Revista: Atlante. Cuadernos de Educación y Desarrollo
ISSN: 1989-4155


O NOVO PROCESSO COMUNICACIONAL INSTAURADO PELOS JORNALISTAS FORMADOS PELA UNIARP

Autores e infomación del artículo

Juciele Marta Baldissarelli*

Luiz Salgado Klaes**

Adelcio Machado Dos Santos***

Tatiane Atanásio Dos Santos Bernardy****

Universidade Regional de Blumenau (FURB). Brasil

jucielemarta_baldissarelli@hotmail.com


RESUMO
Esse estudo propõe uma reflexão sobre a existência do curso de Jornalismo na Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (UNIARP), no município de Caçador, em Santa Catarina. Os relatos nos mostram que a iniciativa ainda recente, instituída há cerca de cinco anos, proporciona resultados impactantes na sociedade local e regional. Os primeiros acadêmicos que se formaram no curso eram, na maioria, profissionais que já atuavam com registros provisórios, no entanto, a academia proporcionou o acesso ao conhecimento que não é habitualmente encontrado no exercício da profissão. Também fez com que muitos desses profissionais se dedicassem a pesquisa. Essa pesquisa, demonstra sobre a necessidade da graduação para auxiliar no desenvolvimento da sociedade em que estão inseridos por intermédio da comunicação. Trata-se de um estudo qualitativo, bibliográfico e documental, em que foram utilizados aporte de artigos científicos, documentos relacionados ao tema, sendo também um estudo de caso.

Palavras-chave: Jornalismo; Comunicação; UNIARP.

ABSTRACT
This study proposes a reflection on the existence of the Journalism course at University High Fish River Valley (UNIARP) in Hunter municipality in Santa Catarina. The reports show us that even recent initiative, established about five years already provides impactful results in loca and regional society. The first students who graduated the course, were the most professionals who were already working with temporary records, however, the academy provided access to knowledge that is not usually found in the profession. It also meant that many of these professionals also devote to research. In this research, we intend to demonstrate the need graduation to assist in the development of society in which they live through the communication. This is a bibliographic study and document, they were used input of scientific papers, documents related to the subject and is also a case study.

Key-words: Journalism; Communication; UNIARP.


Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato:

Juciele Marta Baldissarelli, Luiz Salgado Klaes, Adelcio Machado Dos Santos y Tatiane Atanásio Dos Santos Bernardy (2019): “O novo processo comunicacional instaurado pelos jornalistas formados pela UNIARP”, Revista Atlante: Cuadernos de Educación y Desarrollo (junio 2019). En línea:
https://www.eumed.net/rev/atlante/2019/06/novo-processo-comunicacional.html
//hdl.handle.net/20.500.11763/atlante1906novo-processo-comunicacional


1 INTRODUÇÃO

A educação superior, especificamente desenvolvida nas universidades, agora inseridas em um contexto de globalização, pode contribuir para a pesquisa, sobretudo, proporciona formação profissional. É neste contexto que o curso de graduação em Jornalismo adquire relevância, visto que fornece os instrumentos intelectuais ao futuro Jornalista.
Para a sociedade, a informação e o conhecimento veiculados por este profissional, proporciona condições de desenvolvimento de todas as potencialidades sociais e individuais. Por conseguinte, evidencia-se também uma série de necessidades intrínsecas a toda e qualquer organização. Uma delas refere-se aos recursos humanos, os quais se têm constituído em um dos principais ativos da organização. Isso significa que, entre os diversos recursos que uma organização possui, tecnológicos, financeiros, materiais, o humano representa, em muitas situações, como o diferencial competitivo, pois as empresas tornam-se cada vez mais semelhantes, considerando os demais recursos.
Em concordância com essa visão alguns autores defendem que um dos elementos para compreender o processo de mudança pelo qual passa a sociedade é o aumento progressivo da dependência dos países, dos governos, das empresas e dos indivíduos em relação ao conhecimento. Nações e indivíduos estão percebendo sua condição de dependência uns em relação aos outros e o papel central que o conhecimento possui, sendo necessário para isso que se dê uma nova visão quanto à organização intensiva do conhecimento.
Destarte, fica demonstrado como as organizações partilham o conhecimento e como este é facilitado pela divulgação através dos meios de comunicação e pela informática, para isso será apresentado um breve histórico da universidade, para que seja entendido de que maneira essas organizações se comportam com as mudanças tecnológicas e estruturais dos novos tempos. Nesse contexto, o curso de Jornalismo da Universidade do Alto Vale do Rio do Peixe (UNIARP), campus de Caçador, está colaborando com a sociedade por intermédio dos acadêmicos e Jornalistas graduados na Instituição.

