Revista: Atlante. Cuadernos de Educación y Desarrollo
ISSN: 1989-4155


EDUCAÇÃO FINANCEIRA: UMA MANEIRA DE CONTER O CONSUMO INFANTIL

Autores e infomación del artículo

Dione Maryara dos Santos Aragão de Oliveira*

Felipe Matheus Rodrigues**

Gletiana Gois Pereira***

Rita Araújo***

FATEF, Brasil

E-mail: dionemmaryara93@gmail.com


Resumo
Este artigo aborda um estudo realizado sobre o comportamento infantil diante do consumo, pautando situações culturais, onde trouxe à tona uma situação onde a própria família, que deveria ser responsável pela educação financeira infantil, é a maior influência sobre o consumo exagerado e desnecessário, originando grandes consequências desde a infância, até a vida adulta.
Com base em pesquisas de abordagem teórica, compreendeu-se a necessidade da educação financeira desde o ensino infantil ao médio, para que houvesse o consentimento dos jovens cidadãos sobre a valorização econômica pessoal, estimulando-os a melhor conduzir suas finanças pessoais, como a necessidade de fazer uma poupança, aprender a gastar, poupar e doar.
Palavras-chave: Consumo. Educação financeira infantil. Sociedade consumista.

Abstract
The article deals with a study about children 's behavior in relation to consumption, as well as the existence of cultural situations. It is a great reality about the exaggerated and additional consumption, with great consequences from infancy to adult life.
Based on aspects such as power, decision-making, education, teaching, early childhood education, so that the young people's consent to personal economic valuation could be obtained, stimulating them to save energy, learn to spend, save and donate.

Keywords: Consumption. Child financial education. Consumer society

Abstracto
Este artículo aborda un estudio realizado sobre el comportamiento infantil ante el consumo, pautando situaciones culturales, donde sacó a la superficie una situación donde la propia familia, que debería ser responsable de la educación financiera infantil, es la mayor influencia sobre el consumo exagerado e innecesario, originando grandes consecuencias desde la infancia hasta la vida adulta.
Con base en investigaciones de abordaje teórico, se entendió la necesidad de la educación financiera desde la enseñanza infantil al medio, para que hubiera el consentimiento de los jóvenes ciudadanos sobre la valorización económica personal, estimulándolos a conducir mejor sus finanzas personales, como la necesidad de hacer un ahorro, aprender a gastar, ahorrar y donar.
Palabras clave: Consumo. Educación financiera infantil. Sociedad consumista.

Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato:

Dione Maryara dos Santos Aragão de Oliveira, Felipe Matheus Rodrigues, Gletiana Gois Pereira y Rita Araújo (2019): “Educação financeira: uma maneira de conter o consumo infantil”, Revista Atlante: Cuadernos de Educación y Desarrollo (diciembre 2019). En línea:
https://www.eumed.net/rev/atlante/2019/12/educacao-financeira.html
//hdl.handle.net/20.500.11763/atlante1912educacao-financeira



