Macos Veitex Toczek*
Cecília Leão Oderich **
Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE, Brasil
marcostoczek85@gmail.com
RESUMO
Este artigo tem como tema a liderança na cultura organizacional e tem  como objetivo analisar os contrapontos entre liderança e chefia e os impactos  nas culturas organizacionais bancárias, buscando responder o  questionamento sobre quais os impactos da chefia e da liderança no clima  organizacional de uma agência bancária. A metodologia da pesquisa é qualitativa  e realiza uma revisão bibliográfica de trabalhos e publicações sobre o setor  bancário, de maneira analítica valendo-se de fontes secundárias como: artigos  científicos e, também a contribuição na análise a partir da experiência do  autor em quase 7 anos de trabalho no setor bancário, utilizando publicações e  pesquisas já divulgadas na área para realizar uma análise do ponto de vista  empírico. Os resultados permitiram compreender que a maioria dos estudos  apresenta considerações que determinam que as gerências bancárias adotam  diferentes estilos de liderança que, geralmente, são adequadas às necessidades  de cada agência ou aos sistemas de rede aos quais as agências são vinculadas. 
Palavras-chave: Liderança. Chefia. Gestão bancária
ABSTRACT
  This scientific article has as it’s theme the leadership inserted in the  organization culture, and it’s main objective is to analyze the distinctions  between be a leader and be a boss and the impacts on the bank  organizational  culture, trying to answer  the questions about what impacts this distinction may couse in the organizational  climate of a bank agency. The research methodology is classified as  qualitative, and it carries out a bibliographical review of papers and  publications about the banking sector, in an analytical way, making use of  secondary sources such as: scientific articles and, also the contribution in  the analysis from the experience of the author in almost 7 years of work in the  banking sector, using publications and research already published in the area  to carry out an analysis from the empirical point of view. The results allowed  the understanding that the most of the studies present considerations that  determine that bank agency manager adopts different leadership styles that are  generally adequate to the needs of each agency or to the network systems to  which the agencies are linked.
Keywords: Leadership. Management. Banking
Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato: 
Macos Veitex Toczek y Cecília Leão Oderich (2018): “Os contrapontos entre liderança e chefia e seus impactos na cultura organizacional bancária”, Revista Caribeña de Ciencias Sociales (noviembre 2018). En línea:
 https://www.eumed.net/rev/caribe/2018/11/contrapontos-lideranca-chefia.html
//hdl.handle.net/20.500.11763/caribe1811contrapontos-lideranca-chefia
1. INTRODUÇÃO
A liderança representa a condução de um grupo de pessoas,  transformando-o numa equipe visando à geração de resultados. No entanto, há que  compreender que se trata de uma habilidade que consiste no desenvolvimento de  uma motivação intrínseca dos colaboradores, queexerce uma influência nas  pessoas de forma ética e positiva, para realizar atividades voluntárias e  entusiasticamente visando alcançar objetivos e atingir metas estabelecidas para  o trabalho em equipe dentro de uma organização. 
Cabe ao administrador, o papel de desenvolver a capacidade de influenciar  o comportamento de pessoas e grupos, buscando objetivos maiores no ambiente  organizacional sem esquecer-se de voltar a atenção para os objetivos e atividades  individuais. 
Este estudo volta sua atenção para a pesquisa dos principais aspectos da  liderança, na busca de desenvolver as concepções que levem à compreensão dos  conceitos e práticasque permitam reconhecer o papel da liderança nas  organizações.  
O objetivo geral do estudo é analisar os contrapontos entre liderança e  chefia e os impactos na cultura organizacional bancária. Assim, este estudo  desenvolve uma análise da concepção de liderança desenvolvida no ambiente  laboral de instituições bancárias com o intuito de conhecer quais os princípios  que precisam ser desenvolvidos no estabelecimento de relações humanas dentro do  quadro de funcionários que permita à empresa desenvolver a prestação de  serviços adequada e com qualidade como se propõe a realizar.
 A problemática de pesquisa compreende a  busca de respostas para o questionamento sobre quais os impactos da chefia e da  liderança no clima organizacional de uma agência bancária. 
A liderança pode ser vista como a realização de metas organizacionais por  meio da direção de colaboradores. Percebe-se ainda que o conceito liderança  está imbricado nas relações do dia a dia das organizações e para que as  atividades organizacionais sejam produtivas, há uma necessidade de conduzir as  pessoas de forma que seus valores e percepções individuais também sejam  valorizados. Os profissionais líderes colocam em destaque a sua disciplina no  trabalho, espírito de equipe, desejo constante de praticar bons serviços e  atendimento de qualidade. São destaque a boa comunicação, a concentração total  nas tarefas, a simpatia e a cortesia com todos.        
2. LIDERANÇA E CHEFIA 
As teorias e conceitos de liderança para embasamento teórico  científico deste estudo passam necessariamente pela revisão bibliográfica de  estudos e publicações que contribuem para formar uma concepção sobre a relação  entre o tema em estudo e a ciência da Administração. Assim, este estudo  conceitua as teorias da liderança, sua evolução histórica e as devidas  competências e habilidades dos atores da administração que fazem com que está  se torne uma ciência em evolução.
A liderança como tema de pesquisa  científica surgiu apenas depois da década de 1930 fora do campo da filosofia e  da história. Com o passar do tempo, a pesquisa e a literatura sobre liderança  evoluíram de teorias que descreviam traços e características pessoais dos  líderes eficazes, passando por uma abordagem funcional básica que esboçava o  que líderes eficazes deveriam fazer, e chegando a uma abordagem situacional ou  contingencial, que propõe um estilo mais flexível, adaptativo para a liderança  eficaz (KOTTER, 1997). 