2 A COMUNICAÇÃO COMO CAMPO SOCIAL

Há quem imagine que os problemas observados na educação sejam sintomas de uma sociedade profundamente antifuncional. Embora pudesse aliviar inquietudes com distintas palavras, porém, optou-se em propor um novo tipo de civilização, pois os objetivos da educação não devem ser meramente o de ajudar ao alunado para seguir um marco institucional vigente. Devemos sim contribuir na construção de um novo tipo civilização.
Quase que se pode afirmar que estamos a educar hoje em dia para um tipo de economia imposta por diversas circunstâncias. Poder-se-ia afirmar que deveríamos invocar a tarefa ética de educar no sentido de um novo modelo de economia. A educação para realizar transformações, informação, educação, etc. necessita ter como aliado a comunicação.
Desta forma, tão importante quanto surgimento dos primeiros cursos de Jornalismo no Brasil, foi à implantação da imprensa no país. O primeiro curso de Jornalismo foi criado na Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero, em 1947 em São Paulo. Já os registros que tratam da implantação da imprensa no país são de 139 anos antes da fundação do primeiro curso.
Foi no ano de 1808 que aconteceu o marco inicial dos meios de comunicação social no Brasil. No mesmo ano, chegava ao Brasil a Família Real Portuguesa, até então era proibida toda e qualquer atividade de imprensa no país. Tal situação foi imposta pela Carta Régia, de 10 de maio de 1747. Já com a presença da Família Real Portuguesa em território brasileiro iniciaram-se as publicações dos primeiros jornais brasileiros considerados oficiais.
Porém, mesmo com a proibição, circulavam panfletos, gazetas manuscritas e até mesmo alguns periódicos estrangeiros, trazidos na sua maioria de forma clandestina, por marinheiros que vinham da Europa. Com a chegada ao Brasil de D. João VI, foi criada a Imprensa Régia no dia 13 de maio de 1808. Para isso, foi aproveitando o maquinário trazido à colônia pela família real, quando partiu de Portugal.
Nesse período, surgem dois jornais no Brasil. Um deles é o jornal Correio Braziliense, o qual era impresso em Londres e distribuído no país. Desta forma, o seu autor Hipólito José da Costa Pereira Furtado de Mendonça, atuava com o repasse de informações e de notícias que nem sempre era do interesse da Família Real Portuguesa que se tornassem públicas.
Assim, em 1 de julho de 1808, surge em Londres o jornal “Correio Braziliense”, criado por Hipólito José da Costa Pereira Mendonça Furtado. Com periodicidade mensal, esse jornal não tinha o caráter noticioso, mas exprimia uma aguda visão crítica dos fatos políticos, econômicos e sociais que envolviam o Brasil na época, indo desde as restrições à liberdade até à definição de regras culturais, comerciais e industriais que resultam de mudanças geradas na economia em geral, e na produção agrícola ou mercantil (CORRÊA; CLAUDINO; COSTA, 2016, p. 2).
Paralelo a isso, surgia também o Gazeta do Rio de Janeiro, um jornal que era impresso no Brasil e com conteúdo vistoriado pela Imprensa Régia, órgão que fiscalizava o que era publicado nas edições. O jornal era coordenado pelo Frei Tibúrcio da Rocha, funcionário do Ministério das Relações Exteriores.
Em 10 de setembro de 1808, começa a circular a “Gazeta do Rio de Janeiro”, com perfil de um órgão criado para informar sobre a vida administrativa e a movimentação social do Reino, sendo o único aqui editado, absorvendo a história de forma documental. Não possuía uma pauta variada. É discutível a inserção do “Correio Braziliense” na impressa brasileira como o primeiro jornal brasileiro, devido ao fato de ser feito no exterior e de ter se mantido de acordo com as condições externas ao Brasil. Hipólito declarou que fazia seu jornal no estrangeiro dada a dificuldade de publicar obras periódicas no Brasil, fruto da censura prévia e do perigo de se falar livremente dos poderosos mercantil (CORRÊA; CLAUDINO; COSTA, 2016, p. 2).
Essa contextualização se faz necessária para situar na cronologia dos fatos, ou seja, o surgimento dos primeiros os Jornalistas no Brasil, mesmo que sem formação acadêmica. A imprensa brasileira, segundo Nelson Sodré “nasceu com o capitalismo e acompanhou o seu desenvolvimento” (SODRÉ, 1999, p. 10). E essa é uma realidade adotada também pelos Jornalistas, conforme ocorreu o desenvolvimento dos meios de comunicação, ocorreu à necessidade de implantação de cursos no Brasil.
Nesse sentido, destacamos que uma comunicação eficiente é o fator mais importante nas relações entre os indivíduos. O relacioidnto entre as pessoas só é possível através da comunicação. Todas as esferas da atividade humana sempre estão relacionadas com a utilização da comunicação, ela é o que conduz todas as ações das pessoas. Desde o princípio da humanidade, ela é reconhecida como um instrumento de integração, instrução, troca mútua e desenvolvimento nas sociedades.
A palavra comunicação deriva do latim comunicare e, segundo Ferreira (2014), comunicar quer dizer associar, estabelecer comunicação entre; ligar, unir, compartilhar, tornar comum. Já os autores Bateman e Snell (1993, p. 402), definem comunicação escrevendo que “é a transmissão de informação e significado de uma parte para outra através da utilização de símbolos partilhados”. 
Uma comunicação só será eficiente se forem observados alguns pré-requisitos. Segundo Nassar e Figueiredo (2007) a estrutura comunicacional possui quatro características essenciais. Tais como emissor, que é quem está ligado à organização e é quem inicia a mensagem; meio ou canal de transmissão, que está ligado às ferramentas de comunicação, é o meio por qual é transmitida a mensagem; receptor que é o público a quem a mensagem é dirigida e as respostas ou feedback que são os resultados obtidos com a comunicação.
O Jornalismo tem passado por importantes mudanças e transformações nos últimos anos. Se, anteriormente, a comunicação era considerada um simples espaço de transmissão de informação, com o desenvolvimento tecnológico e a consolidação da mídia como legítima mediadora social, o papel do Jornalismo na sociedade é muito mais importante como formador de opinião.
Alguns autores têm considerado que é mais aconselhável tomar a comunicação como campo social, do que apenas conceituá-lo como meio, canal de informação.
A imprensa de partido foi assimilada pelas novas formas da indústria da informação. Os outros dispositivos foram incorporados a um setor industrial forte e competitivo dedicado à cultura e ao entretenimento para consumo em larga escala. A indústria da informação surge quando o mundo dos negócios se dá conta de que a informação pode se transformar num negócio cujas transações não se realizam mais com corporações, mas com duas categorias, os consumidores e os anunciantes (GOMES, 2004, p. 50).
A mídia desenvolve na sociedade um importante papel como mediadora social. Ela representa para cada pessoa uma visão diferente, no entanto, mesmo que as informações não estejam ligadas diretamente, entre os indivíduos, devido à comunicação de massa, os mesmos presenciam alguma relação entre eles e essas informações.
Segundo Bourdieu (1989, apud PEREIRA, 2004, p. 23), um campo “é um sistema de circunstâncias formado por tradições, regras e relações simbólicas, dentro das quais agem os indivíduos”. Para Pereira (2004) existem valores num campo que se determinam por meio do capital e da capacidade de exercer a autoridade. Num campo existem lutas, disputas por conhecimento e reconhecimento que acabam por formar regras e costumes determinantes de um modo específico de reconstituir, simbolicamente, as circunstâncias da vida.
Na sociedade existe uma relação entre o poder e o discurso. Para Bourdieu (1997) o papel do campo midiático interfere e subjuga os demais campos devido à determinação de suas regras. Porém, na visão de Esteves (1998, apud PEREIRA, 2004), a disputa de interesses e os assuntos de caráter público assumem uma dimensão simbólica por meio da discursividade. O campo midiático realiza a homogeneização social que na época pré-moderna era feita pelo religioso.
(...) Essas funções (de mediação, sic) constituem a razão de ser do próprio campo e são, ao mesmo tempo, um fator primordial de estabilização da estrutura da sociedade no seu conjunto. O bem específico do campo dos media é a palavra/discurso, o que significa que as funções de mediação aqui em causa são essencialmente de ordem simbólica (...). O campo dos media como dispositivo por excelência de realização de discursividade nas sociedades modernas garante a mediação social generalizada do próprio campo com os demais campos sociais e de todos entre si (ESTEVES, 1998 apud PEREIRA, 2004, p. 143-45).
O campo da mídia, para o autor, é onde a função expressiva prevalece sobre a função pragmática. “É um campo em que o dizer prevalece sobre o fazer; a importância dessas funções faz com que o discurso assuma na modernidade uma posição central na estruturação do tecido social” (RODRIGUES, 2001, p.158). Porém, isso não significa que as funções pragmáticas não sejam importantes. Isso ocorre porque o discurso jornalístico se transforma em pragmático o que resulta na transformação dos acontecimentos em notícias mediadas à sociedade.
Para Rodrigues (2001) a comunicação, enquanto campo surgiu na modernidade, quando a religiosidade perdeu a força da função simbólica. Dessa forma, um campo tem legitimidade porque é independente, em partes, das funções de outros campos sociais, formando assim uma hierarquia de valores. Existe, segundo o autor, uma distinção entre a legitimidade do campo da mídia (onde os valores são de transparência e da publicidade) e, por exemplo, a do campo científico (onde os valores são baseados na adaptação ao real).
Rodrigues (2001) relata que o campo da mídia não se refere a campos específicos, mas ao mundo como um todo.
Em virtude da íntima relação com a genealogia do espaço público moderno, os processos rituais do campo dos media, em vez de estabelecerem delimitados a espaços e a momentos separados, estão disseminados pelo conjunto do tecido social moderno, abrangendo assim o conjunto da experiência do mundo (RODRIGUES, 2001, p. 157).
Pelo fato do campo da mídia ser formado pelas funções expressivas, que têm como objetivo atribuir valores ao tecido social faz dela um campo constituído por reflexos de perspectivas que acaba integrando a sociedade moderna. Dessa forma, a sua estrutura é espetacular, ou seja, se as funções expressivas da sociedade moderna regulam-se pela predominância do discurso midiático, nesse discurso a lógica é chamar a atenção do público. Para tal, a forma discursiva encontrada (linguagem) é o espetáculo.
Para Gomes (2004) o Jornalismo é considerado campo quando o trabalho é realizado por profissionais competentes, capazes de produzir boas informações para se estabelecer em um patamar onde haja autoridade jornalística, credibilidade, reconhecimento, audiência, acúmulo de capital simbólico entre outras.

