Revista: Atlante. Cuadernos de Educación y Desarrollo
ISSN: 1989-4155


AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM EM CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

Autores e infomación del artículo

Lucicleide de Souza Barcelar*

Samara Gomes do Nascimento **

Faculdade Ateneu. Brasil

projetoscientiicos@gmail.com


Resumen

Este trabajo tiene como objetivos verificar la adquisición del lenguaje de niños acometidos por el autismo y establecer una relación entre la adquisición del lenguaje y la dificultad en el proceso de interacción social de niños con autismo. Para ello, se realizó un levantamiento bibliográfico de carácter cualitativo del tipo exploratorio-descriptivo, que se basa en algunos autores, abordando sobre las teorías del lenguaje, el síndrome del autismo y las dificultades de lenguaje en los autistas. En la investigación de campo, se presenta una observación y entrevistas a partir de un estudio de la percepción de los sujetos responsables por un niño con diagnóstico de síndrome de autismo con dificultad en la adquisición del lenguaje. Se concluye, entonces, que las varias dificultades se relataron en la presente investigación, como por ejemplo la interacción social, que, además de ser potenciada por la propia etiología de la enfermedad, se ve afectada enormemente.
Palavras-chave: aquisição da linguagem, interação social, autismo, escola, dificuldade.

Abstract

This study aims to verify the acquisition of the language of children affected by autism and to establish a relationship between the acquisition of language and the difficulty in the process of social interaction of children with autism. For that, a bibliographic survey was carried out about language theories, autism syndrome and language difficulties in autistic children. On the other hand, in the field research, we present an observation and interviews based on a study of the perception of subjects responsible for a child with a diagnosis of autism syndrome with difficulty in language acquisition. It is concluded, then, that the various difficulties were reported in the present research, such as social interaction, which, besides being potentialized by the etiology of the disease itself, is greatly affected.
Keywords: language acquisition, social interaction, autism, school, difficulty.


Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato:

Lucicleide de Souza Barcelar y Samara Gomes do Nascimento (2018): “Aquisição da linguagem em crianças com transtorno do espectro autista”, Revista Atlante: Cuadernos de Educación y Desarrollo (abril 2018). En línea:
https://www.eumed.net/rev/atlante/2018/04/linguagem-criancas-autista.html
//hdl.handle.net/20.500.11763/atlante1804linguagem-criancas-autista


1 INTRODUÇÃO

Partindo da premissa de que a linguagem é uma das mais influentes formas de interações sociais – seja ela por qual meio for – uma pessoa com dificuldades de linguagem em sua aquisição ou expressões terá mais chances de perca de habilidades e interações sociais. Nesse caso, entende-se que a falta de interação social, além de ser potencializada pela própria síndrome, também é reforçada por fatores externos, que podem ser as dificuldades de aprendizado da linguagem, de comunicação, que, por sua vez, tornam a síndrome ainda maior. Então, julgou-se necessário realizar um estudo da aquisição da linguagem em autistas, a fim de se localizar onde se encontram as maiores dificuldades e mostrar possíveis cenários de interações desse sujeito no ambiente que o mesmo se encontra inserido. O tema foi escolhido pelo desejo e a curiosidade de se entender mais sobre o autismo e sobre a aquisição de linguagem em crianças.
Esta pesquisa tem a seguinte pergunta:
-Como ocorre a aquisição da linguagem da criança acometida pelo transtorno autista?
O objetivo geral consiste em conhecer a aquisição da linguagem de crianças acometidas pelo transtorno do espectro autista. E, especificamente, busca-se: identificar a dificuldade de interação em sala de aula da criança autista; verificar a afetividade da criança no contexto familiar e escolar; e averiguar se os pais e a escola estão incentivando a comunicação da criança. Assim, o estudo inicia sua caminhada em uma questão que acreditamos ser importante: a compreensão e uso da linguagem por crianças com autismo.
A pesquisa foi realizada desde uma perspectiva bibliográfica de "leitura e de conceitos que apoiam a temática trabalhada" e uma pesquisa de campo onde se realizou entrevistas e observação. Para finalizar analisaram-se as informações e conclui-se a pesquisa.

