Claudia Patrícia Stefanes*
Leonardo Betemps Kontz**
UFPel, Brasil
pathy_stefanes@yahoo.com.br
Resumo
Para atender novas demandas  faz-se necessário o conhecimento na área de gestão de projetos. Atualmente  existe uma baixa taxa de assertividade no que se refere à desenvolvimento de  projetos. O presente trabalho tem o objetivo de apresentar o conceito de Gestão  de Projetos, por meio de uma pesquisa bibliográfica, apresentando as bases para  sua aplicabilidade, quais são as metodologias existentes e mais usuais pelas  empresas. Dessa forma, entendendo como funciona a Gestão de Projetos, quais  referencias metodológicas podem ser utilizadas para sua implementação, esse  trabalho passa para um segundo foco, onde são apresentadas situações de  empresas com Gestão de Projetos implementados, estruturado e processos bem  delineados em suas organizações e em contrapartida, a apresentação de empresas,  que conhecem o conceito de Gestão de Projetos, ou se têm uma noção do que é  Gestão de Projetos, decidiram pela implementação deste em suas organizações,  mas sofrem com percalços na implantação do mesmo. Diversos fatores atrapalham a  implementação de Gestão de Projetos, e o tornam ineficiente. Nesse trabalho,  são apresentados através de pesquisa bibliográfica, estudos de casos já  desenvolvidos, onde se pode com maior clareza, entender esse processo
Palavras-chave:  gestão, planejamento, eficiência, metodologia, projeto
Abstract                                                                                                                                           
  In order to meet new demands,  it is necessary to have knowledge in the area of project management. There is  currently a low rate of assertiveness in project development. The present work  has the objective to present the concept of Project Management, through a  bibliographical research, presenting the bases for its applicability, which are  the existing and most usual methodologies by the companies. In this way,  understanding how Project Management works, which methodological references can  be used for its implementation, this work moves to a second focus, which  presents situations of companies with Project Management implemented,  structured and well delineated processes in their organizations and On the  other hand, the presentation of companies that know the concept of Project  Management, or if they have a notion of Project Management, have decided to  implement this in their organizations, but suffer with difficulties in  implementing it. Several factors hamper the implementation of Project  Management, and make it inefficient. In this work, we present, through  bibliographic research, case studies already developed, where one can more  clearly understand this process
  Key  words: management, planning, efficiency, methodology, project
Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato: 
Claudia Patrícia Stefanes y Leonardo Betemps Kontz (2018): “Gestão de projetos: entendendo seu conceito, benefícios da sua implementação e dificuldades que podem ser encontradas”, Revista Caribeña de Ciencias Sociales (noviembre 2018). En línea:
 https://www.eumed.net/rev/caribe/2018/11/gestao-projetos.html
//hdl.handle.net/20.500.11763/caribe1811gestao-projetos
Em um universo cada vez mais competitivo,  para se manter no mercado, é exigido cada vez mais das empresas, agilidade e  qualidade em seus produtos e serviços. A gestão de projetos vem auxiliar de  forma eficiente o planejamento e execução de projetos. As organizações,  atualmente conseguiram compreender que cada projeto possui suas características  próprias, suas peculiaridades e por consequência, suas demandas particulares de  produção. Entendendo essa nova dinâmica, lançaram mão de metodologias que  viessem a auxilia-los nesse processo, como o Guia PMBOK.
   Organizações que ainda não se atentaram a  esse novo quadro e a necessidade de se ajustarem, sofrem com as pressões do  mercado, com exigências cada vez maiores em relação a qualidade e eficiência de  produtos e serviços. Com prazos cada vez mais curtos e demandas cada vez  maiores, empresas que não se adequam, acabam sendo ultrapassadas por outras que  já entenderam as novas exigências do cenário atual.
   O objetivo desse trabalho é apresentar as  diferenças entre empresas que buscam utilizar a gestão de projetos, em como  isso impacta na execução do projeto e organizações que ainda não se atentaram  de forma plena para essa necessidade.
