Revista: Atlante. Cuadernos de Educación y Desarrollo
ISSN: 1989-4155


CONTRIBUIÇÕES DA PRÁTICA DA CAPOEIRA NO COMPORTAMENTO DE ALUNOS NO AMBIENTE ESCOLAR

Autores e infomación del artículo

Joel CAETANO*

Marina Patrício de ARRUDA**

Natalia Veronez da CUNHA BELLINATI***

UNIPLAC, Brasil.

marininh@terra.com.br


RESUMO
A capoeira é uma atividade genuinamente brasileira, integrada de vários benefícios físicos e comportamentais a seus praticantes. Sua prática na escola visa trabalhar de forma interdisciplinar, buscando a formação integral da criança, desenvolvendo aspectos éticos, morais e sociais desde a tenra idade. Este estudo teve como objetivo conhecer as possíveis contribuições que a prática da capoeira como atividade física regular traz ao comportamento dos alunos no ambiente escolar, na visão do professor. Foi realizado uma pesquisa quali-quantitativa, com 11 (onze) professores de uma escola que tema prática da capoeira no regime regular. Como instrumento para a coleta de dados foi utilizado o questionário adaptado de Reis (2001) e Nunes (2011) com os professores visando descobrir quais eram as possíveis contribuições da capoeira no comportamento dos estudantes no ambiente escolar. Foi identificado que a capoeira é instrumento educacional, e por meio dela é possível socializar e transmitir valores. Sua prática no contexto escolar transcende as contribuições motoras, é uma arte de transformação, e pode sim auxiliar na formação integral da criança.
Palavras-chave: Capoeira, Ambiente Escolar, Formação Integral, Interdisciplinaridade.

RESUMEN
La capoeira es una actividad genuinamente brasileña, integrada de varios beneficios físicos y comportamentales a sus practicantes. Su práctica en la escuela busca trabajar de forma interdisciplinaria, buscando la formación integral del niño, desarrollando aspectos éticos, morales y sociales desde la tierna edad. Este estudio tuvo como objetivo conocer las posibles contribuciones que la práctica de la capoeira como actividad física regular trae al comportamiento de los alumnos en el ambiente escolar, en la visión del profesor. Se realizó una encuesta cualitativa, con 11 (once) profesores de una escuela que tema práctico de la capoeira en el régimen regular. Como instrumento para la recolección de datos se utilizó el cuestionario adaptado de Reis (2001) y Nunes (2011) con los profesores para descubrir cuáles eran las posibles contribuciones de la capoeira en el comportamiento de los estudiantes en el ambiente escolar. Se identificó que la capoeira es instrumento educativo, y por medio de ella es posible socializar y transmitir valores. Su práctica en el contexto escolar trasciende las contribuciones motoras, es un arte de transformación, y puede sí auxiliar en la formación integral del niño.
Palabras clave: Capoeira, Ambiente Escolar, Formación Integral, Interdisciplinariedad.

ABSTRACT
Capoeira is a genuinely Brazilian activity, integrated with several physical and behavioral benefits to its practitioners. His practice in school seeks to work interdisciplinary, seeking the integral education of the child, developing ethical, moral and social aspects from the tender age. The objective of this study was to know the possible contributions that the practice of capoeira as a regular physical activity brings to the behavior of students in the school environment, in the teacher's vision. A qualitative survey was carried out, with 11 (eleven) teachers from a school that had a practical capoeira theme in the regular regime. As an instrument for data collection, the adapted questionnaire of Reis (2001) and Nunes (2011) was used with teachers to discover the possible contributions of capoeira in the behavior of students in the school environment. It was identified that capoeira is an educational instrument, and through it it is possible to socialize and transmit values. Its practice in the school context transcends the motor contributions, it is an art of transformation, and it can help in the integral formation of the child.
Keywords: Capoeira, School Environment, Integral Training, Interdisciplinarity.


Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato:

Joel CAETANO, Marina Patrício de ARRUDA y Natalia Veronez da CUNHA BELLINATI (2018): “Contribuições da prática da capoeira no comportamento de alunos no ambiente escolar”, Revista Atlante: Cuadernos de Educación y Desarrollo (julio 2018). En línea:
https://www.eumed.net/rev/atlante/2018/07/pratica-capoeira-alunos.html
//hdl.handle.net/20.500.11763/atlante1807pratica-capoeira-alunos


