Revista: Atlante. Cuadernos de Educación y Desarrollo
ISSN: 1989-4155


TESTE VOCACIONAL: CONSTRUINDO UM CAMINHO PARA O UNIVERESO ACADÊMICO.

Autores e infomación del artículo

Alcemir de Jesus Vieira*

Francisco Alcicley Vasconcelos Andrade**

Universidade Federal do Amazonas, Brasil

alcemirvieira@hotmail.com


RESUMO:
Ao último ano da Educação Básica, chega à hora do jovem decidir qual futuro deseja seguir. Trabalhar? Fazer uma faculdade? Se sim, qual curso é o melhor para cada perfil? Ou simplesmente deixar a vida seguir seu rumo? Dentre todas as perguntas que envolvem o universo dos jovens, escolher o seu futuro esta pode ser a questão mais complexa para eles. Mas será que já estão preparados para tomar essa decisão? Com tantas alternativas, escolher umas delas se torna uma tarefa um tanto quanto difícil, porém, existem ferramentas, como o teste vocacional, para tornar a tomada de decisão um pouco fácil. De certo, não existe uma equação pronta que aponte o melhor caminho para cada um, no entanto, se bem aplicado, o teste pode contribuir para eliminar opções que não condizem com você e sugerir as melhores direções que estejam adequadas às suas qualidades e interesses. Investir nessa ferramenta pode aumentar as chances do jovem ser bem sucedido sua escolha profissional. Afinal de contas, o mercado de trabalho procura profissionais bem resolvidos com sua carreira, que estão satisfeitos com o seu trabalho e com sua escolha. Este trabalho busca requintar o conhecimento acerca da importância dos testes vocacionais como facilitador da Orientação Profissional, com ênfase no Ensino Médio, bem como, pontuar os obstáculos que os adolescentes enfrentam durante sua escolha. Para o progresso desta pesquisa será aplicado um questionário estruturado elaborado pelos autores com estudantes do 3° ano. A partir dos resultados obtidos será feita a análise sobre as opiniões acerca dos testes vocacionais e sua influência.  A orientação vocacional trata-se de um processo com o objetivo de ajudar indivíduos a tomar decisões a respeito da carreira, estruturando esta escolha através do autoconhecimento. Neste sentido, para melhor compreensão, a pesquisa se caracteriza por realizar uma revisão bibliográfica sobre o tema abordado. Para tal, procedeu-se à busca bibliográfica nas bases de dados Scielo e Google Acadêmico. Sendo Assim, a primeira vista, é abordada a adolescência e as particularidades desta fase de desenvolvimento por meio de uma relação com a importância da escolha profissional. Em um segundo momento, trata da orientação vocacional e profissional com o auxilio da Psicologia e seus instrumentos de análise e avaliação. Pode-se entender que as diversas técnicas e instrumentos utilizados no processo de Orientação Vocacional, como o autoconhecimento, o conhecimento das profissões e os testes vocacionais, quando combinados de maneira adequada oferecem resultados seguros e compatíveis com as expectativas dos indivíduos que estão com dificuldades e dúvidas para definir uma profissão. Ressalta-se, que a sua principal função tomar como verdade absoluta e nem apontar os caminhos ditos com o resultado definido, pelo qual os indivíduos devem escolher, mas sim, instruir a tomada de decisão de forma consciente. Através de estudos bibliográficos são explicados aspectos significativos para nortear a escolha da profissão dos alunos do terceiro ano do Ensino Médio, evidenciando que o autoconhecimento e a informação sobre as profissões são fatores essenciais na definição do futuro profissional.

Palavras-Chave: Orientação Profissional; Teste Vocacional; Ensino Médio; Autoconhecimento, Escolha profissional.

VOCATIONAL TEST: BUILDING A WAY FOR THE ACADEMIC UNIVERSE.