(...) O Jornalismo enquanto sistema de relações, é também um sistema de reconhecimentos – que são oferecidos naturalmente em função de posse do capital típico do campo social. Reputação, prestígio autoridade, competência – ou reconhecimento da ausência disso tudo – são formas de distinção que se aplicam tanto aos indivíduos, os Jornalistas, quanto às instituições (....) (GOMES, 2004, p. 54).

Na definição de campo o Jornalismo é sistema social, ou seja, as informações são repassadas de acordo com os interesses da sociedade, porém as estratégias de comunicação e as decisões são escolhidas de acordo com interesses dos agentes jornalísticos tendo sempre principal objetivo a conquista de credibilidade.
(...) O Jornalismo é um sistema social e os Jornalistas são agentes, ocupando posições diferenciadas, buscando em lutas concorrenciais internas acumular o capital simbólico que o campo distribui, deixando com que preocupações com reputação e prestígio jornalístico orientem suas escolhas dirijam suas atitudes e constituam seus valores (GOMES, 2004, p. 57).
O contrário acontece quando o Jornalismo é considerado um meio, ou seja, quando possui dependência financeira em relação à política, economia, etc. Ele é comandado por outro campo que tem interesse em fazer com que a mensagem desejada chegue à sociedade. Na visão de Gomes (2004) o Jornalismo é considerado meio, quando o veículo de comunicação depende da venda de espaços publicitários, do poder político, onde a circulação de mensagem política ganha cada vez mais espaço e o poder econômico exerce influência editorial.
Na opinião de Gomes (2004) a comunicação não pode ser considerada mais como meio. “(...) as instituições da comunicação e a cultura de massa há muito deixaram de ser meio entre duas coisas, tendo-se constituído em sistemas consideravelmente autônomos” (GOMES, 2004, p. 60). Nesse contexto, que trata da importância da comunicação, podemos abordar os meios de comunicação sob a ótica da informação como algo necessário para a formação do conhecimento.

