão inseridos os  empreendimentos criativos estudados. 
  4.1.1 Cadeia Produtiva dos empreendimentos  criativos pesquisados: Realidade individual 
  4.1.1.1 Empreendimento Criativos 
   O empreendimento criativo 1 foi constituído por um casal de artesãos que atuam há  vinte anos na profissão. Mesmo com a longa trajetória há apenas oito anos  legalizaram a empresa ao cadastrarem-se como Microempreendedor individual  (MEI). Seus principais produtos são biojóias, artigos decorativos, artes em  miniaturas produzidos a base de borra de café, além de chaveiros, imas,  canetas, dentre outros.  
   A empresa  adquire seus insumos primários como as cuias (Crescentia cujete) 2,  sementes açaí e penas de galinha da angola  3 em uma produção interna plantando as árvores que produzem as respectivas  sementes, além da criação de galinhas da angola para retirada de suas penas sem  precisar abate-lo armazenando apenas as penas que caem do corpo da ave. As  reutilizadas como a borra de café é originaria de doações, bem como, as  madeiras que são sobras vindas do polo moveleiro de Parintins.  Os materiais secundários são comprados em  armarinhos locais e as penas sintéticas tem como origem a cidade do Rio de  Janeiro.
   A produção acontece em um espaço na entrada da  residência dos artesãos, sob a guarda de um barracão médio com uma pequena  estrutura de prateleiras e mesas. Há também um outro barraco coberto por lonas  para utilização de maquinas que demandam mais espaço.
   Participam da produção o casal proprietário e  os filhos, sendo que a esposa trabalha na modelagem de miniaturas com a massa  da borra do café e lidera as meninas   na  tecelagem de colares, pulseira e na fabricação de tiaras; já o esposo trabalha  com pintura e pirográfo, além de coordenar os meninos no corte de madeira e  escultura dos artefatos. As máquinas utilizadas são: motor de suspensão,  furadeira de bancada, aerógrafo, serra elétrica, pirográfo, máquina para  fabricar acessório de cabelo, lixadeira, máquina de tornear, vale ressaltar que  as três últimas foram fabricadas a partir das sobras de outras maquinas  transformando-se em um novo maquinário pronta para atender as demandas.
A empresa  possui um ponto comercial no aeroporto Júlio Belém em Parintins, bem como na  própria residência, já no períodos do festival folclórico passam a estar  pressente na praça da prefeitura e no espaço denominado Kuat, espaço de lazer  no mesmo período além da Praça da Catedral no  tempo das festas religiosas da padroeira da cidade
   4.1.1.2 Empreendimento 2 
   O empreendimento 2 O empreendimento 2  é  originalmente indígena, fundado por um  integrante da tribo Sateré-Mawé. Em meio a sua riqueza cultural, o artesão  cresceu apreendendo com seus antepassados, especificamente seu avô, a maestria  das atividades de pintura e modelagem . Assim , no ano de 1993 embarcou na jornada  do empreendedorismo, colocando seu conhecimento em prática confeccionando  artesanatos que pudessem  gerar retorno  financeiro de forma sustentável. 
   Além de ser  artesão, ele é interprete do seu povo na cidade para que esses possam resolver  questões relacionadas aso direitos sociais, já que esses falam apenas a sua  língua nativa. A linha de produtos fabricadas pelo empreendimento são máscaras  decorativas que retratam a cultura Sateré Mawé e biojóias. 
   Seus insumos  primários são adquiridos na sua comunidade indígena Satere Mawé, oportunizando  a dinamização do ciclo econômico daquele lugar e incentivando a produção  sustentável, já os materiais secundários são comprados na própria cidade de  Parintins em armarinhos. 
   O processo  produtivo ocorre na casa de artesanato indígena, ao lado da casa de trânsito 4 pertencente a etnia Sateré Mawé e Hixkaryanas em Parintins. O ambiente é  composto por mesas de madeira e máquinas utilizadas na produção, mas este ainda  não encontra-se com um layout adequado que facilite a produção, embora já tenha  passado por uma primeira mudança há um ano, incentivada e auxiliada pela equipe  da Incubadora AmIC, onde foi possível fazer as instalações elétricas, pintura e  organização do layout, o qual encontrava-se totalmente desordenado.
   Na produção  trabalham o artesão proprietário na confecção de peças em madeira, e a esposa  atuando na tecelagem e montagem de colares, além de jovens da comunidade  indígena que são contratados em períodos sazonais. Os maquinários que dão  suportem a produção são pirográfo, lixadeira, faca comum e serra elétrica  portátil. 