2 O QUE É LINGUAGEM?

A linguagem é a forma de comunicação entre os seres humanos, utilizando sinais orais e escritos que possuem um ou mais significados. Pode se afirmar que é qualquer procedimento utilizado para a comunicação.
A linguagem é ao mesmo tempo uma função e um aprendizado: uma função no sentido que todo ser humano normal fala e a linguagem constitui um instrumento necessário para ele; um aprendizado, pois o sistema simbólico linguístico, que a criança deve assimilar, é adquirido progressivamente pelo contato com o meio. Esta aquisição ocorre durante toda a infância, no que o aprendizado da linguagem difere, fundamentalmente, do aprendizado da marcha ou da preensão, que constitui a sequência necessária no desenvolvimento biológico, sendo idênticas em todos os seres humanos. A linguagem é um aprendizado cultural e está ligada ao meio da criança: língua étnica, língua culta ou popular decorrem dos seres humanos que constituem seu lar.
A linguagem é uma das aquisições mais complexas do ser humano.  De acordo com Bee (2003: 258), a "linguagem são palavras ou gestos que representam coisas", ou seja, a linguagem é toda expressão com a intenção de comunicar algo, apresentando-se através de várias formas, como: língua oral, língua escrita, língua de sinais, expressão faciais, desenhos, gestos, dentre outros.
Segundo Corrêa (2006), o termo aquisição da linguagem, entendido em sentido amplo, diz respeito ao desenvolvimento de habilidades de expressão e de interação social por meio de uma língua, ou mesmo à própria constituição da criança como sujeito da fala por intermédio da língua em aquisição.

2.1 Autismo e Linguagem

O autismo é considerado uma síndrome comportamental com etiologias múltiplas e curso de um distúrbio do desenvolvimento, sendo caracterizado sucintamente por déficit de interação social, visualizado pela inabilidade de relacionar-se com o outro, usualmente combinado com déficit de linguagem e alterações de comportamento.
Amy (2001) fala que as crianças portadoras dessa doença permanecem, até hoje e apesar de muitos esforços e pesquisas, como crianças "enigmáticas", "enclausuradas", "fechadas em uma concha".
A compreensão e uso da linguagem por pessoas com autismo são bastantes variáveis. Mesmo em indivíduos com alta capacidade, a linguagem permanece literal, com perda de habilidades na conversação, evidenciadas pela dificuldade de retomada da palavra durante um diálogo, bem como pela pouca compreensão da ironia e da metáfora. A maioria das pessoas com autismo segue tendo dificuldades em diferentes contextos sociais, o que prejudica sua capacidade de fazer amigos e manter relacionamentos duradouros.
Atualmente, o autismo é considerado como um espectro de transtornos envolvendo três características comuns observadas durante o diagnóstico, as quais demonstram grande variabilidade entre indivíduos: prejuízo na interação social, prejuízo na comunicação verbal e não-verbal, e interesses restritos ou circunscritos com comportamento estereotipados.
O rótulo de "síndrome de Asperger" costuma ser utilizado para indivíduos que apresentam características típicas do autismo, mas que possuem alta capacidade verbal e não demonstram qualquer atraso na aquisição da linguagem.
O autismo e os transtornos relacionados afetam cerca de 1% da população. A frequência em meninos é maior do que em meninas, chegando a 4:1, podendo atingir 8:1 nos casos de autismo sem deficiências intelectuais (definido como um QI abaixo de 70).
No tocante à linguagem das crianças autistas, Kanner (1997) a definia como tendo uma característica de autossuficiência, sem valor semântico ou caráter de comunicação. Portanto, não haveria diferença entre aquelas que falavam e aquelas que apresentavam mutismo. Nesse sentido, pode-se concluir que o autismo se configura como um obstáculo ao desenvolvimento da linguagem oral, pois algumas crianças se comunicam através de expressões.
Algumas crianças autistas apresentam um esboço de linguagem, que surge entre 4 e 5 anos que, mais frequentemente, e é reduzido a algumas palavras deformadas. As deformações são as mesmas que surgem habitualmente no início da instalação de uma linguagem normal. Este distúrbio de linguagem pode, naturalmente, ser distinguido dos déficits funcionais banais, em razão do contexto clínico: nestas formas de autismo, a etiologia psicótica não é colocada em dúvida.
A aparição da linguagem ocorre em circunstâncias muito diversas. A criança autista pode, ao redor dos 5 anos, sair de seu silêncio e emitir sons verbais análogos as primeiras “palavras” da idade de um ano, quer sem um incidente novo, quer após um movimento emocional. Geralmente, é uma linguagem embrionária.
Segundo Carvalho e Avelar (2002), nos autistas, as produções que causam o efeito de estranhamento seriam, sobretudo, as repetições imediatas ou deferidas, da fala do outro. Essas repetições apresentam uma natureza ecolalia. Por sua vez, as ecolalias levaram Kanner (1997) a afirmar que o autista, de forma imediata ou deferida, reproduz insistentemente tudo aquilo que é dito.
Segundo Grandin (2011), diferente de crianças ditas normais, que relacionam naturalmente a linguagem a coisas reais, as crianças autistas precisam aprender que objetos têm nomes; precisam aprender que palavras estabelecem comunicação. Toda criança com autismo tem problemas com sequências longas de informação verbal. Mesmo as pessoas com grau elevado de alto funcionamento têm dificuldades em seguir instruções verbais e acham fácil seguir instruções por escrito, já que são incapazes de lembrar a sequência das informações.