ABSTRACT:

In the last year of Basic Education, it is time for the young person to decide which future they wish to pursue. To work? Make a college? If so, which course is best for each profile? Or just letting life go its way? Among all the questions surrounding the universe of young people, choosing your future may be the most complex issue for them. But are they already prepared to make that decision? With so many alternatives, choosing one of them becomes a rather difficult task, however, there are tools, such as vocational testing, to make decision-making a little easier. Of course, there is no ready-made equation that points out the best path for each, however, if properly applied, the test can help eliminate options that do not fit you and suggest the best directions that suit your qualities and interests. Investing in this tool can increase the chances of the young person being successful their professional choice. After all, the job market looks for well-resourced professionals who are satisfied with their job and their choice. This work seeks to refine the knowledge about the importance of vocational tests as a facilitator of Vocational Guidance, with emphasis on Secondary Education, as well as, to point out the obstacles that adolescents face during their choice. For the progress of this research will be applied a structured questionnaire elaborated by the authors with students of the 3rd year. From the obtained results will be made the analysis on the opinions about the vocational tests and their influence. Vocational orientation is a process that aims to help individuals make career decisions, structuring this choice through self-knowledge. In this sense, for a better understanding, the research is characterized by a bibliographical review on the topic addressed. For this, the bibliographic search was carried out in the Scielo and Google Scholar databases. Thus, at first glance, adolescence and the particularities of this development phase are approached through a relationship with the importance of professional choice. In a second moment, it deals with vocational and professional guidance with the help of Psychology and its instruments of analysis and evaluation. It can be understood that the various techniques and instruments used in the Vocational Guidance process, such as self-knowledge, vocational knowledge and vocational tests, when properly combined, offer results that are safe and compatible with the expectations of individuals who are experiencing difficulties and questions to define a profession. It is emphasized that its main function is to take as absolute truth and not to point out the said paths with the definite result, by which individuals must choose, but rather to instruct decision-making in a conscious way. Through bibliographic studies, significant aspects are explained to guide the choice of the profession of third year high school students, evidencing that self-knowledge and information about the professions are essential factors in the definition of the professional future.

Keywords: Professional Orientation; Vocational test; High school; Self-knowledge, Professional choice.


Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato:

Alcemir de Jesus Vieira y Francisco Alcicley Vasconcelos Andrade (2018): “Teste vocacional: construindo um caminho para o univereso acadêmico”, Revista Atlante: Cuadernos de Educación y Desarrollo (junio 2018). En línea:
https://www.eumed.net/rev/atlante/2018/06/caminho-univereso-academico.html
//hdl.handle.net/20.500.11763/atlante1806caminho-univereso-academico


1.INTRODUÇÃO

O Teste Vocacional, voltado para estudantes que objetivam a carreira universitária, esta consolidado, como o acesso à universidade e à orientação profissional não é amplamente democrático, senão todos teriam a oportunidade, o que na realidade denota que apenas os autoditada conseguem, nesse cenário há necessidade de ampliação do atendimento nas redes da Educação/Trabalho e de avaliação e aperfeiçoamento das ações profissionais. Em outros cenários e contextos, inúmeros projetos foram e estão sendo desenvolvidos em nosso país com populações e objetivos específicos e, devido à natureza particular de suas ações educativas, muitas vezes, tais práticas não são vistas como sendo do domínio da Orientação Profissional. Os autores reconhecem o valor de diversas ações governamentais e não governamentais implementadas no país no âmbito da educação para e/ou pelo trabalho (MELO-SILVA; LASSANCE; SOARES, 2004).
A fase de escolha torna-se conflituosa pelo fato dela vir acompanhada dos processos psicofisiológicos de mudança que fazem parte dela, tornando-a um fator estresse. De acordo com Motta (2016), a Psicofisiologia trata das questões da psicologia que relacionam o comportamento com as bases biológicas. Psicofisiologia, portanto, é o ramo biológico da psicologia que estuda as relações mentais e as funções físicas. A Psicofisiologia procura o entendimento da relação corpo-mente e dos processos psíquicos com os fisiológicos.
Porém, outras variáveis influenciadoras também desencadeiam o desenvolvimento e manutenção do stress, tais como influência familiar, grupo de amigos, escola, mídia, mercado de trabalho, vestibular, entre outros (GONZAGA, 2011).
Para os jovens que se encontram próximos de terminar o ensino médio, a escolha de qual caminho seguir dali em diante acaba sendo mais difícil do que se pode imaginar. Desse modo, a orientação vocacional se mostra como uma grande aliada neste momento tão peculiar da vida, uma vez que auxilia o adolescente a avaliar as determinações envolvidas em sua opção.
O trabalho de orientação vocacional abrange o conhecimento das profissões, o autoconhecimento e a análise da realidade atual do mercado de trabalho de uma profissão específica. Para tanto, os centros de orientação vocacional e as escolas, geralmente particulares, que oferecem este serviço aplicam testes organizados por psicólogos para direcionar o adolescente a conhecer melhor as áreas com as quais possui afinidade e utilizam técnicas de entrevistas para auxiliar na compreensão dos aspectos da personalidade e na identificação das preferências individuais (ALMEIDA; PIHNO, 2008).
À luz desse mundo de descobertas a ser desbravado pelos jovens, foi criado o projeto de extensão na modalidade PACE denominado “Teste Vocacional: Construindo um caminho para o universo acadêmico”, realizado no primeiro semestre de 2016, campo facilitador para esses jovens descobrirem como chegar a uma escolha consciente, criteriosa e sustentável.