 Vergara (2009), comenta que a  liderança está presente em todos os momentos e situações, seja na vida pessoal  ou organizacional. Pode ser entendida como a capacidade de influenciar o  comportamento de pessoas, com objetivos maiores, e objetivos individuais,  visando atingir aos objetivos identificados como sendo para o bem comum. 
Segundo Maximiano (2004), as  pessoas que desempenham o papel de liderança influenciam o papel de um ou mais  liderados, e esta capacidade de liderar está intimamente ligada ao processo de  motivação. Ou seja, as partes envolvidas (líderes e liderados) se envolvem em  um processo de dependência, um do outro, por motivos, valores, atitudes,  personalidade, relacionamento, aprendizagem, além, é claro do cargo que ocupa. 
A Administração vem  sendo alvo de mudanças no desenvolvimento empresarial nos últimos tempos,  principalmente no que se refere à gestão de pessoas. Esse enfoque teve início  com os estudos desenvolvidos por Mayo, na primeira metade do século XX e  caracterizou-se como abordagem comportamental sendo denominada de “Escola das  Relações Humanas” (ROBBINS, 2005).
A escola das relações  humanas tinha como princípios básicos a qualidade do tratamento dispensado pela  gerência aos trabalhadores influenciando seu comportamento, o sistema social  formado pelos grupos determinantes de resultados, pois estabelece lealdade ao  grupo e não à administração, pois é o grupo que influencia o desempenho do  indivíduo, por isso a gerência deve fortalecer as relações com o grupo. Neste  sistema de gestão o supervisor é o elo entre a administração e os grupos de  trabalho, a liderança informal nos grupos de trabalho é inegável. Esse sistema  caracterizou-se pelo trabalho em equipe, a autogestão e a cooperação como  consequências diretas das descobertas de Mayo, enfatizando as pessoas e os  grupos informais (MAXIMIANDO, 2004).
Posteriormente, de  acordo com Robbins (2005), a administração voltou sua atenção para o  comportamentalismo enfatizando a motivação como comportamento ideal no ambiente  organizacional, considerando segundo o estudo de Maslow que a motivação do ser  humano no ambiente laboral está pautada nas necessidades humanas que precisam  ser atendidas.
Diante disso,  percebe-se que a administração evolui e que gradativamente vão se modificando  as suas estruturas. Atualmente, a tônica da gestão de pessoas é o exercício da  liderança que se caracteriza também em diferentes estilos influenciados por  reações comportamentais, em detrimento aos estilos gerenciais que se  desenvolveram ao longo da evolução histórica da administração. 
   A  gerência, tal qual a liderança é um processo de conduzir pessoas e grupos para  que alcancem seus objetivos e os da organização à qual servem. Tanto a gerência  quanto a liderança são exercidas através das várias formas do poder  organizacional, pois ambos usam seu poder para influenciar as pessoas no  trabalho. No entanto, há características fundamentais que diferenciam gerência  de liderança. O Gerente se define pela ocupação formal de uma posição do poder,  buscando e mantendo a estabilidade através do controle e da presteza com que  responde aos problemas que se apresentam. A ênfase gerencial é representada  pela racionalidade e pelo controle da estrutura organizacional. As energias do  gerente voltam-se para as metas, recursos, pessoas e estruturas e visam  solucionar problemas (MULLER, 2015).
   De acordo com Edmund R.  Gray citado por Oderich (2005, p.91) “O papel gerencial de liderar e guiar a  empresa em um mundo incerto é um dos mais importantes em nossa sociedade”.  Neste aspecto, o papel de gerenciar é sinônimo de chefia, cuja ação é voltada  apenas para a geração de lucro destinado ao patrão e tem como objetivo  assegurar resultados, porém este é um processo que não gera avanços.
   Uma  expectativa organizacional é que o gerente atue adequadamente, e com  eficiência, junto às várias pessoas, com diferentes níveis de presteza e de  responsabilidade. 
   Uma  expectativa organizacional é que o gerente atue adequadamente, e com  eficiência, junto às várias pessoas, com diferentes níveis de presteza e de  responsabilidade. A outra é que ele tenha suficiente pragmatismo para conduzir  sua parte do negócio organizacional (FACCIOLI, 2010).
   Oderich  (2005) pontua a questão gerencial afirmando que o gerente é o responsável por  ligar a empresa às pessoas que nela trabalham compondo forças e interesses. No  entanto, os conceitos apresentados reiteram uma função genérica da questão  gerencial. Atualmente, outros conceitos permeiam as funções de mando do trabalho  e o gerenciamento sofre mudanças e alterações, um desses conceitos é a  liderança.
   O líder  é caracterizado por adotar atitude pessoal e ativa diante das metas  organizacionais, estabelecendo desejos e objetivos específicosque direcionam os  rumos da organização. Este modo de proceder altera o modo de pensar das pessoas  a respeito do que desejam, de maneira que se torne possível e necessário. O  líder não necessita de cargos formais, ele mantém a ênfase na criação de novas  abordagens voltadas para a solução dos problemas. Espera-se de um líder que não  se atenha a tarefas práticas e rotineiras, que assume riscos diante das crises,  reaja às pessoas de forma intuitiva e empática e dimensione os eventos e  decisões da organização (FACCIOLI, 2010). 
   Os estilos de lideranças  sempre foram complexos, por estarem diretamente condicionados pelas reações  comportamentais, no entanto podem ser imprescindíveis enquanto situacionais;  flexíveis e adaptados para a busca dos resultados pretendidos, assim os estilos  devem ser situacionais devido ao aprimoramento continuo de todo o ambiente de  trabalho. As definições de liderança são muito míticas, uma vez que se podem  enumerar vários sistemas, mas o que realmente vai diferenciar a liderança será  o fenômeno da ressonância entre líder e liderados (HILSDORF, 2008). 