  1. Introdução
  1. Consumismo

Segundo Machado (2015), os indicadores educacionais, como o Ministério da Educação e Cultura, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, o Relatório de Desempenho Humano e as políticas de investimento mostram que, quando se investe em educação, surge muito mais rapidamente a evolução, e a qualidade de vida avança, gerando melhores empregos, benefícios e remunerações. Com isto, há uma necessidade vital de ter atenção voltada para a educação, com ênfase ao consumo infantil, durante a fase de aprendizagem, dirimindo a ansiedade na sociedade de consumo; e os indicadores de saúde, como a Organização Mundial de Saúde, o Ministério da Saúde e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, que levantam dados sobre a saúde pública regional e estadual informando suas carências e prioridades, localizando de forma geográfica suas principais enfermidades e necessidades, sendo instrumentos cruciais para os gestores públicos e privados executarem e possibilitarem os meios de desenvolvimentos contínuo na qualidade de vida, educação, saúde e bem estar da sociedade em geral.  Como apontado pelos indicadores anteriores, a obrigação para com o bem-estar da criança, é dever de todos: pais, educadores, órgãos públicos, Organizações Não Governamentais (ONG´s), assim sendo, pessoas e profissionais de todas as áreas que convivem com o público infantil. “O termo educação não se enquadra apenas na forma como nos comportamos diante da sociedade. Apesar de haver muitos tipos de educação financeira, vamos abordar neste artigo a educação financeira voltada para o consumo infantil” (Cerbasi, 2011, p. 17). 
Conforme Baudrillard (1995), as sociedades atualmente esbanjam na capacidade de consumir, levando isto ao consumo excessivo e desenfreado, gastando e consumindo além do necessário, pelo fato de preencher um vazio constante em suas vidas. O consumo do supérfluo traz uma gratificação momentânea, levando o indivíduo a se sentir realizado por pouco tempo.
Também fala Bauman (2008, p, 71), a “sociedade de consumidores”, traz a luz da sociedade à necessidade em consumir, mesmo que este consumo seja abusivo ou desnecessário, descartando todas as opções contrarias. E ainda enfatiza sobre as ameaças sobre as consequências em administrar um consumo não idealizado, estes consumidores sem regras ou freios são excluídos por trazerem grandes riscos ao comercio. Trazendo um grande problema nesta sociedade consumista, de não poupar. Isto leva a dívidas e a não poupar dinheiro, sendo inapta de administrar suas finanças, gerando problemas familiares, econômicos e financeiros.
O consumismo é descrito como uma forma de consumo desproporcional, e para Schweriner (2010, p.11) “abundância, dependência, exagero, exibição, inveja, luxo, ostentação, prazer, soberba e supérfluo”. Quando o consumo assume uma proporção e um crescimento contínuo, o consumismo é representado pelo desejo e não mais pela necessidade. Passa a ser necessidade de vida sem se importar com as consequências deste consumo desenfreado e vulgar. Fazendo com que os valores para a sociedade de consumo sejam as posses do indivíduo, ou seja, quanto mais ele apresentar de bens, mais respeito e prestígio social ele terá. A sociedade de consumo cria novas expectativas de consumo, não se satisfazendo com os produtos adquiridos, precisando assim de produtos mais modernos e muito mais caros.
Karsaklian (2000, p.11) define que “ser consumidor é ser humano; ser consumidor é alimentar-se, vestir-se, divertir-se [...] é viver”. Mesmo que este consumo seja exagerado e fora do controle, comendo mais do que o necessário, ter muito mais roupas do tem capacidade de usar, e divertir-se mais tempo e gastando mais do que poderia.                                                     
Os prazeres proporcionados pelo fato de consumir não podem ser encontrados na realidade, e faz com que pouco tempo depois do consumo a satisfação cesse, fazendo com que o consumidor volte a consumir cada vez mais, e assim consiga ter o prazer por mais tempo, e imagina ser capaz de suprir seus anseios através de novas compras. (Cambell, 2001) e (SANTOS, 2009).
Santos (2009), afirma que as famílias modernas, bem como toda a sociedade, estão influenciadas com as modificações do mundo moderno e as satisfações, que surgem das novas necessidades, ou por aquelas que não são mais importantes. Isto traz a tona um problema de vulnerabilidade das famílias quanto ao consumo desenfreado.

  1. Consumo Infantil

Para Rifkin (2001) e para Solomon (2012), O primeiro contato da criança com o consumo, é através dos seus pais, indo junto com eles fazer compras no supermercado ou no shopping.  Normalmente ela vai com os pais desde muito nova, as vezes até antes de um ano, e sempre pede aos pais o que é para comprar, sendo assim  com menos de um ano de idade as crianças estão no estágio de observação, dos um aos dois anos para o estágio de pedir, até os três anos e meio passam para o estágio de selecionar, com cinco anos e meio ingressam no estágio de fazer compras com auxílio dos pais e até oito anos passam para o estágio de fazer compra independente.
Solomon e Santos (2009) enfatizam o efeito da televisão como “babá elétrica”; ou seja, a criança fica obcecada pela televisão e mídias sociais, que lhe fornece tudo que ela quer e acha que precisa. Elas são normalmente influenciadas com mensagens sobre consumo, apresentadas em comerciais e nos próprios programas de TV. As principais tendências para o consumo infantil são: domínio sobre os recursos tecnológicos; crianças como emissores de informação; autossuficiência; mensagem espontânea e participação nas ações mercadológicas.
Conforme Alana (2012), uma ONG empenhada em mudar a publicidade direcionada ao público infantil, com intuito de gerar respeito e conteúdo de forma correta à criança, teve como um de seus objetivos principais tentar, por anos, a aprovação do projeto de lei n° 5.921/2001, que proíbe a publicidade direcionada às crianças, alegando serem elas ainda sem autonomia de distinção entre o que deve ser julgado como ‘bom’ ou ‘ruim’ para seu consumo, e o conteúdo publicitário persuasivo para menores de doze anos.
O Instituto Alana, apresenta dez motivos para não expor as crianças à publicidade:

  1. Viola seus direitos: O Código de Defesa do Consumidor define que não poderá haver publicidade direcionada a quem não tem capacidade de decisão;
  2. É imoral e antiético: A publicidade usa de personagens das histórias em quadrinhos e filme, para atrair o público infantil;
  3. Leva a obesidade e sobrepeso: A publicidade usa alimentos e comidas não saudáveis cada vez mais em seus comerciais, e expõem as crianças a consumir alimentos que as levam a obesidade;
  4. Não é sustentável: Antes de “ter”, é necessário aprender a “ser”. Atualmente existem países onde o consumo é maior do que a natureza tem capacidade de renovar, é preciso desde muito cedo ensinar a criança a doar, a repartir e ser solidaria;
  5. Erotização precoce: Ainda se valoriza a infância, mas não como se valorizava a alguns anos atrás, atualmente a sexualidade é levada aos canais de comunicação, e leva a criança a destorcer sua figura infantil, levando a gravidez precoce, a ficar com gestos e postura adulta muito antes do tempo previsto;
  6. Distorce valores e deseduca; os canais de comunicação, através da publicidade e de programas, fazem com que as crianças achem que só serão felizes se possuírem ou usarem os produtos anunciados;
  7. Estressa a família: A família acaba se cansando de tanto que as crianças pedem os produtos a que foram induzidas a ter, através dos comerciais;
  8. Estimula a violência: A criança acaba achando que só quem tem o produto anunciado, é aceito no meio social, e isto pode levar a criança a praticar pequenos furtos para ter o produto tão sonhado;
  9. Aproveita-se da ausência dos adultos: A criança passa mais tempo em frente à televisão, ou jogando, do que fazendo qualquer outra atividade. Os pais passam a maior parte do tempo deles trabalhando, e as crianças para suprirem esta falta, assistam à televisão ou jogam vídeo game;
  10. E não é fiscalizada por um órgão público: As agências publicitárias e os anunciantes atuam sem ter nenhum órgão público que os fiscalizem.

Tendo em vista as teorias previamente expostas, esta pesquisa tem por objetivo abordar didáticas de ensino sobre educação financeira para crianças e jovens, e sua importância na sociedade consumista contemporânea, onde o “ter” é muito mais importante do que “ser”, salientando metodologias para esse público, que representa uma parcela em caráter de formação na sociedade, identificando e apresentando o comportamento do mesmo em relação às finanças, reportando-o com relevância como base para um futuro melhor.