2.2 Distúrbios da Linguagem

Os distúrbios de linguagem oral são constantes, mas revestem-se de aspectos variados em função da idade e do momento evolutivo da afecção. Quando as crianças adquirem uma linguagem, ela é muito particular, marcada por certo número de anomalias características. Se, por um lado, é possível que a compreensão da linguagem permaneça aceitável, ao menos nas crianças que conservaram bom potencial intelectual, e na medida em que suas dificuldades de contato permitam avaliá-la, por outro, com frequência, a expressão da linguagem apresenta apenas fraco valor comunicativo. A linguagem é, portanto, marcada por diversas anomalias. Vejamos algumas delas no quadro a seguir:

Entre os distúrbios citados, a ecolalia seria um dos mais investigados por ser muito frequente e presente na vida da criança autista. Kanner (1946) investigou particularmente isto: a criança repete passivamente palavras e frases que ouviu, mas o que ela diz não tem relação com a situação vivida, ela não olha o interlocutor: não é uma verdadeira comunicação verbal. Frequentemente, estas repetições ecolálicas exprimem as 29 proibições do adulto: “é proibido”, “não pode”. Muito peculiares à criança psicótica são os discursos ecolálicos retardados, produzidos horas e dias depois do adulto ter falado: acreditava-se que a criança não estivesse ouvindo e se é surpreendido, ao escutá-la, muito mais tarde, redizer o que havia sido dito, quando ela está sozinha ou diante de qualquer um, sem que isto tenha qualquer sentido.
Kanner (1946) salienta que esses fenômenos de ecolalia tardia podem dar à linguagem um aspecto incoerente e sem sentido, mas que pode ser compreendido caso se descubra a situação concreta vivida pela criança na qual a frase foi ouvida pela primeira vez. Trata-se de uma substituição metafórica cujo sentido é pessoal para a criança, não comunicável a outra pessoa e ligado de modo direto a uma experiência vivida anteriormente.
Acesso ao sim: Isso é muitas vezes difícil. A concordância é quase sempre indicada pela repetição da pergunta feita. Kanner relata o caso de Paul, um menino de 5anos.

Eles não empregavam os pronomes da primeira pessoa, nem se referia a si próprio como Paul. Todas as declarações relativas a si mesmo eram feitas na segunda pessoa, com repetições liberais das coisas que lhe tinham sido ditas antes. Ele exprimia seu desejo de doce dizendo: “Você quer doce”. Tirava a mão de um aquecedor quente dizendo: “Vai se machucar”. De tempo em tempo, repetia coisas que lhe tinham sido ditas, como um papagaio. (KANNER, 1946: 12)

Algumas crianças, em virtude de sua excelente memória verbal, mostram-se capazes de repetir longas séries de palavras, listas de objetos, letras de música, embora não consigam utilizar a linguagem para fins de comunicação.
Outras vezes a criança autista sobrecarrega a linguagem, podendo nesse caso desenvolver uma neurolinguagem ( por meio de justaposição de palavras, conforme assonância, por exemplo, ou pela condensação de palavras. O significado dessa linguagem permanece idiossincrática, excluso à criança.
De modo geral, os distúrbios de linguagem na criança autista são marcados por duas dificuldades: a de empregá-la no registro de significados compartilhados com outras pessoas e a de situar-se como sujeito de seu próprio discurso. O surgimento (ou não) de uma linguagem oral é, portanto, um elemento importante do prognóstico dessa afecção.
Algumas crianças autistas apresentam distúrbios na linguagem oral e depende do grau do autismo, algumas desenvolvem uma linguagem compreensível mesmo com alteração na fala (dicção) e outras não. Depende também do tipo de estímulo/fonoterapia que essa criança tem e/ou teve. Mesmo adquirindo a linguagem verbal, ela é marcada por algumas anomalias, então o importante é fazer com que esse aluno se comunique, seja por meio da fala, gestos seja com qualquer outra forma de comunicação.

