Revista: Atlante. Cuadernos de Educación y Desarrollo
ISSN: 1989-4155


INSTRUMENTALIZANDO O PEDAGOGO PARA AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Autores e infomación del artículo

Weslley Moreira Saraiva

Márcia Auxiliadora Fonseca

Mestres do Programa de Mestrado Profissional em Gestão Social, Educação e Desenvolvimento Local do Centro Universitário UNA, Brasil

marciafonsecabio@hotmail.com

RESUMO

Esse artigo foi construído a partir de uma pesquisa feita com cinco pedagogos professores de Educação Física , sujeitos da dissertação de mestrado intitulada: A atuação de professores pedagogos como educadores físicos no Ensino Fundamental I. Objetiva capacitar docentes  pedagogos com vistas a auxiliá-los no exercício docente de aulas de Educação Física  para alunos do ensino Fundamental. Essa capacitação, por meio de oficinas, será realizada com base em quatro módulos: importância das atividades físicas no processo de desenvolvimento físico e motor dos alunos; aula prática: proposta do professor de Educação Física; proposta dos graduandos do curso de Pedagogia; e proposta para pedagogos habilitados. Espera-se que esse artigo, agregue novos conhecimentos da área da Educação Física para esses profissionais, uma vez que essa disciplina merece ser reconhecida em sua importância dentro da escola e no desenvolvimento e na vida dos alunos.
Palavras-chave: Oficinas, Educação Física, Educação, Pedagogos, Capacitação.

RESUMEN

En este artículo se construye a partir de un estudio de cinco maestros profesores de educación física, objeto de la tesis titulada: El papel de los maestros Los maestros y profesores de educación física en la escuela primaria tiene como objetivo formar a los profesores de enseñanza con el fin de ayudarles en el ejercicio la enseñanza de clases de educación física para los estudiantes de la escuela primaria. Esta formación, a través de talleres, se basa en cuatro módulos: la importancia de la actividad física en el proceso de desarrollo físico y motor de los alumnos; clase práctica: propuesta de un maestro de educación física; la propuesta de la Facultad de Educación de estudiantes graduados; y la propuesta de maestros calificados. Se espera que este artículo agrega nuevos conocimientos en el campo de la educación física para estos profesionales, ya que este tema merece ser reconocido por su importancia dentro de la escuela y en el desarrollo y la vida de los estudiantes.
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Palabras clave: Talleres, educación física, educación, educadores, formación.

ABSTRACT

It is this work of a technical product built from the demand arising from the five teachers PE teachers and subject of the dissertation entitled: The role of teachers and educators in elementary school physical educators I. It aims to empower educators teachers with views assist them in teaching practice of physical education classes for students of elementary education. This training, through workshops, will be based on four modules: the importance of physical activity in the physical development process and students engine; practical class: proposal of a physical education teacher; proposal of the Faculty of Education of graduate students; and a proposal for qualified teachers. It is expected that this training adds new knowledge in the area of ​​physical education for these professionals, since this subject deserves to be recognized for its importance within the school and in the development and life of students.

Keywords: Workshops. Physical Education. Education.

Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato:

Weslley Moreira Saraiva y Márcia Auxiliadora Fonseca (2017): “Instrumentalizando o pedagogo para aulas de educação física”, Revista Atlante: Cuadernos de Educación y Desarrollo (mayo 2017). En línea:
https://www.eumed.net/rev/atlante/2017/05/pedagogo-aulas.html
http://hdl.handle.net/20.500.11763/atlante1705pedagogo-aulas


