Gestão das microempesas do comércio de Sousa – Paraíba

Maria de Fátima Nóbrega Barbosa
 

 

ÁREAS FUNCIONAIS DAS EMPRESAS COMERCIAIS

Veja a seguir algumas particularidades do funcionamento das grandes áreas de uma empresa, em particular para empresas de pequeno porte, de acordo a Kwasnicka (1995).

Marketing

De acordo com a autora supracitada, o conceito de Marketing numa versão tradicional “é o desempenho das atividades empresariais que dirigem o fluxo de mercadorias e serviços do produtor para o consumidor final” (KWASNICKA, 1995) . Uma definição moderna para o Marketnig estaria ligada à idéia de determinação de um padrão de vida para a sociedade.

Para Kotler e Armstrong (1995, p.3) Marketing pode ser conceituado da seguinte forma: “processo social e gerencial através do qual indivíduos e grupos obtêm aquilo que desejam e de que necessitam, criando e trocando produtos e valores uns com os outros”.

Dada a riqueza de tal conceito, seus autores procuram aprofundá-lo melhor através da explicação de algumas palavras chaves, quais sejam: necessidades, desejos, demandas, produtos, troca, transações e mercados.

As necessidades humanas estão sempre presentes na vida de qualquer pessoa, representam, pois, uma lacuna que precisa ser preenchida para que o homem possa estar em equilíbrio consigo mesmo, conseqüentemente com o meio do qual faz parte. Diante disso, caso haja algum empecilho para que tais necessidades não sejam satisfeitas, cria-se no homem um mecanismo de defesa, onde o mesmo encontrará os próprios meios para torná-las substituíveis.

Já os desejos, representam um tipo especial de necessidade, onde o que irá prevalecer é toda carga genética trazida por cada indivíduo como também o arcabouço cultural onde o mesmo encontra-se inserido. É importante que o empresário sinta a diferença entre necessidade e desejo, principalmente quando da definição da missão que estará disposto a alcançar num determinado momento. Quando esses desejos passam a serem satisfeitos pelo que cada um está disposto a pagar por um determinado bem, temos o que os autores citados anteriormente chamam de demandas.

Quanto aos produtos estão representados não só por bens e serviços mas também por pessoas, lugares, organizações, enfim qualquer coisa que possa satisfazer necessidade humana. Considerando os conceitos anteriores podemos concluir que os produtos são uma conseqüência das necessidades, demandas e desejos, uma vez que o seu consumo tem uma ligação direta com tudo isso.

A troca é outro elemento que faz parte da vida do homem desde o início das mais antigas civilizações. Troca é uma maneira de satisfazermos um desejo ou uma necessidade através de um retorno a quem nos proporciona tal satisfação. Para que a troca seja efetivada, algumas condições são necessárias, dentre elas: deve existir pelo menos duas pessoas dispostas a participarem, darem cada qual a outra algo de valor, haver uma concordância para negociarem entre si, liberdade para aceitarem ou rejeitarem a oferta de cada uma e serem capazes de cumprirem o processo até o fim, ou seja, com a entrega do bem objeto da troca. Existe, pois, uma relação estreita entre o conceito de troca e transação. Enquanto aquela representa o conceito central do Marketing, esta, diz respeito à própria unidade de medida do Marketing e juntas nos levam aos mercados, lugar em que estão todos os compradores, sejam reais ou potenciais.

Todos esses conceitos funcionando de forma harmônica levam a própria essência do Marketing, que é satisfazer as necessidades e os desejos dos consumidores da melhor forma possível através da troca de produtos, sejam eles bens, pessoas, idéias, lugares ou atividades.

Muitos pequenos empresários acreditam que apenas as grandes empresas têm condições de utilizarem as ferramentas do Marketing na gestão dos seus negócios. Entretanto, vários autores mostram a importância do Marketing no sentido de ser incorporado no processo de condução de qualquer empreendimento.

Segue algumas considerações nesse sentido baseando-se em autores com Las Casas, Kotler, Gracioso, Drucker in Sarquis (2003).

Las Casas (1993) aponta razões que evidencia a importância do Marketing no gerenciamento das empresas. Uma das razões está ligada ao grande interesse dessa área de conhecimento por estudantes e profissionais de administração; outra razão diz respeito aos investimentos que estão sendo feitos pelas empresas em atividades de Marketing; aumento da concorrência e ao estímulo da concorrência na área mercadológica.

Kotler (1995) expõe a importância do Marketing da seguinte forma. As empresas que se destacam no mercado atual se utilizam das seguintes estratégias: escolhem um mercado-alvo; identificam necessidades e expectativas dos clientes; satisfazem essas necessidades com efetividade, ou seja, eficiência e eficácia; dão atenção a qualidade de produtos e serviços e, finalmente, estão orientadas para os clientes.

Gracioso coloca no Marketing a grande força que os pequenos empresários devem levar em consideração para a sustentabilidade de seus negócios.

Segundo Drucker o sucesso da empresa está diretamente ligado ao comportamento dos mercados, sendo através do Marketing que essas relações são compreendidas.

Baseando-se nessas considerações pode-se chegar à conclusão de que a microempresa precisa utilizar os conceitos do Marketing na sua administração. Entretanto, deve-se levar em consideração suas particularidades.

Ikeda, Megido, El-Check, Gracioso, Resnik e Roe in Sarquis (2003) chamam a atenção para alguns aspectos que devem ser levadas em consideração pelas empresas de pequeno porte ao se utilizarem de conceitos do Marketing.

O planejamento, análise, implementação e controle das estratégias de Marketing devem se adequar ao seu perfil e seus recursos disponíveis.

A utilização do Marketing pelas pequenas empresas não carece de mudanças significativas no seu quadro de funcionários.

O gerenciamento de Marketing deve ser flexível, ágil e dinâmico para responder às demandas impostas pelo ambiente interno e externo de Maketing em que a empresa atua, tornando-se cada vez mais competitiva.

A empresa precisa ter uma cultura empresarial sólida no sentido de acreditar que a operacionalização dos conceitos do Marketing é de fundamental importância para a sustentabilidade de sua empresa.

A atividade de Marketing numa empresa de pequeno porte é de responsabilidade do próprio dono. O pequeno empresário deve ter essa consciência e reservar tempo na sua agenda para essa atividade. Os pequenos problemas do dia-a-dia devem ser delegados para outro colaborador.

Finalmente, esses autores elegem a criatividade como um dos elementos de fundamental importância para a elaboração e implementação de estratégias de Marketing na pequena empresa. Abre caminhos para novas oportunidades, ajuda na eliminação e/ou minimização de obstáculos, enfim, promove a busca de vantagens competitiva sustentáveis para a empresa.


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