   Para isso, se realizou uma pesquisa  bibliográfica, onde se analisou os resultados encontrados, para se ter um  parâmetro do impacto que a gestão de projetos, no planejamento e  desenvolvimento de um projeto.
   A estruturação do  trabalho ficou dividida em introdução, referencial teórico, metodologia,  resultados, discussões e conclusões. No referencial teórico deste trabalho foi abordado  a função da gestão de projeto. Na metodologia, baseada em pesquisa  bibliográfica, é apresentado como foi desenvolvida essa pesquisa.
   Nos resultados, é  apresentado através de pesquisa bibliográfica, dados de aplicação da gestão de  projetos em empresas e dados sobre a não aplicação de gestão de projetos em  determinados projetos por algumas empresas. Em discussões, é discorrido sobre  as situações apresentadas nos resultados. Por fim, são apresentadas as  conclusões finais.
De acordo com Alencar, Almeida e Mota (2007), “a gestão de  projetos vem sendo alvo de inúmeros estudos nos últimos anos, uma vez que os  projetos estão se tornando cada vez mais complexos”. Projetos estão inseridos  em todos os tipos de organizações, fazem parte do seu dia-a-dia. Podem envolver  uma ou várias pessoas em seu processo, desde a criação até a finalização da  execução. (DINSMORE et al., 2013).
   Gerenciamento de projetos é tema constante nas empresas e  profissionais da área. A demanda é crescente por profissionais que entendam e  tenha domínio sobre esse conhecimento, pois a demanda existente é grande. Cada  projeto possui suas particularidades para se gerenciar, cada um exigindo um  determinado tipo de planejamento, execução, controles e melhorias. (SANTOS et  al., 2014).
   De acordo com Bouer e Carvalho (2005), existem no cenário  atual uma grande evolução tecnológica e econômica, onde as empresas que desejam  prosperar de forma sustentável, precisam encontrar mecanismos para se adequar a  esse quadro, buscando conhecimento em gerenciamento de projeto. Isso, segundo  os referidos autores, demonstra maturidade da organização. 
   Essa necessidade de amadurecer e buscar melhoria dentro das  organizações, procurando atender essa velocidade de mudança, que segundo Rocha Neto, Jamil e Vasconcelos  (2009), metodologias de gerenciamento de  projeto, tem se tornado tão indispensáveis e vêm ganhando cada vez mais espaço,  de forma acelerada, mundialmente.
   Albertin e Amaral (2010), mencionam que organizações,  visando diminuição de custo, melhoria da qualidade de seus produtos e agilidade  no processo, procuram estabelecer parcerias. Nesse contexto, o gerenciamento de  projeto, é uma excelente ferramenta, que viabiliza, com maior eficiência, essas  parcerias.
   Conforme Santos et al. (2014), projetos são diferentes de  micros e macros processos de uma empresa, ele possuem o “objetivo de criar algo  único, em um prazo de tempo bem definido no que se refere ao seu início e fim  e, também por seguir um plano.” No final, pode-se fazer um comparativo com o  que foi executado e o que foi planejado.
   Projetos e processos são completamente diferentes. Enquanto  projeto possui início e fim bem definidos, processos são atividades rotineiras  que acompanham a empresa. Projeto de um carro tem início e fim determinados, já  o processo de compras de matéria-prima, é algo rotineiro da empresa. (JUGEND et  al., 2014).
   Assim com Santos et al. (2014), Dinsmore et al. (2013),  também entendem projeto como tendo início e fim bem definidos, assim como um  empreendimento. Este pode ser caracterizado por ser: temporário, quando o  projeto atinge os objetivos para o qual foi elaborado; exclusivo, quando o  processo para desenvolvimento do projeto não segue o processo padrão existente  e; progressivo, conforme o nível de entendimento aumenta, este se torna mais  detalhado. (DINSMORE et al., 2013).
