GOVERNANÇA CORPORATIVA. ESTRATÉGIA DE VALOR EMPRESARIAL
Ísis Mota Krüger y Luciane da Silva Gomes
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No Reino Unido a grande maioria das empresas de mercado aberto possui a mesma política que nos Estados Unidos: as ações da empresa são distribuídas entre muitos acionistas minoritários. E essas características de ambos os países tornou-se um modelo intitulado modelo anglo-saxão de governança corporativa.
Segundo Carlsson apud Silveira (2003) uma série de escândalos nos mercados corporativo e financeiro no final dos anos oitenta levou o governo do Partido Conservador a deixar claro que medidas legislativas iriam ser tomadas caso o próprio mercado não se estruturasse de forma a prevenir a ocorrência de novos escândalos. Como conseqüência, a bolsa de valores de Londres (London Stock Exchange), formou um comitê destinado a revisar aspectos de governança corporativa relacionados às práticas de contabilidade e aos relatórios financeiros.
Assim como nos Estados Unidos, foi a partir de escândalos que se constituiu oficialmente a governança corporativa no Reino Unido. Mas no Reino Unido ainda houve o incentivo e intervenção do governo que ameaçou tomar medidas de mudança na legislação se o próprio mercado não acabasse com os escândalos e se organizasse de maneira a não acontecer mais casos como os que haviam ocorridos.
O comitê da bolsa de Londres, chamado Cadbury, publicou no final de 1992 um relatório intitulado The Financial Aspects Corporate Governance (CARLSSON apud SILVEIRA, 2002).
O comitê era de responsabilidade da própria bolsa de valores que apresentava informações sobre empresas e suas práticas de governança.
Esse relatório publicado e formulado feito pelo comitê Cadbury, deixou a desejar, porque não apresentava definições de algumas regras que interessavam aos investidores institucionais, como a remuneração dos executivos e conselheiros, então surgiu outro comitê chamado Comitê Greenbury que surgiu em 1995 (SILVEIRA, 2002).
O que mais interessava aos investidores e o que eles esperavam ver no relatório era exatamente a informação que não continha no relatório e que tinha relação aos escândalos: os salários dos executivos e dos conselheiros. Então foi criado esse outro grupo de trabalho cujo relatório colaborou e muito pro desenvolvimento da governança corporativa com relação ao pagamento dos conselheiros e dos executivos.
Depois dos dois comitês, a bolsa de Valores de Londres ainda em 1995, em conjunto com outras entidades, formou um novo comitê para fiscalizar o comitê Cadbury aproveitando também as informações do Comitê Greenbury. Esse novo comitê criado foi denominado Comitê Hampel que trouxe à tona também o verdadeiro objetivo do Conselho de Administração nas empresas (SILVEIRA, 2002).
Com os três comitês houve um grande progresso das práticas da governança corporativa no Reino Unido, aumentando a prosperidade das empresas.
O relatório do Comitê Hampel foi publicado no início de 1998, e ainda foi modificado pela sociedade civil e lançado novamente com o título de Combined Code na metade do mesmo ano. E esse código tornou-se exigência para as empresas na listagem da bolsa de valores de Londres (SILVEIRA, 2002).
É visto que foram necessários seis anos para o completo desenvolvimento da governança corporativa no Reino Unido e, ainda, só depois de escândalos que viram a necessidade de criar uma regulamentação para a bolsa conseguir trabalhar com honestidade e agradar a todos. Mas hoje com os códigos as empresas se obrigam a trabalhar pensando nos investidores e respeitando as regras.