2. METODOLOGIA
Esta pesquisa é de natureza quanti e qualitativa, que será pautada em pesquisa de campo, tendo como auxilio para coleta de dados a entrevista não-estruturada, questionários   estruturados e teste vocacional com alunos de uma instituição pública de ensino, que estão cursando o 3º ano do Ensino Médio do município de Parintins Amazonas. As entrevistas não-estruturadas serão realizadas com a instituição mencionada, e apresenta vantagens em comparação com outros instrumentos, uma vez que proporciona uma proximidade entre entrevistador e entrevistado, e tem grande flexibilidade (em que o pesquisador pode esclarecer e surgir novas perguntas no andamento da entrevista), possibilitando assim, a captação imediata da informação (VASCO e ZAKRZEVSKI, 2010).
O teste vocacional e a entrevista, foram realizadas com alunos nos turnos matutino e vespertino na dependência interna da referida escola, mais precisamente no intervalo das aulas. Quanto ao questionário, foi construído com 30 perguntas classificadas como abertas e fechadas para obter informações mais precisas. A amostra da pesquisa foi construída a partir de 180 alunos voluntários do 3º ano do ensino médio. Para melhor fundamentação do trabalho e entendimento acerca da temática em questão, recorremos a pesquisas bibliográficas envolvendo artigos, dissertações, teses, revistas, livros e documentários, com intuito de enriquecimento do trabalho.
3.REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 A Escolha Profissional Na Adolescência
De acordo com Nunes (2011), para muitos jovens o momento de escolher ou decidir qual carreira seguir é muito difícil e complicado. Pois, aparecem algumas incertezas e inseguranças a respeito do futuro profissional, e os pais acabam tendo participação efetiva para ajudar, mas em determinadas circunstâncias não sabem como orientá-los na escola, visto ter um vasto campo de atuação profissional existente, que de tal forma fica difícil saber qual é o melhor percurso a ser seguido, ou que apresente uma maior probabilidade de sucesso para seu filho.
Na concepção de Wainberg (1997) a preocupação com a escolha profissional do indivíduo tem gerado estudos desde o final do século XIX. Entretanto, o processo de Orientação Profissional teve suas origens apenas no século XX, na Europa, e seu reconhecimento se deu a partir da criação do Centro de Orientação Profissional de Munique, no ano de 1902. Com relação a opção profissional, os indivíduos desde muito cedo, ainda crianças, já apresentam interesses por determinada profissão que entre as etapas da vida pode ser considerado com um estado natural do ser humano. De certa maneira muitos consolidam tal profissão escolhida concretizando-a ao final da adolescência e então o começo de uma nova fase que é a vida. No entanto, ou não tem a mesma felicidade e na escolha e acabam optando por mudanças em suas escolhas profissionais, que também pode ser considerado como natural do ser humano, não significando que as escolhas anteriores tenham sido equivocadas.
Soares (2002), dentro deste contexto, a escolha profissional torna-se um processo bastante complexo que requer um conhecimento aprofundado não apenas das áreas específicas, mas, principalmente, do conhecimento de si. A definição desta escolha coincide com a adolescência, um período de intensas crises e conflitos, de transição, adaptações, ajustamentos e mudanças que influenciam no desenvolvimento do indivíduo. Assim, quando há apenas um conhecimento superficial acerca profissão que deseja, existe grande possibilidade de não escolher a mais adequado de acordo com seu perfil profissional. Por isso, o teste vocacional é de suma importância, pois dimensiona o universo de possibilidade a ser seguido.
Nessa perspectiva, o principal objetivo dos testes vocacionais é avaliar, através de instrumentos previamente determinados para tal, os processos psicológicos que constituem o indivíduo. Os testes de aptidão vocacional consistem em questionários e testes, cujo objetivo é medir características psicológicas dos indivíduos em processo de orientação profissional (ARAÚJO, 2013). Esses são alguns métodos utilizados, que visam deslindar de maneira precisa a vocação de cada pessoa que está em fase inserção no mercado de trabalho ou que pretende ingressar na vida acadêmica em busca de uma profissão que caracterize com o perfil profissional adequado, dessa forma, construir uma carreira de sucesso.
Para Teodoro (2005) a carreira profissional apresenta-se da seguinte forma:
Está associado ao aumento das dificuldades das empresas em satisfazer necessidades de mão de obra qualificada e garantir a existência de profissionais devidamente qualificados para ocupar funções elevadas, isso devido ao aumento da complexidade funcional e as crescentes mudanças no mercado de trabalho. O conceito de carreira profissional engloba conhecimentos específicos de uma área escolhida, onde os profissionais que desejem ser bem-sucedidos e se destacar no mercado de trabalho, devem possuir metas definidas, comunicação eficiente, leitura frequente, bons relacionamentos, sendo essencial fazer o que se gosta, pois a cumplicidade e a excelência esperada estão relacionadas com a paixão que se exerce na carreira profissional escolhida.