   A personalidade do  líder influencia a personalidade coletiva, do grupo, da equipe e vice-versa,  assim, segundo Macedo (2008), o encontro destas duas personalidades, a do líder  e a da equipe, define o estilo da liderança.
   Nesta perspectiva, a  liderança define como deve ser o futuro, alinha as pessoas da organização a  essa visão e as inspira para a ação, apesar dos obstáculos. Segundo Kotter  (1997), as três principais funções da liderança na organização compreendem o  estabelecimento de orientação, o alinhamento de pessoal e a motivação e  inspiração. 
   Hunter (2004, p. 28),  comenta que “liderança é a habilidade de influenciar pessoas para trabalharem  entusiasticamente, visando atingir objetivos identificados como sendo para o bem  comum”. Assim, a liderança é uma habilidade a ser construída para exercer a  autoridade, mas nunca o poder. O autor considera que o poder coage a pessoa a  fazer o que o administrador deseja; em compensação a autoridade implica em  influenciar pessoalmente a pessoa a fazer de boa vontade o que o administrador  quer.  Portanto, verifica-se que o  empregado, quando tem confiança e é comprometido com a empresa, obtém mais e  melhores resultados, do que o empregado vigiado, controlado e mandado. 
   A liderança vem sendo  tema amplamente estudado no âmbito da administração de empresas e algumas  teorias têm surgido na tentativa de nortear esse tipo de avanço na gestão  organizacional. Chiavenato (2000), apresenta as teorias da liderança de maneira  sintética, a teoria dos traços de personalidade que compreende as  características marcantes de personalidade possuídas pelo líder; a teoria sobre  os estilos de liderança que apresenta as maneiras e estilos de se comportar  adotados pelo líder; e, a teoria situacional de liderança que busca a adequação  do comportamento do líder às circunstâncias da situação.
   Conforme  Faccioli (2010), a teoria dos traços predominou até a década de 1940, com  características estudadas dentro de uma perspectiva universalista, como  elementos em si mesmos, sem estar correlacionada às características das demais  pessoas, a outros aspectos relevantes, como a eficiência da liderança ou  circunstâncias que poderiam interferir no processo. Assim, a teoria dos traços  concebe a liderança como características pessoais inatas.
   De  acordo com esta teoria, o líder já nasce feito, ou seja, alguns indivíduos já  nascem líderes, são possuidores de determinadas características físicas como  força, aparência e estatura, além disso, apresenta traços intelectuais como  entusiasmo, autoconfiança, inteligência elevada, traços sociais marcados pelas  habilidades administrativas, interpessoais e cooperação e, também, traços  relacionados com a tarefa persistência, impulso de realização iniciativa.  Assim, reserva-se aos que não nasce com estas características a condição de  liderados (VERGARA, 2003). 
   Para  Bowditch e Buono (2004), a teoria dos traços é a que se concentra nas  características e atributos pessoais, mentais, físicos, culturais que pareciam  diferenciar os líderes dos seguidores. Os estudos de cada uma destas  características demonstram que não há qualquer relação com uma liderança  eficaz, ou que a correlação é negativa, pois esta teoria conclui que os líderes  já nascem como tal, não havendo a probabilidade de ‘fazê-los’ posteriormente  por meio do uso de técnicas de desenvolvimento pessoal, caracterizando  diferentes estilos de liderança..
   Segundo Maximiano (2004), ao falar de estilo de liderança, fala-se também  em autocracia e democracia. Estes dois termos são empregados para definir dois  estilos básicos de liderança que se caracterizam de acordo com a maneira pela  qual o líder se relaciona com os liderados. O estilo de liderança precisa  variar, e um deles é a liderança autocrática. 
   Autocracia, liderança  diretiva e liderança orientada para tarefas são os nomes mais comuns para  indicar os estilos em que poder tomar decisões está concentrado no líder [...]  democracia, liderança participativa e liderança orientada para as pessoas são nomes  que indicam algum grau de participação dos funcionários no poder do chefe ou em  suas decisões. Quanto mais as decisões do líder forem influenciadas pelo grupo,  mais democrático é o comportamento de líder (MAXIMIANO, 2004, p.294.)  
   Não há como definir um  estilo ideal ou único. A ênfase do processo, os objetivos instaurados, assim  como o perfil do grupo determinara o estilo de liderança necessário para as  organizações. Existem vários estilos de liderança que são comumente adotados  nas organizações.
   Na  liderança autocrática o líder é focado apenas nas tarefas. Este tipo de  liderança também é chamado de liderança autoritária ou diretiva. O líder toma  decisões individuais, desconsiderando a opinião dos liderados. O líder  determina as providências e as técnicas para a execução das tarefas, de modo  imprevisível para o grupo. Além da tarefa que cada um deve executar, o líder  determina ainda qual o seu companheiro de trabalho. O líder é dominador e  pessoal nos elogios e nas críticas ao trabalho de cada membro (MONTANA e  CHARNOV, 2006).
   A  liderança democrática é chamada ainda de liderança participativa ou consultiva,  este tipo de liderança é voltado para as pessoas e há participação dos  liderados no processo decisório. De acordo com Muller (2015) as diretrizes são  debatidas e decididas pelo grupo, estimulado e assistido pelo líder. O próprio  grupo esboça as providências para atingir o alvo solicitando aconselhamento  técnico ao líder quando necessário, passando este a sugerir duas ou mais  alternativas para o grupo escolher. As tarefas ganham novas perspectivas com o  debate. A divisão das tarefas fica ao critério do próprio grupo e cada membro  pode escolher os seus próprios companheiros de trabalho. O líder procura ser um  membro normal do grupo. Ele é objetivo e limita-se aos fatos nas suas críticas  e elogios.