  1. Técnicas e didáticas em educação financeira

Pelo fato deste projeto tratar-se de uma levantamento bibliográfico e revisão teórica por meio de livros, artigos científicos, reportagens e web sites, utilizou-se como referência a autora e educadora financeira Cassia D’ Aquino, entre outros autores, para que se tenha uma ampla visão e demonstrar a necessidade deste tipo de conteúdo na sociedade atual, mediante crises financeiras correntes dos últimos anos.
Há diversos métodos onde as crianças aprendem a administrar melhor as finanças, como a mesada ou semanada, portanto, os pais tendo ou não melhores condições financeiras, podem auxilia-las a melhor lidar com o dinheiro, mesmo que o valor disponível seja menor que o desejado para consumo, tendo como uma opção simples, o cofrinho. (D’Aquino, 2003). Supondo que uma criança que receba cinquenta reais por mês, deseja comprar algo que custe trezentos reais, a faz ter consciência que terá de guardar mensalmente determinada quantia e, ao fim de certo prazo, disporá o suficiente para adquirir o que almeja. Dessa forma, ela poderá refletir se o seu desejo é tão importante, e se valeu a pena economizar, ou ainda se poderia ter utilizado a mesma quantia em outras coisas.
A segunda forma na qual os pais podem estabelecer limites, é apenas dizendo uma palavra: “não”. Se os pais cederem a tudo que o filho pede, e em outra ocasião falarem “não” essa criança nunca saberá lidar com a frustração e a negação. (D’Aquino, 2009). Os pais precisam ser abertos na questão da administração financeira com seus filhos, para que possam trabalhar em família, se desfazendo do desnecessário e podendo conquistar objetivos através de ações simples, sem desperdiçar recursos.
D’Aquino comenta que, buscando dar um passo nos momentos da vida da criança onde lhe cai bem falar de dinheiro, sugere que seja começado aos três anos de idade. Isto porque nesta idade a criança já começa a ter noção de compras e produtos para seu consumo. E quando esses momentos vão ficando mais rotineiros, as primeiras semanas começam a entrar em cena; também há controvérsias que são geradas pelas crianças no mundo novo da economia. É importante saber como propiciar o primeiro contato deles com o dinheiro, falar da importância da utilização de cofrinhos e entender o motivo de estimular a ter, no mínimo, três sonhos: um de curto (de semanas até um mês), um de médio (de um a seis meses) e outro de longo prazo (de seis meses a um ano). Quando crianças, os filhos costumam ver seus pais como um modelo a ser seguido. Agora pense: como convencer seu filho de que ele não precisa do último modelo de videogame se você mesmo não desiste de comprar o celular de última geração? Educar um filho, inclusive financeiramente, é das tarefas mais difíceis e exige cuidado. É uma educação que tem que ser feita diariamente. (D’Aquino 2014; Pereira et tal, 2009; Craidy e Kaercher 2007, pg. 13)
A autora também fala que mesada é como um antibiótico. Tem que dar na hora certa e na quantidade certa, porém isso não se encaixa apenas em mesadas, mas em demais coisas da vida, como doces, brinquedos e horários para diversão. O adulto deve ter noção de como gastar, doar ou mesmo poupar, desde tenra idade. Assim ele terá um comportamento de forma não impulsiva em relação aos gastos, e saberá da importância em poupar parte do dinheiro ganho, isto posto, poderá realizar planos futuros.
Segundo Craidy e Kaercher (2007, pg. 13), “era junto aos adultos e outras crianças com as quais convivia que a criança aprendia a se tornar membro deste grupo [...] e para enfrentar as exigências da vida adulta”. Logo, a partir do momento que uma criança começa a basear o seu comportamento em atitudes observadas nos pais, entende-se que, para educar os filhos, os pais também terão que estar educados, deste modo, os próprios pais terão que se mostrar entendedores do assunto e repassar todo o seu conhecimento adiante, de forma que isso se torne importante e útil e, somente a partir daí, a criança irá priorizar qualquer forma de ensinamento e passar a enxergar de forma clara os objetivos que lhes foram ensinados. 
Segundo Rousseau (Drouet, 1997, p. 11, apud Lima, 2009) “desde a Idade Média até o século XVIII a criança era vista como “um adulto em miniatura”. Um ser que sabia menos, ignorante, e não um ser que tinha estrutura de pensamento diferente do adulto”. As crianças também podem ter grandes responsabilidades, basta que seu crescimento seja fortalecido com bons ensinamentos educacionais.   A mente das crianças se desenvolve com que irão aprender todos os dias. Cada dia terá algo novo a acrescentar em seu subconsciente, e assim irá evoluindo seus pensamentos até que chegue a fase adulta. Para Frankenberg (1999), “a primeira das atitudes é aprendida com os acontecimentos da vida, através dos conhecimentos adquiridos e das experiências”. Ele cita que somos dependentes de fatores fisiológicos, que podem ser alterados ou influenciados, dependendo das escolhas feitas e fatores psicológicos.

  1. Didática para ensinar a criança a como lidar com o dinheiro

Nesta pesquisa, foi previamente abordada a importância da mesada ou da semanada, mas aplicar ou dar esse dinheiro sem um preparo correto não auxiliará para seu crescimento. Para a revista Exame (2018) e o site do Grupo DSOP Educação Financeira (2018), existem seis formas mais dinâmicas de ensinar finanças para as crianças:

