Caroline Alves Resende*
Luiz Carlos Junio Sampaio Teles**
Alex Heriberto Rojas Alvarado***
Universidade Católica de Goiás (PUC) Brasil
carolinear77@gmail.com
Resumo
  Este trabalho aborda o estudo do mais recente serviço de cuidados em  saúde, o atendimento multiprofissional para assistência domiciliar conhecido  como logística Home Care. Este serviço é capaz de romper a estrutura  convencional, transferindo o atendimento para um ambiente no qual o cliente  provavelmente se sinta melhor, que é em sua própria casa. O referente artigo  fundamenta-se em referenciais bibliográficos, formando uma pesquisa  exploratória, de costume qualitativo. O estudo é relevante pelo fato de que  cuidar a domicílio é uma realidade atual no mundo todo e por se apresentar como  alternativa para redução de custos hospitalares. Para tanto se investigou a  qualidade deste serviço, as considerações de gestão hospitalar, o que os  profissionais precisam saber pra entrar neste ramo de atuação, quais as despesas  deste serviço, e sua possibilidade socioeconômica e finalidade. Com o Home  Care, esses profissionais solicitam a adaptação para conviverem com aquele  indivíduo e sua família, com crenças, costumes e valores muitas vezes diferenciados. 
  Palavras-chaves: logística home  care; gestão e custos hospitalares.
Abstract
  This research study addresses the latest service health  care, Home Care. This service  is able to break the conventional  structure, shifting care to an environment in which  the client will probably feel  better, that is in your own home. The related  article is based on bibliographic references, forming an exploratory, qualitative usual. The  study reveals the fact that  care at home is  a current reality in the world, for both investigated the quality of the service, hospital management considerations, what professionals need to know to enter  this line of business, which  expenses this service, and their socioeconomic possibility and purpose. With Home Care, ask  these professionals to adapt to living with that  individual and their family, beliefs, customs  and values are often different.  In focusing all  our creativity, we open has not  been permitted access to disabled people than we have in physical, social  and cultural environments, transportation,  information technology, media, education,  justice, public service, employment, sport and recreation,  voting and even prayer. The barriers are still  present in our country, but  still remains the main barrier attitudes,  public policies for prevention, recovery, treatment and inclusion of disabled people. 
  Keywords:home  care logistics; hospital  management.
Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato: 
Caroline Alves Resende, Luiz Carlos Junio Sampaio Teles y Alex Heriberto Rojas Alvarado (2018): “Logistica de assistência domiciliar a Saúde com base na experiência do crer- centro de reabilitação e readaptação Dr. Henrique Santillo”, Revista Caribeña de Ciencias Sociales (agosto 2018). En línea:
 https://www.eumed.net/rev/caribe/2018/08/asistencia-domiciliar-saude.html
//hdl.handle.net/20.500.11763/caribe1808asistencia-domiciliar-saude
O Home Care ou serviço de atendimento domiciliar é indicado  para qualquer pessoa que necessite de cuidados domiciliares de saúde, inclusive  aqueles que dependam de estrutura hospitalar, desde que estejam em estabilidade  clínica que permita que fiquem em segurança no domicílio. 
   Este serviço é capaz de romper a estrutura convencional, transferindo o  atendimento para um ambiente no qual o cliente provavelmente se sinta melhor,  que é em sua própria casa, desenvolvendo também um importante papel social. 
   Esta modalidade de assistência domiciliar no Brasil vem despontando como  nova possibilidade de trabalho para os profissionais de saúde tanto no setor  público como no privado e por ser uma área pouco explorada, sua prática ainda é  deficiente com profissionais não qualificados e as empresas pouco estruturadas para  exercer essa nova forma de internação. (RIBEIRO, 2004).
   A assistência domiciliar brasileira tem dois grupos distintos de  empresas de home care. O primeiro grupo reúne empresas que prestam serviços  segmentares, por exemplo, só atendimento de enfermagem ou fisioterapia. O  segundo engloba as empresas onde o atendimento é multiprofissional, onde a  visão do tratamento do cliente é de forma integral e holística. (FERNANDES et  al., 2000).