1- INTRODUÇÃO

A capoeira é uma manifestação cultural e esportiva genuinamente brasileira, integrada de várias contribuições motoras e comportamentais a seus praticantes (FILHO, 1996).
A prática da capoeira na escola visa trabalhar de forma interdisciplinar, buscando a formação integral da criança, fazendo com que os escolares desenvolvam aspectos éticos, morais e sociais desde a tenra idade (FONSECA; HOFFMANN, 2011).
Esta atividade é caracterizada pela diversidade de seus movimentos, proporcionando na sua prática uma evolução nas habilidades motoras básicas, influenciando diretamente na formação integral dos praticantes (REIS, 2001). Assim, a prática da capoeira na escola pode propiciar avanços dos estudantes no lado comportamental e espiritual, além de induzir a condutas benéficas para o seu desenvolvimento pedagógico (FONSECA; HOFFMANN, 2011).
Segundo Fonseca (1995), desde os primórdios, o ser humano está em constante desenvolvimento, seja físico, cognitivo ou social. Neste contexto, o desenvolvimento psicomotor acontece por etapas ou fases, associadas às mudanças decorrentes das alterações sofridas ao longo do ciclo da vida.
O desenvolvimento psicomotor em crianças é caracterizado pela aprendizagem de habilidades motoras, que melhoram o domínio do corpo (andar, correr, saltar, arremessar, receber, chutar, quicar). Tais habilidades são essenciais nas atividades diárias de crianças no contexto escolar e vida social (GALLAHUE; OZMUN, 2001).
O desenvolvimento motor é um processo continuo, trazido pela interação entre a biologia do indivíduo, as condições ambientais e as necessidades das tarefas (ROSA NETO et al., 2010). Para alcançar um bom desenvolvimento motor a criança deve ser estimulada desde o seu nascimento, caso isso não aconteça ela terá suas habilidades motoras defasadas na sua fase adulta (WEINECK, 1986).
A educação psicomotora é, sem dúvida, uma área de conhecimento e de prática pedagógica da alta relevância, uma vez que envolve a relação entre movimento e controle corporal. As crianças de series iniciais encontram-se no período classificado como “primeira infância”, período em que o desenvolvimento é de extrema importância, pois é o momento que adquirem, aprendem e executam habilidades motoras básicas, importantes para o ciclo vital (GALLAHUE; OZMUN, 2005; PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 2006). A atividade física e sua relação com a psicomotricidade estão baseadas nas necessidades das crianças. A criança relaciona a inteligência, a afetividade e o pensamento por meio da educação do movimento (MEDINA-PAPST; MARQUES, 2010).
Os aspectos psicomotores são fatores relevantes no processo de aprendizagem e desenvolvimento da criança, pois enriquecem as suas possibilidades de desenvolvimento no que se refere à apropriação de conceitos e formas diferenciadas de pensar, por meio de experiências (FONSECA, 1995; SANTOS et al., 2009). A educação psicomotora tem por objetivo incentivar as crianças, de forma com que elas passem por todas as etapas da vida com um aprendizado lúdico e esportivo (MOLINARI; SENS, 2002/2003).
Entre dois e sete anos de idade é a fase de aquisição dos movimentos que vão se constituir na base de toda aquisição motora posterior (GALLAHUE; OZMUN, 2005). É, portanto, uma fase que depende de vários estímulos motores externos adequados para garantir o processo de evolução motora (GALLAHUE; OZMUN, 2005). Sem a aprendizagem efetiva dos movimentos, são eminentes os prejuízos no aprendizado, prática esportiva, dança ginástica ou lutas (TANI, 1998; GALLAHUE; OZMUN, 2001).
A prática da capoeira na escola deve ser feita de forma lúdica, pois é através desta linguagem que as crianças assimilam o movimento e obtém, consequentemente, progresso no seu desenvolvimento psicomotor (SILVA; HEINE, 2008).
A prática da capoeira na escola pode atender aos propósitos expressos acima com a indicação CNE/CP 06/2002, que regulamenta a alteração trazida à Lei 9394/96, de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), pela Lei 10639/2003, estabelecendo a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileira e africana na educação básica afro-brasileira (BRASIL, 2003).
Nos Parâmetros Curriculares Nacionais a capoeira é prevista de forma sugestiva para ser praticada no ambiente escolar, tendo como foco a formação integral do ser humano (BRASIL,1997). Entretanto, é pouco praticada no contexto escolar devido aos professores não serem capacitados de forma adequada durante sua graduação (MONTEIRO et al., 2011).
Seguindo esta premissa preponderante em relação à capoeira, é detectado também que a inserção no currículo dos cursos de nível superior que formam professores de educação física, a especialização é o ponto-chave para esta lacuna de uso dessa modalidade no ambiente escolar (TEIXEIRA et al., 2012).
Apesar da pluralidade da capoeira em relação a seus benefícios (REIS, 2001; SILVA; HEINE, 2008; LUSSAC, 2010; PEREIRA; BRITO, 2011; SOARES et al., 2014), existem poucos estudos que abordam o papel das atividades específicas da capoeira no desenvolvimento psicomotor de crianças em idade escolar, e os poucos dados existentes são insuficientes para compreensão e fundamentação desta atividade como elemento curricular escolar visando complementar o desenvolvimento da criança (LIVINALLI et al., 2012; DE MORAES et al., 2012).
Atualmente, os estímulos para aquisição de habilidades motoras das crianças estão sendo reduzidos, devido a residências com espaços não apropriados ou ausentes para a prática de lazer e a falta de interesse da criança em atividades motoras, regularmente substituído por eletrônicos, favorecendo um estilo de vida mais sedentário (OLIVEIRA, 2004).
Assim, a capoeira poderia ser desenvolvida como uma atividade física que contempla o acervo motor de forma ampla para escolares durante a fase da educação infantil, a fim de proporcionar contribuições para o desenvolvimento da psicomotricidade, além de minimizar de forma relevante, através de sua prática, vários problemas de saúde (PAULA; BEZERRA, 2014).

A Capoeira no Contexto Escolar

“A prática da capoeira no ambiente escolar pode ser uma chave para contemplar desenvolvimento integral de crianças, haja vista que a mesma ainda é sugerida nos conteúdos dos Parâmetros Curriculares Nacionais” (PCN, 1998: 71-72).
Assim, é sugerido que a capoeira, enquanto dança/luta brasileira, não tenha somente caráter de atividade física, e sim como atividade culturalmente ligada aos antepassados, buscando acima de tudo a valorização e resgate à cidadania no ambiente escolar (REIS, 2001).
A capoeira, desde a década de 60, está inserida no contexto escolar. Este processo de expansão também se reflete a nível mundial de forma significativa, ocasionando uma grande divulgação da cultura popular brasileira em outros países (SILVA; HEINE, 2008).
De acordo com Paula e Bezerra (2014: 11):

A Lei nº 10.639, no artigo 26-A, tornar-se obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira em todo o currículo escolar. Para que esse projeto de lei tenha êxito é de suma importância que os professores de Educação Física tenham um conhecimento sobre história afro-brasileira, e da Capoeira como parte primordial dessa história, devendo esse conhecimento ser adquirido durante sua formação acadêmica, ou através de conteúdo obrigatório ou cursos de extensão universitária.

Apesar destas conquistas elencadas acima, existem ainda dificuldades para inserção de forma efetiva da capoeira no contexto regular de ensino, pois falta mão-de-obra especializada (SOARES; JULIO, 2011). Teixeira et al. (2012) sugerem que a capoeira seja oferecida como uma disciplina do curso de educação física. O mesmo estudo relata que há vários professores atuando na área de formação de ensino básico, porém o mesmo não tem formação na área especifica da capoeira, e tem como foco em sua metodologia a construção de valores positivos, não trabalhando em sintonia com os professores de educação física e professores de sala de aula.
Então é primordial que o professor de capoeira esteja em constante aperfeiçoamento, buscando novos sistemas metodológicos e sempre buscando uma perspectiva interdisciplinar dentro da escola para que consequentemente o aluno possa progredir de forma integra (CASTILHA et al., 2011). O autor ainda comenta a importância do ensino da capoeira na escola em conjunto com a psicomotricidade no processo metodológico de ensino, sendo de suma importância para a evolução do acervo motor e intelectual de escolares
A capoeira tem como princípio norteador no contexto escolar o convívio equilibrado entre seus praticantes, em segundo plano o bem-estar físico (WIELECOSSELES, 2011). Assim a capoeira deixa somente de ser uma ferramenta que auxilia no desenvolvimento motor e auxilia na formação integral de cidadãos os formando para a vida. Por exemplo:

A capoeira pode e deve ser utilizada como conteúdo nas aulas de Educação Física escolar, pois além de ter um rico conteúdo histórico, desenvolve o aspecto físico- motor, cognitivo e afetivo, é um excelente facilitador da aprendizagem escolar, pois interagi com várias disciplinas (PAULA; BEZERRA, 2014: 10).

