Revista: Atlante. Cuadernos de Educación y Desarrollo
ISSN: 1989-4155


HABILIDADES SOCIAIS NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL: UMA ANÁLISE DA SUA REPERCUSSÃO NA APRENDIZAGEM

Autores e infomación del artículo

Patrícia do Carmo Jele*

Simone Soares**

Edicreia Andrade dos Santos***

Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO). Brasil

E-mail: psicologiajele@gmail.com


RESUMO
O estudo das habilidades sociais vem ao encontro as múltiplas demandas, fruto de práticas de socialização, que refletem em comportamentos esperados da criança. Este estudo tem por objetivo refletir sobre o papel do pedagogo na função de coordenador pedagógico frente aos desafios escolares, bem como as direções que este profissional poderá tomar para trabalhar em parceria com os demais professores, educadores, gestores e alunos. Para isso foram realizadas 7 entrevistas e identificou-se que o comportamento habilidoso consiste em resolver problemas, manter conversas, expor e falar de seus próprios sentimentos, admitir erros e aceitar críticas, recusar pedidos inadequados, ser sensível e educado as necessidades alheias, sendo o coordenador pedagógico fundamental nesse ambiente, para que ocorra a integração dos envolvidos no processo ensino-aprendizagem, estabelecendo relações interpessoais de forma saudável, identificando as funções formadora, articuladora e transformadora no ambiente escolar, favorecendo a construção de um ambiente democrático e participativo, onde se incentive a produção do conhecimento por parte da comunidade escolar, promovendo mudanças atitudinais, procedimentais e conceituais nos indivíduos. Assim sendo, o papel do coordenador pedagógico é acompanhar os docentes em seu trabalho pedagógico motivando-os, auxiliando-os e estimulando-os a procurar fontes de (in) formação, refletindo sobre sua prática.

Palavras-chave: Habilidades Sociais. Coordenador Pedagógico. Ensino Aprendizagem. Comportamento Habilidoso.

Social Skills in the Final Years of Elementary Education: An Analysis of Their Repercussion in Learning

ABSTRACT
The study of social skills meets the multiple demands resulting from socialization practices, which reflect on expected behaviors of the child. This study aims to reflect on the role of the pedagogue in the role of pedagogical coordinator facing school challenges, as well as the directions that this professional may take to work in partnership with other teachers, educators, managers and students. For this, 7 interviews were conducted and it was found that skillful behavior consists in solving problems, holding conversations, exposing and talking about one's own feelings, admitting mistakes and accepting criticism, refusing inappropriate requests, being sensitive and polite to the needs of others, being the fundamental pedagogical coordinator in this environment, so that those involved in the teaching-learning process occur, establishing healthy interpersonal relationships, identifying the formative, articulating and transforming functions in the school environment, favoring the construction of a democratic and participatory environment, where encourage the production of knowledge by the school community, promoting attitudinal, procedural and conceptual changes in individuals. Therefore, the role of the pedagogical coordinator is to accompany teachers in their pedagogical work by motivating, assisting and stimulating them to look for sources of (in) training, reflecting on their practice.

Keywords: Social Skills. Pedagogical Coordinator. Teaching Learning. Skillful Behavior.

Habilidades sociales en los últimos años de la educación primaria: un análisis de su repercusión en el aprendizaje

RESUMEN
El estudio de las habilidades sociales satisface las múltiples demandas, resultado de las prácticas de socialización, que reflejan los comportamientos esperados del niño. Este estudio tiene como objetivo reflexionar sobre el papel del pedagogo en el papel de coordinador pedagógico frente a los desafíos escolares, así como las instrucciones que este profesional puede tomar para trabajar en colaboración con otros maestros, educadores, gerentes y estudiantes. Para esto, se realizaron 7 entrevistas y se descubrió que el comportamiento hábil consiste en resolver problemas, mantener conversaciones, exponer y hablar sobre los propios sentimientos, admitir errores y aceptar críticas, rechazar solicitudes inapropiadas, ser sensible y cortés con las necesidades de los demás, ser el coordinador pedagógico fundamental en este entorno, para que los involucrados en el proceso de enseñanza-aprendizaje ocurran, estableciendo relaciones interpersonales saludables, identificando las funciones formativas, articuladoras y transformadoras en el entorno escolar, favoreciendo la construcción de un entorno democrático y participativo, donde Fomentar la producción de conocimiento por parte de la comunidad escolar, promoviendo cambios de actitud, de procedimiento y conceptuales en los individuos. Por lo tanto, el rol del coordinador pedagógico es acompañar a los maestros en su trabajo pedagógico motivándolos, ayudándolos y estimulándolos a buscar fuentes de (in) capacitación, reflexionando sobre su práctica.

Palabras clave: Habilidades sociales. Coordinador pedagógico. Enseñanza Aprendizaje. Comportamiento hábil.


Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato:

Patrícia do Carmo Jele, Simone Soares y Edicreia Andrade dos Santos (2019): “Habilidades sociais nos anos finais do ensino fundamental: uma análise da sua repercussão na aprendizagem”, Revista Atlante: Cuadernos de Educación y Desarrollo (octubre 2019). En línea:
https://www.eumed.net/rev/atlante/2019/10/habilidades-sociais-ensino.html
//hdl.handle.net/20.500.11763/atlante1910habilidades-sociais-ensino