   Na  liderança liberal as pessoas tem mais liberdade na execução dos seus projetos,  indicando possivelmente uma equipe madura, auto dirigida e que não necessita de  supervisão constante. Por outro lado, a liderança liberal também pode ser  indício de uma liderança negligente e fraca, onde o líder deixa passar falhas e  erros sem corrigi-los (MAXIMIANO, 2004).
   A liderança paternalista é  uma atrofia da Liderança, onde o Líder e sua equipe tem relações interpessoais  similares às de pai e filho. A Liderança paternalista pode ser confortável para  os liderados e evitar conflitos, mas não é o modelo adequado num relacionamento  profissional, pois numa relação paternal, o mais importante para o pai é o  filho, incondicionalmente. Já em uma relação profissional, o equilíbrio deve  preponderar e os resultados a serem alcançados pela equipe são mais importantes  do que um indivíduo(MONTANA e CHARNOV, 2006).
   A  Liderança por Ideal é um estilo de conduzir equipes por meio das convicções e  dos valores do líder sem desmerecer os objetivos individuais dos liderados. Na  Liderança por Ideal, a cultura organizacional se sustenta na filosofia e nos  modelos mentais do líder, que gera um ambiente de participação e integração  dentro do grupo.  Muitos exemplos deste  estilo podem ser dados, tais como: Steve Jobs, Eiji Toyoda, Walt Disney e  Sílvio Santos. A Liderança por Ideal é um estilo identificado pelos professores  brasileiros Evandro Prestes Guerreiro e Roberto Araújo da Silva, tendo como  base de método o Sistema LIDI (Sistema que caracteriza e explica o conceito de  líder por ideal) (VERGARA, 2009).
   Pode se dizer que não existe o modelo ideal, mas sim o exercício da  liderança a partir de cada organização e seu ambiente em que envolva pessoas,  varia também com a maturidade dos subordinados. A liderança apresenta vantagens e desvantagem dependendo do estilo  desenvolvido, a liderança autocrática apresenta como vantagem o líder que  controla integralmente os processos de trabalho para simplificar as ações,  porém tem como desvantagem o abuso do poder por parte  do líder, os subordinados passam a vê-lo como ditador, controlador, causando  ressentimento e desmotivação; a liderança democrática é encorajadora e estimula  a tomada de decisão no grupo tornando todos mais cordiais, porém isso pode  causar demora pois exige consulta e deliberação (MAXIMIANO, 2004).
   Ainda.  a liderança liberal pode ser eficaz em situações em que os membros do grupo são  altamente qualificados, motivados e capazes de trabalhar por conta própria, no  entanto, os grupos demonstram comportamentos de insatisfação, desagregação,  pouco respeito ao líder e outros aspectos negativos; o paternalismo pode aumentar a  comunicação, levantar a moral e restabelecer a confiança perdida, mas se usado  em excesso pode levar o grupo ao fracasso; e, enfim, a liderança por ideal vai além de suas fronteiras organizacionais e cria um elo entre os  colaboradores, os clientes, a cadeia de suprimentos e o próprio líder, em  contrapartida, a equipe formada por pessoas mais  independentes que preferem autonomia ao realizar suas atividades essa liderança  pode causas desmotivação (VERGARA, 2009).
   De  acordo com Montana e Charnov (2006). os novos tempos que determinam as forças  das organizações apresentam um novo escopo de atuação apresentando o empowerment ou autonomia como uma das novas tendências nas práticas empresariais.  Segundo essas novas perspectivas encorajar e delegar poderes aos funcionários,  contribuem para aumentar a capacidade de tomada de decisão e produção de novas  ideias e inciativas, representando uma concepção de empowerment. Neste  caso as organizações passam a enxergar as pessoas ou o capital intelectual como  sendo o seu maior ativo, no entanto, isso não pode ser confundido com ausência  de regras, padrões ou metas. Ao contrário estabelece critérios que viabilizam o  alcance da missão e objetivos organizacionais, por meio das pessoas.
   As  relações de trabalho da atualidade contribuem para que seja levada a termo uma  nova visão das relações humanas no ambiente de trabalho. O mundo contemporâneo é  pautado nas informações, nas comunicações e no conhecimento. Assim, já não cabe  a tomada de decisões verticalizadas no ambiente de trabalho e a liderança  aliada ao trabalho em equipe é um dos fatores determinantes que levam as  organizações ao desenvolvimento e ao crescimento.Para Vergara (2009), é  necessário abandonar as velhas práticas de liderança e os conceitos  estabelecidos, adotando posicionamentos que levem a transformação da realidade  por meio da atuação de pessoas que tenham mentalidade global aceitando e  lidando com as contradições, com o inesperado, pessoas de mentalidade aberta  que encontram significado no trabalho e que permitam que outras pessoas também  o encontrem.
   Bateman  e Snell (2006), apresentam novas tendências que estão revolucionando o  entendimento geral da administração de pessoas e apresentam três tendências de  liderança: carismática, de transformação e pós-heróica.