Segundo Paula; Bezerra (2014), a capoeira constitui-se numa perspectiva uma visão holística, caracterizando como algo que supre as necessidades do ser humano por completo, obtendo múltiplos benefícios.
Na roda de capoeira, o aluno também poderá apresentar progresso nos fatores agressividade e relacionamento, podendo socializar se com várias pessoas (WIELECOSSELES, 2011).
Assim, a prática da capoeira no contexto escolar pode ser extremamente positiva, ocasionando vários benefícios a seus praticantes. Com a prática da capoeira a criança se condiciona fazer um diálogo corporal com outro indivíduo e começa a descobrir seus limites, ocasionando uma progressão no seu aspecto psicomotor (FREITAS, 2007). O autor também destaca que, para isto concretizar, é necessário a figura de um adulto neste ambiente, no caso o professor.
Durante os tempos, a capoeira vem recebendo contribuições da educação física, mas vale salientar que a capoeira não é educação física, pois ela faz parte da cultura popular, sendo uma atividade autônoma, assim como outras modalidades complementares inseridas no contexto escolar (FALCÃO, 1996).
São vários fatores que entram em consonância entre a capoeira e educação física, outras por sua vez desencontram-se. Salienta-se que a capoeira não deve ser vista somente como atividade esportiva, pois transcende este elemento. Ela não é somente uma atividade física (disciplina), é também uma ferramenta pedagógica (forma), devendo ser vista desta forma sobre os dois olhares (FALCÃO, 1996; SILVA, 2012).
Quanto à forma de inserção da prática da capoeira na escola, ressalta que, na sua totalidade, é oferecida no regime regular e contra turno, situação que o professor leciona fora do período curricular (SILVA; HEINE, 2008). Para a inserção da capoeira no ambiente escolar é proposto que haja uma interação entre todas as disciplinas, não sendo somente dever para os professores de capoeira, mas também para todos os professores da escola (SILVA, 2003).
Silva (2008: 43) apresenta um grande exemplo de interação entre disciplinas:

Aconteceu no ano 2002 no colégio de aplicação da USP que realizaram um projeto interdisciplinar entre docentes de capoeira, História e literatura. A professora de história estava estudando os negros na história do Brasil em paralelo o professor de literatura estava estudando Casto Alves o seu poema Navio Negreiro. Destas duas disciplinas surgiu a proposta de fazer uma encenação navio negreiro com os docentes em capoeira.

            Estas características fomentam uma proposta inovadora para o contexto escolar, buscando trazer a “capoeira da escola” e não “capoeira na escola”. Buscando não perder suas raízes, mas procurando reinventar e reconstruir novas referências educacionais (SILVA; HEINE, 2008). Salientando os aspectos lúdicos dessa prática escolar.
Em relação à prática da capoeira na escola na atualidade, o professor deve procurar estabelecer um mundo imaginário, mas regrado. É comum a criança ver na televisão um filme de super-heróis, onde ele é ser capaz de deferir golpes e executar movimentos espetaculares, levando a criança a procurar a modalidade (SILVA; HEINE, 2008; BREDA et al., 2010). O professor deve canalizar a energia e criatividade da criança em sua aula, para que ela possa desenvolver seus conhecimentos e aproveitar no futuro.  Desta forma, os autores também concordam que se pode minimizar o fator agressividade exposto de forma incorreta na televisão, de modo a não prejudicar a criança ou prejudicar seus amigos.
Pode-se perceber no decorrer dos tempos que a capoeira, aliada à educação física, obteve contribuições significativas em relação ao conhecimento corporal humano de acordo com as seguintes dimensões: biomecânica, biofísica, fisiologia, desenvolvimento motor, social e cognitivo (REIS, 2001).

Capoeira Como Arte De Formação Integral

Para inserção da capoeira nos currículos escolares, não se pode obter uma visão equivocada da modalidade. Ela transcende o fator esporte, estando ligada culturalmente aos valores dos brasileiros, além de buscar o resgate dos princípios de cidadania, os elementos de resistência, e também a qualidade de vida (REIS, 2001). O autor elucida que a capoeira pode ser a ligação que fomenta o valor cívico e patriótico de nosso povo, já que a capoeira teve origem no Brasil.
Santos (2009) acredita que, com a prática da capoeira na tenra idade, a criança assimila o movimento com o pensamento de forma ativa, fazendo com que ela consiga comparar e aprimorar a capacidades motoras.
Silva e Gonzalez (2010), estabelecem que é de suma importância que o professor também esteja sempre motivando seus alunos, para que desta forma intrinsicamente desenvolva o processo de ensino aprendizagem e não desmotivem, para que consequentemente desenvolvam-se de forma integral. O ensino da capoeira no contexto escolar deve ser aplicado de forma heterogênea pelo professor, abordando o ensino da capoeira sempre ligado à sua origem, história e sua importância como bem imaterial da cultura da humanidade, relacionando os conteúdos procedimentais, conceituais e atitudinais (GRECO, 1998).
A capoeira é uma arte de transformação, pois tem um papel muito importante no processo educativo do ser humano, seja criança, adolescente, adulto ou idoso (SILVA; HEINE, 2008). Observa-se que a capoeira pode transmitir valores éticos e morais com sua pratica, valores dos quais a sociedade atual está bastante carente (SOARES; JULIO, 2011).
A capoeira pode ser analisada como um instrumento de formação integral do ser humano, fazendo a ligação da cultura, prática esportiva e musicalização, ocasionando a seus adeptos uma energia positiva inexplicável (REIS, 2001). O ser humano quando está inserido nesta pratica corporal, tem perfeita consonância entre o corpo e a mente, e seus benefícios transcendem ao movimento, sendo a capoeira não é somente boa para o corpo, e sim para vida (ZULU, 1995).
Assim, o trabalho aqui apresentado teve por objetivo conhecer as possíveis colaborações que a prática da capoeira como atividade física regular traz ao comportamento do aluno no ambiente escolar, na visão do professor.

2- METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa quali-quantitativa, realizada em uma escola que oferece a prática da capoeira no ambiente escolar em regime regular.
Participaram da pesquisa 11 (onze) professores da escola envolvidos com os alunos de cinco a sete anos de idade que praticam a capoeira no regime regular. A amostra foi determinada de forma intencional, por conveniência.
O projeto foi submetido previamente à avaliação e aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da Uniplac e seguiu os pressupostos previstos na Resolução 466/2012 do Plenário do Conselho Nacional de Saúde, e somente foi desenvolvido após sua aprovação sob parecer número 1.291.266.
Primeiramente foi realizado um contato formal com os professores, esclarecendo o objetivo do estudo e os procedimentos utilizados. Em seguida os mesmos receberam o termo de consentimento livre e esclarecido e somente após a assinatura, iniciou-se a coleta de dados.
Foi utilizada uma técnica padronizada para coletas de dados, através da aplicação de um questionário investigativo adaptado de Reis (2001) e Nunes (2011) com os professores. O questionário continha perguntas objetivas e abertas sobre a visão geral do problema da pesquisa, visando descobrir quais eram as contribuições da capoeira no comportamento dos estudantes no ambiente escolar.
Os dados quantitativos foram tabulados no programa Excel® Microsoft 2008. Os dados obtidos foram submetidos à análise estatística descritiva. Os dados qualitativos foram obtidos por meio do questionário aplicado aos professores. A análise de conteúdo foi dividida em 3 fases: (1) pré-análise, (2) exploração do material e (3) análise e interpretação dos resultados. De cada depoimento foram identificados os conteúdos/ unidades de registro que representavam um conjunto de informações que tivessem significado. Assegurando o critério da homogeneidade segundo o qual os textos são crivados a partir de uma única dimensão de análise, procedeu-se a classificação das informações formando as categorias por representações (eixos), que foram partes das respostas, que serviram de base para a descrição do fenômeno e da construção teórica do estudo (BARDIN, 2011).
Os depoimentos obtiveram como referência a letra inicial do nome do professor como forma de preservar sigilo e garantir a discussão dos dados. Os depoimentos dos 11 (onze) professores obtidos pelo questionário foram agrupados em unidades de significados, o que chamamos de eixos, como “coordenação motora”, “construção do conhecimento” e “boa convivência e respeito” que foram partes das respostas, que serviram de base para a descrição do fenômeno e da construção teórica do estudo.

3-  RESULTADOS E DISCUSSÃO

A seguir são apresentados os resultados obtidos a partir do questionário aplicado.

Vantagens de os alunos participarem das aulas de capoeira.

  • A Capoeira favorece a “coordenação motora”

A maioria dos professores deu destaque a essa possibilidade. De acordo com Gallahue e Ozmun (2003) o desenvolvimento motor é a continua alteração no comportamento ao longo da vida. Trata-se de um processo pelo qual o aluno evolui passando da fase de movimentos reflexivos para outras, que incluem movimentos rudimentares e fundamentais, para então desenvolver a fase de habilidades motoras especializadas do desenvolvimento. Os professores ressaltaram:

D: auxiliar na coordenação motora, lateralidade, musicalidade e conhecer seu próprio corpo.
S: Promover o desenvolvimento físico a socialização, a desinibição, o respeito aos limites e ao próximo.
R: Interação coordenação motora, equilíbrio,
Re: Interação coordenação motora, equilíbrio...

Para esses autores:                                                                        
A criança deve ser capaz de (I) usar qualquer movimento, de certo repertório de movimentos, para alcançar o objetivo; (2) mudar de um tipo de movimento para outro, quando a situação assim o exigir; (3) alterar cada movimento à medida que as condições do ambiente mudem (GALLAHUE; OSMUN, 2003: 280).

As habilidades motoras acima apontadas podem ser utilizadas de forma isolada ou em conjunto com movimentos estabilizadores, por exemplo, numa situação em que a criança realize uma caminhada sobre uma trave de equilíbrio (GALLAHUE; OZMUN, 2003). Essa associação de coordenação motora e equilíbrio aparecem também nos depoimentos conforme observamos acima.
O desenvolvimento motor da criança não depende só de estímulos na escola ou na educação fisica, são as condições que acontecem no seu dia a dia e também os fatores de maturação que interferem (GUEDES, 2006).
Os professores enalteceram no questionário as contribuiçoes que a capoeira  proporcionaram as crianças, destacando a melhoria na lateralidade. Oliveira (2004) afirma que a lateralidade é a propensão que o ser humano possui de utilizar preferencialmente mais um lado do corpo do que o outro em três níveis: mão, olho e pé. Significa que as crianças praticantes de capoeira na escola apresentaram melhorias em ambos os lados do corpo, obtendo ainda maior força muscular, com mais precisão e mais rapidez.
Em relação ao fator musicalidade, foi comentado por uma professora que as crianças melhoraram a oralidade e também a coordenação global e fina. Reis (2001) afirma que quando acontece a musicalidade na capoeira o ser humano induz um nível vibratório do sistema neuroendócrino e motor, que leva o ser humano a manifestar comportamentos representativos de personalidade. Isto traz a integração de vários componentes, entre eles, o genético anatômico, fisiológico e cultural e também a do movimento.
Os professores também discorreram sobre as melhorias nos aspectos socialização e respeito ao próximo com a prática da capoeira na escola. Participando desta discussão, Falcão (1996) concorda que estes fatores são primordiais com a pratica da capoeira na escola, pois não é somente na atividade física que acontecem as contribuições, ela transcende e agrega o respeito mútuo e socialização, e jamais como instrumento de agressão, pois a sua inserção na pratica tem objetivo de formar cidadão de forma global.

  • A Capoeira e a construção do conhecimento

Questionados sobre as vantagens dos alunos ao participarem das aulas de capoeira, os professores deram destaque também ao eixo “construção do conhecimento” conforme destacamos:

C: Sociais, cognitivas, emocionais, intelectuais
R: equilíbrio, conhecimento do corpo e flexibilidade
C: Sociais, cognitivas, emocionais, intelectuais
Re: equilíbrio, conhecimento do corpo e flexibilidade
L: Exercitam a mente, trabalha nas crianças suas habilidades e capacidades de interpretação e organização que são muito importantes no processo de construção do conhecimento.
M3: Habilidades e capacidades de interpretação exercitam a mente e as possibilidades de descobrir seus limites.