1 INTRODUÇÃO
As habilidades sociais se referem a um conjunto de comportamentos e desempenhos estabelecidos a partir da identificação de componentes afetivos, fisiológicos e cognitivos que articulados com a cultura e as características pessoais, fazem a criança adquirir as chamadas competências sociais (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 1999). Essas competências respondem as demandas do contexto social de forma adequada, no que se refere aos seus sentimentos, atitudes e resoluções de problemas caso não serem resolvidos de forma adequada.
Na infância, é de suma importância a aprendizagem de um repertório comportamental habilidoso, pois ela forma um conjunto de estruturas das quais as crianças não desenvolvem comportamentos de rejeição, agressividade, não expressão de sentimentos como a apatia, os quais problemas influirão da infância para a vida adulta, repercutindo nas relações interpessoais e de aprendizagem. Nesse sentido, Caballo (1998) define habilidades sociais ou comportamento habilidosos como um conjunto de comportamentos de um indivíduo em um contexto interpessoal que expressa sentimentos, atitudes, desejos, opiniões ou direitos de modo adequado à situação, respeitando esses comportamentos nos demais, e que geralmente resolve os problemas imediatos da situação enquanto minimiza a probabilidade de futuros problemas.
Desse modo, considerando os principais fatores explicativos para as dificuldades interpessoais, Del Prette e Del Prette (1999, 2005), destacam as falhas da aprendizagem prévia que se refletem nos déficits de aquisição, de desempenho, de fluência, a inibição mediada pela ansiedade, a inibição cognitivamente mediada, os problemas de percepção social e de processamento de estímulos do ambiente.
Com base no exposto, apresenta-se a seguinte questão problema desta pesquisa: Qual o papel do coordenador pedagógico em relação ao tratamento dos pares na escola? Assim, esse estudo tem como objetivo geral: pensar as habilidades sociais na educação fundamental e sua repercussão na aprendizagem. Ademais, tem-se como objetivos específicos: (i) verificar a compreensão dos professores em relação às habilidades sociais; (ii) debater o Manual de Habilidades Sociais e (iii) observar a forma como os professores compreendem o material.
Este estudo justifica-se pelo fato da necessidade de que o coordenador pedagógico transite entre habilidades e saberes para atender as diferentes necessidades no cotidiano escolar, bem como aos interesses e necessidades das crianças. Assim, esta pesquisa apresenta o embasamento teórico, os principais recortes teóricos que fornecem a análise sobre o papel do coordenador pedagógico e a base para como este profissional pode mediar o trabalho das habilidades sociais no ensino fundamental.

2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Habilidades Sociais
As habilidades sociais são aqueles comportamentos que capacitam a pessoa interagir com o outro de modo que as necessidades sejam, satisfeitas e atendam as expectativas dos demais. Assim, entende-se por habilidades sociais o conjunto de comportamentos aprendidos verbais e não verbais, que requerem, iniciativa e repostas e que afetam a relação interpessoal (MAHER; ZINS, 1985).
Caballo (1991) afirma que o comportamento socialmente habilidoso ou mais adequado se refere à expressão, pelo indivíduo, de atitudes, sentimentos, opiniões, desejos, respeitando a si próprio e aos outros, existindo, em geral, resolução dos problemas imediatos da situação e diminuição da probabilidade de problemas futuros. No entanto, deixa de enfatizar habilidades não verbais, tais como entonação, latência e fluência de falas apropriadas.
Para Del Prette e Del Prette (2001), as habilidades sociais envolvem diferentes classes comportamentais no repertório do indivíduo para lidar com as demandas das situações interpessoais. As habilidades sociais são um importante indicador para maior ou menor qualidade de vida da criança, pois prepara para os desafios e vivências em sociedade, com capacidades como empatia, comunicação, autonomia, capacidade de expandir os laços de amizade, entre outras (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2009). Essas capacidades que facilitam vicissitudes da vida de forma adequada, o que possibilita a criança ter menos chances de apresentar problemas de cunho emocional ou comportamental, vivenciando os fatos de forma mais adaptativa, saudável e positiva, pois quando as crianças aprendem a interagir efetivamente com seus pares e controlar melhor suas emoções são capazes de resolver problemas com facilidade apresentando mais sucesso futuro (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2009).
De acordo com Caballo (2003), a capacitação em habilidades sociais pode ser compreendida como um trabalho que visa ensinar estratégias e habilidades interpessoais aos indivíduos, com a intenção de melhorar a sua competência interpessoal e individual em classes específicas de situações sociais. As habilidades sociais na infância podem ser divididas em sete classes principais segundo Del Prette e Del Prette (2009): (i) autocontrole e expressividade emocional que abrange as formas de controlar seus sentimentos e emoções de forma adequada, tendo bom manejo das frustrações; (ii) civilidade que seria cumprimentos e hábitos de polidez; (iii) empatia que é expressar interesse e compreensão aos sentimentos dos outros; (iv) assertividade expressar seus sentimentos e defender seus interesses independentes de pressões alheias; (v) fazer amizades, ser prestativo e educado com relação ao outro, traçando vínculos de cooperação e solidariedade com os demais; (vi) solução de problemas interpessoais, o qual é a capacidade de nomear, identificar e avaliar diferentes problemas no processo de tomada de decisão sobre os fatos; e (vi) habilidades sociais e acadêmicas são artifícios para adequar-se ao ambiente escolar e de aprendizagem, que pode ser caracterizado em prestar atenção, responder perguntas, participar de discussões.
No entanto, deve-se observar que o comportamento socialmente competente é definido como aquele que as pessoas consideram apropriado em uma situação específica. Nesta direção, dois indivivudos podem comportar-se de maneiras totalmente diferentes em uma mesma situação, ou a mesma pessoa pode agir de maneiras diferentes em duas situações similares, e tais respostas podem representar o mesmo grau de habilidade social (CABALLO, 2003)
Para Del Prette e Del Prette (2009), os principais contextos para o desenvolvimento destas habilidades são a (i) família (primeiro grupo social de que o indivíduo faz parte e que recebe modelos de comportamento que exercem grande influência na conduta social); a (ii) escola (oportunizando contato social das crianças com outros adultos significativos e com o seu igual, estimulando o exercício de novos papéis e habilidades e impondo novos desafios interpessoais, a qual pode conduzir a autonomia, a capacidade crítica, à cooperação entre outras habilidades); e o (iii) grupo de amigos (compõe o espaço social necessário à emissão de uma série de comportamentos possibilitando o autoconhecimento e o treino de novas habilidades e daquelas já aprendidas).
Quando as habilidades sociais não são adquiridas de forma adequada, estas podem se manifestar na criança na forma de dois grandes grupos: os externalizantes que se expressam predominantemente em relação a outras pessoas e os internalizastes que se expressam predominantemente em relação ao próprio indivíduo (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2009). As habilidades podem ser aprendidas durante toda a vida e possuem uma significativa relevância em cada fase do desenvolvimento humano, no qual o sucesso pessoal e social e o bem-estar são em grande parte determinados pelas habilidades em iniciar e manter interações sociais saudáveis, e nas consequências que estas relações geram a nós, sendo a infância considerada uma etapa muito importante para esse processo de aprendizagem (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2009).
Ao público infantil é necessário levar em consideração que a criança é um ser em célebre desenvolvimento e a escola é um sistema importante em que a criança está inserida, abrangendo suas atividades na área acadêmica e social, esta última vem se apresentando de fundamental importância por complementar as atividades acadêmicas, pela própria função social em desenvolver habilidades aos que por questões biológicas ou ambientais não conseguiram fazer a inclusão (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2009). Assim a qualidade nas relações entre alunos e professores amplia oportunidades acadêmicas e de interação entre pares, aceitação de formas adequadas de comportamentos e discriminação de formas não adequadas de comportamentos (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2009). Nesse sentido, a infância tem sido apontada como um período importante para o desenvolvimento das habilidades sociais.