   A  liderança carismática ao ser definida apresenta características que dificultam  seu entendimento teórico, porém é facilmente identicada, pois consiste em  identificar aquele tipo de liderança imprescindível, um líder carismático  exerce impacto emocional sobre seus colaboradores, tornando-se insubstituível,  geralmente são pessoas dominadoras e autoconfiantes, convencendo sobre a  retidão moral de suas convicções. Assim esse tipo de liderança estebelece metas  ideológicas que busca alcançar incansavelmente. Essa liderança é capaz de gerar  um senso de entusiasmo e aventura nos seus seguidores(MONTANA  e CHARNOV, 2006).
   Robbins  (2005), ao tratar da liderança carismática define que não se pode generalizar  o carisma no ambiente organizacional, pois nem sempre será relevante, pode ser  eficaz em momentos de incerteza e tensão, mas se houver outros líderes  carismáticos em posição de subordinação gera conflitos e será inviável de ser  colocada essa liderança em prática. Há líderes carismáticos que utilizam da sua  posição carismática para agir dentro da organização em favor de seus próprios  interesses, que podem não estar voltados para o bem da organização. 
   A  liderança de transformação incentiva às pessoas a deixar interesses  particulares de lado e busquem o bem da comunidade como um todo. Esses líderes  transformam uma visão em realidade e motivam as pessoas a transcender  interesses pessoais em favor de toda a comunidade. Os líderes transformacionais  consideram a administração como transações nas quais utilizam a legitimidade,  recompensas e coerção para ordens e trocar recompensas por serviços prestados.  Os líderes transformacionais geram entusiasmo, utilizam habilidades e  estratégias para desenvolverem transformações no ambiente organizacional. A  liderança pós-heróica decorre da visão do líder como um super heroi, corajoso,  visionário, que utiliza a visão para motivar e inspirar concede empowerment aos  funcionários de todos os níveis, acumula e compartilha conhecimento interno,  desafia o status para permitir a criatividade (VERGARA, 2009).
   Maximiano  (2004) ao estudar as tendências de liderança no ambiente organizacional  identifica aquelas em que os funcionários devem ter o direito de opinar e  ter autonomia para tomar decisões sem ter que consultar um superior antes, pois  atualmente as organizações exigem este tipo de profissional, devem entender  quais são as suas funções, e qual é a sua importância dentro da organização  para poder fazer uma auto avaliação de si mesmas, devem estar sempre  preocupadas em se especializar, obter novos conhecimentos e habilidades para  estar sempre atualizados com o mercado de trabalho que a cada dia está sofrendo  novas transformações.
   Portanto,  segundo Robbins (2005) pode-se observar que o trabalho nas organizações  contemporâneas vem sofrendo grandes transformações devido ao processo de  reestruturação produtiva que vem ocorrendo desde os anos 90. Essas mudanças têm  reflexos diretos no âmbito organizacional, entre outros, na perspectiva da  cultura e das estratégias de gestão de recursos humanos. 
   Vergara  (2009), ao discutir a liderança nos novos tempos considera que a liderança  atual não se apresenta como um traço de personalidade, mas como a  necessidade de pessoas que abracem causas mobilize outras pessoas, possuam mentalidade global lidando com contradições e com o  inesperado. Que encontrem significado no trabalho, mas que também detenham  conhecimento conceitual sobre o negócio a que se dedica, principalmente em  relação à competitividade, sensibilidade, capacidade de avaliação, julgamento  de situações, habilidade reflexiva, flexibilidade e, principalmente, capacidade  de aprender, pois liderança requer humildade para se aprender a lidar com  pessoas e grupos, mobilizando-os por uma causa atrelada às escolhas da empresa.
   Os  líderes atuais devem ser capazes de criar arquitetura social que conduza à  geração de capital intelectual: ideias, know-how,  inovação, cérebro, conhecimento, especialização, além disso, deve ser capaz de  manter acesa a chama da esperança e inspirar confiança. Hunter  (2004), apresenta entre as habilidades de liderança a capacidade de realizar  mudanças em si mesmo como essência da liderança, levando à percepção de que o  líder incapaz de realizar mudanças em seu próprio contexto, não conseguirá  liderar nenhuma ação, pois liderar é permitir que outras habilidades se  apresentem como solução no desenvolvimento de qualquer processo administrativo.
   Podemos resumir a liderança em “a  capacidade de conduzir e influenciar pessoas”, é possível afirmar que a  liderança está presente em todos os ambientes das organizações, formal ou  informalmente, onde há grupo, há liderança, pois é necessário alguém para  conduzir as pessoas, para se chegar em determinando objetivo ou metas,  desenvolvendo pessoas.
   Em toda sociedade,  existem pessoas que se sobressaem às outras, que exercem maior domínio ou mais  destaque, é algo natural no processo de desenvolvimento de qualquer atividade.  A partir dessa afirmação de Maximiano (2000) nota-se que é a unidade de comando  é necessário para se atingir os objetivos de maneira organizada, e o líder têm  o papel de organizar, aproveitar, explorar esses recursos.
   O processo de controle,  segundo Maximiano (2004), está voltado para um processo administrativo em que  as atividades são comparadas com o que foi planejado. Caso haja discrepância  entre os objetivos e resultados, há a necessidade de praticar alguma ação  corretiva e assegurar a realização dos objetivos.
   Na concepção de Robbins (2005), para o  controle das atividades da organização, é necessário que os líderes tenham  também aptidões gerenciais, de comando e voltadas para a tarefa. Os autores  chamam essas aptidões de competências gerenciais, que vão desde o controle do  ambiente da empresa e de seus recursos, passando pela motivação dos  colaboradores e administração de conflitos, chegando com estratégias para  solução dos problemas. Destaca ainda que é necessário ter sensibilidade às  diferenças, já que a diversidade de mão de obra exige que os gerentes sejam  cada vez mais sensíveis a essa questão. É necessário que o líder aprenda a  trabalhar com todas as pessoas de dentro ou de fora da organização, e que  possam ajuda-los a alcançar os objetivos que buscam. Pois o intuito da ação é  se algo não dá certo, o líder precisa saber conduzir a situação e orientar a  sua equipe uma nova saída diante da situação. 