O  empreendimento comercializa seus produtos na próprias casa de trânsito dos  indígenas, onde há um espaço montado especificamente para a comercialização dos  produtos, bem como, em feiras, exposições, eventos e por meio de mídias sócias. 
   4.1.1.3 Empreendimento 3 
   O empreendimento 3 foi idealizado por um  artesão com experiência há mais de vinte anos na profissão, este desde jovem  envolveu-se no aprendizado do artesanato, suas técnicas foram ensinadas por um  grande mestre da arte na cidade de Parintins o Irmão Miguel de Pascale. Anos  mais tarde aprofundou seus conhecimentos, aprendeu trabalhar com madeira e  marchetaria o que lhe deu conhecimento para produzir objetos decorativos,  utilitários, biojóias singulares e sofisticadas com técnicas em mosaico,  atraindo o mercado consumidor das mais variadas classes.
   Os insumos  utilizados na produção são adquiridos por meio de doações de madeiras, sementes  e caroços de tucumã 5,  além de outros elementos secundários comprados em lojas da cidade de Parintins.
   O artesão  utiliza o terraço da sua residência para produção. O referido espaço é composto  por uma estrutura de madeira improvisada, sujeita a interferências naturais,  como chuvas, animais e a interferência da luz solar nas peças  . As máquinas utilizadas são serra circular,  furadeira, serra tico-tico, lixadeira, lixa de disco. Geralmente, o  proprietário é o único responsável pela produção, com exceção dos períodos de  alta demanda, em períodos sazonais, o proprietário contrata, temporariamente,  mão de obra auxiliar. 
Os produtos  são comercializados na sua própria residência, em eventos regionais e  nacionais. 
   4.1.1.4 Empreendimento criativo 4 
   O  proprietário do empreendimento 4 tornou-se artesão ao ficar sem perspectivas de emprego na ilha Parintinense. A  necessidade despertou  o talento para a  arte este passou a desenvolver suas habilidades artísticas  e criatividade , assim, acerca de dez anos o  parintinense  trabalha na confecção de  artesanato, com uma linha de produtos especifica de biojóias e coleções únicas  (brinco, colar e pulseira) todos esses produtos confeccionados a partir da  união de materiais recicláveis e sofisticados sem perder a identidade parintinense.
   As matérias  primas são obtidas por meio de doações e compras realizadas na capital Manaus e  na Zona Rural, neste último caso principalmente no que se refere os insumos de  origem vegetal como as sementes.  Quanto  aos materiais secundários em geral, ouro e prata, são todos comprados em  empreendimentos locais. Já matérias recicláveis como latas, garrafas plásticas  e sobras de ossos bovinos são adquiridos por meio de doações realizadas pela  população.   
   O espaço  produtivo deste empreendimento é um local estruturado de madeira ao lado da  residência do artesão, possui um layout organizado com local de armazenagem e  espaço de produção, entretanto este espaço é insuficiente para suportar de  forma agradável mais de cinco pessoas. Assim durante o período de observação  realizada em campo, foi possível observar que o pequeno espaço torna-se um  entrave para acelerar a produção em períodos de alta demanda. A produção  acontece pelas mãos do artesão proprietário contando também com o auxílio do  seu filho e outros dois rapazes contratados. As máquinas auxiliares no processo  de criação são a furadeira e a serra tico-tico. O espaço de produção também é  utilizado para a comercialização dos produtos.
A pesquisa oportunizou a construção de uma cadeia produtiva genérica identificando os pontos em comum dos empreendimentos, embora cada empreendimento possua sua singularidade. Esses pontos podem ser analisados de forma conjunta para auxiliar no fortalecimento e fazer com que o setor ganhe competitividade . Está análise também proporcionou a identificação de pontos fortes e frágeis da cadeia produtiva do artesanato parintinense.
Etapa 1 da  Cadeia - Design do produto: 
  “O processo  de criação ou fase criativa representa o insumo essencial do processo
   ou cadeia de  valor, no qual o autor desenvolve e cria uma idéia com valor  Cultural”(FERIA,2008,p.148).
   A criação  dos produtos artesanais é fruto de um processo criativo nascido no imaginário  dos artesãos, seguido de alguns traçados e a criação de um protótipo inicial.  Esta metodologia é utilizada por todos os artesãos entrevistados como ressalta  o proprietário do empreendimento  criativo 4  “ eu uso primeiro a  imaginação, depois eu desenho e aí sim eu vou pra prática. ” Como fala também o  representante do empreendimento criativo  2 “ Os desenhos, os designs aparecem em sonho [...] e assim eu crio novos  trabalhos. ” A criação de novos produtos também pode surgir a partir da  fabricação de outros produtos “ Às vezes vou fazendo um produto e já vejo que  dá pra fazer outros, junto com a sobra de outros e já tem um produto novo”,  como relata 0 Representante do empreendimento  criativo 3. 