2.2 Educação para o ensino fundamental (anos finais)
A educação é muito mais do que escola e escolarização. A educação é inerente à vida e vem sendo complementada ao longo de nossa existência, correspondendo às tramas objetivas criadas pelos homens no trabalho, sistemático ou assistemático, de transmissão de vários tipos de conhecimento, valores, etc. (BOOG, 2004). É um processo social, um dos agentes de socialização que tem como objetivo a transformação do homem biológico em um ser social.
A educação acontece no cotidiano, em conjunto com a sociedade e por intermédio de ações de instrução e ensino planejadas por pessoas capacitadas para tal (BOOG, 2004). E como a educação é sempre feita com a inserção de graus variados de reflexão teórica, é possível dizer que a pedagogia (a teoria da educação) não se desliga da própria educação (BOOG, 2004).
Desde os primórdios da humanidade o conhecimento apresenta-se como algo essencial, pois permite a evolução do ser humano ao longo da história e é por este motivo que ele se apresenta de grande importância. Neste sentido a educação, a qual pode ser relacionada com conhecimento, também está ligada a evolução humana que por sua vez está relacionada com as diversas dimensões da vida social, econômica, política e cultural. Assim, a construção de uma escola coletiva cultivando a elevação da cultura, e em especial valores de igualdade, possibilita aos indivíduos tornarem-se cidadãos participantes da vida pública, e exercendo a cidadania. Com isso o ensino, deve possibilitar a integração do indivíduo na sociedade de maneira que ele não fique alheio aos acontecimentos de seu país e que participe das decisões púbicas.
De acordo com a Lei nº 9.394/1996, a educação fundamental tem por finalidade: (i) desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores; (ii) os currículos da educação infantil, do ensino fundamental e do ensino médio devem ter base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e em cada estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e dos educandos; e (iii) os conteúdos curriculares da educação básica devem observar também a difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e deveres dos cidadãos, de respeito ao bem comum e à ordem democrática.
Assim, pode-se salientar a existência de várias categorias de sujeitos que interferem na educação, uma vez que, a educação encontra-se inserida no contexto social, participando do processo de produção de crenças e ideias, de qualificações e especialidades que envolvem símbolos, bens e poderes que em conjunto constroem várias categorias nas sociedades. Então, considera-se a educação como um processo dialógico no qual tanto professor como aluno podem aprender e, aprendendo, tornam-se capazes de interceder no mundo em que vivem. Enfim, não há uma forma única de modelo de educação, bem como, a escola não é o único lugar onde acontece e talvez nem seja o melhor.

  1. Habilidades sociais e ensino fundamental

A escola exerce um papel de agente socialização, a qual disputa com a família a transmissão da cultura do grupo às novas gerações, no entanto, a escola ainda é o espaço próprio para a educação formal (RIBEIRO, 1991). Segundo Ribeiro (1991), a organização escolar, enquanto uma instituição social criada pela e para a sociedade como um dos instrumentos de transmissão de cultura enquanto bem de consumo, é um elemento de superestrutura, portanto, determinado pela infraestrutura.
Considerando-se que a educação existe onde há ou não escola em função de haverem redes e estruturas sociais que transferem saberes de geração a geração, existindo vários modelos de educação pode-se salientar que a educação é um processo dialógico no qual tanto professores como aluno podem aprender e, aprendendo, tornam-se capazes de interceder no mundo em que vivem (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 1999). Embora o desenvolvimento da comunicação interpessoal do indivíduo tenha início desde o nascimento, está se torna mais elaborada nas diversas etapas ao longo de sua vida (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 1999), sendo considerado fundamental em mudanças de uma situação para a outra, como por exemplo, da permanência no lar para a escola, mesmo que em tempo parcial (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2005).
Para Araújo (2000) o papel da escola é de uma instituição socialmente responsável não só pela democratização do acesso aos conteúdos culturais, mas também o de corresponsável pelo desenvolvimento individual de seus membros, objetivando sua inserção como cidadãos autônomos e conscientes em uma sociedade plural e democrática. Para isso, ela deve tomar para si a responsabilidade de trabalhar a superação das deficiências circunstanciais das crianças que chegam em suas salas, respeitando as diversidades, e também buscando incluir os todos os educandos no contexto regular do ensino (ARAÚJO, 2000).
O fenômeno educacional não pode ser definido como neutro, uma vez que se encontra intrinsecamente ligado aos problemas econômicos, políticos e sociais do seu tempo. A escola não é uma ilha, mas faz parte do mundo, e nesse sentido reflete as disparidades e as lutas sociais. Ignorar esse fato é permitir que a escola permaneça a serviço do status quo, deixando de se tornar um possível instrumento de transformação.
Ao encontro da perceptiva apresentada, estudar e pensar as habilidades sociais no ensino fundamental e sua repercussão na aprendizagem por meio da verificação referente a compreensão dos professores em relação às habilidades sociais, também identificando o papel do coordenador pedagógico frente ao trabalho das habilidades sociais e o encaminhamento com os professores na tentativa de verificar as necessidades e as melhorias durante todo o processo apresenta resultados mais eficientes num período menor. O discurso pedagógico é sempre social, no sentido de que tende, de um lado, a considerar como sujeitos da educação as várias figuras dos educandos, pelo menos nas duas determinações opostas de usuários e de produtores, e, de outro lado, a investigar a posição dos agentes da educação nas várias sociedades da história (MANACORDA, 1992).
Nesse contexto, o que determina uma resposta socialmente hábil, muito mais que o comportamento específico, é a sua eficácia ou consequência numa dada situação, caracterizando-se por uma conduta eficaz socialmente e não-danosa. Del Prette e Del Prette (1999) esclarecem que as habilidades sociais incluem a assertividade e também habilidades de comunicação, de resolução de problemas interpessoais, de cooperação, de desempenhos interpessoais nas atividades profissionais, além de expressão de sentimentos negativos e defesa dos próprios direitos.