3 O PAPEL DA INFORMAÇÃO JORNALÍSTICA PARA O CONHECIMENTO

O Jornalismo tem passado por importantes mudanças nos últimos anos. Se anteriormente a comunicação era considerada um simples espaço de transmissão de informação, com o desenvolvimento tecnológico e a consolidação da mídia como legítima mediadora social, o papel do Jornalismo na sociedade é muito mais importante como formador de opinião.
Quando abordamos questões relacionadas ao desenvolvimento de uma sociedade, por diversas vezes esse desenvolvimento é confundido apenas como econômico. No entanto, é necessário ressaltar que uma sociedade desenvolvida não está unicamente atrelada a questões financeiras, mas também a sua cultura e o social.  De acordo com Cardoso (1980) essa é a justificativa para a existência do desenvolvimento.
Deve-se valorizar a definição autônoma de estilos de desenvolvimento e vida, que estimulem a criatividade e conduzam à melhor utilização dos fatores de produção, diminuam a vulnerabilidade e a dependência, de tal modo que as sociedades contem mais com suas próprias forças de resistência, confiem em si próprias e tenham meios para serem dignas (CARDOSO, 1980, p. 38).
Pessoas mais cientes de seus deveres e direitos, mais informadas sobre os diversos assuntos que as cercam e as interessam, seja do cotidiano local ou atrelado ao mundo, possuem melhores condições de se desenvolverem profissionalmente e pessoalmente. Nesse contexto, Pereira (1985) explica que desenvolvimento está relacionado a uma transformação global.

Desenvolvimento é um processo de transformação econômica, política e social, através do qual o crescimento do padrão de vida da população tende a tornar-se automático e autônomo. Trata-se de um processo social e global, em que as estruturas econômicas, políticas e sociais de um país sofrem contínuas e profundas transformações. Não tem sentido falar-se em desenvolvimento apenas econômico, ou apenas político ou apenas social. Na verdade, não existe desenvolvimento dessa natureza, parcelado, setorializado, a não ser para fins de exposição didática. O desenvolvimento, portanto, é um processo de transformação global (PEREIRA, 1985, p.19).
Ainda na mesma linha de pensamento Melo (1989) também destaca que desenvolvimento vai além de uma questão financeira, para ele é:
Um processo contínuo de libertação dos povos e da sociedade, em que estes são capazes de afirmar sua autonomia e, com autoconfiança, incrementar atividades de seu interesse. Este é o desabrochar da imaginação individual e social para definir objetivos e inventar meios de atingi-los (MELO, 1989, p. 56).
A relação entre a comunicação e desenvolvimento é um assunto relevante, pois é por meio da comunicação que o homem se torna um ser social ao realizar a transmissão de suas ideias. Em casa, no trabalho, na escola, com os amigos, a comunicação possui papel fundamental para que ocorra o desenvolvimento, pois é por ela que as pessoas são entendidas e entendedoras. Conforme destaca com Steinberg:
Sem a comunicação, os homens não poderiam ajuntar-se, empreender tarefas conjuntas, nem progredir no domínio do mundo físico. Visto que as invenções e descobrimentos dependem quase sempre de uma acumulação de informações e de um gradativo desenvolvimento de conceitos transmitidos de uma geração à seguinte (STEINBERG, 1966, p. 23).
Os adventos da comunicação desde o surgimento da primeira palavra escrita formalizada por meio da imprensa na segunda metade do século XV, a palavra falada através da radiodifusão no final do século XIX, o som aliado à imagem com o surgimento da televisão no início do século XX e agora com a internet, tem auxiliado no desenvolvimento da comunicação. Essa evolução nos leva à compreensão de que não existiriam sociedades evoluídas e globalizadas sem esse avanço da comunicação.
Os meios de comunicação possuem responsabilidades no processo da convivência e do desenvolvimento humano. Sendo assim, a comunicação, por meio dos veículos de comunicação e das universidades que preparam os profissionais da área, devem entender que colocar esforços para investigar ou alterar a realidade social brasileira não é mais uma questão de opção, mas um imperativo para a sobrevivência do país. Para o bem de uma sociedade as pessoas devem aprender e ter a condição de acompanhar as mudanças e avanços cada vez mais rápidos. O papel da mídia é informar, ajudando a sociedade saber, conhecer, pensar e agir.