   A tendência é de que o serviço cresça cada vez mais em todo o mundo, já  que os custos do atendimento médico hospitalar estão crescendo para patamares  difíceis de administrar. Assim, o Home Care também se apresenta como uma  ferramenta de gestão para a otimização de uso dos equipamentos hospitalares e  de redução de custos.
   Além disso, também se justifica a realização deste artigo a escassez de  literatura divulgada acerca deste novo e autônomo mercado de trabalho para  empreendores, profissionais e gestores da saúde. Os raros trabalhos existentes  e encontrados tratam do tema delimitando-o a patologias ou tipos específicos de  pacientes, como idosos, gestantes e pacientes terminais.
Em geral a logística Home Care significa atenção à saúde no domicílio.  Há vários termos utilizados como sinônimos, como home health care, domiciliary care, atendimento domiciliar, nursing care, cuidados médicos  domiciliares, entre outros. No entanto, no Brasil a oferta desses serviços, bem  como as atividades realizadas tem significados diferentes.
   É uma modalidade que tem se  revelado uma opção segura e eficaz, direcionada a pacientes portadores de  doenças crônicas ou agudas. Esta adquirindo cada vez mais importância nas  distintas organizações, acompanhada por estudos que preveem um aumento de  serviços de atendimento domiciliar, assinalando que diferentes setores colocam  a internação domiciliar como alternativa promissora. (AMARAL et al., 2001).
   A Resolução RDC n. 1, de 26 de janeiro de 2006 da ANVISA. Traz a  seguinte definição:  Serviços de Atenção Domiciliar nas modalidades de Assistência e  Internação Domiciliar, sendo que atenção domiciliar: termo genérico que envolve  ações de promoção à saúde, prevenção, tratamento de doenças e reabilitação  desenvolvidas em domicílio e assistência domiciliar: conjunto de atividades de  caráter ambulatorial, programadas e continuadas desenvolvidas em domicílio.
   A Internação domiciliar é relacionada com o cuidado intensivo e  multiprofissional no domicílio, caracterizado por deslocamento de uma parte da  estrutura hospitalizada para a casa do paciente. (SCHUTZ et al., 2007).
   O Home Care é indicado para qualquer pessoa que necessite de  cuidados domiciliares de saúde, inclusive aqueles que dependam de estrutura  hospitalar, desde que estejam em estabilidade clínica que permita que fiquem em  segurança no domicílio. Exemplos: Pacientes acamados, pós-operatório, seções de  recuperação pós AVC, trombose necessidade de dieta específicas e integral,  encefalopatia demência, transtorno psiquiátrico estável, AIDS, apneia do Sono,  CPAP, Suporte ventilatório.
   Kerber et al. (2008) explora um pouco mais o conceito de home care,  definindo-o como um serviço em que são desenvolvidas ações de saúde no  domicílio do cliente por uma equipe Inter profissional, a partir da realidade  em que o mesmo esta inserido, visando à promoção, manutenção e/ou restauração  da saúde, e desenvolvimento e adaptação de suas funções de maneira a favorecer  o restabelecimento de sua autonomia. 
   De acordo com Falcão (2004), dados não oficiais de 1998 revelaram  existir no país cerca de 80 empresas de Home Care. Atualmente, este número já é  obsoleto. Mas não é só no setor privado que existe a atenção domiciliar à  saúde, no âmbito público existe há muito tempo um movimento significativo para  cuidar das famílias através das políticas de saúde, como Estratégia de Saúde da  Família do Governo Federal. 
   Consoante Freita et al. (2007), o movimento do Home Care surgiu nos  Estados Unidos e Europa, em torno da Segunda Guerra Mundial. Nos Estados Unidos,  enfermeiras se reuniam e passavam a atender e cuidar dos pacientes em casa. Na  Europa após vários hospitais terem sido bombardeados, houve a necessidade dos  médicos irem até os pacientes. Essa iniciativa foi o primeiro passo no  desenvolvimento do serviço da medicina domiciliar. 
   Amaral et al. (2004) vai além, descrevendo o contexto histórico de  atendimento domiciliar desde o século XII a.C., comum médico chamado Imhotep,  que terceira dinastia do Egito Antigo atendia o doente tanto no domicílio como  em um hospital, sendo responsável pelo atendimento do Faraó nas dependências do  palácio. 