2.4 Coordenador Pedagógico
O objeto de ação do coordenador pedagógico é a atuação e o desempenho do professor, do ponto de vista de suas competências básicas, na execução e operacionalização do Projeto Político Pedagógico (PPP) e da Proposta pedagógica curricular. Na literatura, a principal função do coordenador pedagógico é o de mobilizar os diferentes saberes dos profissionais que atuam na escola para levar os alunos ao aprendizado. Essa é a visão que Freire (1982) defende ao descrever que o coordenador pedagógico é, primeiramente, um educador e como tal deve estar atento ao caráter pedagógico das relações de aprendizagem no interior da escola.
De acordo com Libâneo (1996) o pedagogo é o profissional que atua na prática educativa, direta ou indiretamente ligadas à organização e aos processos de transmissão e assimilação ativa de saberes e modos de ação, tendo em vista objetivos de formação histórica. Ele é um profissional que lida com fatos, estruturas, contextos, situações, referentes à prática educativa em suas várias modalidades e manifestações, e sua atuação ajuda aos professores no aprimoramento do seu desempenho na sala de aula (conteúdos, métodos, técnicas, formas de organização da classe), na análise e compreensão das situações de ensino com base nos conhecimentos teóricos, ou seja, na vinculação entre as áreas do conhecimento pedagógico e o trabalho de sala de aula (LIBÂNEO, 1996).
O coordenador pedagógico exerce bem sua função, oportuniza a formação de grupos de estudos, enriquece e fortalece a interação humana no ambiente escolar, melhora de maneira significativa o clima organizacional, estimula o respeito mútuo e a boa convivência (LIBÂNEO, 1996). Para que o coordenador pedagógico atue de maneira coerente no enfrentamento de suas funções diárias, é preciso que tenha muito claro o que é essencial, o que é importante e o que acidental.
Libâneo (2004) argumenta que o coordenador pedagógico é aquele que responde pela viabilização, integração e articulação do trabalho pedagógico, estando diretamente relacionado com os professores, alunos e pais. Junto ao corpo docente o coordenador tem como principal atribuição a assistência didática pedagógica, refletindo sobre as práticas de ensino, auxiliando e construindo novas situações de aprendizagem, capazes de auxiliar os alunos ao longo da sua formação (LIBÂNEO, 2004).
Nogueira (2008) deixa claro, que a colaboração dos profissionais se faz necessário, caso contrário, não haverá trabalho integrado a fim de sanar as dificuldades dos professores, alunos e escola. Ademais, segundo Nogueira (2008), a presença do coordenador pedagógico tem o desafio de esboçar os inúmeros papéis, desenvolvidos por esse profissional no âmbito escolar, pois ele é chamado de orientador, supervisor ou simplesmente pedagogo em algumas redes de ensino, assim como em algumas já está sendo reconhecido como coordenador pedagógico, fazendo parte da equipe gestora e sendo o braço direito do diretor, uma vez que este profissional desempenha inúmeras tarefas que, embora não sejam de sua competência específica, são muito importantes para que se efetive a organização do ambiente escolar. Assim, cabe ao coordenador planejar, coordenar, gerir, acompanhar, intervir e avaliar todas as atividades pedagógicas e curriculares da escola na busca da educação de qualidade, sendo tarefa do coordenador pedagógico acompanhar o projeto pedagógico, formar professores, partilhar suas ações e compreender as reais relações dessa posição (NOGUEIRA, 2008).
Placco (2002), destaca que as escolas em seu cotidiano deveriam procurar enfrentar as dicotomias impostas a orientação e a construção da prática escolar, docente e não docente, voltada para a formação do aluno, tendo o coordenador pedagógico um papel essencial na valorização da formação do professor, pois desenvolve certas habilidades capazes de lidar com as diferenças. Ainda segundo o mesmo autor, o trabalho do coordenador pedagógico tem como objetivo ajudar efetivamente na construção de uma educação de qualidade, acompanhando o professor em suas atividades de planejamento, fornecendo subsídios para a atualização e aperfeiçoamento, promovendo reuniões, discussões e debates com a população e a comunidade, bem como estimulando o desenvolvimento e auxiliando os professores na prevenção e solução de problemas.
Assim, o coordenador pedagógico pode se identificar nas funções formadora, articuladora e transformadora, bem como constata-se que este profissional nem sempre tem sua função definida na escola ou é levado a assumir várias funções, muitas vezes relegando em segundo plano aquela atividade que pode ser considerar como essencial (PLACCO, 2002).
Dentre as diversas atribuições do coordenador pedagógico, Nogueira (2008) ainda destaca que esse profissional tem que ir além do conhecimento teórico, pois é preciso percepção e sensibilidade para identificar as necessidades dos alunos e professores, tendo que se manter sempre atualizado, buscando fontes de informação e refletindo sobre sua prática. Dentro das diversas atribuições está o ato de acompanhar o trabalho docente, sendo responsável pelo elo de ligação entre os envolvidos na comunidade educacional (NOGUEIRA, 2008).
O coordenador pedagógico enfrenta constantemente este desafio, pois tem que conhecer as práticas desenvolvidas pelos docentes de sua escola em suas especificidades para que possa intervir com coerência e fundamentação nos momentos oportunos, e quando encaminhamos dessa forma, há a participação de todos e atenção para o processo pedagógico levando em consideração as necessidades dos professores, alunos e escola (PLACCO, 2002). Portanto, compreender o trabalho pedagógico dos diversos atores dentro da escola, sendo que a docência é a base da identidade dos profissionais da educação, compete ao professor não abrir mão da globalidade e da dinamicidade que constituem sua atuação nas diferentes faces do trabalho educativo, envolvendo a ação docente, a organização e a gestão da escola.
Segundo Placco (2002), assim como o professor é responsável na sala de aula, pela mediação aluno/conhecimento, a parceria entre coordenador pedagógico e professor concretiza as mediações necessárias para o aperfeiçoamento do trabalho pedagógico na escola, sendo muitos os desafios que o coordenador pedagógico encontra, desde o processo pedagógico, administrativo e comunitário e cada escola tem suas dificuldades e seus desafios, devendo sempre ser pensadas a partir de sua realidade. Entretanto, o pedagogo na função de coordenador pedagógico pode enfrentar os desafios da escola por meio do diálogo, da comunicação e da parceria com os outros profissionais, expondo as dificuldades e juntos buscando alternativas para o sucesso da escola.
A função de coordenação pedagógica tem conquistado seu espaço de liderança na escola por contribuir significativamente na condução dos trabalhos pedagógicos desenvolvidos com todos os segmentos que compõe a unidade escolar e, tendo a consciência do mundo e de si como ser inacabado (FREIRE, 1996). Consciência esta que, como profissional não domina todo o conhecimento existente e não possui resposta para tudo. Por isso, também se torna um pesquisador constante, sendo esta busca contínua, que se efetiva o processo de ação-reflexão-ação com o coletivo que poderá desencadear um processo de ensino-aprendizagem mais comprometido com a realidade escolar.
Segundo Nogueira (2008) a colaboração dos profissionais faz-se necessário, pois sem a colaboração não há trabalho integrado a fim de sanar as dificuldades dos professores, alunos e escola, embora saiba-se que nem todos os pedagogos estão preparados para atuar como coordenadores pedagógicos. Portanto, a partir dos estudos realizados percebe-se que os cursos de formação precisam retomar uma didática que seja mobilizadora enquanto possibilidade de consciência crítica voltada para o coletivo e para a construção do conhecimento. Conforme afirma Placco (2002), o coordenador pedagógico deve ressaltar a presença da sincronicidade no professor e as possibilidades de por meio do trabalho formativo auxiliar o professor a tomar consciência das dimensões políticas, humanas interacionais e técnicas envolvidas em sua prática desencadeando um trabalho em consonância com o projeto político pedagógico.

