Jorge Leal da Silva
Universidade Federal de Viçosa (UFV) MG BRASIL
jorge.leal@ufv.br
Caro leitor (a), meus sinceros comprimentos! 
 Neste livro, compartilho inquietações das quais assolaram-me  e de certo modo, ainda assolam meu processo de formação intelectual enquanto  pesquisador na área de administração Pública. Em suma, a problemática é se  seria papel do Estado fomentar a atividade empreendedora na seara empresarial. Fazendo  isso, ontologicamente, o Estado estaria cumprindo com seu papel de promoção do  bem-estar social?  
 Implicações da atividade  empreendedora não seriam indiretas em demasia para serem cobradas diretamente e  incisivamente pelo empresariado brasileiro? Porque o Estado tem sido acusado de  caro e ineficiente a todo instante? Afinal, o Estado atrapalha o  desenvolvimento econômico e a imperiosa ordem empreendedora? 
  Brasil,  um país naturalmente empreendedor, é uma afirmativa clássica do Global  Entrepreneurship Monitor (GEM) e também de diversos noticiários  brasileiros, que informam com certo orgulho em saber que mesmo com obstáculos  governamentais, há no Brasil, cases de sucesso e profícua alimentação da “roda”  do capitalismo por meio de feitos empreendedores. 
  Por  reflexo, ser um país empreendedor é bom ou ruim? Bom, se você espera encontrar  a resposta para essa questão, sinto muito em desapontá-lo (a), pois neste  livro, construções textuais valorativas serão enfaticamente expurgadas do  debate, pois ao longo de pesquisas realizadas no tema, afirmar se algo é certo  ou errado, é sem dúvida uma função incumbida ao leitor e não ao autor.  Portanto, espero que após a leitura dos escritos aqui colocados, tu sejas capaz  de compreender a realidade de algum modo do qual faça sentido ou não a partir  de suas experiências e compreensões acerca do empreendedorismo já cristalizado  na sociedade industrial contemporânea.
  Em  contínuo, o caminho argumentativo questiona se a descentralização de funções estatais  não favoreceria em primeiro plano, determinados grupos de indivíduos  estabelecidos e já detentores de meios de produção? Ainda assim, fomentar e  sustentar a preservação de capital também seria papel do Estado? Ou trata-se de  um mau necessário implementado pelo discurso burguês de domínio escalonar da  atividade econômica? 
  Inegável  que a discussão precisará ser apimentada com certos fundamentos do pensamento econômico  neoliberal e por essa razão, se até aqui essa suspeição tenha lhe saltado à  mente instantaneamente, parabéns, já estas também prestes a percebe que o  conteúdo adiante foi temperado com leves pitadas de marxismo ocidental.  Destarte, as intenções por trás da tessitura deste livro, reside em longas e  incansáveis pesquisas em meu escritório e claro, de debates suscitados no grupo  de Pesquisa CNPq Direito e Políticas na América Latina (DIPAL) do departamento  de Direito da Universidade Federal de Viçosa (UFV), liderado pelo saudoso  professor Dr. Luiz Ismael Pereira. 
  Afinal,  porque o Estado precisa ser eficiente? É por esse caminho que as respostas ao  longo deste livro serão tecidas sob o método qualitativo de construção do saber.  No entanto, saliento que se a sua ansia por respostas funcionalistas e  pragmáticas se destacarem e não forem supridas ao longo da leitura, peço complacência,  pois afinal de contas, sou um mero pesquisador das humanidades e por óbvio, o  objetivo destes escritos não se confundem com um conteúdo “manualístico”,  tampouco pretendem lançar futurologias e presságios incontestáveis para  administração pública.
  Pelo  contrário, os escritos aqui colocados devem ter tão somente, a interpretação de  que seu objetivo maior consiste em divulgar sistematizações conceituais e sua  operacionalização na relação entre Estado e empreendedorismo. 
  Ademais, 
  Desejo-lhe uma agradabilíssima  leitura.
Para citar este libro puede utilizar el siguiente formato: 
Jorge Leal da Silva (2020): “Empreendedorismo: um papel do Estado? Desdobramentos para a Administração Pública”, Biblioteca virtual de Derecho, Economía, Ciencias Sociales y Tesis Doctorales (abril 2020). En línea: 
https://www.eumed.net/libros/1889/index.html