   Na Grécia Antiga, o médico Asclepius, atendia na residência do paciente  e seus seguidores atendiam em templos, onde dispunham de medicamentos e  materiais especiais para a cura. No século V a.C., Hipócrates descreve em  Tratado sobre os ares, as águas e os lugares a eficiência de atende-se no  domicílio, pois tal cuidado propiciava um bom êxito, segundo suas observações. (AMARAL,  et al., 2004).
   No Brasil o primeiro sistema de atendimento domiciliar foi criado no  Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo, em 1967, tendo como  objetivo principal reduzir o número de leitos ocupados, englobando nestes  atendimentos cuidados de baixa complexidade clínica. (FREITA et al., 1991).
   Ressalte-se que não existem dados concretos sobre a data exata do  surgimento de empresas de Home Care no país, mas existe uma concordância por  parte dos autores sobre o aumento deste serviço nos dias de hoje. As  necessidades de medidas alternativas como os programas de internação  domiciliar, de visita domiciliar ou de médico de família, reforçam o movimento  de desconcentração do atendimento hospitalar. (FREITA et al., 1991).
   Cecílio (apud KERBER et al., 2008) defende que somente sair do hospital  para o domicílio, sem mudar o processo de trabalho não resolverá a situação,  apenas mudará o local de atendimento. O autor leciona, ainda, que o domicílio  proporciona potência para os trabalhadores fazerem uma reflexão sobre a  concepção saúde-doença, possibilitando reconhecer o paciente em suas múltiplas  relações. 
   Lacerda et al. (2010) aborda a importância da formação e/ou capacitação  desses profissionais envolvidos nesta modalidade de trabalho, que tem como  pontos fundamentais o cliente, a família, o contexto familiar, o cuidador e a  equipe multiprofissional. 
   Freita et al. (1991) adverte que os profissionais devem ter um perfil  especial, no qual amadurecimento, segurança e compromisso contam muito e são  qualidades essenciais. Esta equipe multiprofissional é formada por médicos,  enfermeiros, técnicos de enfermagem, nutricionistas, fisioterapeutas,  fonoaudiólogos, psicólogos, assistentes sociais, farmacêuticos, além do pessoal  de apoio, como motoristas, técnicos administrativos, entre outros. 
O Home Care é indicado para qualquer pessoa que necessite de cuidados domiciliares de saúde, inclusive aqueles que dependam de estrutura hospitalar, desde que estejam em estabilidade clínica que permita que fiquem em segurança no domicílio. Exemplos: Pacientes acamados, pós-operatório, seções de recuperação pós AVC, trombose necessidade de dieta específicas e integral, encefalopatia demência, transtorno psiquiátrico estável, AIDS, apneia do Sono, CPAP, Suporte ventilatório.
As constantes mudanças e permanentes movimentações dos planos de saúde,  provocadas pela instabilidade econômica de alguns anos, além de gerar muitas  dificuldades para os dirigentes e profissionais do setor, também levaram muita  insegurança aos titulares do benefício, quanto ao conjunto de direitos  (tratamentos, serviços, procedimentos médicos, hospitalares e/ou odontológicos)  a que, assim como seus dependentes, fazem jus com a contratação de seguro de  saúde, enfim preocupando a todos os que vivem nesse e desse mercado. 
   Diante dessa situação, o governo criou a Agencia Nacional de Saúde  Suplementar (ANS), como órgão de regulação, normatização, controle e  fiscalização das atividades das operadoras dos planos de saúde, para que assim  se garantisse uma assistente médica digna aos beneficiários. Independente da  forma de contratação - individual ou coletiva. 
   Com a entrada em vigor da Lei nº 9.656/98, o consumidor pode evitar  futuras negativas de assistência domiciliar, desde que conste no contrato,  obrigatoriamente, de forma clara que este serviço está coberto pelo plano de  saúde, assim como acontece com outros benefícios. 
   Conforme resolução da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de  Vigilância Sanitária, de 26 de janeiro de 2006, foi aprovado o Regulamento  Técnico para o funcionamento dos Serviços de Atenção Domiciliar. O objetivo  desta resolução é na verdade promover e assegurar o bem estar do paciente,  usuário dos serviços de saúde e assistência domiciliar, que são oferecidos  pelas operadoras de planos de saúde. 