Gallahue e Ozmum (2001) chamam nossa atenção para o fato de que todas as formas de movimento voluntário necessitam de um elemento de cognição.  Mas o conhecimento mais importante é aquele que o aluno raciocina, sendo que a aprendizagem ocorre através de descobertas realizadas pelas crianças (CARRAHER, 1992).
Foram destacadas também pelos professores melhorias nos aspectos sociais, cognição, conhecimento corporal, emocionais e construção do conhecimento com a prática sistemática da capoeira na escola. Contribuindo com a discussão, Reis (2001) afirma que a prática da capoeira pode desenvolver várias capacidades motoras, comportamentais e musicais: aplicações terapêuticas, pedagógicas, marciais e esportivas, além do aperfeiçoamento físico e mental. Esta visão holística relatada afirma que a capoeira traz sensações de prazer e satisfação a criança e acaba completando o ser humano de forma individual e global.

  •  A Capoeira como estratégia de boa convivência e respeito

A prática da capoeira na escola favorece o trabalho em grupo, autonomia e participações afetivo-social e a ampliação de espaços para uma boa convivência e respeito conforme sinalizam os professores abaixo:

M1: Além de ser um movimento cultural, as vantagens da capoeira passam por disciplina, boa convivência e respeito.
M3: Além da contagem do desenvolvimento corporal, acho muito bom as regras, o respeito, disciplina que é ensinado.

Apenas dois professores realçaram essas possibilidades para os alunos que, por meio da capoeira, também poderão desenvolver a investigação do seu corpo, fazendo ação de busca ao conhecimento e de comunicação com outro ser humano (FREITAS, 2007).
A convivência pode ser bem exercitada na roda de capoeira, na qual se tem a oportunidade de mostrar o que o aluno melhor desenvolveu, além de permitir o exercício da cooperação nos jogos, nos ritos e cantos. Assim, todos os alunos devem passar pelas diferentes posições na roda (WIELECOSSELES, 2011).
Este fator insere a criança a vida comunitária e obtém em consequência melhorias na qualidade de vida (REIS, 2001). Auxiliando com a discussão, Falcão (1996) relata que a roda da capoeira é um momento mágico, não tendo aluno mais importante, todos são iguais, gerando o sucesso da mesma. Sabe-se que joga capoeira com alguém e não contra, isto é muito importante quando se fala sobre respeito, boa convivência e disciplina (REIS, 2001).
Na capoeira, a figura do Mestre é especialmente respeitada devido a uma situação de hierarquia e tradição. Este fator auxilia a percepção de respeito aos mais velhos, pois possuem mais experiência e sabedoria (SILVA; HEINE, 2008). Desta forma pode-se deduzir o porquê das melhorias nos fatores respeito, regras e disciplina dos alunos pesquisados.
Também foi apontado pelos professores os benefícios referentes a socialização com a prática da capoeira na escola a partir do próprio jogo da capoeira, pois necessita de seu colega para haver este diálogo corporal. Os alunos aprendem que não jogam contra e sim com o amigo, pois um ser social necessita interagir com outro para relacionar se em sociedade.  Pode-se enaltecer esta discussão com (SILVA; HEINE, 2008), que afirma que a capoeira é jogada em dupla e, além da dupla, é necessário para acontecer a roda, outros capoeiristas que batam palma e cantem e outros responsáveis pela orquestra. Assim, a roda de capoeira é sim um fenômeno social, onde existe constantemente interação entre seus integrantes, pois um depende do outro para que aconteça a roda de capoeira (SODRÉ, 2002).
No brincar a criança constrói um espaço de experimentação, de transição entre o mundo interno e externo.  A psicomotricidade representada pela capoeira na escola apresenta as crianças uma série de exercícios a serem cumpridos com seriedade ou como situações lúdicas, onde ela se desenvolverá como uma brincadeira, de forma prazerosa, e estará desenvolvendo igualmente sua potencialidade psicomotora (SANTOS, 1995). O autor traz informações que entram em acordo com as respostas dos professores em relação ao desenvolvimento corporal, pois é através da brincadeira e dança que eles aprendem capoeira.        

Capoeira e formação.

Questionados se a capoeira contribui para formação do aluno, os professores foram unânimes em afirmar que, na maioria dos casos, as experiências no dia-a-dia das escolas os levam a perceber a influência dessa estratégia no processo.
O professor S destacou:Sim, acredito que a capoeira aproxima o aluno da cultura dos seus antepassados, fortalecendo os valores morais e sociais”.
Segundo Abib (2004), a capoeira, como tantas outras manifestações da cultura popular, é uma rica fonte para a humanidade, onde se aprende sobre a vida e valores fundamentais para existência humana. O autor dá destaque à solidariedade, à igualdade, ao respeito às diferenças, e outros fatores tão necessários à convivência e ao aprendizado. Vários desses ensinamentos o povo também cultiva, preserva e repassa à gerações ao longo da história como forma de manter sua cultura.
Outros professores concordaram no mesmo sentido:

C: Sim. Qualquer esporte bem praticado só auxilia para uma boa conduta do aluno.
M3: Sim. Contribui para coletividade e principalmente para formação integral do aluno.
Esse último depoimento dá destaque à formação integral conforme enfatiza o MEC:

Essas experiências e concepções permitem afirmar que a Educação Integral se caracteriza pela ideia de uma formação “mais completa possível” para o ser humano, embora não haja consenso sobre o que se convenciona chamar de “formação completa” e, muito menos, sobre quais pressupostos e metodologias a constituiriam. Apesar dessa ausência de consenso, é possível afirmar que as concepções de Educação Integral, circulantes até o momento, fundamentam-se em princípios político-ideológicos diversos, porém, mantêm naturezas semelhantes, em termos de atividades educativas (BRASIL, 1997, p.16).

Por esse caminho de uma educação mais completa é também preciso pensar “a cultura espontânea, comunitária é um importante elemento no processo de formação integral (...)” (FREITAS, 2007: 87), considerando que a capoeira amplia e favorece o diálogo e partilha de informações, conhecimentos e saberes dinamizando a formação.

A aprendizagem por meio de luta.

Questionados sobre seu posicionamento sobre o fato da capoeira ser ensinada as crianças como luta, alguns professores promoveram problematizações como:

D: Não deveria ser ensinada como um esporte que envolve a luta, onde o aluno tem que ter disciplina.
C: Não. A palavra luta já dá um sentido de “violência”, agressividade.
L: Luta não. Como esportes ou atividade física.
M3: Luta não como um esporte.
M: Luta Não: Mas sim como esporte.