4 ORIGEM E PROPÓSITO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIARP

A demanda pelo profissional da área da comunicação, o Jornalista, surge depois de mais de um século da implantação da imprensa no Brasil. Nos primeiros tempos a atividade do Jornalismo não era regulamentada e quem a desempenhava eram alguns profissionais com formação em outras áreas. O primeiro curso de Jornalismo no Brasil foi criado pela Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero em 1947, em São Paulo. Já os registros que tratam da implantação da imprensa no país são 139 anos antes da fundação do primeiro curso.
O ensino do Jornalismo é debatido há pelo menos dois séculos em todo o mundo. Mais precisamente no Brasil, o assunto começou a ser abordado a partir de 1808 no Rio de Janeiro, quando ocorreu o movimento liderado pelo Jornalista Gustavo Larcerda para a criação da Associação Brasileira de Imprensa. No entanto, o primeiro curso de Jornalismo do Brasil, foi criado na Faculdade de Jornalismo Cásper Líbero em 1943 em São Paulo (MELLO, 2005).  No Estado de Santa Catarina, o curso de Jornalismo mais antigo pertence a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), criado no ano de 1978, sendo que as atividades iniciaram no dia 8 de março de 1979 (PEREIRA, 2012).
Desde sua criação, há 30 anos, o Curso de Jornalismo da UFSC ficou conhecido como faculdade “alternativa”. Com uma proposta pedagógica inovadora, nasceu durante a ditadura comprometido com a democracia. Ao lado da formação científica e técnica, deveria estar a formação política. Segundo seu primeiro coordenador, professor Moacir Pereira, o lema era: “liberdade, consciência crítica e responsabilidade”. O curso buscava suprir as deficiências do mercado de trabalho regional, que obrigava as empresas jornalísticas a requisitar profissionais de outros centros. Sua fundação era solicitada pelos Jornalistas de Santa Catarina desde 1969. A primeira turma iniciou as aulas em março de 1979, sob o regime de cogestão paritária – o primeiro caso no Brasil de uma escola onde alunos e professores tinham igualdade de direitos na hora de decidir que rumo seguir. Todos seriam responsáveis pelo curso. A participação dos estudantes junto aos professores permitia que se mantivesse o sentido de “curso” e se anulasse os efeitos da fragmentação dentro das universidades, imposta pelo governo, que em muitos casos acabavam com a organização e mobilização dos estudantes em suas turmas (UFSC, 2016).