2.2.1 Dificuldades na linguagem oral

As maiorias das crianças autistas não falam, e quando falam é comum à ecolalia (repetição de sons e palavras), inversão pronominal, dentre outras. O comportamento apresenta características como: atos repetitivos e estereotipados; não suportam mudanças de ambiente e preferem um contexto inanimado.
Crianças com autismo de baixo funcionamento são incapazes de falar ou conseguem dizer apenas poucas palavras. Isso ocorre porque receberam informações misturadas e imprecisas, tanto através da visão como da audição, sendo assim seu cérebro não consegue fazer diferenciação entre os sons orais. Além disso, têm dificuldades em aprender habilidades simples como, por exemplo, abotoar uma camisa. E crianças com autismo de alto funcionamento do tipo Kanner ou Síndrome de Asperger geralmente desenvolvem bem a fala e são bem-sucedidas academicamente. Aos três anos de idade, ambos os tipos de criança têm comportamento similar, mas, à medida que vão crescendo, as diferenças se tornam casa vez mais aparentes.
Mesmo com estudos avançados, o que continua sem explicação é o padrão rígido de pensamento e a falta de afetividade emocional. Umas das coisas mais intrigantes do autismo é que é quase impossível de se prever se uma criança pequena irá se tornar uma pessoa com autismo de alto funcionamento. A gravidade dos sintomas aos dois ou três anos de idade muitas vezes não está relacionada ao prognóstico.
O autismo suscita um interesse imenso, em boa parte, sem dúvida, em decorrência da fascinação que inspira essa doença e seu mistério. E a aquisição da linguagem depende de um aparato neurológico e social, ou seja, de um bom desenvolvimento de todas as estruturas cerebrais, de um parto sem intercorrências e da interação social desde sua concepção.

2.3 O papel da família e da escola

A família de uma criança autista, mesmo com força e preparo emocional, não se encontra preparada para a chegada e para convivência com uma deficiência por toda a vida. Como forma de superação, muitas famílias buscam amparo nas crenças religiosas, acreditando que ter um filho com deficiência é da vontade de Deus e que estão sendo testadas por ele (RODRIGUERO; YAEGASHI, 2013).
Porém, a família desempenha um suporte fundamental para a educação da criança com Transtorno do Espectro Autista (TEA) É ela que apoia e encaminha a criança a escola e aos diversos profissionais que serão responsáveis para estimular o seu desenvolvimento. A família, como princípio norteador, é quem guiará, ajudará em primeira instância, no desenvolvimento e na aquisição da linguagem da criança com TEA. Assim sendo, a maneira de pensar, sentir e agir da criança advém da interação com o meio social no qual está inserida, sendo a família a referência maior.
Por outro lado, a escola deve propiciar aos alunos com TEA o convívio social com outros alunos da mesma faixa etária, estimulando sua interação e diminuindo seu isolamento. Para isso, é necessário respeito às especificidades da criança autista. A interação com pares é de suma importância para o desenvolvimento de qualquer criança. Portanto, a inclusão do indivíduo com autismo no ambiente escolar, e no ensino regular preferencialmente, propicia o desenvolvimento tanto do sujeito autista, quanto das outras crianças, tendo em vista que estas aprendem a conviver e respeitar as diferenças (CAMARGO; BOSA, 2009).
Na escola, o educador precisará ter boas habilidades e formação para desenvolver a criança com TEA e, sobretudo, inseri-la no contexto social da sala de aula. Mas essa tarefa não é fácil, exige esforço, dedicação e conhecimento.
Para finalizar este tópico, percebe-se que a parceria da família com a escola e juntamente, aos demais profissionais da área, como fonodiólogo e Psicopedagoga é a base para o sucesso do desenvolvimento da criança com transtorno do espectro autista. A implicação de todos aumenta a chance de se obter um resultado de sucesso, ainda que não seja garantido.