   Esta maneira  de criar os produtos vão ao encontro do exposto por Fragata et al (2016) onde  este autor afirma que o primeiro elemento da cadeia produtiva do artesanato é a  criatividade enaltecendo a  capacidade  desses atores de imaginarem novos produtos. 
   De acordo  com a fala dos artesãos pode-se entender que este processo agrega valores  intangíveis aos produtos por conter características intrínsecas de cada  artesão, além de reproduzirem nas peças a sua cultura local, o que atribui ao artesanato  a originalidade e singularidade. As inspirações principais podem diferenciar-se  de um artesão para o outro como pode ser confirmado na fala do representante do  empreendimento criativo 4“ eu me inspiro muito nos programas de moda, assisto  novelas e vejo as revistas”.
   As inspirações para produzir biojóias  com características e insumos regionais. As inspirações podem ser ainda a fauna  e na flora amazônica, figuras presentes no cotidiano dos parintinense como os  Búmbas Garantido e Caprichoso, a imagem da padroeira Nossa Senhora do Carmo, as  arquiteturas como o bumbodramo e Catedral, tudo isso sem deixar de lado os  traços indígenas herdados de diversas etnias moradoras da região, entre elas  destacando-se os Satere-Mawé. Tabosa (2014) confirma que a atividade do  artesanato é diferenciada devido o artesão introduzir elementos intangíveis  como a sua cultura na fabricação dos produtos tornando-os singulares. 
   Reis (2008)  também destaca que a maior singularidade de um povo é a sua cultura,  proporcionando-lhes vantagem competitiva inimitável, pois é impossível copiar  os traços culturais que envolvem determinados produtos. 
   Etapa 2 –  Fornecedores e 3 – Matéria Prima: Após a criação do design do produto os  empreendedores procuram os fornecedores para compra de matéria prima esses  podem ser empreendedores locais para aquisição de materiais secundários como  colas, engates, feixes, cantas, lápis e outros. Podem também ser fornecedores  da Zona Rural que cultivam sementes6 como Murumuru, Chumburana, açaí e etc. Esta fase da cadeia tem importância  econômica, uma vez que   contribui para o  desenvolvimento da economia, tanto em âmbito local como na zona rural. Feria  (2008) destaca esse ponto ao afirmar que a economia criativa possui efeitos  multiplicadores, ou seja, gerando benefícios para outros setores da economia  não se limitando apenas ao seu setor.  
   A própria  comunidade parintinense também pode ser considerada um fornecedor, uma vez que,  que faz doações de madeira, latas, garrafas, borra de café, sobras de ossos e  caroço de tucumã, que uma vez nas mãos dos artesãos, os transformam em matéria  prima, pois estes concedem um destino criativo a esses materiais que seriam  inutilizáveis, contribuindo para uma cidade mais sustentável. As  matérias-primas podem ainda ser fornecidas dentro da própria residência com o  cultivo doméstico de sementes.  
   Etapa 4 –  Transformação da Matéria-Prima: “Na fase da   produção, a idéia criativa precedente é executada ou  materializada”(FERIA,2008,p.148)O processo produtivo possui predominância manual  e com grande participação familiar, subdividindo as tarefas entre os  integrantes da família, à medida que repassam o conhecimento tradicional do  artesanato.
   Apesar do  artesão ser detentor de todo o processo produtivo, em alguns momentos este o  faz de forma seriada pela praticidade ao produzir e pela necessidade de  compensação financeira imediata, na produção fragmentada as tarefas são  divididas entre os membros da família ou outros contratados. (SILVA, 2006). 
   Etapa 5 –  Utilização de Máquinas: Contam também com a utilização de maquinas descritas na  figura 5 para aprimorar os detalhes dos produtos.PAB(2010) considera a  utilização de máquinas no auxílio da produção artesanal como forma de aprimorar  os produtos. 
   Etapa 6 –  Embalagem: No que se refere a embalagem dos produtos todos os artesãos utilizam  as embalagens de saco plástico, exceto o empreendimento Murumuru Biojóias  fabricando embalagem de madeira personalizada para transporte dos produtos. A  utilização de embalagens próprias por parte dos empreendimentos pode contribuir  para a construção da imagem da marca, e consequentemente, aumentar seu valor no  mercado, além de proporcionar uma proteção própria para a característica do  artesanato, facilitando no transporte e na armazenagem dos produtos. Neste  mesmo sentido, os entrevistados citaram a necessidade de um curso de fabricação  de embalagens confeccionada a partir de papel reciclado, deste modo, além de  atender as necessidades dos artesãos também contribuiriam mais para o meio  ambiente. 