   É neste  ponto que pode ser cometido um dos maiores erros de liderança, a falta de feedback. Segundo Moscovici (2005), o  feedback pode ser visto como um processo de auxílio a mudanças de  comportamento, pois é a comunicação a uma pessoa ou grupo, no sentido de  fornecer-lhe informações sobre como a sua atuação está afetando outrem. De  acordo com a autora, o feedback eficaz  auxilia o indivíduo a melhorar o seu desempenho e consequentemente alcançar os  seus objetivos.
   Para complementar para  superar barreiras de dar e receber feedback,  e necessário. Segundo Moscovici (2005).
   - Estabelecer  relações de confiança recíproca para diminuir barreiras entre as partes  envolvidas.
   - Reconhecer  que o feedback é um processo de exame  conjunto.
   - Aprender a  ouvir, a receber feedback sem reações  emocionais (defensivas) intensas.
   - Aprender a  dar feedback de forma habilidosa, sem  conotações emocionais intensas.
   No dia a dia  envolvidos, em obter o sucesso individual ou da organização os líderes são  pressionados a exigir o máximo de suas equipes, nesses momentos, por vezes as  equipes ficam sem saber onde erraram, onde devem melhorar ou que devem  eliminar, por não terem um retorno sobre a atuação. Por não terem feedback.
   Os profissionais de bancos, antes  em grande parte alocados em tarefas operacionais, estão sendo direcionados cada  vez mais para atividades relacionadas ao atendimento com geração de negócios e  conquista de clientes. Assim, muito mais do que operadores, os profissionais de  bancos atuam como vendedores, corretores e consultores financeiros. A evolução  do papel ocupacional do profissional bancário e as tendências da indústria financeira  demonstram a transição destes profissionais, caracterizando a necessidade de  desenvolver soluções para problemas que fogem aos modelos tradicionais. No ramo  bancário, a especificidade do serviço exige um profissional com desenvolvimento  de competências direcionado para a atuação, especialmente o atendimento ao  cliente com a prestação de serviços financeiros (RIBEIRO, 2011). 
   No universo do ramo financeiro, o  conjunto de competências desejadas deve estar alinhado com a estratégia adotada  pela organização. Cada segmento de negócios demandará por competências  específicas, assim como cada organização é dotada de estratégia, visão e  direcionamento específicos. Nesse contexto, especificamente no ramo bancário, a  identificação de competências específicas para o setor requer que estejam em  consonância com o ramo de atuação do banco, seu direcionamento, visão e valores  dentro do que espera o mercado financeiro, pode ser considerada como parte da  vantagem competitiva (AULER, 2014). 
  3. MATERIAS E METODOS
   A pesquisa  classifica-se como qualitativa e parte da análise de revisão bibliográfica de  trabalhos e publicações sobre o setor bancário, o que segundo Gil (2002) pode  ser caracterizado como uma pesquisa exploratória e ser delineada de modo a se  valer de fontes digitais e de papel, utilizando publicações e pesquisa já  divulgadas na área para realizar uma análise do ponto de vista empírico, devido  ao fato deste autor atuar há vários anos em instituição financeira e construir  conhecimento a respeito das questões ligadas ao gerenciamento e liderança.
   De acordo com Fachin  (2006, p. 14) “o conhecimento empírico é adquirido independentemente de  estudos, pesquisas, reflexões e métodos”. Assim, desprende-se que o  conhecimento empírico é construído na vida cotidiana e fundamentado em  experiências vivenciadas ou transmitidas de uma pessoa à outra fazendo parte  das tradições ou da cultura. No entanto, trata-se de um conhecimento que pode  ser derivado de experiências casuais, decorrente erros e acertos, sem  fundamentação metodológica. Desta forma, a análise empírica realizada pelo  autor deste estudo decorre de sua atuação no setor há sete anos e de sua  vivência de relações no gerenciamento bancário.
   A coleta de dados  ateve-se na busca de publicações relacionadas ao assunto de pesquisa que possam  contribuir para a realização de uma elaboração de ideias que justifiquem os  objetivos, ou seja, compreender a relação existente entre a liderança e o  gerenciamento bancário, visto que este profissional é fundamental no  desenvolvimento do trabalho bancário.
   Assim, os dados foram  coletados através de leitura e pesquisa bibliográfica e analisados através da  comparação entre os vários autores que se relacionam com a temática em questão.  O aprofundamento do estudo conduz para uma reflexão sobre o papel da gerência  no desenvolvimento do atendimento e funcionamento dos bancos. 
  4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 
   Os achados em pesquisas  de publicações de artigos realizados em instituições de ensino e pesquisa  apresentam como resultados a análise de alguns artigos relacionados que trazem  resultados significativos para a questão em estudo.
   De acordo com Santos  (2013) as organizações possuem um papel vital na vida em sociedade,  especialmente no âmbito empresarial, pois há fortes impactos no ambiente interno  provocado pelos colaboradores e no ambiente externo com as mudanças sociais e  econômicas. Assim, fica demonstrado que o líder possui um papel diverso do  gerente na administração das organizações atuais, pois enquanto o líder aponta  a direção aos seus liderados, determinando estratégias, e, motivando seu  pessoal para fazer acontecer, o gerente limita-se a cumprir metas e alcançar  objetivos.