3 METODOLOGIA

Realizou-se um estudo qualitativo, tipo exploratório descritivo, utilizando-se da pesquisa de campo e da pesquisa bibliográfica, tendo como fonte base de dados com artigos originais e livros.
O contexto para a realização da pesquisa de campo foi uma escola localizada em Messejana. Que recebe crianças da Educação Infantil (Pré-Escola) e do Ensino Fundamental (Anos iniciais). A escola possui 10 de 11 salas de aulas utilizadas, 48 funcionários, sala de diretoria, sala de professores, laboratório de informática, sala de recursos multifuncionais para Atendimento Educacional Especializado (AEE), cozinha, biblioteca e banheiro.
Essa pesquisa apresenta-se a partir de uma observação de campo cujos sujeitos pesquisados foram: professora e psicopedagoga de uma criança com diagnóstico de síndrome de autismo com dificuldade na aquisição da linguagem, além de observação assistemática a criança com TEA. Para tanto, aplicou-se uma entrevista semiestruturada para uma professora de Responsável da Educação Infantil, com Graduação em Língua Portuguesa, Pós-graduação em Psicopedagogia e cursando Pós em Atendimento Educacional Especializado (AEE) e Educação Especial, além de formação continuada em Educação Especial e Deficiência Intelectual (CREAECE), oferecidos pela Prefeitura de Fortaleza. Atua na área há 16 anos e há 2 anos no AEE. Ela costuma ler livros sobre o autismo, os quais a ajudam a compreender melhor o assunto. Por sua vez, a psicopedagoga atua na área da pedagogia há 09 anos e, na psicopedagogia, há dois anos. Sempre busca mais estudos sobre o autista para ampliar os seus conhecimentos.
Vale salientar que, para a realização das entrevistas e da observação, solicitou-se o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido aos sujeitos implicados, documento que permite ao participante da pesquisa tomar sua decisão de forma justa e sem constrangimentos. É a proteção legal e moral do pesquisador, posto que é a manifestação clara de concordância do investigado como participante da pesquisa.

4 ANÁLISE DA INFORMAÇÃO

Nessa parte do trabalho, apresentam-se os resultados das duas estratégias de coleta de informação: entrevistas e observação.

4.1 Entrevistas

Em conformidade com as entrevistas realizadas com as profissionais do curso de AEE da escola "Caminho do saber", foi possível conhecer acerca da comunicação estabelecida da criança acometida pelo transtorno autista e os demais colegas de sala de aula. Veja-se:

O autismo é considerado um transtorno do desenvolvimento e, dependendo do grau, a criança apresenta dificuldades na comunicação, na interação social e no comportamento por apresentar interesses restritos, movimentos repetitivos e estereotipados. Algumas apresentam dificuldade na oralização e/ou fala incompreensível; em outras, a fala é compreensível, porém sua comunicação é bastante limitada, existe falta de contato visual, dificuldade em participar de atividades em grupo, dificuldade em demonstrar afeto, agressividade etc. (Entrevistada I).

Dependendo do grau do autismo da criança se é severo, moderado ou leve, ela vem a se comunicar por meio de gestos, agressões entre outros. (Entrevistada II)

De acordo com a narrativa das professoras, fica claro que a criança acometida pelo transtorno supracitado possui algumas limitações, sendo estas sentidas na participação do aluno em sala de aula e em sua interação com os demais companheiros, ficando comprometida muitas vezes a comunicação. A criança deve ser estimulada a um melhor desenvolvimento social e comunicativo com jogos pedagógicos, uso de material concreto, imagens, vídeos, músicas etc.
Já para a segunda professora, a criança pode manifestar sua comunicação de diferentes formas.
Com relação às atividades realizadas para facilitar a comunicação da criança autista, as profissionais constataram que:

É feito uma rotina das atividades para ela saber o que irá acontecer durante aquele período que ela se encontra na sala de aula, a forma mais comum de organização da rotina é feita pelos PEC’s, ou seja, um sistema de comunicação através da troca de figuras, que facilita a memorização da sequência de uma atividade (como chegada na sala, hora de realizar atividade de leitura, escrita, recreio, hora de ir embora etc). (Entrevistada I).

O primeiro passo é criar vínculo, o desenvolvimento da linguagem vem a ser melhorado quando o aluno começar a confiar no professor. Além de trabalhar com material concreto, o professor deve usar gravuras, imagens e etc.
(Entrevistada II)

Nesta resposta, percebe-se que a professora familiariza a criança autista com uma rotina, aspecto fundamental e já mencionado por Kanner (1970). As crianças autistas têm dificuldades com novas situações, por este motivo o professor precisa ter bem articuladas as atividades em sala de aula. Para a segunda educadora, tudo começa com o vínculo criado entre professor e aluno.
Sobre o desenvolvimento de habilidades da criança autista, obteve-se as seguintes respostas:

Dependendo do grau do autismo que a criança apresente e dos estímulos que a mesma recebe na escola, na família e em outras instituições de acompanhamento clínico. Sabemos que terá mais dificuldade pra entender assuntos complexos. Porém ela desenvolve outras habilidades com desenhar, pintar e na área tecnológica. (Entrevistada I).