   Etapa 7 –  Distribuição dos produtos : : A forma de distribuição dos produtos ocorre por  meio de lojas dos empreendedores, feiras, exposições, nas residências de cada  artesão ou lojas revendedoras destes produtos, sites e mídias sociais como  Facebook e Whatsapp. Em alguns casos na cadeia produtiva parintinense este  ponto da cadeia pode conter a presença de atravessadores que revendem as peças  a altos preços e compram –as às a custo muito baixo. Deste modo, alguns  artesãos não  preocupam-se em formar  empreendimentos confiando a comercialização aos atravessadores, os quais muitas  vezes desvalorizam o produto para obterem altas margens de lucro. Vale  ressaltar, que nenhum dos empreendimentos pesquisados comercializa com  atravessadores, entretanto, é uma realidade que pode existir na cidade de  Parintins , pois durante a pesquisa os artesãos ressaltaram que já receberam  propostas de atravessadores e no início da carreira como artesãos já negociaram  com esses atores, entretanto, hoje após as instruções que recebem nos cursos  não há mais este tipo de negociação. 
   Etapa 8 –  Consumidor Final: O público alvo dos empreendimentos criativos artesanais são  turistas nacionais e internacionais, pessoas físicas em geral e pessoas  jurídicas. Esse público tem apresentado uma grande demanda pelos produtos  artesanais amazônicos, principalmente aqueles que possuem indicadores de  sustentabilidade na cadeia produtiva.
   O ciclo  consumidor do artesanato é diferenciado, formado pela identificação dos valores  intrínsecos do comprador com o objeto, ou seja, a compra ocorre pelo que o  produto representa e não pelo apenas pelo próprio fato de consumir. (TABOSA, 2014)
   Fazendo uma  análise integral da cadeia produtiva pode-se citar como pontos fortes: (i)a  utilização de matérias-primas naturais regionais utilizadas sustentavelmente;  (ii) aquisição de insumos de baixo custo; (iii) a participação de fornecedores  da zona rural e indígena, que contribuem para geração de renda destes lugares;  (iv)a influência cultural presente nos produtos e sua singularidade; (v) o uso  da criatividade como centro do negócio; e (vi)   demanda de clientes   nacionais  e internacionais or  produtos criativos, especificamente, o artesanato.
   Como elos frágeis pode-se destacar: (i)a  precariedade das instalações do espaço destinado para a produção; (ii)pouca  gestão e controle quanto a quantidade de produção e insumos; (iii) pouco acesso  dos artesãos às linhas de credito; (iv)dificuldade na contratação de mão-de  obra especializada; (v)a participação de intermediários na comercialização dos  produtos e dificuldades de gestão. 
   Obstáculos  como a insuficiência de equipamentos de segurança e ferramentas de trabalho,  instalações precárias, falta de conhecimento acerca da gestão e ausência de  inspeções de qualidade, configuram uma produção frágil. (PERALTA, 2005) Deste  modo é necessário criar alternativas por meio das políticas públicas para  fortalecer este setor . 
A cidade de Parintins possui um grande potencial criativo devido a sua cultura, tradição e criatividade. Nessa terra nascem inúmeros artistas que modelam objetos representativos da região da amazônica, com o intuito de demostrar a beleza de sua cidade. Este trabalho tem destaque para o artesão, grandes artistas que representam a cultura parintinense em seus artefatos, divulgando- as cada vez mais através dos seus clientes. , entretanto, para o desenvolvimento destes empreendedores artesãos é essencial a participação do setor público por meio das suas políticas públicas, deste modo, ao fazer uma pesquisa bibliográfica e documental foi possível identificar que as três esferas federal, estadual e municipal direcionam políticas públicas voltadas para o setor do artesanato em Parintins/AM, conforme demostrado no quadro 1:
As políticas  públicas de esfera federal identificadas são o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas  (SEBRAE) e a Secretaria de Economia Criativa – SEC. 
   O SEBRAE tem  a missão de promover a competitividade e o desenvolvimento sustentável das  Micro e Pequenas Empresas, para isso conta com plataforma digitais, cursos e  palestras nas instituições presentes em cada cidade. Promove ainda rodadas de  negócios e encontros estratégicos com os empreendedores de forma que estes  consigam ter o suporte necessário para fortalecer seus negócios. O SEBARE ainda  atua no incentivo e fortalecimento de micro empreendimento (COSTA,2003).