  1. METODOLOGIA

3.1 Delineamento metodológico
Esta pesquisa classifica-se como qualitativa quanto a abordagem do problema, descritiva quanto aos objetivos (BEUREN, 2008), e estudo de caso quanto aos procedimentos (2015). O estudo de caso foi desenvolvido em uma escola pública localizada na cidade de Rebouças/PR, no decorrer do mês de abril de 2016. Foi realizado questionário com os professores, a fim de pensar as Habilidades Sociais na Educação Infantil e sua repercussão na aprendizagem, bem como o papel do coordenador pedagógico em relação a mediação neste contexto.
A população do estudo era composta por 10 professores, que ministram disciplinas do currículo do ensino fundamental. O sistema de ensino da instituição é fundamental dois. Cabe destacar que uma das pesquisadoras era uma das professoras e que suas percepções são descritas nos resultados por meio de autorrelato. A amostra final de professores respondentes foi de 7.
O instrumento de pesquisa aplicado foi composto de: (1) Conceito de habilidades sociais (1 questão); (2) Importância das habilidades sociais no desempenho escolar (2 questões); (3) Comportamentos considerados importantes para os professores e alunos, desenvolverem boas habilidades sociais (2 questões); (4) 4-  Qual as funções e importância do coordenador pedagógico, no trabalho com habilidades sociais com os alunos e profissionais da educação (3 questões).

3.2 A escola
            Em 1998 impulsionado pelos movimentos sociais começa a se estruturar ideais para educação do campo. A 1ª Conferência Nacional de Educação Básica, apresenta direcionamentos para atender os interesses, econômicos, políticos e sociais dos grupos ligados aos camponeses (CALDART, 2005).
Um dos princípios da Educação do Campo é que sujeitos da Educação do Campo são pessoas do campo, os pequenos agricultores, quilombolas, indígenas, pescadores, camponeses, assentados e reassentados, ribeirinhos, povos de florestas, caipiras, lavradores, roceiros, sem-terra, agregados, caboclos, meeiros, boias-frias (MOLINA; FERNANDES, 2005). Fernandes (2002) conclui que o campo é um espaço de vida, onde a escola é o local essencial para o desenvolvimento humano.         
Neste estudo, a escola estadual local de faxinal, que é considerada Escola do Campo, trabalha em dualidade administrativa com o município, ou seja, dividem o mesmo prédio e horário de funcionamento, escolas do ensino fundamental um e dois. No período noturno o ensino médio está em atividade. Ao todo eram 278 alunos atendidos, dos quais 180 pertenciam a rede estadual e 98 faziam parte do ensino fundamental municipal.
O Colégio Estadual de Faxinal dos Marmeleiro como Ensino Fundamental e Médio, está localizado no interior do município de Rebouças, no estado do Paraná, região sul do Brasil. A criação do estabelecimento de ensino se deu com o Projeto das Escolas Consolidadas vinculado ao PROMUNICÍPIO (Projeto de Cooperação Técnica Estado/Município), implantado pelo Governo do estado do Paraná a partir de 1975, que dentre muitas ações relacionadas ações a centralização para melhoria da economia e organização das atividades do Estado. Esta forma de política impulsiona a nuclearização de pequenas escolas rurais, na tentativa de concentrar atividades em um mesmo local, política justificada pelo grande êxodo rural que fez diminuir muito o número de educandos nas escolas multisseriadas, ligadas as comunidades de referência (RAMOS, 2011).
A localidade Faxinal dos Marmeleiros foi escolhida para centralizar o complexo escolar. Para isso foram desativadas cinco escolas nas salas multisseriadas em comunidades vizinhas que integram o sistema Faxinal. O argumento do Governo para a implantação do Projeto desta escola centralizada, era a melhoria do desempenho pedagógico pois o professor ministrava aulas, preparava merenda, cuidava da limpeza escolar e assumia outros encargos e assim limitava a ação pedagógica (RAMOS, 2011).
A Escola de Faxinal dos Marmeleiros foi inaugurada dezembro de 1990. No ano seguinte, 119 alunos foram matriculados no Ensino Fundamental série finais. No ano de 2002, com a implantação do Ensino Médio, a Escola teve seu nome alterado passando a ser denominada Colégio Estadual Ensino Fundamental e Médio. A centralização das atividades escolares na Comunidade de Marmeleiro de Baixo, fomentou um impacto significativo nas relações sociais dentro das comunidades, porém fizeram surgir novas dinâmicas que foram positivas para essa população, como acesso a outras políticas públicas que somente teriam se ocorresse o deslocamento para as áreas urbanas.
Nesse contexto Ramos (2011) destaca que um aspecto positivo foi a utilização das escolas como centros comunitários pois algumas possuem até centro de saúde dotado de telefone e serviço de atendente de enfermagem. O autor argumenta que esse serviço era inédito na zona rural de quase todos os munícipios, e o ônibus escolares têm sido utilizados, algumas vezes, como transporte para pessoas necessitadas do socorro médico a para os alunos estudarem a noite na sede dos municípios.
Assim, estas escolas rurais passam a ser um ponto importante de união das comunidades ao redor. As escolas situadas nas comunidades e não nas áreas urbanas trazem consigo todo um movimento de tentativa de escolarização direcionada as especificidades da área rural, a escola no campo constitui referência social, um espaço da comunidade, eixo central para a organização, a sociabilidade, o lazer (SCHWENDLER, 2005).
A comunidade ao entorno do Colégio, tem suas raízes históricas inerentes do Sistema Faxinal, uma forma de organização camponesa, ainda existente no Centro Sul do Paraná. Diante dessa premissa este sistema de produção, é uma forma de organização social camponesa tradicional, fundamentado na valorização ecológica, sociocultural e histórica da comunidade, fundamentada em uma área territorial de como comum, que se destinam a criação extensiva de animais e a prática de produção é a policultura alimentar de subsistência (CHANG, 1985).
Observa-se, então, que a escola e a comunidade devem interagir para que ambas cresçam continuamente, com o objetivo de promover um melhor desenvolvimento, com respeito aos conhecimentos prévios e a cidadania daquela população. Bauman (2003) destaca que a comunidade deve ser entendida como tipo comunitário que não precisa ser construído, já está dado, completo e pronto para ser usado e precede todos os acordos e desacordos. É um entendimento natural e evidente, dado de antemão, e que confere organicidade a coletividade; que mantém as pessoas unidas a despeito de todos os fatores a que as separam (BAUMANM, 2003).
Infere-se assim, a importância da união entre escola e comunidade a fim de superar as divergências presentes. Haja vista, que em uma comunidade pequena todos se conhecem e sabem das contrariedades existentes. Assim a escola participa ativamente dos problemas e alegrias que faze da vida de seus educandos.