   Essa é a razão que os projetos exigem uma gestão peculiar,  onde melhoria de alguns aspectos são necessários como: estrutura organizacional  que favoreça bom planejamento e execução de projetos, aplicação de sistema de  informação para gestão, garantia de agilidade no processo, a prática do  conhecimento em gestão, análise de portfólio e restrições, entre outras, além  de área do conhecimento, como utilização do Guia PMBOK. (SANTOS et al., 2014).
   Para uma boa gestão de projetos, conforme Dinsmore et al.  (2013), é necessário entender o ciclo de vida do projeto, o ciclo de vida do  gerenciamento do projeto e as áreas do conhecimento em gerenciamento de  projeto, bem como elas se relacionam. 
   De acordo com Ferreira e Kontz (2017), as fases do  projeto devem estar alinhadas com as necessidades da organização e adequados ao  seu fluxograma funcional. Da mesma maneira, todos os ciclos devem estar  previamente desenhados, estabelecendo os seus objetivos, metas, resultados  esperados e responsável por cada uma das etapas.
Já as áreas que compõe o conhecimento em gerenciamento de projeto, de acordo com Dinsmore et al. (2013).
            Dinsmore et al. (2013), menciona que  o gerenciamento de projeto, também possui um ciclo de vida, que segue a  seguinte ordem. 
   Uma vez compreendido as etapas e  ordens do ciclo de vida do projeto, das áreas do conhecimento em gerenciamento  de projeto e do ciclo de vida do gerenciamento do projeto, se faz necessário  entender, que existe uma relação entre esses, como se pode ver no gráfico  abaixo. 
Devido à necessidade de boas práticas e utilização de bons  métodos, o Guia PMBOK, é uma excelente ferramenta para gerenciamento de  projetos. Este, “especifica os processos, as habilidades, as ferramentas e as  técnicas que representam as melhores práticas mundiais em gestão de projetos.” (Santos  et al., 2014).
   Conforme Disnmore et al., (2013), o Guia PMBOK é  “amplamente reconhecido como uma boa prática na maioria dos projetos a maior  parte do tempo.” Através do Guia PMBOK, se tem dimensão da importância da EAP –  Estrutura Analítica do Projeto.
   O Guia PMBOK, “serve tanto para as pessoas que querem  aprofundar seus conhecimentos sobre o assunto, quanto para aquelas que  vislumbram obter sua certificação PMP.” (DINSMORE et al., 2013).
   De acordo com Santos et al. (2014), o ciclo de vida  conforme Guia PMBOK, abrange:
   1º - início do projeto;
   2º - organização e preparação;
   3º - execução do trabalho do trabalho previsto e,
   4º - finalização do projeto.
   Santos et al. (2014), comenta que para gerenciar um projeto  de forma lógica e mais coerente, o Guia PMBOK, traz os conceitos agrupados por  processos, assim facilitando a aplicação das melhores práticas. Dessa forma,  então, os processos contidos no Guia PMBOK são:
   1º - processos de iniciação;
   2º - processos de planejamento;
   3º - processos de execução;
   4º - processos de monitoramento e controle e,
   5º - processos de encerramento.
   O Guia PMBOK, conforme Santos et al. (2014), tem como  base/origem, de melhorias de processo, um dos modelos mais conhecidos, que é o  CMMI (Capability Maturuty Integration). Esse modelo as denomina áreas de  processo, que no Guia PMBOK, são apresentadas em área dez áreas do  conhecimento:
   1º - Gestão de integração;
   2º - Gestão de escopo;
   3º - Gestão de tempo;
   4º - Gestão do custo;
   5º - Gestão da qualidade;
   6º - Gestão de recursos humanos;
   7º - Gestão de comunicações;
   8º - Gestão de riscos;
   9º - Gestão de aquisições e,
   10º - Gestão de stakeholders (partes interessadas).