Os professores sinalizaram a complexidade dessa compreensão, porque é comum o conceito de capoeira trazer essa articulação. Entretanto, de acordo com Falcão (1996), a capoeira nasceu como luta disfarçada em dança. Quando canalizada para ambiente escolar, a capoeira é trabalhada respeitando a fases maturacionais da criança, e não ultrapassa as fases de desenvolvimento motor (REIS, 2001).
Cinco (05) professores relataram que o termo luta não deveria ser inserido no contexto escolar, somente deve ser inserido se focado no caráter esportivo, com regras e disciplinar da modalidade, para que desta forma possa contribuir com desenvolvimento integral do aluno. É de suma importância salientar que o esporte não é educativo sobre todos os planos, a menos que o educador faça dele ao mesmo tempo um meio de educação. Tradicionalmente, as lutas, a exemplo da capoeira, envolvem valores e desenvolvem o ser humano de forma global (BREDA et al., 2010). O autor afirma que o professor de capoeira é o mediador neste processo de ensino aprendizagem e vivencias da modalidade, devendo ficar atento para potencializar nos alunos características educacionais por meio de processos pedagógicos que levem ao aluno refletir sobre sua pratica e, sobretudo, suas atitudes na sociedade.
Falcão (1996) considera que a capoeira sempre terá o aspecto luta, mas deve ser canalizada ao aluno de forma correta, buscando enfatizar sempre o respeito ao próximo. Colaborando com esta discussão, Silva e Heine (2008) discorrem que a prática da capoeira na escola deve ser trabalhada de forma lúdica, pois o lúdico é o universo da criança. Assim, de acordo com os resultados dos questionários e autores, a pratica da capoeira respeita as fases maturacionais, e cada fase escolar é lecionada com uma metodologia diferente e adequada para cada faixa etária, respeitando sempre os limites das crianças.

A prática da capoeira e mudanças observadas no desenvolvimento integral dos alunos.

Por fim, questionados sobre as mudanças ocorridas no desenvolvimento integral dos alunos, quanto aos aspectos cognitivo, motor e sócio afetivo, os professores ressaltaram vários aspectos, como agilidade:

D: Sim, Lateralidade, agilidade, espaço- temporal
M3: O que posso perceber mais nos meus alunos é agilidade para movimentos amplos.
M2: Agilidade e lateralidade.

Reis (2001) considera que a capoeira tem condições de aguçar várias atividades que desenvolvam as habilidades motoras, atuando com eficácia nas melhorias psicomotoras de seus praticantes. Os resultados entram em acordo com o autor a respeito da prática da capoeira na tenra idade, pois a mesma contribui com estas capacidades físicas, tais como, agilidade, lateralidade e espaço temporal.
Vale salientar também o rico conteúdo histórico da capoeira que é excelente facilitador da aprendizagem escolar, pois desenvolve os aspecto físico-motor, cognitivo e afetivo, e relaciona-se com várias disciplinas no contexto escolar (PAULA E BEZERRA, 2014). Os resultados concordam com as afirmações dos autores quando eles comentam a respeito das melhorias no desenvolvimento integral dos alunos com a prática da capoeira, afirmam que a capoeira é uma atividade física que auxilia na interdisciplinaridade no contexto escolar.

S: Sim, mais equilíbrio, respeito ao colega e respeito as regras.
Re: Sim. Melhor domínio sobre o corpo, respeito e tolerância a regras e interação.
R: Memoria, respeito, coordenação motora ampla, disciplina, noção corporal e espacial equilíbrio, autoestima e amizade.
Mi: Em partes Sim, O que falta é o acompanhamento familiar com mais ênfase.

Outros professores além dos citados a cima deram ênfase aos valores, atitudes e um destacou a questão da falta de acompanhamento por parte dos pais. Baseado na ótica tempo, valores e acompanhamento dos pais e filhos, muitos pais tem diminuído o tempo para dividir com seus filhos, devido ao trabalho intenso. Em contrapartida, os professores passam a maior parte do tempo com eles (SILVA; HEINE, 2008). Isto aumenta bastante a responsabilidade dos professores e mestres de capoeira, pois passam a ter um papel decisivo na educação das crianças. Assim, de acordo com a afirmação do autor e relato do professor, a capoeira torna-se um espaço privilegiado para permitir o fortalecimento de vínculos não somente com a família, mas também com a sociedade, já que esta interação é um ponto alto da modalidade, seja na escola ou em outro ambiente.
Professores observaram também contribuições nos aspectos respeito, regras, tolerância e amizade. Contribuindo com esta discussão, Falcão (1996) elenca que a capoeira está relacionada a processos educativos desde os primórdios, foi sempre uma forma de atender diversas necessidades em diferentes períodos de nossa história. Segundo Silva e Heine (2008), o Mestre de capoeira é responsável direto por estas contribuições, pois é ele que transmite os ensinamentos repassados de gerações, influencia no caráter e personalidade de seus alunos, transforma jovens em homens e cidadãos transformadores da sociedade.
Desta forma foi largamente comentado nos questionários que a inserção da capoeira estabeleceu valores como: respeito, tolerância, interatividade, amizade, disciplina etc. Isto comprova que a prática da capoeira no meio escolar pode se caracterizar como um fenômeno sociocultural e proporcionar várias possibilidades educacionais (PAES, 2002).
                                                                                                                              

Visão geral do professor frente à prática da capoeira.