  1. Converse sobre sonhos, desejos futuros, coisas que almejam. Ensine como ter um planejamento para realizar isso e o tempo que cada uma leva, sendo eles de longo, médio e curto prazo. Mas esses prazos para a criança são vistos de forma diferente, os de curto prazo são de semanas a um mês, médio prazo é de um a três meses, longo prazo é três meses a um ano.
  2. Mostre que a melhor forma dele conseguir alcançar o seu objetivo ou sonho é economizando sua mesada ou semanada. Elas vão variar conforme a idade da criança. Ou seja, de cinco a oito anos o ideal é a semanada, pois ainda não conseguem ter uma noção de tempo a longo prazo e desta forma possam controlam melhor. E a mesada a partir dos oito anos, pois já são capazes de discernir melhor as coisas que querem.
  3. A melhor forma de ensinar a guardar esse dinheiro é com cofrinho. O ideal é a criança ter três cofres, senso que cada um deverá ter um cada tamanho diferente, ou seja, um pequeno, um médio e um grande. Uma coisa para auxiliar neste controle, de o valor ‘X’ igual para cada cofre. Exemplo: digamos que você de quarenta reais de semanada, divida esse valor para cada cofre (dez reais), e o que sobrar entrará no passo seguinte (gastar). Assim, a criança conseguirá fazer esse controle futuramente.
  4. Como dito na didática anterior, a mesma quantia que é para ele guardar, deverá ser a mesma a gastar, assim consegue-se ensinar que gastar com consciência traz prazeres e responsabilidades. Isto irá refletir quando ele for um adulto, o salário será separado parte para seus sonhos e planos, e parte para suas dívidas e gastos.
  5. Falar de investimentos com uma criança é muito complicado, mas existe formas didáticas para tornar o assunto mais fácil de ensinar. Um dos métodos que poderá ser aplicado é pegue um valor emprestado com ele, caracterizemos como dez reais. Você dirá que quando devolver será com juros de 5% na próxima mesada. Com isto ao ver que o valor ressarcido é maior que o valor emprestado começará entender como funciona a base de investimentos.
  6. O último e um dos mais importantes, é de muitas vezes dizer NÃO, pois é o caminho e a palavra mais difícil para se educar uma criança. Pois quando você diz o sim em uma situação em ela está te pedindo algo, você passa por cima da maior parte desses passos. Dizer um não é educar também, é ensinar que tudo tem seu tempo e lugar e que para tudo há limites.