1 INTRODUÇÃO 

Esse artigo , descreve-se uma proposta de trabalho a ser concretizada com pedagogas professoras de Educação Física (EF), podendo, a posteriori, ser ampliada para graduados e graduandos em Pedagogia que buscam aprimoramento de sua prática docente. Essa necessidade surgiu, portanto, dos dados da pesquisa realizada, que abalizaram ser de suma importância buscar capacitação no desenvolvimento das aulas práticas, uma vez que os conteúdos ligados à cultura corporal de movimento, ao desenvolvimento motor, à socialização, à inclusão e à ludicidade são de domínio do profissional de Educação Física.
Junta-se ao desejo expresso pelos sujeitos o testemunho dos próprios pesquisadores, docentes do curso de Pedagogia, detectou-se que as graduandas em Pedagogia e que já ministram aulas de EF, antes de obterem conhecimento prévio, apesar de insuficiente, não tinham a mínima noção do que e do como fazer nas referidas aulas.
Percebe-se, assim, a necessidade de transpor essa lacuna na formação acadêmica dos pedagogos, com vistas a uma aula de EF que cumpra seus objetivos de fato, conforme rezam as Diretrizes Curriculares Nacionais.  É preciso trabalhar conjuntamente com as instituições de ensino superior para que seus graduandos obtenham o conhecimento pertinente ao perfil do profissional que se pretende formar: mediador de formação integral de alunos cidadãos, íntegros, éticos e críticos. 
Os pedagogos atuais e ativos devem sustentar o desenvolvimento de suas aulas de Educação Física corretamente em beneficio dos alunos, que certamente obterão resultados mais abrangentes e efetivos em suas aulas de Educação Física.
Espera-se que o conteúdo teórico e prático trabalhado nas oficinas de capacitação seja norteador de planejamento e materialização das aulas de EF.   Nas oficinas serão realizadas diversas atividades para que os pedagogos possibilitem aos seus alunos vivenciar momentos de socialização, integração social, além de propiciar melhores níveis de qualidade de vida, desenvolvimentos, habilidades básicas, cultura corporal e afetividade.
A metodologia eleita para se realizar a capacitação foi a oficina.
As oficinas são consideradas uma estratégia metodológica de ensino, capazes de auxiliar os pedagogos na resolução de dúvidas, expectativas e novas aprendizagens. Seus resultados poderão transformar o processo de ensino-aprendizagem das aulas de Educação Física em momentos de aprendizagem de experiências práticas motoras, afetivas, cognitivas e sociais.
Conforme Afonso (2010a), oficina é um trabalho estruturado com grupos, com foco comum, em determinado quadro social.
O professor que vai executar a oficina tem que fazer um trabalho dinâmico e bem flexível, porque trabalhar com professores habilitados ou graduandos não é uma coisa muito fácil, muitas vezes, realizar as mudanças no desenvolvimento do trabalho é um fator extremamente relevante para o desenvolvimento de uma boa aula de EF.
Portanto, neste artigo, apresenta-se o sugestões de trabalho, cujo objetivo é capacitar os profissionais pedagogos com vistas à realização de aulas de EF de forma mais efetiva.

2 CONHECENDO O PRODUTO TÉCNICO: oficinas

Aprender, por meio de oficinas, é ativar o diálogo, realizar trocas, sentir-se inserido e participante ativo nas discussões, nos acertos, nos confrontos e na assimilação de conteúdos. É refletir acerca dos conhecimentos que devem ser apreendidos ou mudados ou enriquecidos com novo olhar e nova direção.
Afonso (2010a, p. 9) conceitua oficina como:

[...] um trabalho estruturado com grupos, independentemente do número de encontros, sendo focalizado em torno de uma questão central que o grupo se propõe a elaborar, em um contexto social. A elaboração que se busca na oficina não se restringe a uma reflexão racional, mas envolve os sujeitos de maneira integral, formas de pensar, sentir e agir.

Dessa forma, as oficinas podem ser utilizadas em diferentes contextos que, nessa conjuntura, contemplarão professores habilitados em Pedagogia e que são docentes de EF.
Nessa capacitação, é imperativo que aconteçam trocas dialógicas que permitam aos professores pensar e construir novas experiências sobre as aulas e a possibilidade de contribuir para que as mesmas sejam criativas e motivantes.
Afirma-se o potencial das oficinas ao propor um espaço de trocas de experiências, discussão em grupo em relação ao planejado e intuído pelo grupo (SPINK; MENEGON; MEDRADO, 2014). Visam-se, portanto, a novos pontos de vistas, construtivos, para a transformação das aulas de EF.
As oficinas educativas têm como estratégias formar sujeitos com pensamentos críticos, por meio de um modelo participativo (MOREIRA; GONÇALVES, 2014). Esses autores mencionam que:

Trata-se de um método de intervenção que possui uma dimensão terapêutica, incentivando os sujeitos a terem espaço para a fala e a escuta, podendo expressar seus sentimentos, possuindo um caráter pedagógico de troca de informações em que os participantes aprendem e ensinam uns aos outros (MOREIRA; GONÇALVES, 2014, p. 724).

