GEOTECNOLOGIAS E O PLANEJAMENTO DA AGRICULTURA DE ENERGIA

Heloísa Rodrigues Nascimento
Yolanda Vieira de Abreu

3.3.3 Pedologia

A preocupação com o conhecimento dos solos acha-se registrada desde os tempos históricos e isso é fácil de entender a partir do momento em que os homens passaram a cultivar plantas, logo procuraram reconhecer as melhores terras para os seus cultivos. Nos tratados escritos na Roma dos Cesares sobre agricultura, os mesmos incluíam informações sobre a qualidade dos solos e como reconhecê-los (QUEIROZ NETO, 2003).

Os solos, como interface da litosfera, atmosfera, biosfera e hidrosfera, desempenham um papel importante nas atividades humanas visto ser a base de sustentação de grande número delas. Além disso, por refletir as interações da rocha de origem com o clima e os componentes bióticos da paisagem, constituem um excelente estratificador do meio, particularmente em grandes escalas (ASSAD; HAMADA; CAVALIERI, 1998).

De modo geral, os levantamentos de solos fornecem informações que permitem inferir a dinâmica ambiental. Por isso, algumas metodologias de avaliação das terras partem de levantamentos de solos, principalmente quando se destinam à avaliação da terra para fins de agricultura (ASSAD; HAMADA; CAVALIERI, 1998).

O levantamento das informações referentes a pedologia da região de estudo foi baseado em levantamentos preexistentes. Para tanto, utilizou-se o mapa pedológico na escala 1:250.000 elaborado pela SEPLAN (2000).
De acordo com o mapa pedológico, as unidades de mapeamento de solos da área de estudo são as seguintes: Latossolo Amarelo Distrófico (LA1), Latossolo Vermelho-Escuro (LE1 e LE2), Latossolo Vermelho-Amarelo (LV1 e LV2), Neossolos Quartzarênicos (AQ6), Plintossolo Pétrico Concrecionário (SC5 e SC9).

A seguir serão descritos os tipos de solos da área de estudo presentes na legenda dos mapas elaborados pela SEPLAN (2000):

• Latossolo Amarelo Distrófico (LA1): textura média, relevo plano e suave ondulado.
• Latossolo Vermelho-Escuro (LE)
• Latossolo Vermelho-Escuro Distrófico (LE1): textura argilosa, relevo plano e suave ondulado.
• Latossolo Vermelho-Escuro (LE2): textura argilosa mais Plintossolos Pétricos Concrecionários Indiscriminados Tb textura indiscriminada ambos distróficos relevo plano e suave ondulado.
• Latossolo Vermelho-Amarelo (LV)
• Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico (LV1): textura média e argilosa, relevo suave ondulado e plano (Inclusão: Neossolo Quartzarênico).
• Latossolo Vermelho-Amarelo (LV2): concrecionário ou não, textura média e argilosa, relevo suave ondulado mais Plintossolos Pétricos Concrecionários Indiscriminados Tb textura indiscriminada relevo suave ondulado e ondulado ambos distróficos.

Os Latossolos são solos minerais, não-hidromórficos, profundos (normalmente superiores a 2 m), horizontes B muito espesso (> 50 cm) com seqüência de horizontes A, B e C pouco diferenciados; as cores variam de vermelhas muito escuras a amareladas, geralmente escuras no A, vivas no B e mais claras no C. A sílica (SiO2) e as bases trocáveis (em particular Ca, Mg e K) são removidas do sistema, levando ao enriquecimento com óxidos de ferro e de alumínio que são agentes agregantes, dando à massa do solo aspecto maciço poroso; apresentam estrutura granular muito pequena; são macios quando secos e altamente friáveis quando úmidos (SOUSA; LOBATO, 2005).
Os Latossolos são passíveis de utilização com culturas anuais, perenes, pastagens e reflorestamento. Normalmente, estão situados em relevo plano a suave-ondulado, com declividade que raramente ultrapassa 7%, o que facilita a mecanização. São profundos, porosos, bem drenados, bem permeáveis mesmo quando muito argilosos friáveis e de fácil preparo. Apesar do alto potencial para agropecuária, parte de sua área deve ser mantida com reserva para proteção da biodiversidade desses ambientes (SOUSA; LOBATO, 2005).

• Neossolo Quartzarênico (AQ6): é uma associação de Neossolos Quartzarênico relevo suave ondulado mais Neossolo Quartzarênico Hidromórficas relevo plano mais Glei Pouco Húmico Tb textura média e argilosa, relevo plano todos distróficos (inclusão: solo aluvional distrófico Tb textura indiscriminada).

Em geral, são solos originados de depósitos arenosos, apresentando textura areia ou areia franca ao longo de pelo menos 2m de profundidade. Esses solos são constituídos essencialmente de grão de quartzo, sendo, por conseguinte, praticamente destituídos de minerais primários pouco resistentes ao intemperismo. Seu ambiente de ocorrência se dá nos Cerrados e está relacionada a depósitos arenosos de cobertura, normalmente em relevo plano ou suave ondulado. Em relevo mais movimentado, esses solos não permanecem estáveis (SOUSA; LOBATO, 2005).

• Plintossolo Pétrico Concrecionário (SC5): é uma associação de Plintossolo Pétrico Concrecionário Indiscriminados textura indiscriminada mais Latossolo Vermelho-Amarelo textura média ambos distróficos relevo suave ondulado e ondulado.
• Plintossolo Pétrico Concrecionário (SC9): é uma associação de Plintossolo Pétrico Concrecionário com B Textural Tb textura média/argilosa relevo ondulado mais Podzólico Vermelho-Amarelo Tb raso concrecionário textura média relevo ondulado mais Latossolo Vermelho-Amarelo textura média relevo suave ondulado todos distróficos.

Os Plintossolos Pétricos Concrecionários são comuns nas Regiões Central e Norte do Brasil, sendo usualmente pobres quanto à fertilidade natural e, devido ao impedimento, à mecanização e à penetração de raízes, representada pelas concreções, são normalmente utilizada para pastagens. Localmente, encontram-se plintossolos pétricos concrecionários exibindo fertilidade natural elevada quando ocupam encostas com maior declividade e, muitas vezes, relacionadas com bordas antigas superfícies de erosão ou superfície de aplanamento da região central do Brasil (MOREIRA; OLIVEIRA, 2008).

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