ANTECEDENTES DO CAPITALISMO

ANTECEDENTES DO CAPITALISMO

Carlos Gomes

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7.2 – MEIOS DE PAGAMENTO

Com a introdução da moeda metálica o comércio expandiu-se principalmente na área dos bens manufacturados, como o ferro, a laca ou os artigos de cerâmica, bens de luxo como a seda e as peles, conservas alimentares e bebidas alcoólicas. Os mercadores, para obter um lucro fácil, preferiam comerciar estes produtos em vez de bens de primeira necessidade como os cereais, que se revelavam pouco manuseáveis e demasiado perecíveis.

Com o avanço da actividade comercial registou-se uma tendência para ser acompanhada pelo crescimento da massa monetária, indispensável às novas condições dum comércio crescente, que exigia a utilização duma medida comum e geral do valor de troca de todas as mercadorias. O comércio conheceu uma forte melhoria graças às facilidades dos métodos de pagamento, à transferência por via monetária ou creditícia e às medidas de salvaguarda da riqueza acumulada. Porém, a existência duma situação altamente especulativa e aleatória acarretava consequências de grande amplitude tanto sobre o ponto de vista económico como financeiro.

O comércio dependia cada vez mais dum sistema monetário melhorado. Uma vigilância apertada e uma estandardização impunham-se com o desenvolvimento do comércio internacional. Diferentes moedas começaram a circular, tornando-se necessário que as diferentes peças monetárias conservassem o seu peso e a sua liga.

A coordenação financeira dos meios de pagamentos entre os diversos centros mercantis era organizada de forma que os homens de negócios ou os seus agentes se pudessem encontrar para acertar contas. O ouro só começa a ser utilizado como meio de pagamento na segunda metade do II milénio a. C., na Babilónia e na Síria.

Na Pérsia, em meados do I milénio a.n.e., foi estabelecido um novo sistema de impostos estatais que obrigava os povos a pagar os tributos em dinheiro. Para isso tinham que vender os produtos da sua agricultura e artesanato para comprar prata. Isso contribuía para o desenvolvimento das relações monetárias e mercantis.

Na Europa, já no I milénio d. C., os mercadores, para evitarem o transporte de numerário, esforçavam-se por equilibrar as exportações e as importações. Nos séculos XVI e XVII, a enorme quantidade de metais preciosos, ouro e prata, vindos da América e África, foi transformada em moeda, facto que tornou as trocas mais rápidas e facilitou a acumulação de capitais. À chegada das frotas marítimas, os comerciantes entregavam o metal, geralmente em lingotes, aos banqueiros contra um termo de responsabilidade, ou livrança, pagável nas feiras. Estas livranças serviam aos comerciantes para pagar as mercadorias que tinham adquirido a crédito, a negociantes estrangeiros nas feiras. No século XVIII, a multiplicação dos meios de pagamento foi um dos factores que permitiram a expansão do comércio. A disponibilidade de metais preciosos foi acompanhada por processos de estabilização monetária, laboriosos mas bem sucedidos, que poriam um fim às flutuações anormais que tinham afectado as divisas no século anterior.

Em África, século XVI, os métodos de pagamento eram rudimentares, para além as áreas periféricas do continente das regiões do norte, incluindo as costas, ocidental e oriental, onde se utilizavam moedas circulares, eram poucas as regiões onde se utilizavam moedas. Em várias regiões era usado um equivalente geral, sobretudo nas regiões subsarianas onde havia uma grande variedade de instrumentos de troca.