Quando questionados sobre como viam a capoeira, a grande maioria dos professores (82%) relatou vê-la como esporte, enquanto 9% como dança e 9% como luta.
Kunz (1991) contribui com a discussão, afirmando que a capoeira, quando inserida na escola, pode ser utilizada nas três dimensões: luta, dança e esporte. Assim, é considerada um completo instrumento para aquisição de conhecimento, assimilação cultural e fonte de benefícios e valores para a formação integral do ser humano. Mas deixa claro que a inserção lúdica pode preservar a integridade desta arte, viabilizando a seus praticantes uma forma também de cultura.
Já para Pelegrini (2008), a capoeira tem como princípio a luta, pois nasceu desta forma na escravidão, como uma luta disfarçada em dança, mas não deixa de estar transmitindo valores, já que seu praticante sempre busca respeitar o próximo. O resultado entra em concordância com a literatura em relação a caracterização dela no contexto escolar, pois define que a capoeira na escola é o momento, e depende da faixa etária atingida para sua aplicabilidade: na educação infantil e ensino fundamental pode ser dança, e no ensino médio luta, mas não deixando de ser esporte em todos os momentos.
O resultado do questionário em relação à questão quatro, 82% dos professores acreditam que a prática da capoeira pode desenvolver algumas habilidades que não desenvolveriam em outras práticas corporais, 9% responderam que não sabem e 9% acreditam que a prática da capoeira não desenvolve habilidades.
No estudo de Paula e Bezerra (2014) corrobora que a prática da capoeira na escola também pode desenvolver os aspectos físicos, motores, cognitivos e afetivos, sendo uma excelente facilitadora da aprendizagem escolar, já que interage com várias disciplinas. De Moraes et al. (2012) avaliaram o nível motor de grupos praticantes e não praticantes de capoeira no contexto escolar. Constataram através da bateria de KTK (teste de coordenação corporal para crianças) que as crianças que praticaram a capoeira, além da educação física convencional, apresentaram melhor desempenho motor, quando comparadas a seus pares não praticantes. Os autores reforçam a ideia que a capoeira possui uma riqueza natural de movimentos corporais, com níveis de esforço que elevam, de acordo com o desenvolvimento de seus praticantes, a infinitas contribuições.
Em relação à questão cinco, que investigava se a capoeira poderia promover a igualdade, 91% dos professores responderam que sim e apenas 9% acreditam que em parte. No ponto de vista dos profissionais envolvidos com as crianças praticantes de capoeira, as respostas aqui expostas, ficaram evidentes que as opiniões direcionam se para a mesma resposta, que é positiva para esta questão.
O estudo de revisão de Ferreira (2013) com crianças praticantes de capoeira e não praticantes constatou que sua prática está presente comumente e de forma igualitária entre as crianças, adolescentes e idosos, mas isso não impede que outros grupos de faixas etárias distintas sejam praticantes de tal arte, onde os benefícios corpóreos e mentais são primordiais.

No estudo de Bonfim (2010), pôde-se constatar que cada vez mais a capoeira tem se incorporado ao ambiente escolar, seja nas aulas de Educação Física ou atividades extracurriculares, propondo a arte da capoeira como medida educativa libertadora, promovendo igualdade e combate aos referidos fenômenos discriminatórios (transmitidos pelos meios de comunicação e comunidade). Baseado nos autores acima e resultados do presente estudo pode-se constatar que a capoeira, desde a escravidão, assume o papel histórico de igualdade e resistência por uma sociedade mais justa, com direitos iguais. O negro lutou em seus primórdios para não ser escravo e obter seus direitos. Na atualidade, nas aulas de capoeira não existe distinção entre o mais rico, o preto, branco, pardo, etc. Todos são tratados da mesma forma, pois quando estão na roda de capoeira jogando