  1. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

4.1 Análise das informações
Por meio das questões propostas aos professores, foi possível perceber que a maioria já tem um bom entendimento referente as habilidades sociais, pois conseguiram definir o termo com muita facilidades, citando até mesmo exemplos referentes as habilidades sociais observadas em sala de aula, como, “PROF_ 1: São um conjunto de condutas pelas quais o indivíduo expressa os sentimentos, atitudes, desejos, obrigações”; PROF_ 2 “são comportamentos, atitudes, postura de uma pessoa perante um grupo de indivíduos, respeitando o direito do outro, resolvendo conflitos, ou prevenindo-os; PROF_ 3 “é desconstruir preconceitos, buscar respostas, ser crítico, perante a sociedade. Cidadania. Lidar com situações inesperadas” e PROF_ 4 “conjunto de comportamento demonstrado pelos alunos, relação com os colegas, sentimentos, etc.”.
Entretanto, foi possível perceber a necessidade de se trabalhar sobre o tema, pois alguns professores ainda encontram muitas dificuldades, sendo até mencionado sobre a necessidade de mais capacitação sobre o tema, conforme percebido na afirmação PROF_ 5 “capacidade de se adaptar ao meio em que vive”.
Desse modo, pode-se notar que a maioria já tem um bom entendimento referente as habilidades sociais, pois conseguiram definir o termo com facilidade, citando até mesmo exemplos referentes as habilidades sociais observadas em sala de aula, conforme afirmado PROF_ 6“São um conjunto de condutas pelas quais o indivíduo expressa os sentimentos, atitudes, desejos, obrigações”.
Os professores foram ainda questionados sobre a importância de trabalhar as habilidades sociais no ensino fundamental. Ao verificar sobre a importância dada por eles, em se trabalhar as habilidades sociais no ensino fundamental, foi possível observar que grande parte dos professores tem bom aprofundamento referente ao tema, indo a fundo e trabalhando as questões da melhor forma possível, conforme mencionado pelo PROF_7para se conviver melhor com os conflitos inevitáveis da vida cotidiana como, pressa, impaciência, violência, falta de sensibilidade”. Outras opiniões que valem ser ressaltadas, PROF_ 3 “para formar cidadãos conscientes de seus próprios atos, direitos e deveres”; PROF_ 4 “preparar o aluno para ser “percebido” no mundo, na sua comunidade, na vida” ePROF_ 5 “proporcionar aos alunos, diferentes formas de ver a realidade, para que não tenham dificuldade de se relacionar”.
Mas foi possível observar ainda, foi que alguns professores têm muita dificuldade até mesmo em observar essas habilidades em seus alunos, o que torna difícil trabalhar essas habilidades, bem como, a demanda de capacitação deve ocorrer de forma heterogênea, uma vez que alguns professores necessitam de capacitação até mesmo referente as definições das habilidades sociais, para em seguida verificar formas de trabalhar essas habilidades.
Outro ponto importante a ser observado, foi que alguns professores têm dificuldade de incluir o tema no seu planejamento diário, sentindo necessidade de preparar uma aula apenas para o conteúdo. PROF_ 2 “por meio de aulas explicativas, estimulando a busca por causas concretas, mostrando diferentes realidades e desafios”; ou PROF_ 7 “nos momentos oportunos, que se faz necessário conversar, com os alunos sobre algum fato ocorrido em sala, ou fora, em uma crítica ou briga”.
Para Del Prette e Del Prette (1997) foram identificados os seguintes comportamentos relacionados a um bom desempenho social do professor: falar com os alunos e ouvir os alunos; ler o que os alunos escrevem olhando para os alunos; relatar ao aluno o seu contentamento diante de um acerto e apoiá-lo apesar do seu erro; encorajar o aluno a novas tentativas; manter com o aluno um relacionamento amistoso e trivial; demonstrar reciprocidade quando o aluno é afetuoso mantendo contato visual e aproximando-se dele; dar feedback positivo aos alunos; aceitar crítica e alterar o próprio comportamento; iniciar e manter conversação com os alunos; encorajar os alunos e valorizar as interações estabelecidas entre eles; expressar opinião, elogiar e agradecer elogios; expressar sentimentos positivos em relação à classe ou a alunos específicos.
Del Prette e Del Prette (1997) ainda recomendam como possibilidades de trabalho com os alunos; pronunciar corretamente as palavras, sem problemas de dicção ou de inteligibilidade; explorar o humor e o lúdico; supervisionar a participação dos alunos de modo a garantir oportunidade para todos; ter fluidez e clareza na fala; movimentar e usar o espaço da sala de aula de modo a manter proximidade com todos os alunos; distribuir o contato visual para a classe e entre alunos; dar feedback reconhecendo os aspectos positivos do desempenho do aluno; levar os alunos a fazerem perguntas e darem feedback; observar e ouvir o aluno; prestar mais atenção ao aluno; respeitar o ponto de vista do outro; aproximar-se quando solicitado pelos alunos; alternar aproximação e distanciamento dos alunos nos diferentes pontos da sala de aula; alterar a entonação em alguns momentos de aula para enfatizar o conteúdo das suas verbalizações; obter resposta à maioria das perguntas feitas à classe como um todo e obter participação e envolvimento da maioria dos alunos na atividade proposta.
Sobre o papel do Coordenador pedagógico vale ressaltar a resposta PROF_ 2 “ele deve ter conhecimentos para orientar os professores”. Ou seja, embora alguns professores percebam a importância da harmonia entre professores, alunos, direção e coordenador pedagógico, há ainda aqueles que acreditam que o papel do coordenador pedagógico é ter o conhecimento e repassar tudo pronto e acabado ao professor, bem como existe ainda aqueles professores que acreditam que o papel do Coordenador Pedagógico seria apenas a formação continuada, para aumentar o repertório de habilidades sociais do professor, quando os mesmos enfatizam que seu papel é PROF_ 3 “primeiramente ele deve ser um formador, ou seja, articulador e transformador do corpo docente, deve auxiliar o professor no seu papel, deve entender sobre didática e metodologia” ou PROF_ 4 “é tentar buscar a harmonia entre professores e alunos, trazer esclarecimentos”.
Foi possível perceber ainda que a opinião dos professores referente as formas de aumentar o repertório de habilidades sociais, os mesmos apresentam pontos de vista diferenciados, como: “formação continuada”; PROF_ 5 “com atividades extracurriculares, como oficinas, gincanas, viagens, etc.”; PROF_ 6 “quanto mais habilidades o professor usar no seu cotidiano, mais resultado no rendimento e qualidade nas interações com os alunos” e PROF_ 7 “o professor é um mediador entre o aluno, o conhecimento e a relação com o outro, então um professor capacitado nestas habilidades desenvolverá múltiplas formas de habilidades sociais”.
Após essa sondagem foi possível perceber de forma clara quais os professores precisam de ajuda para melhor suas práticas pedagógicas, bem como, qual a abre para possibilidades de trabalho para o coordenador pedagógico, com a finalidade de conseguir suprir todas a necessidades individuais.