   A Secretaria  de Economia Criativa – SEC é a responsável pela elaboração do plano de nacional  de implantação da economia.(BRASIL,2011)
   Para  difundir a Economia Criativa nos estados e conhecer o comportamento do setor  nas diferentes realidades brasileiras o Ministério da Cultura em 2011 institui  um Observatório Brasileiro de Economia  Criativa (OBEC) que se ramifica em seis observatórios estaduais Amazonas  (UFAM), Bahia (UFBA), Brasília (UnB), Goiás (UFGO), Rio de Janeiro (UFF) e Rio  Grande do Sul (UFRGS) que possuem parcerias com as respectivas universidades  federais de cada estado (MADEIRA,2014).
   As  incubadoras são ambientes planejados e propícios ao crescimento de micro e  pequenas empresas, principalmente nos seus primeiros anos de atuação,  oferecendo um ambiente flexível e encorajador, auxiliando no fortalecimento da  economia regional. (LASMAR ET AL, 2014).
   O Ministério  da Cultura elaborou um programa denominado Rede Brasil Criativo englobando  quatorze incubadoras na federação sendo Acre, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás,  Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande  do Norte e Rio Grande do Sul e o Distrito federal.
   Pode-se  entender o desenvolvimento da política proposta no plano da secretaria de  economia criativa com a explicação de Secchi (2012, p. 6) onde ele ressalta que  a “política pública pode ser composta por mais políticas que a  operacionalizem.”  O autor ainda  apresenta uma analogia onde a macro política pode ser representada por um cabo  de aço e este formado por pequenos fios que são as politicas operacionalizadoras.
   Desenvolvendo  a analogia apresentada por Secchi (2012) onde a política pública nacional é um  cabo de aço, e por consequência este é formado por diversos fios conectados,  pode –se explicar que a política nacional ou o cabo de aço é a criação da  Secretaria de Economia Criativa/ Cultural buscando a propagação deste conceito  na federação como um todo. No tocante as políticas essas são os fios em que  tornaram possíveis as decisões estratégicas por meio da criação de  observatórios e incubadoras que irão operacionalizar o processo.  
   O Programa  de Artesanato Brasileiro (PAB), de esfera nacional, possui o objetivo de  coordenar e ampliar ações que visam valorizar o artesão brasileiro, elevando o  seu nível cultural, profissional, social e econômico, bem como, desenvolver e  promover o artesanato e a empresa artesanal, no entendimento de que artesanato  é empreendedorismo.(PAB,2010) 
   As políticas  públicas de esfera estadual identificadas  são Agência de Fomento do Estado do Amazonas S/A (AFEAM), Secretaria de  Trabalho do Amazonas (Setrab), observatório de Economia Criativa Amazonas e  Projeto Brasil Original –Amazonas. 
   A AFEAM  proporciona o apoio financeiro, creditício e técnico a empreendimentos  pertences aos setores produtivos da economia amazonense como forma de estimulo  para o crescimento do setor, pois entende que desta forma será possível gerar  emprego e renda, colaborando na melhoria da qualidade de vida da população e assim  criando as condições necessárias para o desenvolvimento social. Sua missão é  “concorrer para o desenvolvimento sustentável do Estado do Amazonas, através de  apoio creditício e de participações em ações técnicas público-privadas que  propiciem a geração de trabalho e renda, e contribuam para a melhoria da  qualidade de vida do povo amazonense.”7 
   A Secretaria  de Trabalho do Amazonas – (SETRAB) facilita as relações entre o trabalhador e o  mercado de trabalho, apresentando oportunidades de emprego e renda, bem como  valorizando os aspectos intangíveis na geração de renda, ou seja, os  conhecimentos tradicionais e populares fortalecendo uma cultura empreendedora.  Sua missão é “promover, acompanhar e avaliar as políticas públicas de emprego e  renda contribuindo na garantia de acesso aos direitos constitucionais  assegurados a todos os cidadãos e cidadãs. ”8 
   Um de seus  programas é o artesanato amazonense que busca colaborar no fortalecimento do  artesanato amazonense por meio de cadastramento, recadastramento de artesão,  promoção de feiras e eventos. Esta também é a responsável por executar o PAB no  Amazonas, que de forma estadual denomina-se Programa de artesanato no Amazonas  – PAM. 
   O  Observatório tem o objetivo primordial de reunir indicadores para servir de  base para formulação de novas políticas públicas de Economia Criativa, reunir  pesquisas, instigar debates com as Universidades, entre outros. Neste ambiente  encontram-se acadêmicos, profissionais do setor cultural, agentes  goveridntais e professores afim de formarem uma rede para troca de saberes  sobre o setor (MADEIRA,2014).