Devem ser realizada leitura de imagens, trabalho com músicas, criação de paródias das canções que a criança gosta: cartazes, etc. (Entrevistada II)

Fica claro que o professor pode trabalhar de diversas formas lúdicas com essas crianças autistas procurando descobrir os interesses pessoais de cada criança.

Quando se perguntou sobre como o professor, em sala de aula, pode facilitar o desenvolvimento linguístico do aluno autista, elas destacaram o seguinte:

Estimulando atividades de comunicação, oferecendo atividades que a criança sinta interesse em realizar e manter sempre o contato visual. Depende do grau do autismo que o aluno apresenta e de estímulos que favoreçam seu desenvolvimento comunicativo de forma clara. (Entrev. I)

Cantar juntos, fazer coreografias, usando figuras ou brinquedos que remetam as palavras que estão sendo cantado, nomear objetos, ler e recriar imagens do livro, usar jogos de achar objetos perdidos, etc. (Entrevistada II)

Assim elas nos mostram que  devemos estimular as crianças, procurando os pontos que cada uma mais desperta interesse. Usando de diversos materiais diferentes.

Em relação aos recursos pedagógicos e às atividades que podem ser realizadas com crianças autistas para desenvolver a linguagem, elas nos informam que:

Através de jogos pedagógicos, uso de material concreto, atividades escritas, uso de imagens, vídeos, músicas, leitura e contação de histórias, fantoches etc. essas atividades tendem a ampliar o desenvolvimento da criança autista. (Entrevistada I)

Deve-se conversar com a criança sobre tudo que ela irá fazer, na hora de tomar banho, qual é a alimentação do dia, enquanto se veste, pois desta forma ela está sendo estimulada. Deve-se tentar cantarolar a música que ouve a qual aprecia ler para ela, usar brinquedos para questionar o nome, filmes e desenhos. (Entrevistada II)

Assim entendo que o professor deve conversar com o aluno autista a todo o momento, pois assim além de estimular a sua comunicação oral ele também esta preparando o aluno para algo que irá acontecer na sua mudança de rotina.

Sobre a formação de professores dirigida à criança autista, elas nos responderam que

As escolas públicas (Fortaleza) oferecem formação continuada para os professores das Salas de Recursos Multifuncionais, pois existe o Atendimento Educacional Especializado (AEE), em que o professor faz atendimento no contraturno para a criança que tem o diagnóstico de TEA (Transtorno do Espectro  Autista). Para os professores de sala regular essa formação não acontece. (Entrevistada I).

As escolas devem nos oferecer treinamentos, palestras e informativos para que venhamos a entender e atender com precisão as crianças autistas com dificuldades em sua comunicação. (Entrevistada II)

O Professor deve sempre buscar mais conhecimentos, principalmente aqueles que buscam trabalhar da melhor forma possível com a criança autista. Vemos que as escolas públicas oferecem um maior apoio para a qualificação dos professores que as escolas privadas.
Foi solicitado que as mesmas relatassem uma solução de sucesso com crianças autistas em sua prática profissional. Ouvimos, então, os seguintes depoimentos:

Quando uma criança chega na sala e sequer senta em uma cadeira para realizar uma atividade ou brincadeira. E com o tempo percebemos sua evolução com a realização de uma rotina, reduzindo suas estereotipias com jogos que chame sua atenção e assim vamos conseguindo que a criança tenha avanço. O apoio da família é fundamental. Quando a criança autista está no processo de alfabetização, utilizo jogos de leitura e escrita, alfabeto móvel, jogos no computador, recortes em livros, bola, balão, quebra-cabeças, pista visuais, comunicação alternativa (PECS), alfabeto móvel, números e material concreto realizar contagem etc. (Entrevistada I).