Depois da implantação do curso de Jornalismo pela UFSC, em 1989 a UNIVALI na cidade de Itajaí, no litoral norte de Santa Catarina, decide também criar o seu curso na área. Desta forma, em 7 de março de 1991, o curso de Jornalismo da UNIVALI recebeu os seus primeiros alunos. Em 1991, foi a vez da UNISUL em Tubarão. Mais tarde outras faculdades e universidades também abriram seus cursos de Jornalismo, como a FURB de Blumenau, a SATC de Criciúma, a UNOCHAPECÓ de Chapecó, a IELUSC em Joinville, a Universidade do Contestado (UNC) de Concórdia, a Universidade para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí (UNIDAVI), a Faculdade UNIVEST de Lages, a Faculdade Estácio de Sá de São José, o Instituto Blumenauense de Ensino Superior (UNIBES), a IBESC SOCIESC de Blumenau, a UNOESC de São Miguel do Oeste e de Joaçaba, a Contestado de Canoinhas e, por fim, a Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (UNIARP), em Caçador, a qual iremos tratar nessa pesquisa.
Das universidades e faculdades citadas, nem todas continuam oferecendo em seus vestibulares ou processos seletivos o curso de Jornalismo, em muitas delas, as atividades foram cessadas. No vestibular de verão da ACAFE 1, de 2015, é possível constatar na divulgação dos resultados dos aprovados, que apenas UNIVALI, FURB, UNOCHAPECÓ e IELUSC ofereceram o curso de Jornalismo no vestibular (ACAFE, 2016). No entanto, não podemos tornar essa informação como única no quesito de oferecimento de vagas para o curso, uma vez que algumas instituições, como é o caso da UNIARP, podem colocar à disposição o curso de Jornalismo em processo seletivo próprio.
A UNIARP possui dois campi, um em Caçador e outro em Fraiburgo, ambos ficam no meio oeste catarinense. Possui mais de cinco mil alunos matriculados em 26 cursos de graduação. Possui também diversos cursos de Pós-Graduação e dois Programas de Mestrados, sendo um Acadêmico Interdisciplinar em Desenvolvimento e Sociedade e outro Profissional em Educação Básica.
Se, por um lado o curso de Jornalismo da UFSC é o mais antigo em Santa Catarina completando em 2016 37 anos de fundação, o curso mais novo no Estado pertence a UNIARP de Caçador, que completou seus seis primeiros anos também em 2016.
O Curso de Comunicação Social - Jornalismo – da UNIARP é o mais novo em Santa Catarina. Surgiu 33 anos depois da primeira fundação do Curso de Comunicação Social – Habilitação em Jornalismo – pela Universidade Federal de Santa Catarina, em 1978, e sua instalação em março de 1979. Foi criado em 2011 e teve sua aula inaugural no dia 5 de maio de 2011. Está formando a sua primeira turma neste ano de 2015, com relatos, eventos, iniciativas profissionais, experiências, e depoimentos que enriquecem o Jornalismo catarinense (PEREIRA, 2015, p.17).
O projeto do curso de Jornalismo da UNIARP foi concebido em 2010, visando o início das atividades em 2011. A ideia era proporcionar um curso do gênero ao meio oeste catarinense, região ainda desassistida por formação na área. Os cursos mais próximos com a mesma especificidade situavam-se a 200 km de distância de Caçador. Entendeu, portanto, a UNIARP que, por sua posição estratégica, deveria oferecer a graduação, visto tratar-se também de uma demanda antiga da região, sobretudo dos meios de comunicação, que ansiavam por profissionais mais capacitados para atender às novas demandas comunicacionais.
Faz-se importante lembrar que, ainda sob a égide da Universidade do Contestado, de onde se originou a UNIARP, o mesmo curso fora implementado em 2002, no Campus Universitário de Concórdia, com boa aceitação da comunidade local e do Alto Uruguai catarinense e gaúcho, onde contribuiu de forma significativa para o aperfeiçoamento dos veículos de comunicação então existentes, suscitando também novos negócios e oportunidades para os jovens da região, sendo uma questão de tempo sua implantação em Caçador, aonde viria a contribuir com objetivos semelhantes.
Como primeiro coordenador, o curso de Jornalismo da UNIARP teve o Jornalista e doutor Leandro Ramires Comassetto, o qual também foi professor no curso na Universidade do Contestado em Concórdia e, desta forma, era conhecedor das carências da região em relação a profissionais da comunicação formados em uma universidade. Assim ele destaca que o Projeto Pedagógico do curso (UNIARP, 2010), deixa claro quais sãos os objetivos perante a comunidade com o curso.
O curso foi arquitetado objetivando à formação de profissionais para atender tanto às demandas tradicionais do campo jornalístico quanto as que têm se evidenciado nas últimas décadas, em função das novas tecnologias da comunicação e informação, preparando o acadêmico não apenas para atuar em cidades pequenas e médias do interior, mas também em grandes centros urbanos. Atendendo-se ao preceituado pelas novas Diretrizes Curricular do Ministério da Educação, aprovadas em 2009, entendeu-se, na ocasião, que deveria se trabalhar na perspectiva de preparar o estudante para ser um profissional completo, com reconhecida capacidade intelectual e atuação técnica nas áreas de produção jornalística, seja no rádio, televisão, revista e jornal, ou em oportunidades decorrentes das novas mídias, surgidas com os avanços no setor da informática e da internet. O que se objetivava era a formação profissional “multimídia” ou “multiplataforma”, pronta a dar conta de todos os setores da comunicação, incluindo o devido preparo para atuar na comunicação institucional e organizacional, cada vez mais em evidência em órgãos goveridntais, autarquias, entidades de classe, empresas. Também pensou-se em conferir um perfil empreendedor, para que, a partir do conhecimento adquirido, nas atividades teóricas e práticas do curso, pudessem os formandos instituir seu próprio negócio na área da comunicação jornalística. O curso pensado pela UNIARP, portanto, atende aos preceitos inovadores da comunicação, proporcionando apta formação para atuação com competência e destreza em quaisquer processos jornalísticos de qualquer região do Brasil (COMASSETTO, 2016).
Além do domínio tecnológico e ferramental decorrente das novas tecnologias, outra preocupação, conforme explicitado no Projeto Pedagógico do curso (UNIARP, 2010), foi a de que hoje já não bastam “profissionais apenas capacitados tecnicamente para produzir informação, mas se torna da maior importância a sua sensibilidade para perceber, no meio do inesgotável oceano de dados, aquilo que realmente tenha uso social significativo”. O profissional contemporâneo, portanto, deve ter grande capacidade de interlocução para selecionar e organizar as informações de modo que elas possam ter melhor receptividade e se transformar em conhecimento. Pautada nesse pressuposto, a UNIARP primou por uma graduação que atendesse sim às expectativas do mercado de trabalho, proporcionando boa formação técnica e tecnológica, “mas que também desenvolvesse no aluno visão humanista, criativa e capaz de elaborar formas e conteúdos de maneira crítica e condizente com os paradigmas de uma sociedade complexa e em constante transformação” (UNIARP, 2010, p. 28).
Assim, o curso foi estabelecido com o seguinte perfil profissiográfico:
O egresso do Curso de Comunicação Social - Jornalismo é o Jornalista profissional diplomado, com formação universitária ao mesmo tempo generalista, humanista, crítica e reflexiva. Esta o capacita a atuar como produtor intelectual e agente da cidadania, dando conta, por um lado, da complexidade e do pluralismo característicos da sociedade e da cultura contemporâneas e, por outro, dos fundamentos teóricos e técnicos especializados. Desta forma, terá clareza e segurança para o exercício de sua função social específica no contexto de sua identidade profissional singular e diferenciada dentro do campo maior da Comunicação (UNIARP, 2010, p. 33 - 34).
Convém observar que, além das competências cognitivas, pragmáticas e comportamentais, requeridas à formação profissional, houve preocupação com as competências identificadas com a região, ou seja, com o meio oeste catarinense, aonde o curso vem auxiliando em uma transformação profissional no mercado de trabalho. Além das competências gerais e específicas inerentes ao Jornalista, o curso procura primar também pela construção de conhecimento teórico e habilidade prática que oportunizassem ao formando interagir e se destacar no contexto regional, de forma a contribuir para o desenvolvimento sustentável, assim desenvolvendo competência para o desenvolvimento de atividades e a produção de conteúdos relativos à economia e sociedade regionais, dando conta da história, política, cultura, meio ambiente e demais setores em que seja chamado a atuar, como forma de dar sua contribuição para o aperfeiçoamento da sociedade.
Com o curso de Jornalismo, a UNIARP espera dos futuros profissionais a capacidade de expressar e traduzir os valores, anseios e problemáticas da realidade regional para contextos maiores, quer do Estado de Santa Catarina, da Federação e de outras Nações com as quais a região se relaciona. O reitor da instituição, Adelcio Machado dos Santos (2016), crê que o conhecimento se constitui, hodieridnte, como um fator de sucesso para as organizações.
Na sociedade do conhecimento e da informação, o conhecimento se transforma no fator-chave da economia e o principal determinante da mudança ocupacional. Os trabalhadores necessitam se adaptar as novas exigências em termos de educação e, por serem o capital humano da organização, também adquirem relevância uma vez que são responsáveis por todo o capital intelectual que a organização possui, ademais de produzirem, compartilharem e transformarem o conhecimento em ação e resultados. Nesse contexto, a comunicação se configura importante metodologia à disposição das organizações, contribuindo para criar, compartilhar e disseminar o conhecimento no intento de auxiliar a organização adversar da melhor forma possível às forças que o ambiente exerce sobre a organização. Em virtude da importância do conhecimento, a comunicação tem adquirido espaço em meio à educação superior enquanto disciplina. O paradigma deve ser interdisciplinar e reflexivo. Nesta sociedade, a relação entre organização não se deve configurar de forma unidirecional, mas sim permitir a participação e instaurar cultura estimuladora da criatividade e da comunicação. A comunicação se destaca entre as técnicas gerenciais no momento em que as informações, as pessoas, a forma como os indivíduos gerenciam a informação, organizam-se, produzem, armazenam e compartilham conhecimento e como se comportam dentro de um novo contexto, passam a ser diferenciais competitivos. Enfim, conhecimento demandada comunicação, visto que o compartilhamento lhe confere relevância (SANTOS, 2016).
Desta forma, desde a sua implantação, o curso de Jornalismo da UNIARP tem oportunizado aos profissionais que já atuam nos meios de comunicação, especialmente no meio oeste catarinense, a formação acadêmica e despertando em outras pessoas o interesse em auxiliar nos registros dos fatos da região.