Para Duarte (2011, p. 115), “a aprendizagem nas oficinas torna-se um processo dinâmico ao possibilitar mudanças em toda a estrutura e dinâmica do grupo”. A autora também diz que, a partir de novas formas de sentir e pensar, as oficinas proporcionam novas reflexões e ampliam os horizontes, sempre pautadas em uma transformação contínua e, com isso, o pedagogo conseguirá aumentar seu conhecimento teórico prático que sustenta suas aulas.
Para Afonso (2010b, p. 49-50), a comunicação e os processos intersubjetivos na oficina ocorrem porque “existe uma relação entre o campo grupal e social e porque no processo de comunicação do grupo há um constante trabalho que inter-relaciona linguagem e identidade”.
É preciso identificar o que impede a comunicação. Pois, como salienta Afonso (2010a, p. 51):

A comunicação só se realiza através da interação, o que implica em buscar determinações de contexto, papéis e expectativas sobre as subjetividades dos participantes e suas relações, para que possam refletir sobre as censuras impostas à sua comunicação.

No desenvolvimento das oficinas as técnicas utilizadas devem ser escolhidas conforme as necessidades do grupo e após a avaliação do profissional. Entende-se que a técnica “favorece a sensibilização, a expressão e a comunicação, a reorganização das narrativas no campo grupal, a possibilidade de sistematização e comparação dos pontos de vistas, o trabalho com conflitos e diferenças” (AFONSO, 2010 a, p. 56). Essas técnicas devem sofrer adaptações de acordo com o grupo, uma vez que lhe compete ampliar o conhecimento do grupo e possibilitar novas interações.
É importante que “a análise da demanda esteja articulada com a análise da produção dessa demanda” (ROCHA; DEUSDARÁ, 2010, p. 61). A demanda deste grupo de capacitação é relacionada à aprendizagem de aulas de EF para alunos do Ensino Fundamental.
Segundo Afonso (2010b, p. 35-36), o coordenador deve sempre recusar a postura de detentor do saber, assumindo postura de dinamizador e facilitador do processo grupal. E deve “ser sensível a esta dinâmica, mas restrito quanto à interpretação, para não levantar conflitos de forma indiscriminada na estrutura defensiva dos participantes e do grupo”. Diante disso, o educador físico deve ser cauteloso, pois é muito complicado ministrar aulas ou repassar seu conteúdo para aquele profissional já habilitado e, em muitos casos, para os graduandos. Deve estar atento, pois serão questionados e indagados se aquela é a melhor forma de ministrar as aulas.

3 DESCRIÇÃO DETALHADA DAS OFICINAS

Propõe-se uma capacitação: “Instrumentalizando o pedagogo para aulas de Educação Física!” A capacitação, por meio de oficinas, será dividida em quatro módulos, com aulas teóricas e práticas. Fazem-se necessárias aulas práticas de 50 minutos, nas escolas parceiras e locais onde se coletaram os dados da pesquisa, para que haja aulas práticas com os alunos das escolas.
O módulo 1 apresenta: a) a importância da EF no Ensino fundamental I e alguns conceitos fundamentais e habilidades básicas, que constituem o ato de andar, correr, saltar, pular, girar, “quicar”, rolar e arremessar, para o desenvolvimento da criança; b) como trabalhar a cultura corporal de movimento, que são a dança, o esporte, os jogos, as lutas e a ginástica; c) a inclusão de todos os alunos nas aulas, atividades de acordo com a faixa etária e a participação de todos eles; d) e também esclarece a importância da EF para a vida, conforme esquema da FIG. 1:

O módulo 2 objetiva detalhar o processo das aulas, em que o professor irá ministrar uma aula prática, tendo como alunos os próprios pedagogos, que participarão e executarão as solicitações. Todas as etapas serão esclarecidas, evidenciando e elucidando a sua construção. Ressaltam-se os pontos relevantes a serem observados em cada uma das etapas da aula.

