Revista: Atlante. Cuadernos de Educación y Desarrollo
ISSN: 1989-4155


ESTRATÉGIAS PARA O ENFRENTAMENTO DO ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL: REFLEXÕES E PERSPECTIVAS

Autores e infomación del artículo

André Roberto Faria*

Camila Rosalia Antunes Baccin**

Anelise Viapiana Masiero***

Universidade do Planalto Catarinense, Brasil
Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil

enfermeiroandrefaria@gmail.com


RESUMO:

O presente artigo tem por objetivo discorrer sobre estratégias para o enfrentamento do acidente vascular cerebral no cenário latinoamericano. Este agravo à saúde tem se caracterizado com uma das principais causas de morte em todo mundo. Dentre os fatores de risco, muitos são evitáveis e estão diretamente relacionados ao estilo de vida da população. Ao longo do texto é possível identificar inúmeras ações e perspectivas para o enfrentamento do AVC. Observa-se um movimento de vários países da América Latina, os quais estabeleceram 16 ações prioritárias para reduzir a mortalidade até 2030. No Brasil, em particular, identifica-se um elevado número de portarias que se referem a criação da Rede de Urgência e Emergência, protocolos e diretrizes clínicas para implementação da Linha de Cuidado do AVC e planos de ação. Entretanto, os índices de complicações nestes pacientes ainda são significativos, com elevadas taxas de reinternações, sequelas incapacitantes e óbitos. Neste contexto,  a educação permanente em saúde se configura como  uma estratégia importante de qualificação da assistência, contribuindo para a melhoria dos processos formativos e das práticas em saúde a fim de se alcançar  assistência integral e longitudinalizada.
Palavras-Chaves: Acidente Vascular Cerebral. Educação em Saúde. Rede de Urgência e Emergência

RESUMEN:

El presente artículo tiene por objetivo discurrir sobre estrategias para el enfrentamiento del accidente vascular cerebral en el escenario latinoamericano. Este agravio a la salud se ha caracterizado con una de las principales causas de muerte en todo el mundo. Entre los factores de riesgo, muchos son evitables y están directamente relacionados al estilo de vida de la población. A lo largo del texto es posible identificar innumerables acciones y perspectivas para el enfrentamiento del AVC. Se observa un movimiento de varios países de América Latina, los cuales establecieron 16 acciones prioritarias para reducir la mortalidad hasta 2030. En Brasil, en particular, se identifica un elevado número de porteros que se refieren a la creación de la Red de Urgencia y Emergencia , protocolos y directrices clínicas para la implementación de la Línea de Cuidado del AVC y planes de acción. Sin embargo, los índices de complicaciones en estos pacientes todavía son significativos, con altas tasas de reinternaciones, secuelas incapacitantes y muertes. En este contexto, la educación permanente en salud se configura como una estrategia importante de calificación de la asistencia, contribuyendo a la mejora de los procesos formativos y de las prácticas en salud a fin de alcanzar asistencia integral y longitudinal.
Palabras clave: Accidente Vascular Cerebral. Educación en Salud. Red de Urgencia y Emergencia

ABSTRACT:

The present article aims to discuss strategies for coping with stroke in the Latin American scenario. This health problem has been characterized as one of the leading causes of death worldwide. Among the risk factors, many are preventable and are directly related to the population's lifestyle. Throughout the text it is possible to identify numerous actions and perspectives for coping with stroke. It is observed a movement of several Latin American countries, which established 16 priority actions to reduce mortality by 2030. In Brazil, in particular, a high number of ordinances are identified that refer to the creation of the Emergency and Emergency Network, protocols and clinical guidelines for implementing the Stroke Care Line and action plans. However, the rates of complications in these patients are still significant, with high rates of re-hospitalization, disabling sequels, and death. In this context, permanent health education is an important strategy for the qualification of health care, contributing to the improvement of training processes and health practices in order to achieve integral and long-term care.
Key Words: Cerebral Vascular Accident. Health Education. Emergency and Emergency Network


Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato:

André Roberto Faria, Camila Rosalia Antunes Baccin y Anelise Viapiana Masiero (2019): “Estratégias para o enfrentamento do acidente vascular cerebral: reflexões e perspectivas”, Revista Atlante: Cuadernos de Educación y Desarrollo (febrero 2019). En línea:
https://www.eumed.net/rev/atlante/2019/02/acidente-cerebral.html
https://hdl.handle.net/20.500.11763/atlante1902acidente-cerebral


1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ACERCA DO ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL

|Dentre os principais problemas de saúde pública, as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) se configuram como a primeira causa de óbito, chegando a 70% de todas as mortes no mundo (WHO, 2014a).  Além de resultar em um número expressivo de mortes prematuras, interfere na qualidade de vida, bem como, na economia das famílias e dos países (WHO, 2014b).
E neste contexto de DCNT, merece destaque o Acidente Vascular Cerebral (AVC), responsável ​​por cerca de 5 a 7 milhões de mortes, sendo superado apenas pelas doenças isquêmicas do coração, em 2004. Em 2030, estima-se que a carga global de doença cerebrovascular em anos de vida, ajustados por incapacidade, pode ser de três vezes mais do que a tuberculose e quatro vezes maior do que a malária (THE LANCET, 2011).
Os dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) registraram nos anos de 2005 a 2009, cerca de 170.000 internações por AVC/ano, com percentual de óbitos em torno de 17%. Em 2009, o AVC representou 1,5% das 11.509.485 internações no Sistema Único de Saúde (SUS). A gravidade deste quadro se estabelece pelo fato de que 25 % dos pacientes com AVC evoluem para óbito após 1 mês, 66% após 6 meses; e 50 % após 1 ano. Para os casos seguidos de hemorragia intracerebral, a mortalidade no primeiro mês chega a 50% (BRASIL, 2012a). Em 2016 foram 188.223 internações para o tratamento de AVC isquêmico e hemorrágico no SUS. Sobre as mortes, a pasta registrou em 2016, no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), 40.019 óbitos por AVC (BRASIL, 2018a).
Diversos são os fatores relacionados com a ocorrência do AVC: idade elevada; história de doença vascular prévia; doenças do coração, principalmente fibrilação atrial; hipertensão arterial sistêmica; diabetes; sedentarismo; dislipidemias; obesidade álcool e uso de anticoncepcional e ou reposição hormonal (GORDON et al. 2004; SOCIEDADE BRASILEIRA DE DOENÇAS CEREBROVASCULARES, 2010). Ainda,  de  acordo com a Assembleia Geral das Nações Unidas (2010) o tabagismo e a dieta pouco saudável, estão bem estabelecidos como fatores de risco para a incidência do AVC (THE LANCET, 2011), ou seja, é um agravo diretamente ligado ao estilo de vida da população (MENDIS; ALWAN, 2011).   
Diversos são os fatores desencadeantes de um AVC, são eles: idade elevada; história de doença vascular prévia; doenças do coração, principalmente fibrilação atrial; tabagismo; hipertensão arterial sistêmica; diabetes; sedentarismo; dislipidemias; álcool e uso de anticoncepcional e ou reposição hormonal (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DOENÇAS CEREBROVASCULARES, 2010).
O Sistema Nervoso Central (SNC) é formado por estruturas nobres e altamente especializado, que depende do sistema circulatório para o bom funcionamento de seu metabolismo (NITRINI et al. 2003). O consumo de oxigênio e glicose pelo encéfalo é elevado, o que requer um fluxo sanguíneo intenso (NITRINI et al. 2003).   Quando ocorre queda na concentração de glicose e oxigênio no sangue circulante, ou até mesmo a suspensão do fluxo sanguíneo ao encéfalo, por mais de sete segundos, há perda da consciência e após cinco minutos começam a aparecer lesões que podem ser irreversíveis (NITRINI et al. 2003).  
O AVC é uma patologia que acomete os vasos do encéfalo, excluindo, dessa forma, o cerebelo e o tronco encefálico (GUYTON, 2011). È definido como o surgimento de um déficit neurológico súbito causado por um problema nos vasos sanguíneos do sistema nervoso central e é dividido em dois subtipos: AVC Isquêmico (AVC-I) e AVC Hemorrágico (AVC-H) (GUYTON, 2011). O AVC-I ocorre pela obstrução, formado por coagulo/ateroma ou redução brusca do fluxo sanguíneo em uma artéria cerebral causando falta de circulação no seu território vascular. O AVC-H, é causado pela ruptura espontânea de um vaso, com extravasamento de sangue no cérebro. De acordo com localização do sangramento, pode ser subdivido em: hemorragia intracerebral, hemorragia intraventricular, e/ou hemorragia subaracnóidea (GUYTON, 2011; NITRINI et al. 2003).
Este agravo que representa a primeira causa de incapacidade entre os adultos, pode se tornar irreversível (WHO, 2014b). As sequelas resultantes de um AVC podem ser de fisiológicas e sociais (FALCÃO et al. 2004).Dentre elas destacam-se: sequelas de ordem física, funcional, emocional e de comunicação. Entre as consequências mais comuns estão: a ansiedade, a depressão, os distúrbios do sono e da função sexual (FALCÃO et al. 2004).
Ainda, uma serie de déficits neurológicos podem a aparecer, dependendo da região do cérebro que foi afetada e da sua extensão (Figura 1). Quando o Lobo Frontal é acometido, pode ocorrer a perda parcial ou total de movimento, da fala, do paladar e interfere no comportamento e emoções. No Lobo Parietal, ocorre a perda de sensibilidade e dificuldade para interpretação. Lobo Occipital, perda ou acuidade visual prejudicada. E Lobo Temporal, perda ou diminuição da audição (LIMA, 2015).


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* Mestrado em Ambiente e Saúde (UNIPLAC), Enfermeiro do Hospital Nossa Senhora dos Prazeres, Lages, SC, Brasil.
** Doutorado em Enfermagem (UFSC), pesquisadora do Laboratório de Produção Tecnológica em Saúde e Grupo de Pesquisa Clínica Tecnologias e Informática em Saúde e Enfermagem- LAPETEC/GIATE/UFSC *** Doutorado em Odontologia (USP), Docente e pesquisadora do Programa de Pós Graduação em Ambiente e Saúde (UNIPLAC), Lages, SC, Brasil.

Recibido: 04/12/2018 Aceptado: 14/02/2019 Publicado: 14/02/2019

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