ANTECEDENTES DO CAPITALISMO

ANTECEDENTES DO CAPITALISMO

Carlos Gomes

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5.2 – CONCENTRAÇÃO E CENTRALIZAÇÃO DE CAPITAL

A concentração do capital consiste no aumento do volume do capital resultante da transformação em capital de parte da mais-valia. A capitalização da mais-valia permite a utilização produtiva e serve de base para ampliar as dimensões da produção, incrementar a produtividade e aumentar o lucro dos capitalistas.

A concentração de capitais é também um processo de integração de capitais já formados, da transformação de muitos pequenos capitais em poucos grandes capitais, que decorre também da expropriação de capitalista por capitalista, por vezes, com supressão da autonomia individual. Na esfera da produção, o processo de concentração do capital traduziu-se num declínio das empresas individuais a favor das grandes sociedades por acções.

A execução dos empreendimentos industriais está ligada a uma concentração prévia do capital. Ao mesmo tempo que o capital se concentra na indústria, o mesmo acontece com o capital bancário. Concentrando nas suas mãos imensos capitais, os bancos controlam grandes massas de capital alheio, grande parte dos meios de produção e das fontes de matérias-primas nacionais e até internacionais.

Os bancos ocuparam-se da tarefa de concentrar os capitais individuais o que facilitou a formação duma burguesia financeira. Com a produção capitalista forma-se um poder inteiramente novo, através do sistema de depósito bancário e do crédito que se introduz como auxiliar da acumulação, congregando os meios monetários dispersos em massas maiores ou menores, e se transforma num enorme mecanismo para a concentração de capitais.

A centralização do capital consiste no crescimento do volume do capital através da união de vários capitais num só ou pela absorção dum por outro. Por este processo os capitalistas redistribuem entre si os capitais já acumulados, particularidade que reflecte as relações que se estabelecem entre os próprios capitalistas. Com a centralização, certos proprietários de meios de produção arruínam-se ou são absorvidos por outros.

A centralização do capital dá-se do seguinte modo: a constituição de grandes sociedades; a fusão das empresas existentes noutras maiores; o sistema bancário, onde são depositados fundos livres que se transformam em poderoso capital, utilizado pelas empresas sob a forma de crédito. Uma das formas de centralização do capital é a sociedade por acções.

Na medida em que se desenvolve a produção e a acumulação capitalista, desenvolve-se também a concorrência e o crédito, que constituem as duas alavancas mais poderosas da centralização. A luta concorrencial é conduzida pelo embaratecimento das mercadorias ou pela alteração da qualidade, e depende da produtividade do trabalho e da intensidade da produção. Nesta luta os capitais maiores batem os mais pequenos. Estes vêm-se forçados a ocorrer apenas às esferas de produção das quais a grande industria não se interessou ou apenas se apoderou esporadicamente.

A concentração do capital e a consequente centralização dão lugar a que o trabalho assalariado e os meios de produção se juntem em grandes empresas, se intensifiquem os contrastes sociais e acentuem os antagonismos entre classes sociais.