   Segundo a Associação Brasileira de Atendimento Domiciliar, oito milhões  de brasileiros usam esse tipo de serviço, de consultas a internações em casa.  Para a presidente da associação, o atendimento deve melhorar, mas pode ficar  mais caro. “No Brasil, tudo o que é regulamentado fica mais caro. No meu ponto  de vista não tem que subir preço”, disse a especialista Poliana Pescaroli em  entrevista a emissora Rede Globo em no dia 7 de fevereiro de 2006. 
O prosseguimento da humanidade, em especial no que se  trata de atualidades na tecnologias, e  a  apresentação da medicina cientica nos finais do século XIX e inicio do século  XX, provocou uma revolução nas organizações hospitalar. O hospital deixa de ser  um local frio e desolado onde pobres e doentes eram levados para morrer, e se  torna na mais respeitavel instituição para o tratamento de doenças,  proporcionando qualidades e condições de infra-estrutura e recursos ao  profissionais, e nptadamente aos responsáveis profissionais. 
   Desde então, o hospital começa a aumentar suas circunferências,  servindo a toda população, conforme discorre Teixeira (1989, p. 28):
   O  hospital, o como mecanismo institucional através do qual alcança este objetivo  de natureza social, passa a se constituir, na atualidade, no principal  estabelecimento de prestação de atenção médica a sociedade moderna, enfocando  não apenas na atenção a pacientes de forma individual, mas também através da  abordagem de uma medicina integral, soluções para os problemas de saúde da  comunidade.
   A Organização Mundial de Saúde (OMS) define o hospital como:
   Uma parte  integrante da organização médica, cuja a função é proporcionar a população  atenção médica completa tanto preventiva como curativa, e cujo o serviço de  consultas externas (extra hospitalares) alcance a família em seu lar.
   Para Londoño (2003, p. 2):
   O hospital  poder ser traduzido como: fonte de geração de iniciativas; centro de  investigação; oficina expressional para aplicação racional de conhecimentos; Intuição  ideal para a formação de recursos humanos para a saúde; protótipo de  organização hoteleira; centro industrial para seus fins próprios; Maximo  agrupamento cientifico; empresa gigante de serviços; organização com a máxima  responsabilidade moral, social, legal, cientifica e administrativa.
   O hospital atualizado é uma organização aperfeiçoada e complexa. O  hospital aciona o avanço constante das informações, de capacidades, da metodologia  médica e dos aspectos finais deste procedimento importados pelas acomodações e aparelhamentos.  Assim, devido à sua complexidade, em um hospital exigi-se a presença de  diferentes profissionais que oferecem serviços com alto grau de especialidade  que, consequentemente, gera grandes divisões de trabalho com habilidades  técnicas diversificadas. 
   Torna-se imperiosa, portanto, a necessidade de coordenação racional de  suas atividades e os sistemas administrativos devem estar em continua evolução.  O hospital moderno exibe um conjunto de finalidades: a assistência ao doente, o  ensino, a pesquisa. Desempenha, ao mesmo tempo, o papel de hotel, centro de  tratamento, laboratório e universidade, onde, além de se aplicar os  conhecimentos existentes para a cura dos enfermos, se transmite a experiência  passada a novos elementos e se olha o futuro através da experimentação ativa ou  da observação passiva, contribuindo para o progresso da ciência. 
   O hospital é uma composição viva, de alta atividade funcional, com  atividades tipicamente de varias formas, que submerge uma gama muito  diversificada de exterioridades. Além da atividade de assistência  médica/paramédica que se desdobra no hospital, funcionam ali setores que  poderiam desenvolver-se solitariamente fora dele, como a hotelaria, farmácia,  lavanderia e restaurante, sendo que cada um individualmente já tem a  necessidade de uma gestão eficiente. Logo, a gestão de um hospital é um desafio  à medida que deve colocar todos estes segmentos em funcionamento simultâneo,  harmonioso, eficiente e de maneira econômica viável. 
