Andreia Rodrigues
 Bruna Cordeiro
Diana Gomes
Helena Antunes
 Luiz Alves
 Paulo Carvalho 
(Coordenação)
Universidade de Coimbra, Portugal
paulo.carvalho@fl.uc.pt
ISBN-13: 978-84-17583-54-5
O geocaching e os percursos pedestres fazem parte das atividades recreativas e 
  podem assumir uma dimensão turística, com especial relevância nos ambientes rurais e 
  montanhosos, onde a natureza e os estatutos de proteção/classificação ocupam um lugar 
  cada vez mais importante.
  No primeiro caso, trata-se de uma atividade cujo objetivo é encontrar (localizar) 
  em contexto real (ao ar livre) objetos georreferenciados dissimulados em locais públicos 
  (Fernandes, 2013), a partir do acesso aos dados publicados no site geocaching.com e 
  recolhidos pelos utilizadores com um aparelho com sistema recetor de GPS. Os efeitos 
  positivos do geocaching (em ampla expansão tanto na esfera internacional, como no caso 
  de Portugal) são incontornáveis e estão relacionados, a maioria dos casos, com o facto 
  de o praticante partilhar imagens que revelam a singularidade dos locais; revelar locais 
  de importância patrimonial; comentar as experiências; divulgar os atributos 
  diferenciadores; promover o marketing territorial, além de reforçar a territorialização 
  do lazer/turismo e complementar ou fomentar a prática de outras atividades, 
  designadamente passeios pedestres, percursos de BTT (bicicleta todo-o-terreno), 
  passeios cicloturísticos, observação/interpretação da natureza. De igual modo, o registo 
  da atividade (no site www.geocaching.com) permite a obtenção de informação sobre a 
  evolução das visitas ao território e os comentários e imagens associados.
  Quanto aos percursos pedestres, é amplamente reconhecido o crescimento e 
  diversificação da oferta de caminhos/trilhos sinalizados para utilização pedestre, para o 
  qual contribuiu de forma decisiva, sobretudo desde a segunda metade da década de 90 
  do século XX, o apoio de diversos programas setoriais (desenvolvimento rural, 
  valorização de recursos endógenos, turismo, requalificação urbana, entre outros) com 
  preocupações de proteção e valorização patrimonial, a que se associou nos últimos anos 
  o desenvolvimento de atividades saudáveis e com baixas ou nulas emissões de carbono, 
  a descoberta e fruição do património natural, cultural e paisagístico ou a implementação 
  de estratégias de educação ambiental.
  É assim que a presente publicação, com o propósito de analisar cada uma destas 
  atividades e as suas ligações, reúne um conjunto de capítulos, com dimensão teórica 
  suportada em revisão de literatura científica da especialidade e componente empírica 
  (casos de estudo), os quais resultam de processos de investigação no contexto de cursos 
  de mestrado (Turismo, Território e Patrimónios; Ecoturismo; Biodiversidade e
  Biotecnologia Vegetal) e de prestações de serviços especializados (transferência do 
  conhecimento) através da Universidade de Coimbra, com a particularidade de incidir em 
  territórios maioritariamente das serras da Lousã e do Açor.
  O primeiro capítulo – “Geocaching e Percursos Pedestres: Relevância para a 
  Diversificação da Oferta Turística e de Lazer. O Caso do Projeto GeoPampilhosa” – 
  retrata a aplicação do geocaching em quatro percursos pedestres de Pampilhosa da Serra
  (um dos municípios mais afetados pelos grandes incêndios de 2017) e divulga resultados 
  bastante animadores no que diz respeito ao número de registos e aos comentários dos 
  geocachers.
  O segundo capítulo, com o título “Educação Ambiental e Geocaching: do Lazer 
  à Aprendizagem. O Exemplo do Projeto Aprender na Mata do Sobral (Lousã)”, explicita 
  a relevância do geocaching, designadamente a dimensão inovadora do biocaching, no 
  contexto de uma estratégia de educação ambiental (inserida em projeto apoiado pelo 
  POSEUR), através de um caso de estudo: a Mata do Sobral (Rede Natura 2000), onde 
  foram desenvolvidas ações de sensibilização/educação ambiental e instalada uma rede 
  com vinte geocaches (neste último caso, após o incêndio de outubro de 2017).
  O terceiro capítulo, intitulado “Percursos Pedestres e Turismo na Serra da 
  Lousã”, tendo como suporte uma investigação sobre a oferta de turismo de natureza, 
  apresenta uma análise crítica sobre os percursos pedestres dos concelhos da Serra da 
  Lousã (Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Góis, Lousã, Miranda do Corvo, Penela, 
  Pedrógão Grande), com base na informação disponível das entidades institucionais de 
  referência e nos resultados de inquéritos por entrevista aos agentes de animação 
  turística locais.
  No capítulo seguinte – “O Potencial do Baixo Mondego para o Pedestrianismo: 
  as Paisagens do Arroz” – as âncoras da narrativa são o legado patrimonial e a dimensão 
  turística da orizicultura; o pedestrianismo como forma de valorização dos espaços rurais; 
  a oferta de percursos pedestres dos municípios de Figueira da Foz, Soure e Montemoro- 
  Velho; as paisagens do arroz nesse universo, com análise crítica da realidade atual e 
  propostas de percursos pedestres associados à orizicultura.
  No quinto capítulo, sob o título “(Eco)turismo e Desenvolvimento Rural.
  Proposta de Valorização dos Percursos Pedestres de Góis”, os tópicos da reflexão 
  compreendem o pedestrianismo no contexto ecoturístico, a rede de percursos 
  pedestres em Góis (sete percursos de pequena rota) e uma proposta inovadora de 
  valorização dos “trilhos do xisto de Góis” através da criação do “passaporte do 
  pedestrianista”, com informações úteis e sugestões de atividades, e um cartão de 
  controlo para ser validado in loco.
  O derradeiro capítulo – “Biodiversidade e Turismo: as Plantas Invasoras como 
  Fator de Ameaça. Análise a Partir de um Percurso Pedestre na Serra da Lousã” – é um 
  ensaio sobre a importância da biodiversidade no contexto do turismo, com o objetivo 
  de caracterizar a paisagem para compreender a “experiência visual” dos utilizadores de 
  percursos pedestres e analisar a perceção dos visitantes em relação à biodiversidade e 
  às plantas invasoras nesse contexto, suportado nos resultados obtidos no “Caminho do 
  Xisto das Aldeias de Góis – Rota das Tradições do Xisto” (PR1 GOI) – percurso circular, 
  com 9,2 quilómetros, integrado no SIC PTCON0060 e nas Aldeias do Xisto.
  Coimbra, 8 de abril de 2019.
Paulo Carvalho
Para citar este libro puede utilizar el siguiente formato: 
Andreia Rodrigues, Bruna Cordeiro, Diana Gomes, Helena Antunes, Luiz
Alves, Paulo Carvalho (Coordenação) (2019): “Geocaching e Percursos Pedestres”, Biblioteca virtual de Derecho, Economía, Ciencias Sociales y Tesis Doctorales (junio 2019). En línea: 
https://www.eumed.net/libros/1832/index.html