Dentre as diversas habilidades de gerenciamento de projeto Santos  et al. apud (KIM 2005, 2014), menciona duas delas como sendo as mais críticas:  comunicação e organização. A comunicação por ser algo básico para qualquer  resolução e a organização, porque permite ao gestor/gerente, ter agilidade e  eficácia no desenvolvimento das atividades rotineiras do projeto.
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   3. Procedimentos Metodológicos
3.1 Objeto de Estudo
   O objeto de estudo  desse trabalho, é a apresentação da Gestão de Projetos, com o intuito de  demonstrar os benefícios de sua aplicabilidade. Também tem como foco,  apresentar como pode atrasar o desenvolvimento de uma empresa, pela falta de  conhecimento de Gestão de Projetos. De acordo com Gil (2002), trata-se de uma  pesquisa bibliográfica.
3.2 Procedimentos de Coleta de  Dados
   Sendo esta é uma  pesquisa bibliográfica, a coleta de dados/informações, ocorreu através de pesquisa  na literatura existente, baseado em livros da área, bem como artigos sobre o  assunto referido. 
3.3 Procedimentos de Análise  de Dados
   Como esta não é  uma pesquisa de campo, onde se analisa os dados coletados, com outras  referências parecidas de outros pesquisadores. A análise feita neste trabalho,  foi através do comparativo dos artigos desenvolvidos sobre o tema, por meio das  pesquisas efetuadas, onde se foi comparado os resultados que esses autores  obtiveram em suas pesquisas de campo, verificando da viabilidade da aplicação  de Gestão de Projetos dentro das organizações.
4. Resultados
4.1       Pontos positivos na aplicação de Gestão de  Projetos
   Marques Júnior e Plonski (2011),  desenvolveram uma pesquisa, sobre a gestão de projetos nas empresas no Brasil.  Uma vez entendendo a premissa de Gestão de Projeto, que entende que cada  projeto é único e necessita, portanto, de uma gestão para ser desenvolvido com  eficiência, analisaram seis empresas que atuam no Brasil e gerenciam projetos  complexos e incertos.
   Utilizaram pesquisa exploratória  para o desenvolvimento desse trabalho, onde obtiveram como resultado, através  de entrevistas, informações que após análise, perceberam semelhanças e  diferenças com as literaturas existe. A parte inicial do projeto, segue padrão  apresentado na literatura, na questão de documentação, abertura do projeto. Há  uma mudança no decorrer do processo, onde a organização diferencia entre,  estratégico e não estratégico. “Além do atendimento do prazo, custo e  especificações, os projetos são avaliados em critérios operacionais, de  segurança, meio ambiente e critérios de impacto no negócio.” (MARQUES JÚNIOR E  PLONSKI, 2011).
   Conforme Marques Júnior e Plonski  (2011), puderam observar, na parte de planejamento, houve uma postura  semelhantes entre as seis empresas que foram objetos de estudo. Quando se  tratava de um projeto classificado como ‘estratégico’, então esse projeto tinha  todo um aparato, seguindo a metodologia apresentada pelo Guia PMBOK, apoio de  escritório de projetos.
   Somente duas empresas seguiam  metodologia própria, as demais, seguiam sempre esse mesmo padrão, para todos os  projetos julgados como ‘estratégicos’. Já os projetos que eram classificados  como ‘não-estratégicos’, esses não tinham uma metodologia padrão para serem  desenvolvidos, não tinham respaldo de um escritório de projeto, não se tinha a  mesma preocupação com gestão, organização e planejamento, como o outro tipo de  projeto, mencionado anteriormente.
4.2       Dificuldade na falta ou na implementação de  Gestão de Projetos
   Rocha Neto, Jamil e Vasconcelos  (2009), fizeram um estudo de caso com três empresas, A, B e C, sendo a A  situada em Belo Horizonte, a B em São Paulo e a C em São Paulo, com filiais em  Curitiba e Rio de Janeiro. Ele avaliaram como a cultura da organização poderia  influenciar na Gestão de Projetos.