Em minha sala de aula, havia uma criança bastante agressiva e ao mesmo tempo isolada de todos. Aos poucos fui conquistando-a, ao conseguir a conquista, eu a colocava sempre como minha ajudante, ocupando o seu tempo e desenvolvendo sua autonomia. Essa criança se socializou, pois passou a participar das acolhidas e dramatizações da escola. E trabalhando o letramento com imagens desenhos e brincadeiras ela aprendeu também as letras do alfabeto. Eu me senti realizada por ter conseguido muitas conquistas com a criança. (Entrevistada II)

Ambas sentem-se realizadas com o desenvolvimento dessas crianças autistas, pois o fato de conquistarem a criança e atingir os objetivos propostos para aquela situação lhes dá o sentimento de prazer.
Sobre as dificuldades, perguntaram-se quais as maiores dificuldades que o professor enfrenta ao assumir uma sala de aula que possui crianças autistas. As docentes enumeraram as seguintes:

Na sala de aula regular a falta de informação, formação continuada sobre o Transtorno do Espectro Autismo (TEA), as salas de aula com um grande número de crianças com e sem deficiência, a falta de um profissional de apoio para ajudar com a criança que apresenta o transtorno dentro da sala e a falta de parceria e acompanhamento com especialista na área clínica e pedagógica para os alunos e muitas vezes a negligencia das famílias. Já na sala de atendimento Educacional Especializado (AEE) o problema é muitas vezes a falta de acompanhamento de uma equipe multidisciplinar (pedagógica e clínica) e a falta do aluno no atendimento. Pois o mesmo deve ir ao contra turno e a falta de compromisso das famílias para com o aprendizado do filho. (Entrevistada I).

Uma das grandes dificuldades é a falta de concentração deles que é bem reduzida. A comunicação verbal é de difícil entendimento, e alguns deles são bem agressivos, dependendo do seu grau de autismo.  A criança autista não aceita ser contrariada e isso vêm a dificultar o trabalho do professor. (Entrevistada II)

            São varias as dificuldades que aparecem para o professor porém eles  nunca devem deixa que  essas dificuldades venham atrapalhar  o trabalho deles. Pois é gratificante ver a melhoria de cada criança. 
De todos os aspectos expostos pelas entrevistadas, percebe-se que a falta de apoio dificulta o trabalho delas e, por sua vez, pode refletir no desenvolvimento da criança autista. Inclusive a família é citada como um ator secundário nesse processo tão importante. Ambas destacam que a interação social da criança fica comprometida devido à comunicação. Ressalta-se também a dificuldade e/ou limitações que advindas do próprio desenvolvimento do aluno.