Para que uma criança cresça equilibrando sempre seus gastos, será necessário junto à sua evolução, ter o conhecimento e noção do que realmente é importante. Ao comprar algo, é importante que haja a certeza do que se ‘necessita’, e não fazer alguma compra por pura satisfação de ‘ego’. D’Aquino (2003 apud Souza, 2012 p. 12), denota que “quem não sabe lidar com dinheiro não o saberá ganhando duzentos reais, dois mil reais ou vinte mil reais”. Deve-se ter noção do quanto gastar e quanto poupar, independente do nível de ganho, pois quando se trata de dinheiro, se faz importante a consciência de que a segurança gerada por uma reserva torna a vida mais simplificada e prazerosa.
Para Frankenberg (1999, p. 40), “Não existe mágica para formar um bom patrimônio. Seja grande ou pequena sua renda atual, é fundamental você se disciplinar para não gastar tudo que ganha”. E também, “planejamento financeiro significa estabelecer e seguir uma estratégia que permita acumular bens e valores que formarão o patrimônio de uma pessoa - família” Frankenberg (apud Alves, Franca e Furtado, 2017). Já para Froebel (apud Borges, Fernandes, Silva e Teixeira, 2015), “por meio da educação, a criança vai se reconhecer como membro vivo do todo”.
A partir disto, compreende-se que a infância é a parte primordial para absorver maiores aprendizados para o resto da vida. Onde tudo começa no período da escola, ou até mesmo no convívio com pessoas ao seu redor, mas tendo como referencial seus pais, a forma como agem em determinadas situações e suas visões em questões gerais. A educação financeira se enquadra neste conceito, afinal, as reações humanas se espelham àquilo que é absorvido – seja por inteligência ou apenas visão pessoal – em um dos momentos de formação mais importantes do ser humano, a infância, a qual verá como consequência em sua vida adulta ou como reflexo no futuro da sociedade.
Quando os filhos aprendem a viver dentro do seu padrão econômico, valorizando o que possui, cria-se dentro dos mesmos uma independência e almejo por, poupando o dinheiro para ser usado futuramente, sem gastos excessivos. “Toda criança é ensinada a pensar e agir no que diz respeito às finanças” (Eker, 2006, p. 25). Ao decorrer da vida, desenvolve-se o aprendizado sobre como lidar com dinheiro, onde poupá-lo trará bons resultados futuros, fazendo a criança adquirir esse pensamento junto os pais, em vista do fato que cada indivíduo possui seu modo de agir perante suas questões monetárias.
As crianças precisam saber entender, desvendar e lidar com o sistema financeiro, preparar-se para usufruir dos benefícios, ao mesmo tempo defender e ajudar ao longo da jornada. Sabemos que todas as famílias do mundo conseguem seus patrimônios através de sua educação financeira e para isso está deverá ser saudável. O ato de gastar deverá ser cauteloso, pois essa questão sobre dinheiro está presente em todos os momentos de nossas vidas. De acordo com Ferreira (2013, pg. 40), “pelo que é um desperdício não aproveitar esses momentos para proporcionar diálogos que permitam incrementar a percepção das crianças ao nível das finanças pessoais”.
Considerações finais
Entende-se por esta pesquisa teórica que as crianças devem receber o ensinamento financeiro por meio de seus pais ou responsáveis, mesmo que em poucas quantias monetárias para aprimorar e incentivar o aprendizado, assim, podendo se familiarizar desde cedo com o valor do dinheiro e a lidar com o mesmo, portanto, compreende-se que há diversos métodos que podem ser utilizados para tal, o que atribui atenção e valorização do pouco que se é conquistado.
Em vista dos fatos presentes neste artigo, a educação financeira infantil vai além de ensinar, falar sobre o dinheiro e/ou a responsabilidade que a envolve, mas também ao se planejar, a educar com valores mais humanos e a importância de ter sonhos. Esta educação pode e deve ser feita pelos pais ou responsáveis, não importando o valor mensal da quantidade do dinheiro entregue as crianças, porém estas instruções teriam mais retorno se o sistema educacional brasileiro investisse nessa modalidade.
Enfatiza-se também, que tudo o que for repassado à criança, seja aquilo bom ou ruim, irá refletir futuramente em sua vida em um todo, do seu modo de lidar com valores financeiros, afetivos, e até mesmo com seu tipo de personalidade a qual forma-se em sua vida infantil.
A falta desta educação é muita das vezes a causa dos problemas que se encontra na sociedade, famílias que gastam mais do que aquilo que possuem e que podem pagar, crianças consumindo compulsivamente sem pensar no amanhã, um país em que mais se gera passivos do que ativos.
O artigo não trata só de mostrar as problemáticas atuais ou da uma solução definitiva, mas sim uma luz ou um caminho que se possa tentar seguir.
” começar cedo e de forma correta educar os filhos sobre dinheiro,
pode diferenciar um milionário de um endividado”. (Cerbasi 2011)

Referências.

Alves, M. dos S.; Franca, S. A.; Furtado, R. M. S. (2017): Planejamento financeiro pessoal como uma alternativa para maior crescimento e estabilidade. Semana Acadêmica. Disponível em:
<https://semanaacademica.org.br/system/files/artigos/artigo_cientifico_mauricio1.pdf> Acesso em 23/05/019

Borges, S. G. F; Fernandes, T. M.; Silva, F. de S.; Teixeira, Andréa C. B. T. (2015): A educação infantil e as principais concepções de infância. Web Artigos. Disponível em:

<https://www.webartigos.com/artigos/a-educacao-infantil-e-as-principais-concepcoes-de-infancia/129871> Acesso em 01/06/2019.

Camargo, S. (2014). 20 dicas para ensinar crianças e adolescentes a lidar com dinheiro. UOL – Finanças Pessoais. Disponível em:
<http://economia.uol.com.br/financas-pessoais/noticias/redacao/2014/08/30/17-dicas-para-ensinar-criancas-a-lidar-com-dinheiro.htm> Acesso em 28/10/2016

Cerbasi,G. (2011): “Pais inteligentes enriquecem seus filhos”. Sextante. Rio de Janeiro

Craidy, C. M.; Kaercher, G. E. P. da S. (2001): “Educação infantil: pra que te quero?”. Artmed. Porto Alegre.

D’Aquino, C. (2003): A importância da educação financeira. Disponível em: <http://www.psicologia.org.br/internacional/pscl34.html> Acesso em 08/05/2018.

D' Aquino, C. (2010): “Ganhei Um Dinheirinho. O Que Posso Fazer Com Ele?”. 1º edição. Moderna.

D’Aquino, C. (2014): Como Falar de Dinheiro Com Seu Filho”. 1ª edição. Saraiva.