5 O CURSO SOB A ÓTICA DOS NOVOS JORNALISTAS

Desde que foi implantado, no ano de 2011 na UNIARP, 140 pessoas ingressaram para cursar Jornalismo, no entanto, até o final do ano de 2015, 22 acadêmicos concluíram os estudos e atualmente são Jornalistas. De acordo com a Secretaria Acadêmica da UNIARP, cerca de 10 alunos estão matriculados na 8º fase do curso e devem concluir os estudos até o final de 2016, aumentando ainda mais o número de formados. Entre os primeiros profissionais que se formaram no curso, alguns já atuavam na área da comunicação, no entanto, possuíam registros provisionados. Com a graduação, além de obterem registros profissionais, ampliaram o conhecimento sobre a comunicação.
Quando ingressei na primeira turma de Jornalismo da UNIARP estava estacionado no tempo. Hipnotizado pela soberba de mais de uma década na profissão, amparado pelo carimbo do Ministério do Trabalho e Emprego, apontando “provisionado” em minha carteira de trabalho. A prática na redação me deixou cego para novos aprendizados e para o cultivo da humildade. Na primeira aula, o espanto. Não meu, óbvio, achava-me o ícone do Jornalismo local. Era na verdade um dinossauro, que precisava abrir os olhos [...]. Pois bem, feliz sou pela dinâmica do curso ter me mostrado o contrário. Aprendi e muito. Sempre fui considerado bom no impresso, porém, aprendi mais algumas coisas nessa área. O maior aprendizado, entretanto, foi saber que era um profissional limitado. Reduzido ao clássico “texto e foto” do passado. Foi no curso que descobri a necessidade que tem o Jornalista do ser, nos dias atuais, um multimídia (RIBEIRO, 2015, p. 48).
Situação semelhante compartilha a Jornalista Ângela Cardoso, que até iniciou a graduação de Jornalismo no ano de 2007 em União da Vitória no estado do Paraná, mas em função da distância entre a cidade e Caçador, cerca de 100 quilômetros, e demais compromissos, desistiu do curso.

Comecei no Jornalismo em 1997, com 17 anos no jornal Gazeta Sul, um jornal semanal de Caçador. No ano 2000 comecei a trabalhar no jornal Folha da Cidade, um jornal diário, como repórter e depois como editora-chefe. Em 2008 iniciei na área de Assessoria de Imprensa na Universidade do Contestado, atual Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (UNIARP).  Atualmente sou assessora de imprensa da UNIARP, da Vice-Presidência Regional Centro-Norte da FIESC, da Associação Empresarial de Caçador (ACIC) e sou voluntária no hospital Maicé, responsável pela comunicação institucional. Aprendi muito no Jornalismo fazendo, em contato com as pessoas e principalmente, com profissionais com longa experiência na área. Mas em determinado ponto da minha carreira, senti a necessidade de uma formação na área. Eu tinha muito da prática, mas faltava a teoria. Assim ingressei no curso de Jornalismo da UNIARP, junto com outros colegas na mesma situação. O curso ampliou minha visão e ajudou na atuação profissional. Por meio do curso, conheci as possibilidades de empreendedorismo na área, além de aprimorar técnicas fotográficas, filmagens e de edição de imagens (CARDOSO, 2016)
Se para os profissionais que já atuam na profissão com registros provisionados a academia é uma oportunidade de ampliar conhecimentos, para os estreantes da comunicação é um desafio ainda maior. Bolsoni (2015) explica que é uma provocação, tanto aos alunos quanto aos professores, conduzir as aulas com um equilíbrio durante quatro anos.
O curso iniciou em uma sexta-feira de manhã. Quando começou a apresentação dos meus colegas, confesso que fiquei receosa, a maioria já trabalhava há anos com Jornalismo. Outro ponto que me abalou bastante era o fato da graduação ser de manhã, ficava sempre pensando como eu ia fazer para trabalhar, pois até o momento não tinha experiência nenhuma com a profissão, visto que estava apenas com 17 anos (BOLSONI, 2015, p. 90- 91).