Para Dutra (1996) carreira deve ser pensada como uma estrada que está em constante construção, está longe de ser uma estrada plana e asfaltada que, se bem trilhada, conduzirá ao sucesso, à riqueza e à satisfação profissional. Diante ideia apresentada, podemos ver que na realidade muitas das vezes não acontece como planejamos, pois, vivemos em condições de constantes mudanças e adaptações, visto que tanto o mercado de trabalho quanto as profissões também não apresentam estáticos quanto ao dinamismo vivido no século XXI.
Savioli (1991) define carreira de maneira sistêmica, relacionando o profissional com o seu meio ambiente no decurso do tempo. Estabelece uma relação direta com o autoconhecimento de como as experiências pessoais e profissionais relacionam-se com seu trabalho atual e futuro para maximizar suas habilidades e comportamentos e atingir seus objetivos de vida.
3.2 Ensino Médio E Universidade
O ensino médio é denominado por se tratar das últimas etapas da educação básica no Brasil. Tem a duração de três anos e serve como estudo preparatório para que o aluno no terceiro ano seja contemplado com a chance de prestar um vestibular e que possa ingressar numa universidade pública ou numa universidade particular. Conceituando vestibular, é uma modalidade de processo seletivo que tem por objetivo selecionar os mais bem colocados a partir da demanda vagas. Dentro âmbito educacional brasileiro, existem políticas que estabelecem metas e objetivos para a educação do país.
De acordo com o Ministério da Educação (2001).
O Plano Nacional de Educação, Lei nº 10.172/2001, sancionado pelo Congresso Nacional em 2001, estabeleceu metas para a educação no Brasil com duração de dez anos que garantisse, entre muitos outros avanços, a elevação global do nível de escolaridade da população, a melhoria da qualidade do ensino em todos os níveis, a redução das desigualdades sociais e regionais, a ampliação do atendimento na Educação Infantil, no Ensino Médio e no Superior. O Plano Nacional de Educação, tal como foi concebido, previu uma reavaliação de suas metas em cinco anos. Uma das mais importantes metas do Plano Nacional de Educação no que tange o Ensino Médio é a garantia do acesso a todos aqueles que concluam o Ensino Fundamental em idade regular no prazo de três anos, a partir do ano de sua promulgação.
Em 2016, o Governo Federal apresentou, através de medida provisória, um projeto de reforma do atual ensino médio, onde as mudanças afetariam sobretudo o conteúdo e o formato das aulas, assim como a elaboração dos exames de ingresso às universidades e o ENEM. Esta reforma só entrará em vigor a partir de 2021.A reforma propõe que o conteúdo obrigatório seja diminuído, privilegiando cinco áreas de concentração: linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e formação técnica e profissional. O objetivo é incentivar que as redes de ensino ofereçam aos alunos a chance de dar ênfase em uma destas áreas.
Nos últimos anos, presencia-se mudanças constante no mundo do trabalho, que consequentemente exige novas posturas e qualificações na formação humana, inclusive com políticas públicas de educação, como já mencionado anteriormente. Segundo Kuenzer (2000), “A pergunta que se impõe é se a proposta curricular para o Ensino Médio apresentado pelo governo responde as novas determinações, e para quem”. A nova realidade do mercado de trabalho exige novas formas de medição entre o homem e o conhecimento.
É de total responsabilidade do Estado garantir aos seus cidadãos mecanismos que possam fazer com que as pessoas possam evoluir intelectualmente, formando indivíduos capacitados para viver em uma sociedade mais justa e com oportunidades para todos. Para garantir esses direitos foram criados políticas públicas voltadas para o universo da educação, ou seja, a criação das Universidade pública ou privada, visando garantir aos alunos as condições mínimas de produção de conhecimento, assim, contribuindo para o desenvolvimento do país, buscando sempre novas descoberta através dos estudos. Para tal é necessário desenvolver nos alunos habilidades específicas e domínio de estratégias adequadas necessárias à recepção e produção de textos orais e escritos. Ou, no ponto de vista de Hannah Arendt:
A educação é o ponto em que decidimos se amamos o mundo o bastante para assumirmos a responsabilidade por ele e, com tal gesto, salvá-lo da ruína que seria inevitável não fosse a renovação e vinda de novos e dos jovens. A educação é, também, onde decidimos se amamos nossas crianças o bastante para não expulsá-las de nosso mundo e abandoná-las a seus próprios recursos, e tampouco, arrancar de suas mãos a oportunidade de empreender alguma coisa nova e imprevista para nós, preparando-as em vez disso com antecedência para tarefa de renovar um mundo comum (ARENT, 2000).
A Universidade, é um ecossistema de produção do conhecimento, que possui uma grande responsabilidade diante comunidade. Ou seja, tem compromisso social no mundo acadêmico com os sujeitos que ali circulam, sejam eles alunos, professores, pesquisadores, técnicos e demais pessoas que frequentam aquele ambiente. Além disso, está sempre em clima de adequações, que podem ser elaboradas tanto pela direção da Universidade ou por decreto do governo federal, como também por tendências no mercado de trabalho.
4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