Leiderman et al. (2007) afirma que a aplicação do marketing na área da  saúde chegou tardiamente, apenas no final dos anos 70. Segundo o autore, o marketing de serviço de saúde foi  reconhecido em 1977, ano em que a Associação Americana de Hospitais promoveu  sua primeira convocação sobre marketing.
   O uso do instrumento de marketing,  na área médico-hospitalar, enfrenta uma grande resistência, principalmente no  Brasil, devido a uma concepção reducionista que a confunde com a administração  de vendas, divulgação, promoção e publicidade ostensiva e não adequada para  relações de assistência e saúde. (BORBA et al., 1989).
   Os pontos éticos e a sensibilidade do público, somada com o trabalho da  medicina, que envolve questões de enfermidades, torna o tema, marketing de saúde, sempre delicado. 
   No entanto, face às mudanças sociais mais amplas e particularmente  ligadas ao setor de saúde, o que antes era considerado antiético, hoje é visto  de outra forma e o marketing de  saúde, sem desrespeitar as regras estabelecidas nos códigos de ética e  legislações voltadas para esse setor, passa a ser visto como algo necessário.  (BRITO, 2012). 
   Devido a esses aspectos específicos da saúde é que a utilização dos  conceitos de marketing de serviços nesse mercado recobre-se de características  próprias, cujas especificidades justificam as tipologias de “marketing da saúde” e “marketing hospitalar”, dentro do  conceito mais amplo de marketing de  serviços. Como consequência, nos últimos anos as organizações de saúde,  incluindo as sem fins lucrativos, passaram a acolher de forma mais generalizada  os conceitos de marketing de  serviços, se estruturando e investindo em planejamento e nas ações de marketing. (LEIDERMAN et al., 2007).
   Conforme Brito (2012), as empresas da área de saúde já entendem que a  gestão da marca é tão importante quanto a gestão administrativa, financeira e  de pessoas. 
A nova ordem econômica mundial, proporcionando a competição globalizada,  o avanço tecnológico, tem provocado mudanças na sociedade moderna. 
   Os sistemas produtivos (produtos ou serviços), buscam a cada dia  melhorar seu desempenho, não só econômico-financeiro, como também de  produtividade e de satisfação ao cliente. Um dos meios de se atingir tais  objetivos é a utilização das informações de um eficiente sistema de custos, que  possa proporcionar aos gestores informações úteis para tomarem decisões. Estas  decisões estão geralmente envolvidas com qual tipo de produto ou serviço à  entidade colocará à disposição do cliente e o quanto exigirá de sacrifício  financeiro.  
   Os hospitais se enquadram neste contexto, uma vez que são prestadores de  serviços que atuam dentro de ambientes competitivos. Requer pessoal  qualificado, insumos de qualidade, instalações adequadas e equipamentos com um  alto grau de sofisticação tecnológica, para poder prestar serviços adequados  relacionados com a saúde. Para tratar do exposto é necessário apresentar  referencial teórico que servirá de base para a pesquisa.
   Nas palavras de Horngren (1985, p. 47):
   Um custo  pode ser definido como um sacrifício ou a desistência do uso de recursos para  usá-los em determinado fim.  Os custos  são, em geral, medidos pelas unidades monetárias que têm que ser pagas pelos  bens e serviços.  Os custos são  registrados inicialmente numa forma elementar e depois agrupados de várias  maneiras para facilitar diversos tipos de decisão, como, por exemplo, a  avaliação de administradores e de subunidades da organização, a expansão ou  eliminação de linhas de produtos, a expansão ou eliminação de territórios e a  substituição de equipamentos.
   No processo de tomada de decisões, os administradores precisam saber o  custo dos bens e ou serviços com os quais estão lidando, necessitam identificar  os objetivos dos custos, que podem ser definidos como qualquer atividade para a  qual se queira ter uma medida separada de custos. 
   Alguns exemplos de objetivos de custo seriam os departamentos, os  produtos, os territórios, quilômetros rodados, tijolos colocados, pacientes  visitados, guias de impostos remetidos, cheques processados, horas de ensino e  livros disponíveis em bibliotecas. 
   As organizações hospitalares estão inseridas neste contexto de  sacrificar recursos para atingir o seu fim específico, que é tratar da saúde de  seus clientes. Quando se coloca à disposição dos pacientes instalações físicas,  equipamentos, pessoal, medicamentos, exames laboratoriais, exames para  complementação de diagnóstico, alimentos, está se incorrendo em sacrifício de  recursos, isto é, consumindo custos.