   O Projeto  Brasil Original do Sebrae no Amazonas possui o objetivo de fortalecer o  artesanato com raiz indígena. (SEBRAE,2015) 
   Na esfera municipal tem-se as ações da Secretaria  de Cultura, Turismo e Meio Ambiente (SECTUR) e da Incubadora Amazonas Indígena  Criativa (AmIC), representa da Rede Brasil Criativo em Parintins, que vem  atuando de forma eficiente no estimulo aos empreendimentos artesanais  parintinenses. 
Para uma análise completa da cadeia produtiva é indispensável após a identificação das políticas fazer o direcioidnto destas dentro da cadeia produtiva. A imagem a seguir aborda as políticas públicas que influenciam diretamente no processo produtivo, ou seja, são ações para fortalecer as pontos específicos da cadeia produtiva do artesanato como a captação de fornecedores, maquinas, distribuição e outros. como na imagem a seguir.
As ações da  Afeam são direcionadas para o financiamento de máquinas, equipamentos, capital  de giro e insumos para a produção ou seja, esta política influência diretamente  na sustentabilidade financeira da empresa e na fase  de confecção dos produtos , pois auxilia no  fortalecimento do capital e giro da empresa, a ser utilizado na compra de  equipamentos e insumos para confecção de quantidades maiores de produtos.  Todavia, dos entrevistados, apenas um utilizou deste recurso para aplicar em  seu empreendimento como capital de giro, no valor de hum mil e quinhentos  reais. Quanto aos demais artesãos, foi possível perceber que eles conhecem os  valores e linhas financiamento oferecidos, mas nunca se sentiram atraídos em  obter o financiamento, principalmente por considerarem que estas linhas de  credito possuem valores baixos.
   Nesta  perspectiva, faz-se necessário repensar os valores ofertados, pois como bem  ressalta Reis (2008) para criação de empreendimentos criativos sustentáveis é  indispensável a disponibilidade de financiamento público. A mesma autora ainda  elege a intangibilidade dos produtos como o principal fator de acesso a linhas  de credito, pois, geralmente o investidor tem certa dificuldade em perceber  valor econômico, em produtos com características intangíveis.   
   As ações da  Incubadora AmIC são para fortalecimento indireto como será descrito no decorrer  do trabalho, entretanto foi possível observar a existência de algumas  atividades de apoio direto, as quais, duas podem ser destacadas. A primeira se  trata da criação de um site, para cada empreendimento assessorado no sentido de  facilitar a distribuição e comercialização dos produtos em território nacional.  A segunda ação diz respeito a oferta de cursos sobre design e qualidade dos  produtos, que influenciam diretamente na criação e distribuição dos produtos. 
   As ações  diretas da SECTUR ocorrem para facilitar a distribuição do artesanato por meio  de feiras realizadas para recepção dos navios turístico e a organização de  espaços para tendas em pontos centrais da cidade como praça digital, praça da  prefeitura e praça da catedral, para exposição do artesanato período do  Festival Folclórico, influenciando diretamente na distribuição dos produtos  aproximando os consumidores do empreendedor. 
   O Setrab  também atua com ações no auxílio a distribuição do artesanato, organizando  feiras e exposições no período do Festival Folclórico, assim como na emissão da  carteira de artesão. Com a carteira do artesão o empreendedor criativo, do ramo  do artesanato passa a ser legalizado como artesão, e receba os benéficos da  secretaria.   
   No período  do Festival Folclórico há uma intensa organização e coordenação por parte da  Secretaria de Cultura, juntamente com o Setrab na organização de espaços para  venda de artesanatos, entretanto, os artesãos relataram que após esse período  não há mais nenhuma ação desse tipo para incentivar a venda de produtos  artesanais. O artesão representante do empreendimento 4   destaca ainda que há apenas uma articulação  entre a Secretaria de Cultura e os artesãos na temporada de navios turístico,  onde passam pela cidade inúmeros visitantes internacionais, bem como a  utilização dos espaços das associações folclóricas Garantido e Caprichoso, para  a venda de produtos nos shows apresentados, por estes bois, aos visitantes.
   É essencial  saber que as instituições executoras das políticas públicas também atuam no  fortalecimento de empreendimentos de forma indireta, ou seja, trabalhando a  gestão e a capacitação do artesão para que este possa se desenvolver como  empreendedor sendo capaz de gerenciar seus negócios de forma eficaz. 
O  Observatório de Economia Criativa do Amazonas lançado em 01/11/2013 tem  contribuindo para o Estado à medida que apresenta pesquisas, palestras e  indicadores a respeito da Economia Criativa no Estado. Esse material serve de  apoio para diagnosticar o comportamento do setor e conhecer onde atuar, os  pontos de gargalo e entraves na cadeia produtiva, além de servirem como  respaldo para encorajar novos empreendedores.