4.1 Observações de campo

O aluno observado é um menino autista com 8 anos de idade, que estuda na escola no terceiro ano do ensino fundamental no turno da manhã, sendo acompanhado pela professora de AEE e a professora titular. O aluno não tem o acompanhamento de um itinerante, porém a escola, para que a criança venha a ter um melhor desenvolvimento escolar, e a professora juntamente com a equipe pedagógica da escola fazem relatórios bimestrais, que a mãe da criança leva para neurologista, fonoaudiólogo e psicólogo particular.
As realizações das sessões de observação ocorreram durante um semestre (2017.1), subdivididas em trinta minutos. Foram selecionados os resultados das três principais sessões, durante as quais foi possível destacar que o menino é uma criança alegre prestativa e carinhosa. Encontra-se em processo de desenvolvimento de hábitos e atitudes de convívio social. Realiza suas atividades escolares mediante a intervenção da professora em sala. Apresenta resistência de aceitar determinados materiais de uso na sala de aula. Sente dificuldade nas atividades que envolvem noções de lateralidade e orientação do espaço temporal. Reconhece-se em frente ao espelho, é capaz de identificar as partes de seu corpo e de reproduzir estruturas rítmicas. Na expressão oral, comunica-se com clareza e sabe dizer o nome dos amigos de sala. Às vezes, não consegue dispor com coerência algumas informações. O aluno não apresenta assiduidade, por motivo de saúde, conforme o relato do membro familiar, fator esse que compromete o seu desenvolvimento escolar. O referido aluno está sendo estimulado a desenvolver a cognição, psicomotricidade, inclusão social e laços afetivos, objetivando assim um desempenho escolar satisfatório. Através de uma conversa com as professoras que acompanham o aluno é possível observar a existência de um excelente acompanhamento familiar, e seus mostram ser dedicados e amorosos.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante das leituras realizadas, das entrevistas e das observações de campo, percebemos, de maneira geral, a importância da aquisição da linguagem em crianças autistas. A linguagem, como se disse, é uma das mais influentes formas de interações sociais, seja ela por qual meio for, e uma pessoa que tem dificuldades de linguagem em sua aquisição ou expressões tem mais chances de perda de habilidades e interações sociais. Sob esse viés, trouxemos a seguinte problemática: Se essa pessoa for um autista, que tem problemas de linguagens e quais, por sua vez, faz parte da etiologia. Nesse caso, a falta de interação social, além de ser potencializada pela própria síndrome, ela também é reforçada por fatores externos, que podem ser as dificuldades de aprendizado da linguagem, de comunicação, que, por sua vez, torna a síndrome ainda maior. Então, julgou-se necessário realizar um estudo da aquisição da linguagem em autistas, a fim de localizar onde se encontram as maiores dificuldades e mostrar possíveis cenários de interações desse sujeito no ambiente em que o mesmo se encontra inserido.
Em função dos objetivos inicialmente traçados na pesquisa, constatou-se que:
-A aquisição da linguagem de crianças acometidas pelo transtorno do espectro autista apresenta dificuldades, inclusive com ausência da fala, e quando falam é comum à ecolalia (repetição de sons e palavras), inversão pronominal, dentre outras.
- A interação em sala de aula da criança autista tende a ser afetada, porém, com o auxílio do professor, o aluno é introduzido nos grupos e nas atividades pedagógicas em sala de aula, que estimulam a comunicação, oferecendo atividades que a criança sinta interesse em realizar, sempre com o contato visual. Cantar juntos, fazer coreografias, usando figuras ou brinquedos que remetam as palavras que estão sendo cantado, nomear objetos, ler e recriar imagens do livro, usar jogos de achar objetos perdidos são atividades que podem alavancar o processo de comunicação da criança autista.
- A afetividade da criança no contexto familiar e escolar é bastante estimulada.
- Os pais e a escola incentivam a comunicação da criança.
Por sua vez, a compreensão e uso da linguagem por pessoas com autismo são bastantes variáveis. Mesmo em indivíduos com alta capacidade, a linguagem permanece literal, com perda de habilidades na conversão, evidenciadas pela dificuldade retomada da palavra durante um diálogo, bem como pouca compreensão da ironia. A maioria das pessoas com autismo segue tendo dificuldades em diferentes contextos sociais, o que prejudica sua capacidade de fazer amigos e manter relacionamentos duradouros. 
A aquisição da linguagem depende de um aparato neurobiológico e social, ou seja, de um bom desenvolvimento de todas as estruturas cerebrais, de um parto sem intercorrências e da interação social desde sua concepção.
Deve ser adotada uma rotina das atividades para a criança saber o que irá acontecer durante aquele período em que ela se encontra na sala de aula, ou seja, um sistema de comunicação através da troca de figuras, que facilita a memorização da sequência de uma atividade (como chegada na sala, hora de realizar atividade de leitura, escrita, recreio, hora de ir embora, etc). A professora deve criar um vínculo afetivo com os seus alunos e trabalhar sempre de forma lúdica.
Na escola, o suporte é a professora e os materiais oferecidos. As escolas devem oferecer treinamentos, palestras e informativos para que seus profissionais possam entender e atender com precisão as crianças autistas com dificuldades em sua comunicação, “estimulando atividades de comunicação, oferecendo atividades que a criança sinta interesse em realizar e manter sempre o contato visual. Mas isso depende do grau do autismo que o aluno apresenta e de estímulos que favoreçam seu desenvolvimento comunicativo de forma clara. Através de jogos pedagógicos, uso de material concreto, atividades escritas, uso de imagens, vídeos, músicas, leitura e contação de histórias, fantoches, etc., essas atividades tendem a ampliar o desenvolvimento da criança autista”. Esses recursos devem ser realizados com crianças autistas para desenvolver a linguagem.
Dessa forma, é possível observar que a criança deve ser sempre estimulada tanto na escola, por seus professores, como em casa por seus familiares e amigos e em outras instituições de acompanhamento clínico. Sabemos, porém, que este tipo de aluno sempre terá mais dificuldade para entender assuntos complexos, porém ele pode desenvolver outras habilidades, como desenhar, pintar, ou atuar com desenvoltura na área tecnológica.
Diante do exposto, fica claro que a criança acometida pelo transtorno supracitado possui algumas especificidades, sendo estas constatadas na participação do aluno em sala de aula e em sua interação com os demais companheiros. A criança, portanto, deve ser estimulada a um melhor desenvolvimento social e comunicativo, com jogos pedagógicos, uso de material concreto, imagens, vídeos, músicas etc. O fundamental é que a família, a escola e o entorno acolham e nunca desistam da inclusão da criança acometida pelo transtorno autista.

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*Professora da Faculdade Ateneu. Doutora em Educação pela Universidade Autônoma de Barcelona.
** Licenciada em Pedagogia pela Faculdade Ateneu.

Recibido: 19/02/2018 Aceptado: 13/04/2018 Publicado: Abril de 2018

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