Abaixo, algumas das vantagens proporcionadas pelos serviços Home Care para o paciente:
No programa de atendimento domiciliar a  família exerce um papel de suma importância. Após receber todas as orientações  do grupo de atendimento domiciliar, a família tende estar ciente de todas as  suas funções. (GIACOMIN et al, 2005). 
   Vejam-se algumas das funções da família no  processo de atendimento domiciliar:
O cuidador é a chave de todo o programa de  Home Care, é através dele que as dúvidas e as reclamações chegam até a gerência  do programa. (FLORIANI; SCHRAMM, 2004).
   O mesmo tem acesso a reuniões da equipe  multidisciplinar, as prescrições médicas. Sua função é de colocar o paciente  sempre à frente. Ele é quem assume os cuidados preventivos, autos cuidados.  Este deve estar a par de todo o regulamento do Home Care para que não cometa  nenhuma falta, podendo assim perder a autorização de serviço do Home Care.
   O cuidador deve ser treinado para evitar  desconforto ao paciente, e para saber ponderar o lado amoroso da família com o  lado técnico da equipe multidisciplinar. (GIACOMIN et al., 2005).
O presente artigo traz uma pesquisa  que buscou revelar a experiência da implantação de serviços de atendimento  domiciliar de atenção à saúde – Home Care em um grande Hospital do  Centro-oeste. Tal atendimento e entendido como uma  modalidade do serviço de saúde, onde suas atividades são voltadas para o  atendimento ao paciente e seus familiares em um ambiente extra - hospitalar,  visando promover, manter e/ou restaurar a saúde de forma a preservar a  independência do paciente, enquanto as complicações causadas pelas diversas  patologias são minimizadas.
   Desta  forma, este tema foi escolhido por tratar-se de um assunto extremamente interessante,  e também por ser uma nova modalidade de assistência que promete ser uma alternativa  para a redução custos de internações hospitalares, humanizar e qualificar a  assistência a saúde do paciente, além de   modificar de forma qualitativa e quantitativa o mercado de trabalho para  os profissionais da área da saúde.
   O referente artigo fundamenta-se em referenciais bibliográficos,  formando uma pesquisa exploratória, de costume qualitativo e estudo de caso, colaborando nas informações conceituais, históricas  e relevantes à atuação de toda a equipe multiprofissional e de gestores da  saúde no modelo de assistência domiciliar - Home Care.    
O CRER- Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo é constituído  como Instituição Filantrópica, sem fins lucrativos, e está  localizado na cidade de Goiânia, cito Av. Vereador José Monteiro, n° 1655, CEP  – 74.653-230, Setor Negrão de Lima. 
   Tem por objetivo prestar atendimento de excelência a pessoas com limitações  funcionais decorrentes de disfunções físicas, cognitivas e auditivas.  Disponibiliza à população, atualmente, 27.089 m² de área construída, 133 leitos  de internação, 20 leitos de UTI, 8 salas de cirurgia, 7 ginásios de terapia, 4  piscinas de hidroterapia/atividades aquáticas além de serviços de Oficina  Ortopédica, Centro de Diagnóstico por Imagem e Laboratório de Anatomopatologia. 
   Inaugurado em 25/09/2002, o CRER tem se firmado como referência pela  responsabilidade, transparência e celeridade com que são conduzidos todos os  seus processos administrativos por parte de sua gestora, a Associação Goiana de  Integralização e Reabilitação (AGIR).
   Entidade de personalidade jurídica de direito privado e fins não  econômicos, qualificada como Organização Social (OS), nos termos da Lei Federal  9.637/98 e Lei Estadual 15.503/05, a AGIR reinveste no CRER todo recurso  angariado através do contrato de gestão com a Secretaria Estadual de Saúde  (SES), ou ainda através de doações recebidas, possibilitando sua manutenção,  inovação e ampliação dos serviços prestados à sociedade. 