 

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta é uma pesquisa descritiva, explicativa, amparada no método de pesquisa bibliográfica qualitativa e quantitativa utilizando- se do método dialético e estudo de caso. Sendo assim, o resultado final visa por meio de informações coletadas por meio de pesquisa bibliográfica, um aprofundamento sobre o tema, construindo argumentações sólidas para que possam contribuir no esclarecimento das questões abordadas anteriormente, para depois serem utilizadas na prática escolar.
São muitos os desafios que o coordenador pedagógico encontra na escola, desde processo pedagógico, administrativo e comunitário, mas o pedagogo na função de coordenador pedagógico pode enfrentar os desafios da escola por meio do diálogo, da comunicação e da parceria com os outros profissionais, expondo as dificuldades e juntos buscar alternativas para o sucesso da escola.
O coordenador pedagógico é visto como um membro gestor na escola e cabe a ele juntamente com a direção consolidar a tão esperada gestão democrática; dar assistência aos professores, dando apoio, analisando e assessorando seu trabalho em sala de aula; interpretando os anseios e necessidades do ambiente escolar; estimulando os professores buscando promover em parceria com as secretarias responsáveis cursos de formação; pesquisando meios que favoreçam a melhoria das relações humanas de todos os participantes do processo educativo; entre outras tarefas. Mas tudo isso só é possível se houver comunicação, diálogo, participação e respeito pelas ideias de todos os trabalhadores dentro da escola.
Tendo em vista a importância do reconhecimento que as habilidades sociais podem produzir consequências positivas para o sujeito e as pessoas que o cercam, os vínculos e aprendizagens que dão suporte para interações na sociedade de forma saudável, bem como considerar as dificuldades comportamentais quando bem entendidas, para que assim recebam uma educação de qualidade podendo descobrir e desenvolver seu talento, visando assim, clarificar toda essa questão e estreitar os laços entre escola X família e mantê-los em prol da formação efetiva dos educandos, o trabalho do pedagogo na função de coordenador pedagógico dentro de uma instituição educativa dispõe muito do fortalecimento das relações interpessoais, a partir da participação de todos, disponibilizando equidade e respeito, para assim construir um ambiente de diálogo, de comunicação, de reflexão e de intervenção do processo educativo.
Este trabalho vem ao encontro a profissionais como educadores, psicólogos e os próprios pais, enfim todos que trabalham ou desejam um adequado desenvolvimento social, psicológico e cognitivo, que perpassam o como respondemos nossas necessidades e a dos outros. As pessoas habilidosas socialmente conseguem manter relações de cooperação interpessoal, promovendo lidar com os problemas cotidianos de forma produtiva. Assim o pensar habilidades sociais na escola permite a formação de vínculos e aprendizagens que dão suporte para interações na sociedade de forma saudável, formando maior possibilidade de se ter uma vida satisfatória, o programa de treino permite evitar a delinquência, depressão e ansiedades, na infância e na vida adulta, assim modelar, ensinar, adequar e melhorar a qualidade e frequência de Habilidades sociais, torna-se de suma importância para todos os contextos e relações.
Há de se examinar e repensar na avaliação do trabalho escolar, e assumir o verdadeiro compromisso da educação. Nesse sentido, para que o coordenador pedagógico desenvolva um excelente trabalho carece de estar comprometido não apenas com a escola, mas principalmente com os processos de ensino-aprendizagem.
Este estudo permitiu o reconhecimento da importância do conhecimento e atuação adequada das Habilidades sociais com o intuito de promover saúde mental dos educandos e dos profissionais envolvidos no processo de ensino aprendizagem.
Os resultados encontrados foram promissores rumo a melhorias no desempenho social sendo apresentadas sugestões para o planejamento de futuras intervenções, ente estas a formação continuada é uma das inúmeras nuances do trabalho do coordenador pedagógico com os profissionais da educação, pode ser um espaço objetivo que leve a reflexão, criação e troca de saberes e experiências sobre o que é o trabalho em sala de aula, o qual deve ir além do paradigma dos conteúdos, assumindo profunda interação e trabalho das necessidades de formação do educando no todo, buscando a tão debatida e até frase que virou chavão na escola pública que é a ‘formação para vida.
Este trabalho abre futuras perspectivas sobre os efeitos da capacitação para profissionais da educação em habilidades sociais, as quais, podem refletir no ambiente escolar e para a própria formação de agentes sociais efetivamente mais habilidosos na resolução de seus próprios problemas, fato demonstrado em muitas literaturas atuais.