Dsop – Educação Financeira (2018): 5 formas de ensinar as crianças a guardar dinheiro. Disponível em:
<https://www.dsop.com.br/categoria-escolas/noticias-escolas/2018/04/ensinar-as-criancas-dinheiro/> Acesso em 05/01/2019.

Educação Previdenciária. Educação financeira para crianças. Disponível em:
<http://www.capesesp.com.br/web/pep/educacao-financeira-para-criancas> Acesso em 28/10/2016.

Eker, T. H. (2006): “Os segredos da mente milionária: aprenda a enriquecer mudando seus conceitos sobre dinheiro e adotando os hábitos das pessoas bem-sucedidas”. Sextante. Rio de Janeiro.

Ensino Trakinas (2014): A mesada e seus benefícios. Disponível em:
<http://ensinotrakinas.blogspot.com/>  Acesso em 21/09/2018.

Ferreira, R. (2013): “Educação Financeira das crianças e adolescentes”. Escolar. Lisboa, Portugal.

Frankenberg, L. (1999): “Seu futuro financeiro”. 16ª edição. Campus. Rio de Janeiro.

Kioyosaki, R. T.; Lechter, S.L.(2000): “Pai Rico, pai pobre: O que os ricos ensinam a seus filhos sobre dinheiro.” 66ª edição. Elsevier. Rio de Janeiro.

Motta, S. (2018): 6 dicas para ensinar crianças a gastar, poupar e investir. Exame. Disponível em
<https://exame.abril.com.br/seu-dinheiro/6-dicas-para-ensinar-criancas-a-gastar-poupar-e-investir/> Acesso em 05/01/2019.

Pereira, D. H.; Feitosa F. M; Silvério R. M; Souza C.R.(2009): “Educação Financeira Infantil seu impacto no consumo consciente”. Disponível em: <http://www.educacaofinanceira.com.br/tcc/impactoconsumoconsciente.pdf> Acesso em 08/02/2019

Santos, J. (2015): Cuidar do dinheiro se aprende desde criança. Sempre Família. Disponível em:
<http://www.semprefamilia.com.br/educacao-financeira-se-aprende-desde-crianca/> Acesso em 28/10/2016.

Scribd. Questionário como instrumento de pesquisa. Disponível em:
<https://pt.scribd.com/doc/66962162/Questionario-como-instrumento-de-pesquisa> Acesso em 28/10/2016.

Souza, D. P. de (2012): “A importância da educação financeira infantil”. Disponível em:
<http://www.educacaofinanceira.com.br/tcc/importancia-da-educacao-financeira-infantil.pdf > Acesso em 28/10/2016


*Aluna de Bacharelado em Administração pela Faculdade de Tecnologia de São Vicente – FATEF. E-mail: dionemmaryara93@gmail.com
** Aluno de Bacharelado em Administração pela Faculdade de Tecnologia de São Vicente – FATEF. E-mail: felipematheusmeister@gmail.com
*** Aluna de Bacharelado em Administração pela Faculdade de Tecnologia de São Vicente – FATEF. E-mail: gletiana_gois@hotmail.com
**** Professora Especialista em Administração na Faculdade de Tecnologia de São Vicente – FATEF . E-mail professora@ritaaraujo.com.br

Recibido: 25/08/2019 Aceptado: 30/12/2019 Publicado: Diciembre de 2019

Nota Importante a Leer:
Los comentarios al artículo son responsabilidad exclusiva del remitente.
Si necesita algún tipo de información referente al articulo póngase en contacto con el email suministrado por el autor del articulo al principio del mismo.
Un comentario no es mas que un simple medio para comunicar su opinion a futuros lectores.
El autor del articulo no esta obligado a responder o leer comentarios referentes al articulo.
Al escribir un comentario, debe tener en cuenta que recibirá notificaciones cada vez que alguien escriba un nuevo comentario en este articulo.
Eumed.net se reserva el derecho de eliminar aquellos comentarios que tengan lenguaje inadecuado o agresivo.
Si usted considera que algún comentario de esta página es inadecuado o agresivo, por favor, escriba a lisette@eumed.net.

URL: https://www.eumed.net/rev/atlante/index.html
Sitio editado y mantenido por Servicios Académicos Intercontinentales S.L. B-93417426.
Dirección de contacto lisette@eumed.net