   Na empresa A, estavam implementando  a Gestão de Projetos, a qual estava tendo algumas dificuldades: o fato de a  empresa pressionar por resultados imediatos, não se tem tempo hábil de  trabalhar a resistência existente em alguns grupos de trabalho. Sente  dificuldade devido a algumas imposições exigidas pelos clientes, prazos, o que  acaba afetando a eficiência da gestão, uma vez que os processos delineados  acabam não surtindo o resultado esperado. A falta de transparência no  planejamento estratégico, é outro agravante para ineficácia da Gestão de  Projetos. (ROCHA NETO, JAMIL E VASCONCELOS, 2009).
   A Empresa B, também com processo de  implementação de Gestão de Projetos, não segue necessariamente uma metodologia.  Existe uma consideração informal ao PMI® (2004).
   Outra questão levantada, foi o  distanciamento acentuado existente na organização devido ao status quo. Começando pela administração  e se estendendo por todos os demais níveis de hierarquia, conforme posição e  poder dentro da empresa. (ROCHA NETO, JAMIL E VASCONCELOS, 2009).
5. Discussões
5.1       Pontos  positivos na aplicação de Gestão de Projetos
   No que se refere  ao planejamento, pode-se perceber que as empresas buscavam a minimização das  incertezas. Apesar de as empresas procurarem seguir uma metodologia baseada nas  literaturas existentes, não se verificou nada formalmente registrado em  respeito as análises feitas para se minimizar riscos e incertezas. (MARQUES  JÚNIOR E PLONSKI, 2011).
   Vale ressaltar que  não pode haver diferenciação formal entre projetos. Existe um padrão a ser  seguido. As empresas analisadas, sempre deixavam uma margem de tempo para  possíveis ajustes, na parte de requisitos de projetos. “Na execução de  projetos, percebeu-se que há preocupação predominante em definir intervalos de  controle dos projetos e em ter um controle formal de mudanças.” (MARQUES JÚNIOR  E PLONSKI, 2011).
   Como não há uma  diferenciação do padrão usado para os projetos estratégicos, quando existe uma  variação, esta fica a cargo do diretor. Como foi percebido nas seis empresas  analisadas, que para projetos estratégicos, seguiam metodologia apresentada nas  literaturas existentes, até mesmo as duas empresas mencionadas, que seguiam  metodologia própria, para o encerramento do projeto, utilizam práticas  similares. Apresentam relatórios finais de fechamento e avaliação do projeto,  conforme PMBOK. (MARQUES JÚNIOR E PLONSKI, 2011).
   A Empresa C, é a  que melhor já tem em nível de implementação a Gestão de Projeto bem delineada.  Ainda assim, sofre com interferências que prejudicam nos resultados. Em época  de crise, a alta direção acaba pressionando seus colaboradores, e isso boicota  a gestão de projeto.
5.2       Dificuldade na falta ou na implementação de  Gestão de Projetos
   Conforme Rocha  Neto, Jamil e Vasconcelos (2009), na empresa A, devido a alguns fatores como: a  estrutura hierárquica funcional, a concentração de poder, a dependência de  clientes e a cultura de resistência de grupos de colaboradores que são essenciais  para a organização; “fazem com que a gestão de projetos esteja implantada em  uma única área da organização.” Na prática, ela não funciona de uma forma eficiente,  como deveria, pois o gerente de projetos, “não possui poder de decisão em  relação a alguns processos, como alocação de recursos ou análise de  viabilidades, segundo o PMI® (2004), inerentes às suas funções.”
   Com a empresa B,  Rocha Neto, Jamil e Vasconcelos (2009), constatam falta de objetivo na  definição de processos e procedimentos, onde ficou claro inclusive pela visão  diversa dos entrevistados, a confusão de visões em relação ao mapeamento da  empresa. Outro fator que contribui negativamente para o bom funcionamento da  gestão de projetos nessa organização, é “o crescimento acentuado da organização  e o dualismo entre uma cultura forte antiga e uma nova cultura em formação,  associados à priorização estratégica dos novos clientes,” que acaba  dificultando a reestruturação da organização.