6 METODOLOGIA

Para a elaboração do presente estudo foram utilizadas metodologias como auxílio e suporte para a confecção, com o objetivo de apresentar a ideia central.
Segundo Condurú e Pereira (2010, p. 47), metodologia “são os procedimentos metodológicos e materiais e métodos, usados para apresentar a teoria de base, área/objeto de observação, etapas, procedimentos, instalações, equipamentos e demais instrumentos utilizados na realização do trabalho”.
Pelo conhecimento, o homem penetra nas diversas áreas para dela tomar posse, mas a própria realidade apresenta níveis diferentes em sua constituição. Assim, a partir de um ser, fato ou fenômeno isolado, é possível situá-lo dentro de um contexto mais ou menos complexo, ver seu significado e função, sua natureza, sua origem, sua finalidade, sua subordinação e outros seres.
Essa complexidade acerca do objetivo do conhecimento ditará formas distintas de apropriação por parte do pesquisador, ajudarão a distinguir os diversos níveis de conhecimento, segundo diferentes graus, levando em conta a área ou estrutura.
Denomina-se método científico o conjunto de processos ou operações que devem ser empregadas em uma investigação, na elaboração de um artigo, etc.
Segundo Lakatos e Marconi (2003, p. 43), os mesmos afirmam: “método é o conjunto das atividades sistemáticas que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo – conhecimentos válidos e verdadeiros – traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista”.
É factível se poder identificar a natureza metodológica de um trabalho de pesquisa, artigo, etc. a partir de três critérios básicos: segundo os objetivos, segundo os procedimentos de coleta ou segundo fontes utilizadas na coleta dos dados.
O presente artigo é do tipo de pesquisa exploratória, o qual procurou explorar matérias que pudessem informar ao grupo de pesquisadores a real importância do problema e o seu estágio. A mesma é quase sempre feita com levantamento bibliográfico, entrevistas, visitas, estudo de documentos, estudo de caso, etc.
Também é um artigo descritivo, pois o interesse era o de descrever um fato ou fenômeno, ou seja, um levantamento das características conhecidas. Normalmente a mesma é realizada na forma de levantamentos ou observações sistemáticas.

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A educação superior, especificamente desenvolvida nas universidades, agora inseridas em um contexto de globalização, pode contribuir para a pesquisa e, sobretudo, proporciona formação profissional. É neste contexto que o curso de graduação em Jornalismo adquire relevância, visto que fornece os instrumentos intelectuais ao futuro Jornalista. Para a sociedade a informação e o conhecimento, veiculados por este profissional proporciona condições de desenvolvimento de todas as potencialidades sociais e individuais.
Desde que a comunicação passou a ser compreendida como necessária para as relações interpessoais, cada vez mais ela passou a ser objeto de pesquisas e estudos. O ato de comunicar a maior parte das pessoas é capaz de realizar, pois se trata de um ato que exige técnica que pode ser apreendida por qualquer um. No entanto, as universidades e nesse caso os cursos de Jornalismo possuem grande responsabilidade para formar profissionais responsáveis e que estão aptos a utilizar do Jornalismo para auxiliar no desenvolvimento de uma sociedade.
Especificamente no caso do curso de Jornalismo da UNIARP no município de Caçador, possui essa finalidade. Trata-se de uma região que não possui outro curso de Jornalismo sendo oferecido em uma instituição próxima. Muitas vezes, essa é a única possibilidade de busca de aperfeiçoamento acadêmico que os profissionais que estão na área possuem. Por outro lado, atrai também jovens que estão em busca de uma formação profissional para atuarem no mercado de trabalho.
Já para a sociedade, a existência do curso e de mais profissionais formados, é a confiança de que o processo chamado de Jornalismo é executado com maior seriedade e responsabilidade, uma vez que na academia universitária, além da técnica profissional, estuda questões relacionadas à legislação, ética, entre outros.  Desta forma, existe uma tendência no município de Caçador de que conforme mais turmas forem concluindo seus estudos e colando grau haverá o desempenho de um Jornalismo cada vez mais responsável.

 
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*Doutoranda em Ciências Contábeis e Administração na Universidade Regional de Blumenau (FURB). Mestre em Desenvolvimento e Sociedade da Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (UNIARP). Jornalista. Acadêmica de Administração. Docente nos cursos de jornalismo, farmácia, administração e sistemas de informação da Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (UNIARP). E-mail: jucielemarta_baldissarelli@hotmail.com
** Economista e Administrador de Empresas. Mestre em Administração Pública pela Universidade Federal de Santa Catarina. Doutor em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina, 2006. Professor do Curso de Economia Internacional da Universidade Federal de Santa Catarina. Avaliador do INEP/MEC. Líder do SICOOB MAXICRÉDITO. Membro do Conselho Fiscal da UEB DNE-mail: l.klaes@ufsc.br
***Advogado. Doutor em Engenharia e Gestão do Conhecimento pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Professor e Pesquisador da Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (UNIARP). E-mail: adelciomachado@gmail.com
**** Graduada em Ciências Econômicas pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em 2001. Especialista em Ciências Contábeis pela Universidade do Contestado (UNC). Gestora de Pessoas e de Recursos Humanos pela Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (UNIARP). Mestra em Desenvolvimento e Sociedade pela Universidade Vale do Rio do Peixe (UNIARP). Professora da UNIARP e do SENAC, Santa Catarina. E-mail: tatisbernardy@hotmail.com
1 A Associação Catarinense das Fundações Educacionais – ACAFE é uma sociedade civil sem fins lucrativos que congrega as fundações educacionais criadas no Estado de Santa Catarina por lei dos poderes públicos estadual e municipais. O objetivo desta união é promover o intercâmbio administrativo, técnico e científico entre as Instituições de Educação Superior, na busca de soluções para problemas comuns nas áreas de ensino, pesquisa, extensão e administração. É composta por 16 Instituições e atende a 52 cidades.

Recibido: 03/06/2019 Aceptado: 11/06/2019 Publicado: Junio de 2019

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