   Segundo Stefano et al.  (2008) a liderança é considerada um diferencial competitivo no mundo dos  negócios, especialmente num cenário que visa alcançar metas e resultados. Os  líderes efetivos usam sua influência sobre os outros visando atingir os  objetivos organizacionais. Em pesquisa de campo com 115 bancários, os autores  demonstram que a liderança orientada para atingir objetivos possui um grau  expressivo na obtenção de resultados organizacionais, enquanto que a liderança  situacional, procura adequar-se às necessidades do ambiente, pois não existe um  estilo único de liderança.
   Lopes et al. (2017)  propõem relacionar os estilos de liderança como geradores de sustentabilidade  organizacional, sendo delimitado no estudo a motivação e a influência causada  pelos estilos de lideranças sobre esta motivação. Os autores definem o conceito  do que é motivar e apresentam a possibilidade da utilização de diferentes  estilos de liderança para motivar colaboradores visando gerar maiores  resultados.
   O estudo desenvolvido  por Ribeiro (2011) teve como principal objetivo apresentar a importância da  liderança nas agências bancárias, a diferença entre gerente e líder, os  diferentes estilos de liderança, como também estruturar um conjunto de  elementos para uma liderança eficaz nas organizações. Para o autor, o poder de  liderança pode ser utilizado para o incentivo ao crescimento pessoal e  profissional de cada indivíduo inserido no contexto, levando assim os  colaboradores ao compromisso e participação no cumprimento dos objetivos comuns  a todos e também daqueles considerados individuais.  Sendo assim, considera-se que há a  possibilidade de se obter uma liderança eficaz nas agências bancárias, quando  há sinergia entre o que o liderado busca, o que o líder concede e a empresa  necessita. 
   Muller  (2015) desenvolveu um estudo que teve por objetivo definir os fatores que  demonstram a importância de um líder à frente de equipes em agências bancárias  e apurou que um líder atua de maneira a estimular sua equipe a atingir os  objetivos organizacionais, com estímulos freqüentes aos colaboradores para que  se sintam motivados no ambiente de trabalho, tratando a cada um como um ser  individual que, por tal razão, possui características próprias e que precisam  ser devidamente observadas, compreendidas e respeitadas. 
   O estudo realizado por  Santos (2013) resulta de uma experiência pessoal, profissional e vem inferir  que o líder é aquele que trata com pessoas e controla os processos. Assim  sendo, o resultado do seu estudo é informar e conscientizar que a manutenção da  organização neste ambiente globalizado se faz necessário tratar pessoas como  pessoas.
   Para Muller (2015) a  atuação do líder adquire maior importância com relação aos funcionários que  atuam nas agências bancárias e que lidam diretamente com o público, uma vez que  estão expostos a todo tipo de humor, por parte dos clientes, devendo, assim,  preservar a tranqüilidade nas relações que travam em seu dia a dia. A principal  conseqüência para a empresa que não possui líderes em funções gerenciais ou de  comando é a queda na qualidade nos serviços prestados, podendo até mesmo vir a  perder a clientela já conquistada para a concorrência, já que os produtos  oferecidos são praticamente os mesmos em todas as instituições do país, tendo como  diferencial justamente o atendimento que é oferecido com as respectivas  facilidades. 
   Silva et al. (2017)  conclui em seu estudo que mesmo que o setor bancário brasileiro seja um dos que  mais fatura no mundo, os gerentes de agências diversas de bancos públicos e  privados encaram diariamente o desafio de manter sua equipe sempre motivada e  pronta para encarrar os desafios que o cotidiano do trabalho impõe. A hipótese  levantada na pesquisa estabelece que essa dificuldade ocorre porque os bancos  mantêm em cargos de liderança a antiga figura do gerente, não mais adequada  para a realidade de instituições que estão em constante mutação e inseridas em  um contexto altamente informacional e informatizado. Para comprovar a hipótese  levantada, o estudo analisa as temáticas de estilos de liderança, tipos e  estilos de líderes e sua aplicação no contexto organizacional contemporâneo das  instituições bancárias a fim de mostrar os empecilhos trazidos pela antiga  figura do gerente e a necessidade, benefícios e desafios de tornar esta figura  em um líder para obter melhores resultados. 
   Capellariet al. (2016) apresentam uma pesquisa  com o propósito de analisar os estilos de liderança, a orientação para  resultados, e as práticas de gestão estratégica de pessoas utilizadas pelas  instituições financeiras públicas e privadas. Os resultados evidenciam a  tendência dos gestores em adotar a liderança transformada, fator que favorece o  comprometimento dos funcionários com a missão e objetivos da organização. Já o  estilo de liderança predominante é o orientado para resultados, demonstrando  adequação aos objetivos empresariais. Assim, a pesquisa pode identificar as  lideranças e a gestão estratégica de pessoas tanto nas instituições  financeiras, como nas demais organizações, uma vez que demonstra que quanto  maior for o investimento em políticas de gestão estratégica de pessoas com  visão transformada, e orientada para resultados, maior a satisfação dos  colaboradores. 
   De acordo com Auler  (2014) em pesquisa realizada com os gestores de agências bancárias localizadas  no Rio Grande do Sul, identifica-se o estilo de liderança que eles mais  utilizam, como influenciada por variantes como o tamanho das agências, a  quantidade de funcionários subordinados, a região de localização e o  atingimento das metas propostas. 
   O estudo de Medeiros et  al. (2013) objetivou identificar o perfil de liderança dos gerentes de bancos  de Natal/RN.  Teoricamente, a pesquisa  foi respaldada pelo modelo de liderança situacional de Hersey e Blanchard (1986),  cujo modelo explica que o estilo de liderança correto é contingencial à  maturidade ou disposição dos liderados em realizar as tarefas, podendo o líder  assumir quatro comportamentos ou perfis de liderança. 