4.1 Projeto de aplicação do Teste Vocacional

O projeto, composto de sete integrantes dentre discentes universitários e docentes do curso de Administração da Universidade Federal do Amazonas – UFAM/CAMPUS PARINTINS-AMAZONAS, surgiu á luz de questionamentos de que se os jovens já estão decididos qual carreira irão seguir pós ensino médio, antigo segundo grau, e a partir disso traçar uma maneira de lhes orientar através do teste vocacional a tomar a melhor decisão levando em conta suas características pessoais.
No que se refere às pessoas atingidas pela intervenção, foram ao todo 180 alunos do 3º ano do Ensino Médio de uma escola da rede estadual do Município de Parintins, as quais especificidades são demonstradas na tabela a seguir.

 

A tabela 1 mostra que 103 (57,2%), portanto maioria, da amostra é do sexo masculino e que a média de idade entre os alunos em geral é de 17 anos. Não nos aprofundaremos nas percentagens de faixa de renda e a questão de se eles possuem ou não irmãos, entretanto, é crucial para entender o quanto há de recursos para que sejam investidos neles. Em pergunta, e como já citado acima, a família é uma das variáveis e um ponto a ser levado em conta no momento de ser escolher uma carreira, e no que se refere a essa questão, os adolescentes tem a consciência de que os seus genitores dispõem de uma parte de seus recursos para investir em sua educação, e que naturalmente, quanto mais irmãos ou menos for renda, a educação pode ser comprometida. Obviamente isso não pode ser lavado como uma verdade absoluta, mas a condição de vida é uma determinante disso (BARROS; MENDONÇA, 1998).  
Quanto à aplicação do teste, acorreu no primeiro semestre de 2016, e foi baseado de acordo coma Teoria da Escolhas Vocacionais de John Holland, psicólogo americano, professor emérito de Sociologia na Universidade John Hopkins que desenvolveu descrições ocupacionais, baseado na Teoria das Escolhas Vocacionais. A ideia central em sua teoria é que as preferências ocupacionais expressam características de interesse e de personalidade, influenciando diretamente a escolha de uma vocação. Holland sugeriu que as pessoas podem ser categorizadas em 6 tipos principais, porém, este esquema permite a subdivisão dos perfis em até 720 diferentes padrões, através de combinações de sub-tipos (FAVARO, 2017).  No quadro a seguir, é descrita tal teoria.