   O modelo de reabilitação do Centro descende de uma compilação de  diversas experiências bem sucedidas no Brasil associada a influências do modelo  Canadense praticado no Institut de  Réadaptation Gingras-Lindsay de Montréal, com adaptações à realidade  brasileira, levando-se em consideração tanto aspectos econômicos quanto  culturais. Em seu cerne, o programa se baseia em três pilares: a abordagem  interdisciplinar, o plano de intervenção individualizado e o modelo de  interdependência. 
   A Instituição conta com uma equipe multiprofissional, com  características interdisciplinares, composta por Médicos de diversas  especialidades, Fisioterapeutas, Terapeutas Ocupacionais, Técnicos em Órteses  Próteses, Enfermeiros, Psicólogos, Neuropsicólogos, Fonoaudiólogos, Educadores  Físicos, Musicoterapeutas, Arte-terapeutas e Nutricionistas que prestam  assistência tanto em nível ambulatorial quanto de internação. 
   Diariamente são realizados 4,7 mil procedimentos, distribuídos nas  clínicas de amputados, deficiência neuromuscular, hanseníase, lesão medular,  encefálicas, mielomeningocele, paralisia cerebral, traumatologia e ortopedia. 
   A unidade é amplamente requisitada por pacientes vindos de todo o  território nacional em busca dos procedimentos diferenciados oferecidos via  SUS, como a hidroterapia, equoterapia, ressonância com sedação e cirurgia de  joelho, que estão entre os procedimentos mais requisitados na unidade. 
   Atualmente, o CRER tem a Certificação de seu Sistema de Gestão da  Qualidade certificado segundo a norma NBR 9001:2008, e está em fase de  certificação de Acreditação Hospitalar ONA tipo 1. Recentemente, também, foi  certificado como hospital de ensino pelos ministérios da Saúde e da Educação.
Iniciado em 2014, o Serviço de Atendimento Domiciliar do CRER (Programa CRER em Casa) atualmente atende 25 pacientes, e seu  objetivo é atender aos clientes/pacientes, com dificuldades motoras e  politraumatizados, grande incapacitados, com intervenções multiprofissionais,  em regime de atendimento domiciliar, oriundos das clínicas de Lesão Medular  (LM) e/ou Lesões Encefálicas Adquiridas (LEA), que apresentem condições de  serem assistidos em domicílio. 
   O que motivou o CRER a implantar  este programa foi justamente a necessidade de assistir a uma demanda crescente  de pacientes que necessitam de internação para reabilitação, pois tais internações  são de longa permanência. 
   Sendo assim, o CRER procurou  viabilizar uma forma de assistir estes pacientes (com indicação clinica para  atendimento domiciliar e conforme as legislações vigentes) e desonerar a fila  de espera por leitos de internação para reabilitação e consequentemente possibilitar  a permanência do paciente no núcleo familiar, prestando serviços de qualidade  que primam pela melhora da qualidade de vida do nosso paciente/cliente. 
   No estudo, procurou-se analisar  os aspectos sociais e econômico-financeiros para implantação do programa  (conforme é possível analisar ao decorrer do mesmo) decidindo por sua  implantação. 
   Para atender ao público supramencionado é  traçado um programa de intervenção multiprofissional em domicilio, a partir da  alta hospitalar do CRER ou da indicação pelas equipes na Avaliação Global,  quando serão analisadas e indicadas as condutas mais adequadas a cada caso,  focando nos seguintes objetivos:
Para isso, O CRER instituiu contratos de reabilitação (termo de compromisso) com pacientes e/ou familiares, e implantou normativa que é seguida de forma criteriosa para elegibilidade do paciente, como se observa na próxima seção.
Serão indicados para o programa  pacientes que possuam condições de acompanhamento clínico em nível domiciliar  com impedimentos para participarem do programa regular de internação para  reabilitação. 
   Normativas de Assistência do Programa CRER em Casa:
Fica evidenciado pelos dados colhidos e aqui exibidos que a tendência do  mercado em direcionar-se para a Assistência Domiciliar á Saúde é muito forte e  promete um campo amplo de trabalho para os profissionais de saúde. Para o  sistema atual de saúde é uma solução de baixo custo e com resultados  surpreendentes, que estejam enfocados em sistemas públicos ou privados de  assistência. 