   Ao analisar as  tendências da administração em relação às teorias da liderança, percebe-se que  muitas maneiras de se exercer liderança na atualidade tornaram-se tendências  evolutivas que são ajustáveis aos sistemas de gestão da atualidade. Assim, as  leituras e pesquisas realizadas tornaram possível reconhecer a influência da  liderança nas relações entre pessoas, pois existem relações psicológicas que se  estabelecem e que tornam possível a modificação no comportamento e nas  orientações que cada líder desenvolve para gerenciar pessoas.
   A liderança é uma influência  interpessoal, representada pela força psicológica que uma pessoa exerce sobre  outra pessoa ou grupo de pessoas, fazendo com que cada pessoa mude o seu  comportamento e realize ações orientadas pelo líder. O exercício da liderança  utiliza o poder, influência e autoridade para estabelecer a persuasão de  pessoas ou grupos para realizar atividades direcionadas conforme sua  necessidade. Porém a liderança deve ser exercida por pessoas preparadas, que  disponham de conhecimentos, informações e segurança nos seus afazeres, pois  isso faz com os liderados confiem no líder, caso contrário, sem conhecimento,  as decisões do líder podem levar a prejuízos, derrotas e perdas irreparáveis.
   A autoridade  do líder contribui para persuadir as pessoas a realizar ações direcionadas para  satisfazer as necessidades da organização. No entanto, é necessário reconhecer  que o conhecimento do líder faz muita diferença no estabelecimento das  relações, especialmente, no atual desenvolvimento organizacional, onde as  pessoas adquirem informação e conhecimento com maior facilidade. De tudo o que foi estudado, reconhece-se que nas ações de liderança, o  conhecimento e o poder de decisão são fundamentais, pois estes fatores  decisivos que podem conduzir a organização à maior produtividade e  desenvolvimento.
              O desenvolvimento  de conhecimentos pertinentes a respeito de liderança foi fundamental para  desenvolver processos de gestão de pessoas nas organizações, especialmente,  neste tempo de inovações, informações e conhecimentos que caracterizam a  administração contemporânea. 
Para analisar os contrapontos entre liderança e chefia e os impactos na  cultura organizacionais bancária, foi importante compreender os conceitos de  liderança postos em estudos teóricos que foram publicados abordando este  assunto. 
   A pesquisa teórica permitiu que fosse analisada a concepção de liderança  desenvolvida no ambiente laboral de instituições bancárias apresentada nos  artigos publicados em revistas especializadas que publicam estudos  desenvolvidos em outras instituições de Ensino Superior.
   Os conhecimentos dos princípios estabelecidos nas relações humanas dentro  do quadro de funcionários de diferentes agências encontradas nas publicações  analisadas contribuíram para perceber a diferença entre desenvolver a prestação  de serviços adequada e com qualidade como se propõe a realizar e atuar com  eficiência no serviço bancário.
   As pesquisas dos  estudos realizados permitiram compreender que a maioria das gerências bancárias  adota diferentes estilos de lideranças que, geralmente, são adequadas às  necessidades de cada agência ou aos sistemas de rede aos quais as agências são  vinculadas. A literatura e a análise dos conhecimentos vivenciados demonstram  que a liderança é importante e necessária para as agências financeiras. 
   O exercício da  liderança favorece o compromisso dos funcionários com o ambiente laboral, pois  oferece o desenvolvimento dos indivíduos e contribui para o cumprimento dos  objetivos estabelecidos, aumentando a produtividade, melhorando o atendimento e  a qualidade dos serviços, isso beneficia a empresa.
   A análise indicou que  há diferença entre a ação gerencial e liderança, pois nem todo gerente é líder  e, existem situações em que o gerente não é o líder, a ação de cada um é que  determina essa diferença, pois o poder é usado de maneira diferente. Há que se  incentivar o crescimento pessoal e o desenvolvimento profissional.
   A busca por respostas em  relação aos impactos que as chefias e liderança exercem no clima organizacional  de uma agência bancária permitiu compreender que a função do líder deve ser  adequar-se à capacidade que seus colaboradores apresentam em relação às tarefas  que precisam ser executadas. Assim, o tipo de liderança ideal neste tipo de  trabalho é a liderança situacional, que atribui as tarefas de acordo com a  capacidade de cada um, considerando o nível de maturidade de cada membro da  equipe e analisa o desempenho por meio de avaliação do indivíduo em relação às  complexidades das tarefas. 
   Quando se desenvolve uma  liderança situacional trabalha-se para um ambiente produtivo para que todos os  colaboradores possam desenvolver competências e ser motivado a trabalhar em  processo colaborativo. Este tipo de liderança contribui para aumentar a  produtividade quando o trabalho é realizado em equipe, isso é possível  aplicando ferramentas específicas adequadas a cada atividade realizada. O líder  situacional adapta-se facilmente à cultura da empresa e passa a realizar ações  práticas para promover o aumento da produção, para isso a liderança situacional  propicia o uso de ferramentas de controladoria, marketing, administração e  processos, o que rende ainda sugestão para novos estudos sobre como liderar  para o trabalho mais produtivo e eficiente na realização de planejamento,  controle, finanças, gestão, projetos, processos e marketing. 
   Diante  disso, há a possibilidade de se desenvolver uma liderança eficiente nas  instituições bancárias, pois é preciso que haja sinergia entre a gerência e os  subordinados e as empresas necessitam de comprometimento e de troca, isso  depende do estilo de liderança.
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