No módulo 3 é distribuída a turma em quatro grupos, em que cada grupo irá ministrar uma aula, proposta por eles, para crianças da escola da região. Será realizada discussão para apresentação da aula, além da proposição de novas ações e qualificação para os pedagogos, a partir da prática, que potencializem o desenvolvimento do seu conhecimento.

E, para finalizar, o módulo 4, que será desenvolvido para pedagogos habilitados por meio de oficinas, de acordo com as Secretarias de Educação Municipais. Serão aulas teóricas e práticas com conhecimentos relevantes para os pedagogos. O módulo terá duração de cinco horas, para assegurar a assimilação e disseminação de uma noção básica para que os professores consigam realizar aulas criativas e eficientes com os alunos das escolas.

4 CONSIDERAÇOES FINAIS

O que se procura, por meio dessa capacitação, é que os profissionais de Pedagogia se sintam mais confiantes e com propriedade para assumirem o desenvolvimento das aulas de EF, mesmo acreditando que essa aula deveria ser da competência do profissional formado em EF.
Espera-se que a partir desses encontros os pedagogos alcancem resultados mais efetivos e propiciem que os alunos, ao sair do Ensino Fundamental I, sintam-se cidadãos de direitos e deveres, acreditem-se como sujeitos ativos e autônomos para o alcance e realização de sonhos e tenham, portanto, uma formação integral.
Diante da necessidade de um conhecimento teórico e prático sobre oficinas, a proposta de intervenção apresentada poderá subsidiar os profissionais de Pedagogia para o desenvolvimento do trabalho de forma complementar à sua formação. Que vejam e sintam que essa capacitação lhes municiará com relevantes contribuições que irão potencializar o número de ações eficientes e eficazes as aulas de EF.
Registra-se que apenas uma capacitação não é suficiente para dar conta de aprendizagens, que devem ser contínuas, constantes e inovadoras. A aprendizagem é diária, pois o conhecimento e novas alternativas, inclusive de movimentos, se fazem presentes e requerem retroalimentação em todas as dimensões da vida.   
Os pedagogos têm grande responsabilidade em suas mãos, pois as crianças estão em pleno desenvolvimento e, nessa fase, elas precisam ser muito estimuladas, o que vai acarretar benefício para suas vidas.

REFERÊNCIAS

AFONSO, Maria Lúcia M. (org). Oficinas em dinâmica de grupo: um método de intervenção psicossocial. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2010a.

AFONSO, Maria Lúcia M. O diálogo com a intervenção psicossocial. In: AFONSO, M.L.M. Produto 2: revisão bibliográfica sobre metodologias de trabalho social com famílias e análise do “estado da arte” do emprego das mesmas. Trabalho apresentado ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, a partir do Termo de Referência 132028 do PNUD. Brasília: PNUD, p. 93-116, 2010b.

DUARTE, Karinne Regis. Oficinas em dinâmica de grupo com mulheres vítimas de violência doméstica: contribuições metodológicas aos estudos sobre violência de gênero. Revista OPSIS, v. 11, n. 1, p. 111-124, 2011.

MOREIRA, Aline Carlezzo; GONÇALVES, Claudia Giglio de Oliveira. A eficiência de oficinas em ações educativas na saúde auditiva realizadas com trabalhadores expostos ao ruído. Revista CEFAC [online], v. 16, n. 3, p. 723-731, 2014.

ROCHA, Décio; DEUSDARÁ, Bruno. Contribuições da análise institucional para uma abordagem das práticas linguageiras: a noção de implicação na pesquisa de campo. Cadernos de Letras da UFF - Dossiê: Letras, linguística e suas interfaces, v. 40, p. 47-73, 2010.

SPINK, Mary Jane; MENEGON, Vera Mincoff; MEDRADO, Benedito. Oficinas como estratégia de pesquisa: articulações teórico-metodológicas e aplicações ético-políticas.Psicologia e Sociedade[online], v. 26, n. 1, p. 32-43, 2014.


Recibido: 07/03/2017 Aceptado: 25/05/2017 Publicado: Mayo de 2017

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Este artículo es editado por Servicios Académicos Intercontinentales S.L. B-93417426.