REFERÊNCIAS
ARAÚJO, U. F. O Déficit Cognitivo e a Realidade Brasileira. 2000.
BAUMAN, Z. Comunidade: A busca por segurança no mundo atual. Tradução Plínio Dentzien. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2003.
BRASIL. Decreto 6.040 de 7 de fevereiro de 2007.Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais. Brasília-DF, 2007.
BOOG, M. C. F. Educação Nutricional: Por Que é Para Que? Jornal da Unicamp. Universidade Estadual de Campinas. 2 a 8 de agosto, 2004.
CABALLO, V. E. O treinamento em habilidades sociais. In: CABALLO, V.E. (Org.). Manual de técnicas de terapia e modificação de comportamento. São Paulo: Livraria Santos Ed., 1996.
_____________. El entrenamiento en habilidades sociales. Em Caballo, V. E. (Org.). Manual de técnicas de terapia y modificación de conducta (pp. 3-14; 403-471). Madrid:
Siglo Veintiuno, 1998.
_____________. Manual de avaliação e treinamento das habilidades sociais. São Paulo: Livraria Santos Editora, 2003.
____________ . Teoria, evaluación e entrenamiento de las habilidades sociales. Valência: Promolivros, 1986.
CHANG, M. Y. Sistema Faxinal – Uma Forma de Organização Camponesa em Desagregação no Centro-Sul do Paraná. Boletim Técnico nº 22, Londrina - PR, IAPAR, 1988. 124p.
CALDART, R. S. Elementos para construção do projeto político e pedagógico da educação do campo. IN: Paraná. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Departamento de Ensino Fundamental. Cadernos temáticos: educação do campo / Paraná. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Departamento de Ensino Fundamental. - Curitiba: SEED-PR, 2005. - 72vp.
DEL PRETTE, Z. A. P. Psicologia das Habilidades Sociais na Infância: Teoria e Práticas. Petrópolis - RJ, Vozes, 2009.
DEL PRETTE, A.; DEL PRETTE, Z. A. P. Psicologia das relações interpessoais e habilidades sociais: Vivências para o trabalho em grupo. Petrópolis - RJ, Editora Vozes, 4ª edição, 2001.
_____________. Habilidades Sociais na Infância: Teoria e Prática. Petrópolis - RJ, Editora Vozes, 2005.
DEL PRETTE, A.; DEL PRETTE, Z. A. P.; BARRETO, M. C. M. Habilidades sociales en la formación professional del psicólogo: Análisis de un program de intervención. Psicologia Conductual, 1999.
FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à Prática Educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
­­­­_________ . Educação: Sonho possível. In: BRANDÃO, C. R. (org.). O educador: vida e morte. 2 eds. Rio de Janeiro: Graal, 1982
FERNANDES, B. M. A formação do MST no Brasil. 2. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2000.
FREIRE, P.; CAMPOS, M. O. “Leitura da palavra... leitura do mundo”. O Correio da UNESCO. Rio de Janeiro/RJ. v.19, n.2, PP. 4-9, feve. 1991.
LIBÂNEO, J. C. Educação Escolar: políticas, estrutura e organização. São Paulo: Editora Cortez, 7ª edição, 2009.
______________. Pedagogia, Ciência da Educação? Selma G. Pimenta (Org.). São Paulo; Cortez, 1996.
______________ Organização e gestão da escola: teoria e prática. 5ª ed. Revista e ampliada. Goiânia: Alternativa, 2004.
MAHER, C.A.; ZINS, J.E. Psychoeducational interventions in the school. Pergamon Press,
New York, 1987.
MANACORDA, M. A. História da Educação: da antiguidade aos nossos dias. 3ª edição. São Paulo/SP. Editora Cortez. 1992.
MOLINA, M. C; FERNANDES, B. M.; O campo da educação do campo. UNESP, São Paulo, 2005.
NOGUEIRA, V, S. O papel do coordenador pedagógico. Colunista Brasil Escola. Disponível em: http://pedagogia.brasilescola.com/trabalho-docente/o-papel-coordenador-pedagógico.htm. Acesso em 18/02/2016.
PLACCO, V. M. N. S. Formação de professores: o espaço de atuação do coordenador pedagógico-educacional. In: FERREIRA, Syria Carapeto; AGUIAR, Márcia Ângela da S. Para onde vão à orientação e a supervisão educacional? Campinas: Papirus, 2002.
RAMOS, Lilian M. P. de Carvalho. Escolas rurais consolidadas: a experiência paranaense. Cad. Pesq., São Paulo (77): 19-23, maio 1991. Disponível em http://publicacoes.fcc.org.br/ojs/index.php/cp/article/view/1038/1046. Acesso em 06 de Junho de 2019.
RIBEIRO, M. L. S. História da Educação Brasileira: A Organização Escolar. 11ª edição. São Paulo/SP. Editora Cortez. 1991.
SCHWENDLER, S. F. Principais Problemas e Desafios da Educação do Campo no Brasil e no Paraná. IN: Paraná. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Departamento de Ensino Fundamental. Cadernos temáticos: educação do campo / Paraná. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Departamento de Ensino Fundamental. - Curitiba: SEED-PR, 2005. - 72vp.

*Mestranda do Programa de Pós Graduação Interdisciplinar em Desenvolvimento Comunitário pela Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO). E-mail: psicologiajele@gmail.com
** Mestranda do Programa de Pós Graduação Interdisciplinar em Desenvolvimento Comunitário pela Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO). Cursando MBA em Controladoria e Finanças pelo Centro Universitário Barão de Mauá e especialização Lato Sensu em Gestão Estratégica de Pessoas pelo Centro Universitário Campo Real. E-mail: simosoares@gmail.com
*** Professora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, UFMS. Doutora em Contabilidade - UFSC ESAN - Escola de Administração e Negócios Endereço: Av. Sen. Filinto Müler, 1015 - Cidade Universitária, Campo Grande - MS, 79046-460. E-mail: edicreiaandrade@yahoo.com.br

Recibido: 08/10/2019 Aceptado: 16/10/2019 Publicado: Octubre de 2019

Nota Importante a Leer:
Los comentarios al artículo son responsabilidad exclusiva del remitente.
Si necesita algún tipo de información referente al articulo póngase en contacto con el email suministrado por el autor del articulo al principio del mismo.
Un comentario no es mas que un simple medio para comunicar su opinion a futuros lectores.
El autor del articulo no esta obligado a responder o leer comentarios referentes al articulo.
Al escribir un comentario, debe tener en cuenta que recibirá notificaciones cada vez que alguien escriba un nuevo comentario en este articulo.
Eumed.net se reserva el derecho de eliminar aquellos comentarios que tengan lenguaje inadecuado o agresivo.
Si usted considera que algún comentario de esta página es inadecuado o agresivo, por favor, escriba a lisette@eumed.net.

URL: https://www.eumed.net/rev/atlante/index.html
Sitio editado y mantenido por Servicios Académicos Intercontinentales S.L. B-93417426.
Dirección de contacto lisette@eumed.net