   Pode-se constatar  que, “apesar da organização buscar a gestão de projetos para se posicionar mais  profissionalmente no mercado e melhorar seus processos, esta iniciativa ainda é  embrionária e apresenta problemas de cunho estratégico, circunstancial,  organizacional e cultural.” (ROCHA NETO, JAMIL E VASCONCELOS, 2009).
   Sofrer pressão  devido crises, de acordo com Raul Neto, Jamil e Vasconcelos (2009), não é boa  política, pois agindo dessa forma, está comprometendo o andamento do trabalho e  a eficiência da Gestão de Projetos.
6. Conclusões
Com base na  análise das seis empresas que foram objetos de estudo de Marques Júnior e  Plonski (2011), a utilização de suas metodologias para o desenvolvimento de  projetos e suas classificações, pode chegar à conclusão que é confirmatório e  contraditório. Porque, quando se refere a projetos que foram considerados por  essas empresas como ‘estratégicas’, seguiram metodologia existente, como o Guia  PMBOK.
   Quando  determinavam que o projeto era ‘não-estratégico’, a postura assumida com esse  era completamente diferente. Não tinham a mesma atenção e nem seguiam metodologia  para planejamento e execução desse tipo de projeto.
   Dessa forma,  através da pesquisa de Marques Júnior e Plonski (2011), já é possível  verificar, que quando se trata de projetos de relevância, que realmente causam  um impacto na empresa, todas, sem exceção, verificaram a necessidade da  aplicação de uma metodologia de Gestão de Projeto, seja ela própria ou seguindo  o Guia PMBOK, para que estes tivessem um bom planejamento e uma boa execução.
   Através da  pesquisa feita por Rocha Neto, Jamil e Vasconcelos (2009), pode-se constatar,  como é complicado modificar a cultura de uma empresa, para que de fato, a  Gestão de Projetos seja eficiente, e apresente os resultados esperados. Quando  o status quo, predomina, o gestor de  projetos, fica sem possibilidades de conseguir gerir bem o projeto, devido a  interferências ocasionadas por pessoas de maior poder dentro das organizações.  A pressão de clientes, com determinadas exigências e prazos muito curtos,  também são fatores que influenciam negativamente nos resultados esperados.
Referências
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DINSMORE, Paul Campbell et al. Como se tornar um profissional em gerenciamento de projetos. 4 ed. Rio de Janeiro: Qualitymark Editora, 2013, 416p.
FERREIRA, Bruna; KONTZ, Leonardo Betemps. GESTÃO DE PEQUENOS PROJETOS (MODELO IDEAL VERSUS ESCOPO) E MOC (MANAGEMENT OF CHANGE) NAS UNIDADES DA YARA EM RIO GRANDE, RS, BRASIL. Revista Master, ed. 149a, março 2017.
GIL, A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4 ed. 7ª tiragem. São Paulo: Editora Atlas S.A., 2002, 175p.
MARQUES JÚNIOR, L. J.; PLONSKI, G. A. Gestão de projetos em empresas no Brasil: abordagem "tamanho único"? Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-530X2011000100001> Acesso em 07 jan. 2017.
ROCHA NETO, C. F, JAMIL, G. L., VASCONCELOS, M. C. R. L. Influências culturais na adoção da gestão de projetos: um estudo qualitativo em empresas de consultoria e desenvolvimento em TI. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1807-17752009000200003> Acesso em 09 jan. 2017.
SANTOS, A. C. dos et al. Gestão de Projetos: teoria, prática e tendências. 1 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014, 281p.
*Graduada em Engenharia de Produção pela UFPel, mestranda em Engenharia Mecânica pela Unicamp, Engenheira Especialista Associada CGTI-Campinas/SP