Foram aplicados questionários divididos em 3 grupos com 5 questões cada, totalizando 15 alternativas. O primeiro grupo ilustra as habilidades pessoais e sua relação com as pessoas (autoconhecimento), o segundo grupo, sobre a sua perspectiva profissional e o terceiro grupo sobre a égide educacional. Após a aplicação, obtivemos os seguintes resultados:

Este estudo indica que existem diferenças estatisticamente significativas entre os gêneros ao indiciar sua maioria nas personalidades Realista, Investigativo, Empreendedor e Convencional, sendo que os indivíduos do gênero masculino apresentam uma visão mais positiva do mercado de trabalho, atribuem maior importância à concretização das suas preferências de carreira (Importância de se Obter a Posição Almejada) e estão mais envolvidos de modo positivo na exploração e decisão de carreira. Os resultados indicaram também um nível elevado de aspirações e expectativas de carreira, tanto nos meninos, como nas meninas; ambos pretendem prosseguir os estudos no ensino superior ou continuar a estudar pela vida fora. As Mulheres sentem-se menos confiantes no que diz respeito às possibilidades de conseguir emprego na área preferida, bem como do atingir uma posição preferida no mercado de trabalho. No tópico a seguir, será discorrido sobre o resultado do teste sob a ótica dos agentes objetos do estudo, se foi o esperado e se houve a assistências ao que ainda estavam indecisos vocacionalmente.
Após a realização da pesquisa, foi elaborado um trabalho junto aos alunos participantes para verificar o nível de satisfação dos mesmos, com a finalidade de descobrir se objetivo da pesquisa havia sido concretizado de fato. O resultado foi satisfatório, pois ficou evidente nas respostas e discursos proferidos pelos alunos que após a conclusão do trabalho puderam perceber o quanto é importante o teste vocacional ainda no terceiro ano do ensino médio, antes do ingresso na área de atuação profissional, assim, puderam ter uma visão mais precisa acerca do que querem seguir profissionalmente.
Essa avalição foi de suma importância, pois além de mostrar o nível de satisfação do trabalho executado, tirou duvidas importantes dos alunos, que possivelmente futuramente não teriam uma carreira de sucesso, ou poderiam começar e depois desistir no meio do curso, como muitos fazem nas universidades, ingressam e depois de determinado período trancam ou desistem do curso, pois em muitos dos casos não se identifica com um curso. Em outras situações, o aluno não consegue se adaptar no ritmo do nível superior, uma vez que os conteúdos são aplicados de maneira diferente e mais complexo ao acostumado ainda no nível médio.
No gráfico acima, pode ser visto nitidamente o grau de importância que é o Teste Vocacional. A aceitabilidade pelos discentes foi bastante significativa, pôde ser traduzido nos resultados da pesquisa de satisfação. Mais de 50% por cento do público-alvo respondeu que foi ótimo o trabalho elaborado, outra parte opinou por Bom ou Razoável e uma pequena parcela do público se absteve da das informações. Ressaltando que a satisfação com o teste, refere-se a expectativa que os participantes já previam mesmo antes de acontecer o teste, ou seja, a maioria dos alunos estão dentro do perfil exigido para seguir a carreia profissional escolhida previamente apontado pelo resultado do teste vocacional.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Orientação Vocacional ou Profissional se mostra muito importante para que os adolescentes que estão com incertezas no que se refere a escolher uma profissão, visto que conta com inúmeras técnicas e instrumentos para nortear e sanar dúvidas que decorrem de diversos fatores sobre o futuro profissional de cada um.
Dentre as etapas que fazem parte desse processo, destacam-se o autoconhecimento, indispensável para identificar qual é o seu perfil, as habilidades, os interesses, e os testes de vocação que é mais uma ferramenta que se faz muito útil na tomada de decisão. Ressalta-se que sua principal função não é escolher e sim apontar os cursos que os adolescentes devem escolher que mais se enquadram com o resultado. Neste sentido, a orientação vocacional se apresenta como um meio seguro e eficaz, pois antes mesmo de uma escolha definitiva, incentiva o conhecimento de se próprio e a partir de então, o melhor caminho a ser percorrido e com a certeza de obter uma carreira de sucesso.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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*Acadêmico do Curso de Administração da Universidade Federal do Amazonas-UFAM; E-mail: alcemirvieira@hotmail.com
** Professor Doutorando da Universidade Federal do Amazonas, professor do curso de Administração e pesquisador; E-mail: falcicley@gmail.com

Recibido: 19/04/2018 Aceptado: 21/06/2018 Publicado: Junio de 2018

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