   Em sintonia  com o Observatório está a Incubadora Amazonas Indígena Criativa, pois unem  esforços para atender as demandas dos atores criativos no Baixo Amazonas. A  Incubadora AmIC tem a missão de “fortalecer e valorizar o empreendedorismo  criativo, cultural e sustentável na região do Baixo Amazonas”. Trabalha para  disseminar o conceito de economia criativa no Baixo Amazonas, a qual possui uma  raiz cultural forte e mundialmente conhecida, além de ofertar cursos, palestras  e eventos com objetivo de sanar as dúvidas dos empreendedores criativos.
   A Incubadora  AmIC tem realizado ações como o lançamento de editais para incubação de  empreendimentos criativos, o qual selecionou quatro empreendimentos do ramo do  artesanato, sendo um indígena. Para a assessoria destes ela dispõem de uma  equipe de alunos de administração 9,  serviço social e artes visuais, bem como, três técnicos que, acompanham  periodicamente o desempenho e auxiliam nas dificuldades dos empreendedores. A  incubadora também já ofertou cursos como Organização Logística, Economia  Criativa, Formalização do Microempreendedor Individual (MEI), Técnicas de  Vendas e Introdução ao Inglês, os benefícios Previdenciários e Elaboração de  Planos de Negócios. Participaram destas oficinas tanto os empreendimentos  incubados quanto outros empreendedores do setor criativo, além das Feiras e  Eventos as quais a Incubadora proporciona a participação dos empreendimentos  incubados. 
   Deheinzelin  (2006) ressalta a essencialidade de inovar no setor criativo criando  incubadoras criativas para o fomento de novas ideias e modelos de negócios,  capacitação para projetos e planos de negócios criativos, para fortalecer o  setor criativo brasileiro a partir do desenvolvimento endógeno regional, esta  solução apresentada pela autora vai ao encontro das ações realizadas pela  Incubadora AmIC. 
   Como os  participantes desta pesquisa são empreendedores apoiados pela incubadora, todos  os artesãos entrevistados já utilizaram os serviços prestados pela incubadora  AmIC, e demostram-se satisfeitos com o trabalho realizado por esta, visto que  ela é de extrema importância para os empreendimentos criativos locais, pois ao  prestar consultoria em pontos chaves, e ao orientar assuntos relacionados à  gestão e a fatores sociais, ela contribui para o fortalecimento destes  empreendimentos. Como dentre os empreendedores há um artesão que é indígena, é  válido ressaltar sua fala quando diz: “Eu sou muito grato a AmIC ela é muito  importante, é a única instituição presente para incentivar a nossa cultura  indígena”(Representante do empreendimento,2018) 
   O Sebrae  trabalha com a oferta de oficinas e palestras, dentre elas é possível destacar  a “SEI Planejar” e a “Formalize-se”.   Essas contam com um material de apoio didático e com linguagens  acessíveis prontos para serem usados na gestão empresarial, destaca-se ainda, a  realização de eventos oportunos à exposição de produtos e rodadas de negócios,  como “O Festival de Negócios” que oportunizam a visibilidade dos produtos,  ampliação de mercados e formação de networking. 
   A Incubadora  AmIC  em ações conjuntas com o  Sebrae vem atuando nas dificuldades de gestão  apresentadas com o intuito de fortalecer os empreendimentos por meio da  transferência de conhecimento acerca da gestão empresarial, sendo de grande  valia para a sustentabilidade destes empreendimentos, pois como ressalta Reis  (2008) a sustentabilidade da economia criativa depende da capacitação do  empreendedor criativo. 
   Apesar  destes investimentos, por parte do SEBRAE na cidade de Parintins, foi possível  perceber ainda, que não são ofertados cursos e palestras voltadas  especificamente para empreendedores indígenas. E frente a esta realidade,  faz-se necessário destacar que é essencial estender para a cidade de Parintins  as ações do Projeto Brasil Original, que possui o objetivo de fortalecer o  artesanato com raiz indígena, entretanto está presente apenas na região de São  Gabriel da Cachoeira e Barcelos, deve-se ainda fazer a distribuição para o  público indígena da cidade de Parintins   de cartilhas como a UPURAKIWA IPESSUA (empreendedor individual)  desenvolvida especificamente para o empreendedor indígena. 