acontece o diálogo corporal, e todos ganham ao final do jogo, é o momento aonde todos são valorizados.
Quando perguntado aos professores em relação à questão seis se a capoeira inserida no contexto escolar, poderá sofrer alguma rejeição da parte dos alunos, 27% acham que sim, 18% em parte e 55% afirmam que não.
O estudo de Moreira e Moreira (2007) apresentou resultados similares ao do presente estudo, evidenciando que as transformações sofridas no processo de ensino da capoeira durante os séculos, iniciaram a aproximação e desenvolvimento quando inserida ao ambiente escolar, favorecendo seu reconhecimento e ampliando suas perspectivas com vista a se firmar como estratégia pedagógica no processo educativo das crianças.
Moreno e Garcia (2011) discorrem em seu estudo de revisão de literatura que a capoeira, quando inserida no contexto escolar, pode auxiliar no processo de aprendizagem, considerada com a expressão mais brasileira em termos de atividade física, psíquica e social. Pode constatar através da ótica do autor, que há uma necessidade da escola vincular os saberes acadêmico-científicos aos saberes da cultura popular, para que não haja rejeição na sua aplicabilidade no contexto escolar. De acordo com as ideias expostas acima o presente estudo entra em concordância com a literatura, constata-se que a capoeira quando inserida no contexto escolar não causará rejeição se utilizar métodos de ensino que respeitam a capacidade maturacional da criança, ocasionando em todas as fases, uma vivência prazerosa com sua prática.
A pergunta número oito aos professores questionava se a capoeira desenvolvia a atenção de seus alunos, e 55% responderam que sim, e 45% acreditam que pode desenvolver em parte.
Para Weineck (1999), apesar de a criança entender o movimento com certa facilidade no momento da aula, não quer dizer que ela tenha memorizado. Isto se deve pelo processo predominante de estimulação do aluno em concordância com a fase de irradiação do sistema nervoso central, podendo atrapalhar na atenção e memorização da criança. Por isso deve-se respeitar a fase de desenvolvimento da criança, pois sua assimilação nesta fase é de forma lúdica, e é brincando que ela aprende. É de suma importância que os movimentos ensinados sejam repetidos e variados para que sejam incorporados ao acervo motor das crianças.
Silva e Heine (2008) propõem que crianças de três a sete anos de idade detém instabilidade na capacidade de atenção para algumas atividades, pois não conseguem manter atenção por muito tempo quando são solicitadas a executar várias repetições de movimentos. Em contra partida, deve ser oferecida pelo professor variantes de movimentos, para que de certa forma a criança absorva com descontração e motivação a atividade. De acordo com alguns autores o resultado do presente estudo, a capoeira pode estimular a atenção dos alunos e elevar de forma íntegra o acervo motor de seus praticantes, ocasionando também melhorias na memorização de seus praticantes, devido à grande gama de movimentos proporcionada por sua prática.
Quando perguntado aos professores na questão 9 em relação a eles acreditarem que, mesmo sendo tratada como luta e dança, a capoeira poderia ajudar na promoção do respeito, companheirismo e ações sócias emocionais, a grande maioria (82%) respondeu que sim, e apenas 18% responderam que em parte.
A pesquisa de Nascimento et al (2012), que objetivava verificar o perfil dos alunos com Síndrome de Down e Deficiência Intelectual que praticam capoeira e os benefícios desta atividade motora nos aspectos físicos, sociais e psicológicos, demonstraram que a prática da capoeira obteve ampla aceitação, ganhos nos aspectos sociais, físico e afetivo, auxiliando no desenvolvimento dessas pessoas.
Reis (2001) comenta que a roda de capoeira é o momento mágico para o praticante, é um encontro amistoso entre seus integrantes, que se satisfazem trocando experiências através de movimentos individuais, buscando sempre respeitar as diferenças de cada um, pois o que prevalece é a harmonia e a interação do grupo.
Assim, o jogo da capoeira é um fenômeno social, pois independente de classe social, cor, aspectos e limitações físicas e religião. Todos podem estar inseridos nesta prática corporal, indiferente de suas limitações físicas e intelectivas.
Questão 10 dos professores respondentes 55% responderam que o respeito mútuo entre os alunos melhorou com a prática da capoeira na escola, enquanto que 45% acreditam que em parte.
O estudo de Silva (2012) constatou que a prática da capoeira auxilia na disciplina e no respeito, uma vez que existe a hierarquia, que é uma característica das artes marciais. Tal fator está presente na capoeira, que é uma manifestação de nossa cultura popular e traz consigo características de arte marcial.
Reis (2001) colabora com a discussão afirmando que a prática da capoeira oferece contribuições infinitas em relação ao respeito a cada praticante. Tal visão dos resultados entram em acordo com os autores citados a cima e contemplam a ideia que a capoeira, quando inserida no contexto escolar, busca na sua essência o respeito mútuo e jamais será instrumento de agressão, pois devido a seus segmentos múltiplos pode oportunizar e promover o bem-estar de seu praticante.
Na questão 11 quando perguntado aos professores se eles concordam que a capoeira oferece aos alunos a oportunidade de explorar as várias possibilidades de se movimentar, todos (100%) responderam que sim.
Contribuindo com esta discussão, Reis (2001) afirma que tal resultado holístico pode ser definido pela satisfação e o prazer simples e global da criança com uma atividade que completa a necessidades integrais de seus praticantes. Seguindo ainda a ideia do autor, a capoeira proporciona melhor qualidade de vida, melhor desenvolvimento nas qualidades físicas e, de certa forma, promove o bem-estar em geral.
Lussac e Tubino (2014), em uma revisão de literatura, constataram que a prática da capoeira condiciona seus praticantes um desenvolvimento elevado nas qualidades físicas, quando comparado a outras modalidades de lutas.
Os resultados entram em acordo com a literatura citada a cima em relação a infinidade de movimentos proporcionados pela capoeira. A própria satisfação dos alunos na promoção da saúde, estaria transcendendo as necessidades do corpo e transformando a criança de forma global.
Na questão 12, quando perguntado aos professores, se em sua disciplina já havia trabalhado algum conteúdo referente aos fundamentos históricos da capoeira, 64% responderam que não e 36% não sabem, pois afirmam que não tem conhecimento sobre o conteúdo sendo assim 100% não trabalham os fundamentos históricos da capoeira.
O estudo de Monteiro et al (2011) analisou a realidade da capoeira nas Escolas do Município de Coromandel, Minas Gerais. Assim como no presente estudo, nenhum dos professores entrevistados trabalha com o conteúdo capoeira em suas aulas de educação física, impossibilitando os alunos o conhecimento múltiplo desta nobre arte.
Paula e Bezerra (2014) comentam que através da Lei nº 10.639, no artigo 26-A, tornar-se obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira em todo o currículo escolar.
Desta maneira, a lacuna referente à falta de conhecimento dos professores sobre a história afro-brasileira pode ser sanada nas universidades. Sugere que este conhecimento deve ser construído durante a formação acadêmica como uma disciplina obrigatória.
Referente à questão quatorze, se os professores já constaram melhorias em atitudes agressivas depois que os estudantes começaram a praticar capoeira na escola em regime regular, 45,5% responderam que sim, 45,5% responderam que em partes e 9% acharam que não houve melhorias.
O estudo de Peres e Tramontin (2008) estimulou a prática das lutas educativas como componente curricular na disciplina Educação Física, através do karatê. Como dados conclusivos obtiveram que durante e após a realização das atividades houve uma melhora significativa em relação às atitudes comportamentais dos praticantes.
Silva e Heine (2008) opinam que, infelizmente, a violência está presente em todas as classes sociais. Os mestres de capoeira na atualidade procuram trabalhar de forma intensificada o respeito e a ética. Desta forma, de acordo com os resultados estabelecidos no presente estudo em concordância com os autores acima, o sucesso da capoeira quando inserida na escola pode minimizar o fator agressividade, podendo com sua prática consolidar, além da prática esportiva e cultural já conhecida, uma estratégia de resgate da cidadania. 
Em relação à questão 15, quando perguntado aos professores se que com a prática da capoeira na escola os alunos melhoram seu rendimento escolar, 64% afirmaram que sim e 36% responderam que em partes.
A capoeira pode ser utilizada em vários aspectos educacionais, em todos os níveis escolares, sendo em determinados momentos brincadeira, lazer e por fim ferramenta pedagógica (SOUZA; MELO; CORDEIRO 2009).
Silva e Heine (2008) também colaboram com esta discussão afirmando que professores de várias disciplinas, não sendo especialista no ensino da capoeira, têm utilizado a capoeira no conteúdo de suas aulas (Educação Física, Educação Artística, Literatura, Português, História, Geografia, Matemática e Física), auxiliando em vários casos os professores a chegar ao seu objetivo pedagógico. Desta forma pode-se constatar que a capoeira, inserida no contexto escolar, pode auxiliar no rendimento escolar da criança, podendo transitar em várias disciplinas, auxiliando a criança em seu desenvolvimento físico, cognitivo e motor.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A realização deste estudo possibilitou avaliar a colaboração positiva da prática da capoeira no comportamento do aluno em sala de aula, na visão do professor. A capoeira mostrou-se um instrumento educacional, onde foi possível socializar e transmitir valores. Sua prática no contexto escolar transcendeu as contribuições motoras, podendo ser considerada uma arte de transformação, e, assim, auxiliar na formação integral da criança.

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* Graduação em Educação Física, Mestre em Ambiente e Saúde, Docente da Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (UNIARP), Caçador-SC, Brasil.
** Graduação em Ciência Sociais, Doutorado em Serviço Social, Docente do Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Saúde (PPGAS) e do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da Universidade do Planalto Catarinense – UNIPLAC, Lages-SC, Brasil.
*** Graduação em Fisioterapia, Doutora em Fisiologia humana, Docente do Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Saúde (PPGAS) da Universidade do Planalto Catarinense – UNIPLAC, Lages-SC, Brasil.

Recibido: 24/06/2018 Aceptado: 04/07/2018 Publicado: Julio de 2018

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