   A família também foi evidenciada, sendo a  base, a raiz da estrutura social do indivíduo. É nela que a pessoa doente  encontra seu habitat natural, podendo ser ela mesma, sem máscaras ou cobranças.  Qualquer que seja a necessidade do paciente, a ação da família pode abranger  cuidados de higiene e lazer, além do suporte emocional, garantindo uma  recuperação mais rápida.
   Notamos então que a Assistência Domiciliar também cumpre um papel  social, uma vez que auxilia e orienta a família, visando a reinserção do paciente  no convívio familiar e social. 
   Atualmente os hospitais, independentemente de suas fontes de recursos,  no caso do Sistema Único de Saúde (SUS) em sua maioria insuficiente, e por  motivos comerciais e de demanda, cresceram e foram obrigados a absorver os  valores da alta tecnologia nos últimos tempos, encarecendo internações e demais  serviços médicos hospitalares, aumentando os custos e, portanto os passivos  destes estabelecimentos. Tal cenário inevitavelmente impõe ao “hospital  empresa” a utilizar recursos e ferramentas de gestão inovadoras e a quebrar  paradigmas buscando viabilizar o atendimento ao paciente.
   A experiência da implantação do serviço de atendimento domiciliar pelo  CRER,  conforme podemos notar, reduziu  substancialmente os custos da Instituição com a internação hospitalar, o custo  médio de uma internação hospitalar pode ser superior a 65,98% se comparado com  o custo médio de uma internação domiciliar.
   Os dados também refletem que, estimadamente tal serviço provocará uma  economia de 5 milhões de reais /ano. Vale também destacar que 52% dos custos  dos serviços de Home Care são custos de pessoal e 40% são custos com  insumos, o que obriga a instituição a  otimizar suas operações e procurar alternativas de redução de custos de tal  serviço.
   A internação domiciliar traz inúmeros benefícios ao paciente e sua  família, pois torna o atendimento mais humanizado, proporciona maior comodidade  e conforto, melhora a qualidade de vida do paciente, diminui o índice de  infecção e número de reinternação.
   De tal modo podemos entender que a assistência domiciliar vem  desenvolvendo a cada ano e se firmando como modalidade de saúde essencial para  o serviço hospitalar por gerar maior rotatividade de leitos, redução de custos  e especialmente, a humanização do paciente, fazendo da doença um vínculo  família paciente profissional da saúde.
O artigo apresentado explicitou a realidade do atendimento domiciliar,  sua história, diversos conceitos, sua viabilidade, aplicabilidade e a  importância da qualidade neste serviço. Vimos todos os fundamentos da equipe de  profissionais de saúde que são peças primordiais, são eles que fazem a  diferença para um bom atendimento, encontrando para eles mesmos um novo  conceito na produção do cuidado para pessoas com necessidades especiais.
   Ao mesmo tempo, percebemos a importância da inclusão dos conceitos de  gestão no ambiente Hospitalar, e o quanto diversas áreas da administração estão  subentendidas nos atos de saúde, permitindo a implantação de tais serviços de  forma coerente, cobrindo a sua sustentabilidade socioeconômica.
   Considero que, conforme retratado na experiência CRER, é possível  prestar uma assistência atendendo todas as necessidades dos pacientes com  redução significativa de custos, dos riscos próprios do ambiente hospitalar e  do tempo de recuperação e auxiliando no processo de desconcentração do  atendimento médico hospitalar pilar do atual modelo assistencial em saúde. 
   No caso em tela, O CRER, não conseguiu gerar dividendos e/ou lucro, mas  conseguiu reduzir os custos, aperfeiçoar sua capacidade instalada e reforçar  sua marca junto à comunidade, devido alcance social do programa. 
   No entanto, há casos em que o home care custa mais caro do que uma  internação convencional. Dessa forma, é preciso avaliar cada caso, embora  muitas vezes o atendimento domiciliar provoque uma melhora em pacientes que  demandam um nível de atenção maior.. 
   Sendo assim constato que a modalidade de Assistência Domiciliar “home  care” é uma grande ferramenta estratégica para os estabelecimentos hospitalares  e ao mesmo tempo, para quem quer investir, é uma boa oportunidade de mercado e  também de trabalho para os profissionais de saúde. 
REFERÊNCIAS 
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