   No que diz  respeito as ações da SECTUR de forma indireta, esta atua primeiramente na formação do artesão, por meio do  fortalecimento do conhecimento dos empreendedores a respeito das técnicas,  manuseio da matéria-prima, instrumentos e gestão. Isso acontece por meio da  pareceria com o Sebrae e Pronatec, o primeiro em cursos relacionado ao  empreendedorismo e o segundo com cursos mais práticos, como o curso de  capacitação em novos equipamentos e linguagens voltados para o artesanato. No  segundo ponto incentiva a produção  sustentável, viabilizando a participação dos artesãos em processos  formativos a respeito de técnicas sustentáveis de produção. 
Este estudou  em que medida, a cadeia produtiva do  artesanato é fortalecida por meio de políticas públicas, na cidade de  Parintins/AM, na tentativa de responder a esta reflexão, buscou-se, em linhas  gerais compreender em que medida, a cadeia produtiva do artesanato é  fortalecida, na cidade de Parintins, por meio das políticas públicas  existentes. Ao final desta pesquisa, este propósito principal pode ser  alcançado, por meio do estudo minucioso dos objetos estudados, da realidade  setor, bem como, no alcance aos objetivos específicos.
   Os achados  desta pesquisa identificaram. No tocante ao primeiro objetivo especifico que é  averiguar como acontece a cadeia produtiva de empreendimentos criativos foi  possível identificar uma produção manual, ambientalmente sustentável por contar  com as doações recebidas da comunidade como borra de café, madeiras, latinhas,  ossos bovinos, caroços e sementes, além de possuir intensa participação  familiar. O artesanato é um produto capaz de proporcionar o desenvolvimento  endógeno tanto no munícipio como nas comunidades rurais e indígenas. Os  produtos possuem alta demanda nacional e internacional devido a criatividade e  valores intangíveis embutidos nestes.
   As  organizações artesanais estão ligadas aos modelos de desenvolvimento local,  pois o empreendedor do artesanato deve atuar como agente de mudança na  sociedade mobilizando redes sociais produtivas, interligadas por conexão entre  cooperação e produção, além de trabalhar diretamente com insumos naturais,  resíduos sólidos e materiais descartados procurando evitar as externalidades  negativas e contribuir para o desenvolvimento sustentável. (SILVA, 2006).
   No tocante aos estudos específicos acerca do  segundo objetivo especifico de investigar as políticas públicas, em níveis  federal, estadual e municipal foi possível identificar que as políticas  públicas vigentes em Parintins são voltadas para o fortalecimento de  empreendimentos criativos, do segmento artesanato, na cidade. Foi possível  identificar ainda, a existência de ações nas três esferas goveridntais (federal,  estadual e municipal), embora nesta última seja necessário intensificar as  ações no sentido de estender as atividades e recursos disponíveis nas outras  esferas do poder para o âmbito local como o Brasil –Original do SEBRAE. 
   É essencial visibilizar ainda, todos esses  incentivos por meio de uma comunicação mais efetiva, para que os artesãos  possam fazer uso destes e tornar mais forte o seu processo produtivo, pois todo  o trabalho desenvolvido pelas referidas entidades Sebrae, Secretaria de  Cultura, AmIC, Afeam e Setrab possuem o objetivo de alavancar os  empreendimentos, e em especial do artesanato.
   Foi identificado ainda que as política do  Setrab   e as específicas de distribuição da SECTUR são sazonais, precisando  estender-se para além do Festival Folclórico de modo que esse setor possa ser  fortalecido durante o ano inteiro, pois o empenho na realização dos eventos  elaborados pelos referidos entes executores de políticas públicas são  fundamentais para existência e desenvolvimento de empreendimentos criativos  artesanais podendo-se citar fatores como rede de contatos, venda da produção  realizada, alcance de novo clientes e parceiros que são alcançados nesses  eventos. Desta forma, ainda as políticas desenvolvidas ainda estão aquém  daquelas adotadas pelos demais países no sentido de potencializar a economia  criativa, pois a política internacional de economia criativa apresenta um  conjunto de ações constantes. 
   Em relação ao terceiro objetivo de relacionar  as políticas públicas identificadas que influenciam direta e indiretamente no  fortalecimento das cadeias produtivas dos empreendimentos investigados. Os  resultados indicam é que é necessário expandir e fortalecer as políticas que  influenciam diretamente na cadeia produtiva, quanto as políticas que  influenciam de forma indireta encontram bem desenvolvidas no setor do  artesanato parintinense. 
   De acordo com  os estudos desenvolvidos é possível recomendar novas pesquisas quanto ao setor  do artesanato em Parintins como arranjo produtivo local, o repasse do  conhecimento tradicional do artesanato e o processo de comercialização de  modelo e-commerce do artesanato. 
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